O que será que será que tá dentro da gente e não devia?

Muito chato escrever de improviso como se fosse algo obrigatório, como um dever de ofício.Não pretendo colorir o tom das minhas palavras com o matiz do desabafo, mas, no fundo, o que me move a alma é uma certa necessidade de expurgar alguns sentimentos que me causam desconforto, que geram em mim sensações desagradáveis e que me tiram o foco da minha recuperação. Tenho que ser bastante compreensivo e equilibrado com as pessoas que estimulam fuxicarias, por falta do que fazer, pelo gosto de falar mal. Não concebo este tipo de situação ocorrendo comigo, mas que fazer com os mexericos das candinhas e candinhos? Entreguei minha vida e minhas vontades ao meu poder superior, tanto no plano vertical quanto no horizontal. Uma vez me indagaram como é que eu concebia meu poder superior vertical e eu disse como a nossa imagem e semelhança, tal qual o seu único filho, Jesus Cristo. No plano horizontal, este meu Deus se amplia nos grupos terapêuticos e de auto ajuda, como NA e AA... através dos amigos e de tudo que me proporciona bem estar, de modo que, dar importância a pessoas do leva-e-trás, das tricas e das futricas, seria como retomar, para mim, aquilo que, de coração, entreguei a Deus. Seria permitir que um poder maior, destrutivo, se manifestasse e é preciso ter muito cuidado com as retomadas, pois minhas vontades só me conduziram para ações desastrosas. Lí, o post de uma blogueira, que posso considerar como uma amiga virtual desconhecida, que versa sobre o poder superior, da crença e de momentos de descrença, das nossas vacilações e eu achei engraçado saber que ela bate papo com Deus. Eu oro e, vez em quando, me sentindo aflito, abandonado, solitário, angustiado, chamo pelo santo nome. Em dados momentos eu me pergunto o porquê de certas coisas me acontecerem e me vem a imagem de Cristo, crucificado, em um momento doloroso, indagando ao pai o porquê dele ter sido abandonado em momento de tamanha dor: "Pai, porque me abandonaste?". Foi uma vacilação na fé? Não sou teólogo para responder, embora já tenha cursado a matéria teologia, que me foi de muito pouco proveito, mas tudo vale à pena, como vaticinou Fernando Pessoa, se a alma não é pequena.  Então pensei nela e no que ela chama de EX, quando eu acho que há, entre ela e o tal EX algo muito forte. Impossível dissociar a vida de uma pessoa que esteve entrelaçada com a vida de uma outra pessoa.  Acontece em situações que fazem do amor o seu antônimo. Sabe, muitas vezes eu me indago se na minha vida eu tivesse uma mulher equilibrada, que não fosse briguenta, que tivesse o grau de compreensão dela, acho tudo teria me acontecido de modo diferente. Sei lá, ai eu já caio no terreno das comparações e das adjetivações. Bem, enfim, não sou um beato de NA, nem de AA, não pretendo cair na teia do fanatismo. Acho que não devo ser conformista nem preciso ficar jogando a culpa de tudo sobre minhas costas, me colocando no cadafalso para que alguém me ponha uma corda no pescoço. Quero voltar a ser um sujeito normal e levar minha vida como se tivesse tomado uma pílula para esquecer a drogadição e contar com a ajuda amadurecida dos seres dotados de uma compreensão superior, que não seja a visão rasteira das pessoas que fazem da fuxicaria o seu trajeto de vida, deixando para nós, adictos, a sensação de seres rastejantes e peçonhentos. Que Deus dê a estas pessoas o perdão, pois elas não sabem porque odeiam e não sabem porque fuxicam, apenas gostam. É uma opção de vida. Fazer mais o quê senão orar, em silêncio, com a minha consciência, ao meu poder superior para que continue me ajudando nessa minha trajetória dura da recuperação permanente. Bem, estou cansado no momento e indisposto para fazer revisão de texto. Vai ficar do jeito que está e, se você, companheiros e companheiras, me compreenderem, me façam o favor de perdoarem meus erros, sejam eles de que ordem for. Que Deus zele por todos nós !