quarta-feira, 27 de julho de 2011

UMA COISA QUE NÃO HERDEI DO MEU PAI FORAM MEUS VÍCIOS

Hoje decidi dar continuidade à leitura de alguns livros. Haviam vários a escolher e optei por "EU SOU OZZY". O livro dele me surpreendeu, tanto quanto "Verdade Tropical" de Caetano Veloso. São livros auto biográficos, repositórios de lembranças e, ambos, causaram-me surpresa agradável, porque foram felizes nas abordagens de suas respectivas lembranças e muito bem redigidos. O de Caetano eu esperava inúmeras divagações e fugas temáticas, o que não aconteceu. Ozzy eu esperava fosse um livro de um cara que tem "má fama" para o "cidadão civilizado". Caetano não é, como se julgava, um usuário de drogas, conforme confessou. Ozzy, contudo, fez uso de diversos tipos de droga chegando a experimentar a heroína, mas, felizmente ele não gostou. Dentre frases interessantes que ele escreveu destaquei a que ele diz:
"UMA COISA QUE NÃO HERDEI DO MEU PAI FORAM MEUS VÍCIOS"

Seu pai, John Osbourne, dizia ao mesmo, após algumas cervejas, que um dia ele seria um sujeito importante e complementava da seguinte forma: "Ou você vai fazer algo muito especial ou vai acabar na cadeia". Ocorreram-lhe as duas previsões.

Ozzy tornou-se uma lenda. Cheio de fãs pelo mundo afora. Não era o que poderíamos dizer, ou chamar, como um exemplo de mau exemplo. Daquilo que nenhum pai gostaria que o filho fosse, embora todo pai deseje aos filhos uma boa fama. Ozzy surpreende com seus depoimentos honestos, fala do descontrole que as drogas geravam na vida dele e do grupo de roqueiros da sua banda. Depõe contra as drogas sem o fanatismo dos sensacionalistas. Considerava-se um cheirador "industrial" de coca e as histórias que relata - não cheguei ao final - não surpreende a quem fez uso de muitas drogas. É tudo tão parecido! O medo de ser preso. Aquele clima de suspense policial que só quem leva uma vida na ilicitude pode aquilatar como é. As insanidades e tudo mais que a adicção produz em nossas vidas. 

Ozzy se internou em clínica de reabilitação, pelo menos duas vezes. Sei que ele está, ao menos até escrever o livro, livre do vício. Não chegou a concluir os doze passos. Frequentou o AA até certo ponto. Aprendeu que a doença sai pela boca e a recuperação pelo ouvido. Deixou de ir às reuniões por entender que a chave do segredo esta dentro dele.

 Felizmente ele está vivo e não caiu no lugar comum que muitas sumidades do rock cairam após suas respectivas overdoses. Feliz de quem nunca fez uso de droga alguma. Muita gente se ilude com a cocaína, imaginando que não vicia, que é possível controla-la. Feliz de quem soube se afastar antes que a dependência se instalasse.  [ PAUSA]

 Continuo limpo, só por hoje, sem chance alguma para drogas, e recaída. O que me deixa feliz e me faz seguir cantando, com o moral elevado, são aquelas pessoas que se diziam preocupadas comigo; parece que não passavam de meros atores, pois sumiram no momento em que o apoio é muito importante. Mas se eu sei que não sou responsável pela minha doença, mas responsável pela minha recuperação, por isso tenho que dar tudo de mim e não esperar nada de ninguém. Os que sumiram, fugiram, se refugiaram devido a consciência pesada, o que tenho a dizer é que não guardo raiva e que já concedi o meu perdão, embora nunca tenha recebido o mesmo, como um gesto humano, que sempre deve ter mão dupla. Também pode ser que não estejam com a consciência pesada e, então, de que vale dizer que perdoei as más ações por entender que elas brotaram da doença que causei e que estas pessoas insistem em não se cuidar e, bem sei, vivem cheios de ódio. Rezo por estas pessoas e agradeço por estarem me ajudando ao se posicionarem como aves de mau agouro... Eu, por outro lado, sigo minha jornada cantando, afinal, diz o povo, quem canta seus males espanta. Deixem-me continuar minha leitura. Em outro momento volto para complementar meu comentário sobre o livro de Ozzy.

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