Tive muitos codependentes, mas um incidente afastou alguns deles de mim. Hoje, depois de andar buscando me inteirar sobre essa modalidade de comportamento, ou de conduta, busco não me chatear como antes. Querem ajudar e complicam, gostam, misturam sentimentos conflitantes, mas, no fundo desejam o melhor para seus respectivos adictos. Mas meus codependentes parecem melhor, apenas me indicam, cada um deles, um médico psiquiatra diferente para me consultar. São figuras bem interessantes e, no auge da codependência, chamam o psiquiatra de doido e o tarja preta de remédio de maluco. Tantas vezes fui doido e maluco e continuarei sendo na imaginação dos meus familiares de temperamento mais exasperado. Hoje eles me divertem. O interessante é que, independentemente dos rótulos, eu gosto dos psiquiatras porque acredito neles, porque é um campo extraordinário de estudo e porque cuida da mente e nos diminui a carga de sofrimento. Também gosto porque são médicos, como são os clínicos, dermatologistas, obstetras, ortopedistas, endocrinologista, pneumologista, urologista e todos os demais "istas" que as Faculdades de Medicina formaram para cuidar das nossas saúdes e buscar curar nossas doenças. Então não tenho preconceito algum em relação a estes profissionais. Um tarja preta é uma droga, mas é uma droga que sendo bem administrada me ajuda, me deixa melhor.
Hoje estive me consultando com um psiquiatra especializado em DQ. Já havia iniciado com ele meu tratamento ambulatorial, quando, meus codependentes, que são leigos em DQ, me conduziram a uma clínica muito doida no interior de São Paulo. Infelizmente eles fazem parte do grupo dos desesperados, alucinados, que no auge da própria incompetência de lidar com seu adicto, imagina que clínicas são "o caminho, a verdade e a vida" e isso me lembra o clichê de " só Jesus salva" e o pior é quando a clínica se mostra com um pastor à frente dela. Procedida esta alfinetada devo dizer que minha consulta foi ótima. O médico psiquiatra me achou muito bem, continuarei a ser cuidado por ela, mas pouco me importaria de juntar uma porção deles para me ajudarem a vencer algo, cujo segredo mora dentro de mim. Voltei "light", da rua. E esqueci os blogs, sph, e fiquei me distraíndo com velhas fotografias, que carecem de restauração e retoques, outras quis colorir, tirando o velho preto e branco das mesmas. É um ótimo passatempo. Depois o noticiário estava recheado de noticias que fugiam do lugar comum e da mesmice. O dia amanhece e resolvi escrever algo que justificasse minha improdutividade, só por hoje. Devo explicar que fiquei feliz e, só por hoje resolvi fazer algumas coisas diferentes. Desejo a todos um bom dia e mais 24 horas de sobriedade. Quando acordar - escrevo deitado na cama - tentarei revisar o que escrevi. Mais um dia limpo. Só por hoje resta um dia para fechar meus três meses limpo, cristalino, transparente, sóbrio, virtuoso, humilde, de mente aberta, pautando minha conduta com honestidade e bom humor e aceitando codependentes de modo afetivo-carinhoso. Já os compreendo, ao menos um pouco mais. Meu tratamento eu mesmo vinha praticando, revendo antigas lições, lendo, relendo e aprendendo a não errar, mesmo sabendo que errar é humano.
Parabéns amigo pela conquista....!!!!
ResponderExcluirPois é, não estou muito afim de revisar,pelo menos por enquanto. Esse texto parece psicografado. Faltou ilustrar!
ResponderExcluir