Poxa, estes últimos dias ando bem ocupado. Hoje cortei o cabelo. Não é uma questão de vaidade, mas de cuidar de mim, vez que andei muito pouco preocupado com minha aparência. Verdade: agora ando preocupado como vou me "exibir", "aparecer", "me mostrar" (palavras da minha infância que tinham um cunho pejorativo, mas é esta a sensação que me vem à cabeça quando vou sair). Tenho que me mostrar de um modo que não é novo, mas antigo, de antes da drogadição. Um antigo renovado. Roupa, sapato, cabelo, unhas cortadas, ligeiramente perfumado... Faço isto, na verdade, por mim, como um desafio, vez que sou muito mais a essência do que a aparência. Compreendo o quanto é importante saber se apresentar em público, ou em lugares públicos, de modo decente, sóbrio e, de certa forma, elegante e simples. Não posso mudar a cabeça das pessoas. Estava com a cabeleira em um estado que eu já reprovava. Na drogadição não me preocupava sequer em fazer a barba. Faço sempre, nessa minha recuperação. Tive, evidentemente, uma noite de provação difícil por conta de uma certa crença religiosa. Creio em Deus, no Deus que, quase todas as religiões afirmam,"nos criou à sua IMAGEM e semelhança". Esta pequenina frase representa algo de muito importante, enquanto argumento, para os que vivem falando que não devemos "adorar imagens". Eu adoro pessoas que nunca vi através de fotografias. Eu tenho ídolos e ícones e são todos humanos. Uso camisas contendo foto de, por exemplo, Che Guevara. Então eu adoro o meu próximo, adoro meus semelhantes, adoro os seres humanos e por adora-los posso ter em minha casa uma miniatura de qualquer imagem, indispensável é a de Cristo. Para recordar de determinados santos posso comprar alguma imagem e guarda-las em casa. O que importa não é a imagem em si, mas a fé que cada um tem dentro de si. Posso ter uma foto de Jesus Cristo guardada em qualquer lugar. Ora, se DEUS nos fez a imagem e semelhança dele, por que haveria de execrar esta obra fenomenal do criador? Discutir a virgindade de Nossa Senhora acho um desrespeito. Não vou contar aqui e agora, só se houvesse algum pedido, a historia de uma criatura que engravidou virgem, teve um filho e continuou sendo virgem. Eu fui o único cara que acreditou nesta mulher e apostou na virgindade dela e ganhei no final. Era uma mãe VIRGEM. Se alguém quiser saber como, posso contar, mas nada tem a ver com drogas. Então essas discussões infrutíferas dos reformistas que já não são os mesmos dos tempos de Lutero, Calvino e outros, me parecem descabidas. Se eu fosse um sujeito rigoroso pregaria o evangelho de CRISTO. Começaria dizendo aos que vivem do dizimo dos pobres que deem a CESAR O QUE É DE CESAR e a DEUS O QUE É DE DEUS. Isso ninguém quer fazer. Mas essas "religiões" distanciadas dos propósitos dos seus fomentadores estão por ai, em cada quarteirão existe uma e até mais de uma, como o tráfico também. Uns prometem a salvação, os outros a destruição e ambos convivem lado a lado. Faz um bocado de tempo que não frequento qualquer igreja e não sou contra que quem quer que seja frequente, apenas peço a quem vive perto de mim que mantenha seu senso reflexivo e crítico vivos. A religião católica, em minha vida, muito me ensinou depois que passou a ser celebrada em português do Brasil, não mais em Latim, pois nada entendia, salvo as frases que poderiam ser consideradas verdadeiros clichês. Não estou sendo intolerante, mas descrente com certas religiões que absorvem para si inúmeras pessoas de bem. O fato de ver a mulher falando como se tivesse sofrido uma lavagem cerebral me deixou atônito e eu fiquei muito triste. Já fiquei bom. Ontem não deu para ler quase nada. Postei o que podia. Fiquei até as quatro da madrugada em atividade, pensando em escrever, mas todo dividido, fazendo arte com fotografias, retocando imagens, pensando em outros blogs e em outras atividades. Enfim, estou voltando e voltei com dois blogs que sigo enfeitados com o perfume de mulher, com poesias do gênero que nos deixa embasbacado. Escrevo sempre de improviso e não sou de revisar nada. Quando posso reviso, mas, de modo geral não tenho tempo. Tenho que ler muito, tenho que ter pressa pois tenho que dar conta de tantas coisas que ninguém pode imaginar.
Poxa, escrevi tanto para dizer que conheço muitas manifestações da adicção, dessa doença traiçoeira. Bem sei que a minha recuperação é como subir uma ladeira íngreme. Não é fácil, dá cansaço, da trabalho, muitas vezes falta folego. O caminho da recaída é descer esta mesma ladeira. É fácil recair. Então sei que minha tarefa é difícil, mas o sabor de chegar ao topo da ladeira que conduz a sobriedade não tem preço. Então tá, estou firme na luta, em bom estado de saúde e vivendo só por hoje. Quando arrumar uma folga escrevo algo que seja interessante. Por hoje eu vivo só por hoje. Minha meta traçada para este dia foi concretizada e meu sentimento é de paz.
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