"A curva da recaída de dependentes químicos e alcoolistas" é um texto que trouxemos do Crack e blog, editado por Xênia da Matta, e que recomendamos seja visitado. No aludido blog ela fez um sumário que versa sobre a Dependência, tratamento do DQ e um esquema sobre Recaída. É mais um artigo sobre estes tópicos, tão interessantes para dissertações. Demos, apenas, uma nova formatação ao texto.
Características da Dependência Química
1) É uma doença crônica que leva a pessoa a progressiva mudança de comportamento, gerando adaptação à doença, uso dos químicos com a finalidade de proteger o uso dos químicos;
2) Ë UMA DOENÇA DE NEGAÇAO, IMEDIATISMO E ISOLAMENTO;
3) É UMA DOENÇA COM TENDÊNCIA A RECAÍDA.
O tratamento
O Tratamento exige do paciente uma verdadeira reeducação em todas as áreas afetadas, paralelamente a uma profunda revisão em seu sistema de crenças. A recuperação/tratamento pode levar o dependente a uma verdadeira luta interna, "entre as suas limitações, do ser doente e do querer ser normal". O dependente deve abrir mão dos “ganhos secundários" que a doença oferece. O dilema do D. Q. não é ir à primeira dose, é a sua inabilidade de lidar com a vida sem usar". Assim como o uso abusivo de químicos é apenas um dos sintomas da dependência química, a abstinência total é apenas o primeiro passo na direção da recuperação.
RECUPERAÇÃO = Abstinência total + Reformulação (mudança no estilo de vida)
OS ASPECTOS FACILITADORES DA RECAÍDA
1) O Estigma - Tanto o indivíduo como a sociedade têm memória;
2) A Negatividade – É conseqüente da própria inabilidade de viver ;
3 ) Diagnóstico e Conduta Equivocados - Por ser uma doença de negação, o relacionamento do D. Q. com os profissionais de saúde pode ser pautado por mentiras, meias-verdades, minimizações, etc. e ‘induzir’ o médico a um erro;
A dependência química é uma doença de negação. e a negação é reativada tão quanto os sintomas da recaída. antes de usar.
O ESQUEMA GERAL DAS RECAÍDAS
EXPECTATIVA DESMEDIDA
FRUSTRAÇÃO/MÁGOA
RAIVA/RESSENTIMENTO
CULPA/ AUTOPIEDADE
ISOLAMENTO
DROGAS/ÁLCOOL
Com o comportamento emocional no processo recaída, se passa a acreditar que há somente três saídas:
Loucura, suicídio ou voltar a usar.
A instrução sobre o processo da Recaída é o principal e mais apropriado meio de ajudar o D. Q a identificar e controlar a Potencial de Recaída de sua doença.
" A recuperação, começa a acontecer quando o dependente químico admite e aceita sua dependência e se entrega ao tratamento por toda a vida, um dia de cada vez. "
Existem sinais/sintomas na abstinência que denunciam a entrada no Processo da Recaída:
a) O Porre Seco- Intolerância crescente, irritabilidade constante;
b) O Porre Adormecido- Apatia, desmotivação, inatividade;
c) A Grandiosidade = Onipotência – “Eu sei tudo, tenho todas as respostas / as certezas”.
d) O Desafio –“Eu posso tudo, só não posso me drogar” - a freqüência a locais de ativa/ o relacionamento com pessoas que estão se drogando.
O dependente químico é responsável por todo o seu comportamento e decisões que acompanham a recaída.
A curva da recaída
1 ) Mudança na percepção da doença e das necessidades do tratamento
2) Mudança no comportamento. Antigos padrões de comportamento voltam a ser atuados.
3) Tenta impor o seu padrão individual de recuperação aos outros.
4) Comportamento compulsivo ( sexo, comida, trabalho, compras, etc. ).
5) Foge ao confronto.
6) Comportamento impulsivo, intempestivo, com “ataques de raiva”.
7) Inclina-se para o isolamento.
8) Tendência para "Visão de Túnel".
9) Pensamento desejoso começa a substituir o pensamento realístico.
10) Foge através do sono.
11) Persegue objetivos irrealísticos. Planos começam a falhar.
12) Concentração é substituída pela fantasia.
13) Planos são calcados em metas inatingíveis. Forma-se um padrão de fracasso. Frustração.
14) Pensamentos tipo: " bem que eu tentei, mas não funcionou". começam a tomar corpo.
15) Imaturo desejo de ser feliz.
16 ) Indiferença e desatenção. Mostra-se incapaz de iniciar uma ação e desenvolvê-la.
17) Períodos do confusão mental, aumentando em termos de freqüência, duração e severidade.
18) Irritabilidade e intolerância crescentes, com familiares, colegas de tratamento e amigos.
19) Comportamento explosivo. Inicia fase de perda de controle das emoções.
20) Hábitos irregulares na alimentação. Come em excesso ou não come.
21) Sensação de estar sobrecarregado.
22) Mostra-se incapaz de cumprir compromissos.
23) Começa a faltar às reuniões de tratamento ( Terapia, AA/NA).]
24) Perturbações no sono. Sono agitado, desassossego, insônia.
25) Períodos de depressão. Inclina-se ao isolamento e reage ao contato humano com agressividade.
26) Aumenta a irregularidade às reuniões de tratamento. A freqüência torna-se esporádica.
27) Atitude do “eu não me importo”, disfarça sentimento de desamparo.
28) Pensa em voltar a usar. A abstinência é vista e racionalizada como uma experiência ruim. Acha que usando pode voltar a se sentir melhor.
29) Volta a mentir de modo consciente.
30) Afasta-se por completo dos canais de ajuda.
31) Volta a se sentir bode expiatório de todas as situações
32) Sensação de estar sendo esmagado.
33) Medo de enlouquecer.
34) Pensamento em se matar.
35) Volta a usar drogas/álcool)
36) Tenta controlar o uso e suportar as conseqüências danosas.
37) Perda de controle. (Novo Fundo de Poço).
No processo de recuperação do dependente químico há a necessidade de se ter, sempre, duas habilidades:
2- A habilidade para interromper o processo de recaída.
Plano de intervenção a recaída
1) O paciente é instruído sobre o Processo da Recaída, através da revisão periódica dos sintomas de advertência. O objetivo é identificar os indicadores de que ele está se retirando de uma vida confortável e produtiva, “obrigando-se” a uma recaída.
2) Uma vez reconhecido os sinais do potencial da recaída começa-se a trabalhar as mudanças necessárias para que o paciente evite entrar e continuar neste processo.
Crédito: Crack e Blog
Nenhum comentário :
Postar um comentário
soporhoje10@gmail.com