Hoje, só por hoje, percebo que algo me deixou fora do tom. Dei inicio a meu tratamento ambulatorial. Antes de inicia-lo, mediante contato com um professor da Faculdade de Medicina e seus respectivos alunos. Algo me deixou impaciente e um pouco nervoso, em cota controlável e administrável, sem necessidade de uso de medicamento. Talvez isso tenha me acontecido por causa de um papo que minha codependente estava mantendo com uma outra codependente. Deram para conversar sobre igreja, a mesma igrejinha que eu, adicto em recuperação, passei a detestar por entender que ela é a cara do E.M. dando aula em um determinado vídeo, que ficava exposto no youtube. Igreja festiva, cheia de hipocrisia, que o próprio Lutero, Calvino e outros reformistas condenariam se estivessem vivos. Igreja de sabichões. Na verdade nunca gostei dessa modalidade de Igreja que vive debatendo a virgindade da santa, que questiona a "adoração" de imagens e outros papos sem a menor relevância. Papo para entreter "trouxas". Detesto o fanatismo com que adeptos dessas igrejinhas passam a se comportar, raras exceções. Isso foi um acontecimento que modificou meu humor: ver minha codependente como uma droga fanatizada por uma droga de fanáticos! Alie-se isto ao atraso no atendimento. O dia estava sobrecarregado. Vi muita gente sendo atendida. Gente de diversas faixas etárias e de classes sociais diferentes. Todos com um mesmo problema e todos querendo se ver livre das drogas. Entrei na sala de aula desconfortável, externei meu sentimento mas não tentei justifica-lo. Sai e, depois do papo da igreja a codependente parece que havia me injetado uma droga chamada nervosismo, em dose minuscula. Eu desejava que este dia fosse todo ele um dia alegre e ainda escrevo sob o impacto de bobagens. Eu credito essa minha irritabilidade com a tal da "igrejinha", conforme a denomino, por conta de um diabólico pastor, que nada mais era do que uma droga travestida de religiosidade. Então a figura abominável do pastor, dono de clínica, me desestabilizou o humor, funcionou como uma droga, pois alterou minha psique. Dai veio a sensação incômoda de ter que esperar cerca de duas horas um atendimento. Não adiantava oração da serenidade, mas soube me dominar. Já disse que é sem chance para drogas, mas elas se apresentam sob diversas formas e maneiras e a doença é traiçoeira. Então hoje aprendi o quanto é importante saber me dominar e segurar o lelê, na boa. Fui ao shopping, onde almoçei. depois fui ao dentista e, dai fiz um lanche para retornar pra casa de onde escrevo este post que é muito mais uma partilha. Tenho metas e planos que não podem se realizar como num toque de mágica. Não parei de sonhar. Estou vivo, só por hoje. Sabe, a última coisa que eu desejava a alguém intimo era ficar nessa conversinha de "igrejinhas". Sinceramente, não consigo me ver nessa onda lunática. Não quero debater sobre religião. Sei que existem os bons e os maus exemplos, os bons e maus caracteres. Já me imaginei usando bandana de pirata e colocando uns adereços diferentes pelo corpo, como anéis de caveiras... ficaria ridículo. Pois é como se a esposa estivesse trajando vestes desta natureza. Eu mudei tanto e eu acho que ela pirou... O que fizeram com a cabeça dela? o que ela deixou que fizessem com o pensamento dela? porque se permitiu essa manifestação horrorosa que funciona como uma mutilação na alma de alguém? Entrego ao meu Poder Superior e peço muita paciência dentro de mim para segurar mais essa droga que me apareceu na vida e que eu não posso mudar e tenho que aceitar, esperando que ela mude por conta própria. Sim, eu sabia que ela andava indo numa igreja, acreditando... Ela é capaz de acreditar em macumba, umbanda, espiritismo e o diabo a quatro, basta colocarem minhocas na cabeça dela. Se alguém, algum dia, me pegar lendo horóscopo, pode dizer pra mim, que estou com a mente fraca. Eu vi e senti uma mulher fraca e olhando para ela, senti minha fraqueza: era como se eu estivesse lendo horóscopo. Só por hoje é hora de acordar, há males bem piores.
Blog dedicado aos adictos que não querem morrer nas garras da adicção e a todos aqueles que vivenciam e vivenciaram problemas relacionados com dependência química. É mais um espaço independente, aberto para codependentes, membros das irmandades A.A., ALA-NON, N.A. NAR-ANON, profissionais da área de saúde e outros grupos de auto-ajuda. É destinado a quem vive um dia de cada vez. Só Por Hoje é nosso lema!
Assinar:
Postar comentários ( Atom )
Nenhum comentário :
Postar um comentário
soporhoje10@gmail.com