quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Deixando a marca da negligência para trás

Não me iludo quanto às iniciativas voltadas a estancar o progresso dessa chaga social que o crack representa e expõe, como ferida que custa sarar. Merece, contudo, aplauso toda e qualquer iniciativa que busque redimir nossa negligência passada, pois víamos esta droga infernal com o mesmo olhar de descaso com que víamos os miseráveis, que formavam guetos denominados cracolândia. 

Passamos a nos preocupar com a questão a partir do momento em que ela penetrou nas demais camadas sociais, de baixo para cima, formando a piramide social da degradação a que chegamos e que não podemos acusar, nem o ex-presidente Lula, pois foi ele quem iniciou o combate efetivo ao crack, de fato e de direito, adotando  iniciativas que visam romper com a negligência de sucessivos antecessores seus, nem  o governo da presidenta Dilma Rousseff, vez que vem cumprindo o que prometeu. 

Não pretendo imaginar que ocorram mágicas neste campo porque a Nação não possui a estrutura necessária para o enfrentamento desta questão que se tornou complexa e  epidêmica. 

Não vai ser fácil, pois o efetivo policial, em todas as esferas, é insuficiente para combater o tráfico, já consolidado em quase todos os municípios brasileiros; seria necessário um verdadeiro exército popular de enfrentamento e desintimidação, com a consequente prisão e desbaratamento da rede de propagadores das drogas. É complicado!

No campo da saúde também seria necessário um enorme contingente de profissionais, de diferentes áreas,  para assistir, não apenas aos usuários, mas as suas respectivas famílias. Dai entraríamos no terreno da educação, da assistência social, da sociologia, da antropologia, dos grupos de auto ajuda, e de toda sociedade organizada que, de modo equilibrado, daria sua cota de contribuição. Pelo visto não é impossível, mas é uma tarefa que requer um volume enorme de despesas. 

Resolvi escrever de modo bem superficial. Entendo que toda contribuição que vise minorar o problema das drogas, já merece aplauso; o que não podemos é continuar ignorando a existência de um grave problema e partirmos para encontrar as soluções cabíveis, deixando a marca da negligência para trás. Sem medo e com inteligência, é possível mudar muita coisa.   

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