A assertividade de acertar de corrigir, de fazer o melhor.
Se você olhar no dicionário verá que a assertividade é: a arte de agir com acerto. Até parece que fizeram essa definição para o dependente e para o familiar, porque acertar numa situação dessas é difícil.
Quando o sexto e sétimo passos falam em defeitos de caráter e imperfeições nós temos que definir claramente o que é defeito de caráter e o que é imperfeição. Podemos definir que: segundo a oração da serenidade usada nos grupos a palavra coragem só aparece para modificar aquelas coisas que eu posso... Modificar as coisas minhas..., eu não posso modificar outra pessoa e, sabedoria para distinguir umas das outras, ou perceber a diferença. Que diferença eu preciso perceber? Aquilo que eu fiz e que foi movido pelo meu caráter e aquilo que eu fiz e que foi movido pela minha doença.
Então o sexto passo fala sobre as imperfeições, o sétimo passo fala sobre os defeitos de caráter.
Se na época da ativa eu roubava e hoje eu continuo roubando, o fato de eu roubar faz parte do meu caráter. Se antes eu roubava e hoje eu não roubo mais, então faz parte da minha doença. Se antes eu mentia e hoje eu não minto mais, então a mentira faz parte da doença, não faz parte do meu caráter. Mas se hoje continuo mentindo, a mentira faz parte do meu caráter.
A mesma coisa se aplica ao familiar. Se na época da ativa dele eu gritava a toa até com os vizinhos, com o papagaio, ou com quer que seja..., seu eu continuo gritando hoje e não estou em recuperação, então faz parte...? Não tenho mais motivos para estar gritando, então faz parte do meu caráter.
Essa assertividade..., nós temos que deixar de sermos passivos ou agressivos. O assertivo ataca o problema. Ele não ataca a pessoa. E o que normalmente o familiar / DQ faz é atacar a pessoa e deixar o problema de lado.
A recuperação dentro dos passos, ela exige dos dois lados, um trabalho efetivo, eu não posso trabalhar meus defeitos de caráter sem que eu me conheça, sem que eu me compare há algum tempo atrás, sem usar meu passado, mesmo que esse passado seja recente, mas que tenho que usá-lo. Porque eu não posso adivinhar um defeito de caráter que vou adquirir ou atuar amanhã. Eu não posso adivinhar uma imperfeição que eu possa criar amanhã. Para eu identificar isso eu tenho que me relacionar com o meu passado, (e o meu passado por ele ter um fato de preconceito, existe preconceito contra o usuário de drogas, existe preconceito para usuário de álcool, para com o familiar, a sociedade não aceita). Então fica difícil eu ter contato com esse passado, embora ele seja real, mas fica difícil para mim, porque para eu poder entrar em contato com esse passado em primeiro lugar eu preciso aceitar esse passado, ou admitir esse passado, que ele fez parte da minha vida.
Eu preciso realmente buscar dentro dessa assertividade um aprimoramento do meu eu. Nessa assertividade entra uma coisa que é tão linda, tão bonita de se falar, não é? Não existe recuperação sem qualidade de vida! Onde entra a qualidade de vida? Ela entra nesses dois passos, é o início da recuperação com qualidade, porque parado de usar já estava, o que preciso é voltar um pouquinho no tempo e começar a se avaliar com qualidade, mesclando essa qualidade de vida no nosso dia-a-dia para que possa realmente desenvolver alguma coisa a mais na minha vida se não eu vou ficar parado.
Se na época em que eu estava usando álcool / droga ou tinha o familiar na ativa, e eu parei, eu travei, e eu posso voltar a travar dentro desse processo de recuperação, onde não admito o meu passado, não consigo me ver nesse passado que eu vivi..., não consigo me ver como um personagem de um filme, que montei no meu passado.
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