quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Clínica Casa de Recuperação fechada por suspeita de tortura e cárcere - mais PASTORES!!!

A Arca lembra o cenário de um filme de terror. No local não existe a menor condição de higiene. Nas paredes, cartazes ameaçadores, como “O castigo cura a maldade e melhora o caráter”. Escondidos em cantinhos, acham-se papéis escritos com o desabafo de pessoas desesperadas. Fragmentos de diários trazem revelações angustiantes, como: “Não sei onde está a vida boa que a Bíblia diz que Deus prometeu. Aqui só tem maldade e castigo.” Ou ainda: “Graças a Deus, consegui ficar mais um dia sem comer.”

Na instituição, policiais apreenderam cassetete, correntes, chicotes e cadeados, supostamente utilizados para torturar os internos. No local, há um quarto escuro, com grades e correntes. O delegado Edemundo Dias, titular da Decon, conta que o cômodo é chamado pelos pastores de UTI Espiritual. “Nessa UTI Espiritual, os pacientes relatam que eram acorrentados nas grades e ficavam dias no escuro, de castigo. É uma situação absurda, um problema de segurança pública. Não se pode forçar a cura de ninguém dessa forma criminosa.”


INTERNOS RECEBIAM ALIMENTOS VENCIDOS

O delegado ressalta que está  em greve, mas atendeu ao pedido do MP e da Vigilância Sanitária Municipal devido à gravidade das denúncias. “Um ex-detento, que hoje é pastor, esteve no local e ficou horrorizado com as condições desumanas a que as pessoas eram submetidas. Ele, que não quer ser identificado, fez a denúncia ao Ministério Público, que nos procurou. Fomos ao local e comprovamos a veracidade das denúncias.”

Edemundo explica que a Decon tem parceria com a Vigilância Sanitária, por isso esse caso foi encaminhado para a especializada. Os policias encontraram alimentos vencidos e estragados na despensa, que seriam utilizados para alimentar os internos. A missionária Raulina Almeida alegou que não tinha conhecimento das torturas.

 “Quem cuida de tudo é o pastor Otacílio, que é voluntário”. O pastor Otacílio Borges admitiu os maus tratos e disse ao delegado que só usava violência “em situações extremas”.

O delegado diz ainda que a Arca não possui alvará de funcionamento e também mantinha juntos dependentes químicos, alcoólatras, doentes mentais e dois menores de 17 anos, sem qualquer tipo de tratamento médico ou psicológico. No local também foram apreendidos medicamentos de faixa preta, sem receita médica. Edemundo Dias conta que as medicações eram usadas para manter os pacientes dopados. “Mas sem nenhuma indicação médica. Eles davam remédios fortíssimos, sem acompanhamento médico.”

Raulina e Otacílio serão indiciados por maus tratos, cárcere privado, constrangimento ilegal, além das irregularidades administrativas, como a falta de alvará de funcionamento da instituição. O delegado Edemundo ressalta que eles poderão ser apenados com até 15 anos de reclusão. (M.J.S)



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