sexta-feira, 2 de setembro de 2011

VIDA DE ANTÍTESES

Velejando por ai acabei achando um texto singular e bem interessante. Não conheço quem o escreveu, nem sei das motivações e razões de quem o escreveu, mas gostei do que essa menina, do blog ENTRE TUDO , Ju Cardoso, estudante de direito, postou.  Deixo-lhes o texto dela para apreciação:

VIDA DE ANTÍTESES  
Não é a melhor coisa do mundo se sentir sozinho. Por muito tempo acreditamos que o que nos faz feliz são coisas materiais, realizar nossos sonhos e etc. Mas descobri que o que transforma nossa vida, inevitavelmente é a presença das pessoas. O simples fato delas estarem próximas a nos, de podermos sem toca-las trocar ao menos algumas palavras.

Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. 

Descobri que não sou disciplinada por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generosa para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiada e sempre penso o pior, que sou conciliadora para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio.

Vida de antíteses, mas vale a pena! Ainda que pela chance de olhar olho no olho e ter a ingênua certeza que no final tudo dá certo, ou simplesmente neste mesmo gesto ter a plena convicção que conhece inteiramente outra pessoa e consegue enfim se desvencilhar de sua individualidade e compartilhar.

Todos os homens buscam a felicidade. E não há exceção. Independentemente dos diversos meios que empregam, o fim é o mesmo. O que leva um homem a lançar-se à guerra e outros a evitá-la é o mesmo desejo, embora revestido de visões diferentes. O desejo só dá o último passo com este fim. É isto que motiva as ações de todos os homens, mesmo dos que tiram a própria vida.

Eu não sou anjo...porque os anjos não tem sexo...não tem vontades...não pagam a conta...não pensam besteira...apenas sou um ser desalmado em busca de verdades inventadas que tornam o mundo mais aprezível...sou uma metáfora da vida...uma antítese dos sonhos...uma hiperbole da felicidade...Sou interrogação, ponto e virgula...exclamação...uma reticências, mas jamais o ponto final...

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