quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Só sei que nada sei"

Li, faz algum tempo, que muitas vezes imaginamos conhecer todas as respostas, ai vem a vida e muda todas as perguntas. Quem sabe tudo não sabe nada. Talvez o fato de sermos eternos aprendizes tenha levado Sócrates àquela sentença que reza "só sei que nada sei". Verificando dados estatísticos parece que os adictos vivem numa roda-gigante, num eterno sobe e desce, girando até chegar o momento de pegar a pista. Os ensinamentos de Alcoólicos Anônimos, da sua literatura, que serviu de espelho para o NA, contem muita sapiência. O despertar espiritual parece algo simples e é mas não chega num simples estalar de dedos. 
Literatura é sempre uma surpresa. Com uma certa idade um simples conto de fadas nos revela uma mensagem superficial, mas, com o passar dos anos, relendo o que julgamos ser "água com açúcar" verificamos muito mais coisas. Tenho uma amiga, Dorothy, cuja história de vida se encaixa na história do mágico de Oz por isso é que a chamo de Dorothy. Na vida real existem tantas gatas borralheiras, tantas cinderelas, bruxas, mulheres invejosas, um lobo mau, uma inocente chapeuzinho, uma Rapunzel, dificil é arrumar sete anões, mas até estes seres podem ter uma outra significação. Muitas vezes é necessário transceder, ir além, viajar na estória e verificar o quanto guardam em sabedoria que desdenhamos. 
Há, em o Pequeno Príncipe, muitos lances adultos, muitas analogias, alegorias, relações de dependência e até codependência. A Bíblia não canso de ler e cada vez que leio há novos ensinamentos a extrair da leitura. As leituras da literatura do AA e do NA é assim, sempre trazem algo novo que julgávamos compreender. Pura ilusão. Tenho que ter a mente aberta, humildade para reconhecer isto com boa vontade. Antes dessa minha recaída, que considerei muito mais uma queda moral do que qualquer outra coisa eu escrevi coisas que indicavam exatamente a possibilidade de recaída e fiquei preso à síndrome do confinamento. Fui descuidado, desprezei leituras, achei que sabia demais. Enfim, errei. Agora é prosseguir minha jornada diária procedendo revisões e, ainda assim, sei que não estou livre de recaídas.
Tenho que aceitar as agressões de presunçosos, analfabetos em adicção e em codependencia, porque acham que sabem tudo e acham que adicção é descaração. Hoje compreendo muito mais o amor e a vaidade humana e sei que, muitas vezes, a vaidade se sobrepõe ao amor e passa a ditar absurdos.


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