Trecho do livro "Viver Sóbrio" voltado para quem fica sem saber o que fazer durante a abstinência:
Alguns de nós
verificam sua incapacidade de imaginar o que fazer sem a bebida. É possível que
seja por falta de hábito. Ou talvez a mente precise de um período de
convalescença, após o alcoolismo ativo ter cessado. Em ambos os casos, o
embotamento continua. Depois do nosso primeiro mês de sobriedade, muitos notam
uma grande diferença. Passados três meses, nossas mentes parecem ainda mais lúcidas.
E, durante o nosso segundo ano de recuperação, a mudança é extraordinária.
Parece que dispomos de mais energia mental de que jamais usufruímos antes.
Mas é durante
o primeiro período de abstenção, aparentemente interminável, que você nos
ouvirá perguntar: “Que podemos fazer?”.
A lista seguinte é apenas o começo útil para esse
período. Não é muito excitante ou aventurosa, mas inclui os tipos de atividades
que muitos de nós utilizamos para preencher nossas primeiras horas vazias,
quando não estávamos no emprego ou na companhia de outras pessoas que não
bebiam. Sabemos que funcionam. Eis o que fazer:
1.
Passear – especialmente ir a novos
lugares, em parques ou no campo. Calmamente, passeios tranqüilos e não marchas
cansativas.
2.
Ler – Embora alguns de nós ficássemos
bastante nervosos ao ler alguma coisa que exigisse concentração.
3.
Visitar museus e galerias de arte.
4.
Fazer exercício físico – Nadar, jogar
bola, fazer ginástica, ioga ou outros recomendados pelo médico.
5.
Começar um trabalho há muito negligenciado
– Limpar uma gaveta da escrivaninha, arrumar os papéis, responder a algumas
cartas, pendurar quadros; ou fazer alguma coisa semelhante que estamos adiando.
Descobrimos,
porém, que é importante não exagerar em nada disso. Parece fácil
planejar limpar todos os armários (ou o sótão, a garagem, o porão, o
apartamento). Entretanto após um dia de trabalho físico árduo, podemos terminar
exaustos, sujos, sem ter terminado a tarefa e desencorajados. Por isso, a
advertência que fazemos uns aos outros é: reduza o plano a uma porção adequada.
Não comece por arrumar toda a cozinha ou por limpar todos aqueles arquivos, mas
simplesmente a limpar uma gaveta ou uma divisão. Pegue outra em outro dia.
6.
Experimentar um novo “hobby” – Nada que
seja caro, ou muito exigente, somente algum entretenimento agradável, de lazer,
no qual não temos necessidade de vencer ou de ser o melhor, mas apenas para
desfrutar de alguns momentos diferentes de diversão. Muitos de nós escolhemos
“hobbies” com os quais jamais sonharíamos antes, tais como jogar paciência,
fazer macramé, ir à ópera, colecionar peixes tropicais, construir estantes,
costurar, praticar esportes, escrever, cantar, decifrar palavras cruzadas,
cozinhar, observar pássaros, trabalhar em teatro amador, fazer artesanatos em
couro, cuidar de jardim, tocar violão, ir ao cinema, dançar, jogar bolinhas...
Muitos de nós descobrimos que gostamos de coisas que jamais leváramos em
consideração antes.
7.
Retornar a um antigo passatempo – (Exceto
aquele que você já sabe) – Talvez guardados em algum lugar existam um estojo de
aquarela, que você não pega há anos, uma caixa de bordado, uma sanfona,
raquetes de pingue-pongue ou peças de gamão, uma coleção de fitas gravadas ou
as anotações para uma novela. Para alguns de nós foi compensador desenterrar,
desempoeirar e recomeçar coisas assim. Se decidir que não lhe servem mais,
livre-se delas.
8.
Fazer um curso – Você já quis aprender
inglês ou francês? Gosta de história ou matemática? Entende de arqueologia ou
antropologia? Existem cursos por correspondência, aulas pela tv educativa e
para adultos (por prazer, não necessariamente pelos créditos) uma vez por
semana em algum lugar. Por que não tentar? Muitos de nós descobrimos que esses
cursos podem não só acrescentar uma nova dimensão a nossas vidas, mas também
levar a uma carreira inteiramente nova.
Mas,
se o estudo se tornar um fardo, não hesite em largar. Todo mundo tem direito a
mudar de idéia e deixar algo que representa um empenho além do que vale. Ser um
“desistente” pode mesmo exigir coragem, e é bastante sensato quando estamos
abandonando algo que não é bom para nós ou que não acrescenta uma faceta
positiva, agradável ou sadia à nossa vida.
9.
Apresentar-se voluntariamente para algum
serviço útil – Muitíssimos hospitais, creches, igrejas ou outras instituições
e organizações precisam desesperadamente de voluntários para todos os tipos de
atividade. A escolha é ampla, desde ler para cegos ou fechar envelopes da
correspondência de uma igreja até angariar assinaturas para uma petição
política. Verifique em qualquer hospital, igreja, agência governamental ou
clube de serviço das proximidades quais são os serviços voluntários que a
comunidade necessita. Já descobrimos que nos sentimos muito melhor quando
contribuímos, mesmo que com um pequeno serviço, para o bem de seres humanos,
nossos irmãos. Até o ato de investigar as possibilidades de tal serviço é, em
si, informativo e interessante.
10.
Cuidar da boa aparência – Em geral, somos
muito desleixados. Cabelo cortado, roupas novas, óculos novos, até uma
dentadura tem efeito maravilhosamente estimulante. Muitas vezes já vínhamos
tencionando fazer algo assim, e os primeiros meses de nossa sobriedade nos
pareceram oportunos para tomar as providências.
11.
Experimentar alguma coisa frívola – Nem
tudo que fazemos tem que ser um esforço sério de autodesenvolvimento, embora
tal esforço seja compensador e ofereça um estímulo à nossa auto-estima. Muitos
de nós achamos importante equilibrar fases sérias com algo que fazemos por puro
prazer. Por exemplo, não é gostoso soltar balões, ir ao zoológico, mascar
chicletes, assistir a um filme cômico, curtir música popular, ler ficção
científica ou estórias policiais, tomar banho de sol? Se nada disso lhe
apetece, então descubra um outro entretenimento não-alcoólico e divirta-se
sóbrio. Você merece.
12.
.............................................................
– Preencha você mesmo esta linha. Esperamos que a lista acima lhe tenha
inspirado uma idéia diferente de todas as que foram oferecidas. Isto aconteceu?
Ótimo. Apegue-se a ela.
Uma
palavra de precaução, porém. Alguns de nós achamos que temos a tendência de nos
exceder e tentar, de imediato, coisas em demasia. Temos um bom freio para isso,
o que você lerá na página 64: “Vá com Calma”.
Quando a pessoa passa a não ter a atenção de sua família e, o melhor para isso é buscar formas de lazer, de distração e de bem estar.
ResponderExcluirDesenvolver e praticar um hobby, participar de viagens, passeios, reuniões e manter contato com pessoas da mesma faixa etária é muito importante.