domingo, 11 de setembro de 2011

Balanço das horas

Já superei tantas coisas na vida, mas, faz algum tempo que me ocorreram alguns lances que, por mais que eu tente, não consigo desprender do pensamento. Por terem sido acontecimentos desagradáveis, a memória seletiva deveria ir amenizando a gravidade que emprestei aos fatos enquanto a borracha da tal seletividade cuidaria de ir apagando certas coisas da lembrança. Este é um outro aspecto doloroso da doença que tenho que resolver, equacionando tudo, procedendo uma arrumação digna de mim mesmo. 

São quatro meses limpo e o balanço que tenho a fazer é de que eu tenho lutado e vou estar lutando até as coisas se abrandarem. Entendo que se estivesse sendo melhor assistido talvez meu progresso fosse menos nocivo. Digo nocivo, ao invés de doloroso, embora seja ambas as coisas juntas, pois toda vez que procedo como um primata, daqueles que só comiam bananas, termino me contestando. Antes eu era apenas nocivo em função do uso, hoje não uso e, vez em quando ainda sou "nocivo", hostil. Contudo, na maior parte do tempo sou muito tranquilo e mesmo quando digo que sinto-me "nocivo" é por ter feito algo que não deveria ter feito. Palavras impensadas, mal postas, podem ferir outras pessoas, do mesmo modo que me sinto atingido quando sou o receptor de palavras impensadas. Sinto-me abatido, mas não estou vencido de modo algum. É sem chance para drogas. Tenho que agradecer ao meu PS por segurar minha barra e me fazer forte, resistente, sem perder a ternura. Que eu consiga fazer voltar meu bom humor e que esta sensação que começa a brotar cesse. Tenho alguns temores, mas estes temores, como diz na canção, podem nascer do "cansaço e da solidão". Vou devagar, mas vou e vou com calma. Pra quem me achava derrotado eu não dou chance nem para o cigarro. Permaneço limpo!

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