domingo, 11 de setembro de 2011

Ainda assim, perdoei !

Estar aqui é algo acidental. Consegui estar aqui há muito mais tempo do que deveria. Na verdade não era para estar aqui, em minha cidade. Não era para estar convivendo com meus pais. Ninguém imaginava que eu pudesse voltar e quando voltei foi como se eu tivesse levado muito tempo dormindo e ao acordar tudo estava tão diferente. Tudo estava acontecendo e eu não era para estar aqui. Era para estar como se tivesse sepultado. 

Mesmo percebendo tudo em volta diferente. Mesmo percebendo em cada rosto uma mentira indisfarçável, perdoei pessoas. Mas sinto que estraguei uma festa com meu regresso e frustro muito mais, não me permitindo uma chance sequer de recaída. 

Sim, perdoei e seguirei meu caminho sabendo que estraguei uma festa. E saber que em resumo tudo se resume a poucas palavras, como inveja e despeito, quando deveria dar lugar a alegria e felicidade.. 

Eu, na cabeça de quem festejava minha ausência, não merecia ganhar nada, como se eu fosse, por analogia, o filho pródigo, ou o José, do Egito. Sirvo-me de duas figuras bíblicas que não se enquadram em mim. Apesar de tudo, sou eu quem pede desculpas. Compreendo que a mentira, a farsa, nos afasta e a mentira não reside dentro de mim. Minha vida é um livro aberto, com algumas páginas arrancadas.

Compreendo que é difícil estar próximo de alguém que conhece o que é disfarçar, manipular, arrumar justificativas, já injustificáveis, e continuar abraçando a mentira. Posso ver as lamparinas da alma de outras pessoas. E, mesmo vendo um monte de erros, em uma comédia de enganos, em minha aventura errante, é impossível não perceber a razão da fuga. Um dos males da mentira é este: ela, a mentira, afasta. É como a negação durante o vício e isso não acontece apenas com adictos, mas é frequente em pessoas que se viciaram na mentira. 

Posso olhar nos olhos de qualquer pessoa. Posso andar de cabeça erguida, sentindo-me leve e sem pesos na consciência, sem o distintivo da farsa. 

É como um vício e como um vício deve ser compreendido. Compreendi e perdoei e não me julgo vencedor, nem merecedor de nada, mas assim está escrito. Entreguei minha vida e minhas vontades a Deus e ele é pai, não é padrasto. 

Jogar a toalha, cessar a luta, parar de brigar contra moinhos de vento é a verdade que os cegos do "castelo" não querem enxergar. Se enxergarem viverão melhor, sem pesos, sem aquelas sensações de dor íntima, pessoal, intransferível... Eu voltei, é verdade. Não era para ter voltado, mas voltei. Resta a quem não aceita, jogar a toalha, abrir a mente, ter boa vontade e agir honestamente. Já fiz isso...

Largar o vício da mentira parece ser tão difícil para mitômanos. 

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