Sempre que algum companheiro cai me lembro de um trecho de um folheto de NA, que também faz parte do livro azul. Não me canso em repeti-lo e sugiro a leitura do mesmo na íntegra pois tem gente que imagina a recaída como um fim de mundo e não é por ai. Quem está próximo do recaído deve ter compreensão e sei que não é fácil um codependente manter-se sereno diante do que eu considero, para mim, pois falo de mim e por mim, uma "grande decepção" . Hoje o dia poderia ter sido todo de tristeza. Hoje, só hoje, soube que um amigo, adicto, limpo, morreu de uma doença que atingiu o fígado. Ouvi o relato triste... Mas, logo depois tive a felicidade de rever um companheiro de quarto de VS, onde nos conhecemos. É um irmão que me trouxe alegria e que está limpo, dando exemplo. Através dele soube da conquista de um outro companheiro. A vida é assim, tem seus altos e baixos e feliz daquele que tem do seu lado uma companheira forte, que luta e sofre, mas chega junto, estende a mão, desabafa e aconselha e sabe ajudar o cara a se levantar. São mulheres valorosas... Mas vamos ver o texto do NA que julgo importante ser lido por quem quer refletir sobre recaída e recuperação:
Embora todos os adictos sejam basicamente do mesmo tipo, o grau da doença e o ritmo da recuperação diferem de indivíduo para indivíduo. Às vezes uma recaída pode estabelecer a base para uma completa liberdade. Outras vezes só é possível alcançar essa liberdade através de uma vontade inflexível e obstinada de ficar limpo, aconteça o que acontecer, até passar a crise. Um adicto que por qualquer meio consegue superar pelo menos por um tempo a necessidade ou o desejo de usar drogas, tem livre escolha sobre seus pensamentos impulsivos e ações compulsivas.
Atingiu um ponto que pode ser decisivo para a sua recuperação. Às vezes esse é o ponto crítico da sensação de verdadeira independência e liberdade.
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Faz alguns dias que deixei de ler os blogs que sigo. Precisava me dedicar a algumas atividades diversas. Estava me sentindo preso. Hoje, contudo, fui ver as novidades e algumas não foram boas. Quando alguém cai em me vejo. É como se o caído fosse eu mesmo. Então o que eu desejo é que a queda não signifique fracasso e que as pessoas de fé não desistam nunca. É possível viver e ajudar o próximo como a nós mesmo. No momento da queda a mão amiga e companheira devem estar unidas. Não é momento de sermões, nem de desespero. Amigos, familiares, codependentes, nunca abandonem quem quer que seja nos tempos atuais. Houve avanços fantásticos na civilização, mas o gênero humano ainda é semelhante àquele que habitou este planeta há milhares de anos atrás. Ainda somos uma humanidade ridícula, que proíbe a briga de galo e promove a briga de boxe entre humanos. Somos seres bastante interessantes: enquanto o IBAMA e milhares de pessoas defendem os animais, nós, os humanos, aceitamos grupos de extermínio, outros defendem a pena capital, outros internações em centros de torturas... Será que o que existe de humano em nós está em fase de extinção? Se tiver um tempinho olhe pra dentro de si mesmo e pense na indagação. Veja se não lhe parece que quase tudo está fora de ordem e o mundo bagunçado demais.
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