Há poucos instantes senti um desejo mais intenso de voltar a fumar, de acender um cigarrinho, de dar uns tragos. Há um vazio dentro de mim que preciso preencher e vou tentar fazer isto.
Ontem fiquei pensando um pouco sobre esta sensação que muitas codependentes devem ter de se julgarem trocadas pela droga e eu não acho que exista uma troca propriamente dita. Então eu me perguntava o que é que a droga tem que a mulher não tem?
Evidente que a mulher, esposa, companheira, parceira, deixa um vazio na relação. Não é uma troca, é um complemento. Em algumas situações pode se configurar uma troca, como se a droga pudesse vir a ser uma amante. Se fosse, realmente uma troca, o homem buscaria outra mulher e não algo inanimado. Não sou expert em nada, se eu entendesse de mulher como gostaria seria um Casanova, um Rasputin, um D. Juan, ou um Belo Antônio, e não sou nada disso. Contudo não me queixo da sorte.
O grande lance é que a mulher quer exclusividade. Depois de estar usando o cara começa a manipular e a inventar coisas para fazer por ai. Arruma sempre alguma coisa pra fazer longe da mulher e pode acontecer a situação inversa, de uma mulher assim proceder com o marido, mas ai as coisas ficam mais complicadas de se compreender porque o universo masculino e feminino, na inversão de papéis é algo muito complicado de se entender. A cabeça de um homem, creio, é bem diferente da fêmea... Devo aceitar que em certos casos tem os que se assemelham mais às mulheres, de tal modo, que se imaginam como sendo uma mulher.
O que percebo mesmo é uma complementação, é a busca de aventura, é a adrenalina, é a sensação de se sentir jovem outra vez e essa sensação leva muito idoso a imaginar viadagem, o que não tem nada a ver. Se as drogas, exceção da maconha, dessem apetite sexual pra valer, muitas garotas teriam sido mesmo trocadas. A droga também compõe um quadro de loucura que me parece ser algo que o adicto considera necessário em uma relação e esta loucura deve ser produzida pela mulher. Infelizmente o papai x mamãe vira feijão com arroz e a mulher deve improvisar. Confesso que sou incompetente nesta complementariedade. Eu gostaria de ser aquele cara que se diverte, que tem mil fantasias, que desperta a mulher para o sexo, que faz teatro antes de trepar, de buscar excitação e adrenalina com essas fantasias. se minha mulher viesse, de repente, com uma fantasia qualquer eu não iria gostar. Outros caras até gostariam. No fundo sou inseguro e eu bem sei porque um homem tem que ser inseguro... isso eu sei direitinho. É aquela máxima de não tem mulher difícil etc e tal que irrita muita mulher, mas é assim que funciona esse basquetebol sexual da vida. Quem quiser que dê vacilo. Não é à toa que a maioria dos homens se sente inseguro.
Mas eu sei que quem estiver me lendo vai querer encontrar alguma novidade. Só uma mulher pode saber criar novidades para entreter o marido. Mas qualquer tentativa vai ser inútil se o cara estiver na dependência química que já não o deixa raciocinar bem e que o deixa em completo estado de insanidade. O que sei é que, estando em recuperação, uma mulher pode ajudar muito o marido, saindo, frequentando cinema, debatendo filmes, dando vida cultural e entretenimento e, sobretudo, fazendo sexo de modo mais gostoso, dando umas mexidinhas novas, se soltando um pouco mais, enfim, podem não gostar do que irei dizer, mas a mulher tem que ser uma puta na cama. Tem que ser como se fosse uma. As putas são fantásticas em fazer com que um homem se sinta o maioral de todos, o melhor, o máximo. Até inventam gozos espetaculares deixando o cara se sentindo o superman.... kakakakaka. Todo homem e toda mulher são inclinados a acreditar em algumas mentirinhas que só fazem bem ao ego. Falo das mulheres da vida da minha mocidade. tinha uma gaucha, em um castelo que ficava num lugar chamado de Gameleira, que durante o ato sexual me pedia para gritar : "Minha Puta!". Eu ia gritando timidamente e ela dizia: MAIS ALTOOOO! Ia alteando, até ela dizer é pra gritar mesmo. Eu era rapazote e então gritava e ela pedia, grite mais, e eu gritava e ela entrava naquele frenesi de quem está para gozar e ela parecia ter um gozo tão sensacional que eu saia do brega me sentindo o mais macho de todos os machos. Até hoje não sei se a gaucha fingia, ou se ela gozava de verdade com meus rídiculos gritos de MINHA PUTAAAAAA! Quanta bobagem um homem faz por conta de uma xereca.
O que eu penso, particularmente, é que a mulher tem que ser o "meu bem, meu mal' e tem que ter o lado que deve corresponder ao da droga. O problema é como fazer isso. É como achar a fórmula da loucura. Será que alguma mulher codependente já experimentou fazer seu homem gritar e ela, de repente, ter um gozo fenomenal?
Uma coisa estou certo: não é uma substituição, ou troca, é uma complementação. Homem, vocês bem sabem, se jogam aos seus pés quando apaixonados e dependentes. Então, penso eu, encarem a droga de frente e retomem seus espaços.
Acho que sou um péssimo conselheiro, mas reconheço meus componentes de loucura. Na cama, não dá pra trepar com sobriedade, nem com serenidade, ficaria tão esquisita a relação.
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