sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Refazendo a vida

“Hoje tenho vida. Respiro, durmo, sinto calor, frio, raiva e felicidade. Tudo é novo para mim. Até então, não tinha conhecimento dessas coisas”, avalia Mel(*), 30 anos, após cinco meses de abstinência e 90 dias de alta na Uniad. Mãe de três filhos (11 meses, três e sete anos), foi usuária de maconha, cocaína, crack e outras drogas durante 16 anos, 12 deles dedicados diariamente ao crack.

Sem recaída, Mel se orgulha de dizer que é a única limpa da primeira turma de internos da clínica. “Agora consigo ser mãe”, resume. Porém, observa que os filhos mais velhos já apresentam  comportamento de dependente. “Eles são compulsivos e obsessivos. Quando querem algo, manipulam, esperneiam, berram, fazem qualquer coisa para ter o pedido atendido, como o dependente químico”. Mel acredita que agem assim porque fumou maconha numa gravidez e crack na outra. 

A menina de sete anos faz tratamento psicológico e participa com a mãe das sessões do NA e das consultas no Caps. A jovem conta que quando usava drogas fazia tudo que os filhos queriam. “Agora, imponho limites”, compara. Com a auto estima elevada, Mel reconstrói a vida, apesar de conviver com codependente na família. Ela acredita que o acompanhamento psicológico e psiquiátrico e os 12 passos oferecidos na Uniad foram fundamentais para que reconhecesse que é portadora de doença incurável. “Aprendi que preciso observar meu comportamento o tempo todo para evitar a recaída”. Na sua opinião, o governo deveria investir na prevenção das drogas e álcool e na ampliação de clínicas gratuitas como a Uniad. Mel está tão grata e satisfeita com o tratamento que em 2010 pretende fazer curso de acompanhamento terapêutico e trabalhar na área de dependência química.

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