domingo, 24 de julho de 2011

Tratamento do co-dependente

O tratamento do co-dependente está voltado para a sua estratégia mal adaptada para lidar com o mundo. O tratamento pode significar a diferença em viver uma vida cheia de reação ou uma vida de ação.
A família é um sistema com cada membro desempenhando um papel em relação aos demais. Quando a droga causa alterações no comportamento de um membro da família, isso afeta todos os demais membros da família. O equilíbrio é desfeito e os seus membros se adaptam para enfrentar as mudanças. O foco das atenções vai para o usuário da droga, o que torna pior o problema. Todos os membros da família começam a compartilhar de comportamentos doentios porque todos são parte do mesmo sistema, do grupo familiar.

O medo e a vergonha da família do usuário da droga podem levar ao problema da negação. Culpar a si ou a outro membro da família é errado porque ninguém causa o abuso da droga. Os membros da família ficam aborrecidos porque perderam, em parte, a sua antiga vida e sentem raiva em relação aos outros.  (Continue lendo)

CUIDAR
O co-dependente pode:
1. Pensar e sentir-se responsável pelos outros, pelos seus sentimentos, pensamentos, ações, escolhas e, finalmente, pelo seu destino;
2. Sentir ansiedade, pena e culpa quando outra pessoa tem um problema;
3. Sentir-se compelido e quase forçado a ajudar a resolver o problema, oferecendo conselhos não desejados, dando sugestões, etc;
4. Sentir-se raivosa quando a sua ajuda não resulta em nada;
5. Antecipar as necessidades dos outro;
6. Questionar porque os outros não querem fazer o mesmo por ela;
7. Surpreender-se dizendo sim quando querem dizer não, fazendo coisas que realmente não querem fazer, fazendo mais do que a sua parte, fazendo coisas que as outras pessoas são capazes de fazer por elas mesmas e
8. Pensar que é mais fácil sentir e expressar raiva acerca de injustiças feitas aos outros, mais do que as injustiças feitas a elas mesmas. 

BAIXA AUTO-ESTIMA
O co-dependente tende a:
1. Ficar com problemas, reprimido ou disfuncional;
2. Negar que a sua família esteja mal, reprimida ou disfuncional;
3. Culpar-se por tudo;
4. Assumir o controle de tudo, incluindo a maneira de pensar, sentir, olhar, agir e comportar-se;
5. Tornar-se raivoso, defensivo e indignar-se quando alguém critica o co-dependente, sendo que, usualmente, faz isso em relação a si mesmo;
6. Rejeitar elogios ou louvor;
7. Sentir-se deprimido por falta de elogios ou louvor;
8. Pensar que não são suficientemente bons;
9. Sentir rejeição;
10. Pensar de modo muito pessoal;
11. Ser vitimas de abuso sexual, físico ou emocional, de negligencia, abandono;
12. Sentir-se como vitimas;
13. Dizer que não podem fazer tudo;
14. Ter uma porção de devias;
15. Sentir muita culpa;
16. Ter sentimento de valor por ajudar outros e
17. Sofrer forte sentimento de perda de auto estima, de desconforto, de ter falhado diante das falhas dos outros ou ainda diante dos seus problemas.

REPRESSÃO
Muitos co-dependentes podem:
1. Permitir ser quem é; 
2. Parecer rígidos e controladores e
3. Afastar sentimentos e pensamentos por se sentirem culpado.

OBCESSÃO
O co-dependente tende a:
1. Sentir-se terrivelmente ansioso acerca de problemas ou pessoas;
2. Pensar e fazer muito acerca de outra pessoa;
3. Perder o sono com problemas relacionados ao comportamento dos outros;
4. Checar as pessoas e
5. Focar toda a sua energia nos problemas dos outros.

CONTROLANDO
Muitos co-dependentes:
1. Vivenciam situações com pessoas que estão fora de controle, causando no dependente tristeza e desapontamento;
2. Não lidam com o seu medo de perda de controle;
3. Pensam que sabem melhor como as coisas deviam ser e como as pessoas deviam se comportar;
4. Tentam controlar os acontecimentos e pessoas pela impotência, culpa, coerção, ameaças, dando conselhos, manipulando, ou dominando e
5. Falham, eventualmente, nos seus esforços para provocar a raiva nas pessoas.


NEGAÇÃO
O co-dependente tende a:
1. Ignorar os problemas ou pretender que não estejam acontecendo;
2. Querer que as circunstâncias não fossem tão ruins como são;
3. Dizer a si mesmas que amanhã será melhor;
4. Manter-se ocupados de modo que não possam pensar nas coisas;
5. Tornar-se compulsivos em relação ao trabalho;
6. Comer demais;
7. Gastam compulsivamente e
8. Pretender que as coisas não estejam acontecendo.

DEPENDÊNCIA
Muitos co-dependentes:
1. Não se sentem felizes, contentes, ou em paz consigo mesmos;
2. Procuram a felicidade fora deles mesmos;
3. Agarram-se em quem ou no que pensam que pode prover felicidade;
4. Não se amam;
5. Procuram desesperadamente por amor e aprovação;
6. Freqüentemente procuram o amor de pessoas que são incapazes de amar;
7. Centram a sua vida em torno de outra pessoa;
8. Procuram relacionamentos para dar curso aos seus bons sentimentos;
9. Não acreditam que podem tomar conta delas mesmas e
10. Sentem-se embaraçados nos seus relacionamentos.

COMUNICAÇÃO POBRE
Os co-dependentes freqüentemente:
1. Culpam;
2. Ameaçam;
3. Fazem coerção;
4. Não dizem o que querem;
5. Não querem o que dizem;
6. Não sabem o que querem;
7. Tentam dizer o que eles pensam que agradará a outra pessoa e
8. Eliminam a palavra não do seu vocabulário.

LIMITES MAL DEFINIDOS
Os co-dependentes freqüentemente:
1. Dizem que não vão tolerar certos comportamentos dos outros;
2. Gradualmente aumentam a sua tolerância até que não possam tolerar fazer coisas que eles diziam que nunca fariam;
3. Permitem que os outros os machuquem;
4. Questionam por que eles ferem tanto;
5. Finalmente ficam raivosos e
6. Tornam-se totalmente intolerantes.

FALTA DE CONFIANÇA
Os co-dependentes:
1. Não confiam em si mesmos;
2. Não acreditam nos seus sentimentos;
3. Não confiam nas suas decisões;
4. Não confiam nas outras pessoas;
5. Tentam confiar em pessoas não confiáveis;
6. Pensam que Deus os abandonou e
7. Perdem a fé e a confiança em Deus.

RAIVA
Muitos co-dependentes:
1. Sentem muito medo, dor e raiva;
2. Vivem com pessoas que tem muito medo, dor e raiva;
3. Tem medo da sua própria raiva;
4. Tem medo da raiva dos outros;
5. Pensam que as pessoas irão embora se a raiva entra em cena;
6. Tem medo de causar raiva nas outras pessoas e
7. Reprimem os seus sentimentos de raiva.

PROGRESSÃO
Nos últimos estágios da co-dependência, o co-dependente pode:
1. Sentir-se letárgico, deprimido, retirado e isolado;
2. Ter uma perda completa da rotina diária e da sua estrutura;
3. Abusar ou negligenciar os seus filhos e outras responsabilidades e
4. Sentir-se sem esperança.

Sem a ajuda externa, a família não tem o conhecimento nem a perspectiva necessária para se recuperar da doença. O dependente pode conseguir o tratamento de que necessita, mas a família necessita do seu próprio tratamento a fim de superar a sua patologia.
Não importando que o dependente aceite ou não o tratamento, é importante para os membros da família aprender como lidar como o problema e o estresse causado pelo abuso da droga. A unidade familiar pode ser ajudada e se recuperar, a despeito da relutância do dependente. Em realidade, o co-dependente recebendo tratamento freqüentemente faz com que o dependente também o procure. O tratamento da família de um co-dependente é uma intervenção muito importante para o propósito de fazer com que o adito aceite tratamento para o seu problema.

É importante o desligamento para a família. É desligar-se do comportamento do dependente e separá-lo da sua pessoa. Se os membros da família ajudam a pessoa a evitar as conseqüências da adição, isso ajudará o dependente a negar o problema com as drogas.
Muito da recuperação consiste em encontrar e manter um equilíbrio em todas as áreas das suas vidas. Temos que não ir muito longe em direção a qualquer lado ao medir responsabilidades nossas e dos outros. Temos que equilibrar as nossas necessidades emocionais com as nossas necessidades físicas e espirituais. Temos que balancear, dar e receber; encontrar a linha divisória entre deixar acontecer e assumir a nossa parte. Temos que aprender a resolver problemas e a aprender a viver com problemas não resolvidos. Muito da raiva vem de viver com problemas não resolvidos e tendo que conviver com a raiva causada pelos problemas não resolvidos e tendo coisas que não aconteceram como esperávamos. Necessita encontrar um equilíbrio entre deixar rolar as nossas expectativas e lembrar que somos importantes, pessoas de valor e que merecem ter vidas decentes.




Crédito: Entre sem Bater

5 comentários :

  1. A co-dependência dói demais! E leva tempo até descobrirmos que o problema não está apenas no nosso amado dependente químico, mas, em nós. Posso afirmar que o desligamento com amor tem mudado a minha vida, a cada dia. Amo o meu esposo com toda a minha alma, entretanto, não me sinto mais responsável por ele, nem por seus atos, e muito menos tento controlá-lo insanamente, como agia no passado. Assim me sinto leve, e livre para viver feliz minha própria vida!
    Polyanna

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  2. Pois é Poly, sei o quanto é difícil e, é por entender que aceitar e até compreender a co-dependência, que muitas vezes procuramos tocar na questão, sob a ótica de especialistas. Não posto muitas coisas para evitar certos comprometimentos, colocações, muitas vezes ainda doentias. Eu gostaria de poder ajudar meus co-dependentes, mas eles não se consideram doentes, nutrem, atualmente, um forte ódio por mim, que não corresponde a minha realidade. Não preciso da autopiedade, minha, ou de qualquer outra pessoa, mas estão cometendo muitos erros provocados pela doença. Me enganaram. Me levaram para São Paulo. Eu fui imaginando que ia me tratar, me recuperar, embora entenda que clínicas como Vila Serena e outras são muito poucas, mas existem. Me colocaram numa Clínica louca, onde não haviam funcionários e eram os adictos, internos, que eram usados como mão de obra escrava. O dono da clínica é um Pastor e, em uma primeira de muitas reuniões muito loucas que fez, ele foi taxativo dizendo que "na clínica dele ele não tratava dependência química". Depois, os maus tratos que passei, o abandono da família e o pacto que tinha com o pastor até hoje me aborreçe. Não sou o que alguém poderia chamar de DQ problemático. Não sou violento, antes, porém, vítima de muitas violências e agressões que poderia responder, mas não reajo. Não sou usuário pontual. Me colocaria como um usuário que usava quando era provocado, humilhado. Hoje, com estas pessoas, co-dependentes, longe de mim, sinto um fluxo energético muito bom e isso, combinado com a aprendizagem oriunda do sofrimento e da adversidade, me fizeram tomar pavor às drogas. Mas é um pavor que me distanciou do mundo horrível em que me envolvi e, felizmente, graças aos absurdos cometidos por meus co-dep., estou seguindo bem a minha trilha permanente em busca da minha recuperação e manutenção da sobriedade. Lamento dizer que meus co-dependentes, mataram algo dentro de mim, mas não posso culpa-los pois sei que se há algum culpado, essa culpa nasceu da adicção. Gostaria de escrever como sintia a co-dependencia pois existem certas regras que não se aplicam para meus co-dependentes. Um dia, quem sabe, talvez escreva sobre isso, mas precisso cicatrizar algumas feridas que ainda existem, por mais que eu deseje ignora-las. SPH

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  3. Li uma vez num livro: O co-dep é o eterno mártire, que corre o risco de morrer tentando slavar alguém e mesmo assim continuar com o sentimento de que não fez o bastante.
    Infelismente nós co-dep temos a necessidade de nos sentirmos "os coitadinhos" , nada faz mais massagem no ego de um co-dep do que a frase: "Nossa, como vc aguentou????"
    Eita doença mais besta essa viu!!!! Mas infelizmente se eu não me cuidar, viro escrava dela, buscando sempre a ceitação do outro, vivendo de reações as ações do outro, rastejando por migalhas de atenção, amor e "reconhecimento"... A co-dep em mim aflora os pensamento mais doentios que já tive em toda a minha vida! Só por hoje estou em recuperação!!!!

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  4. "Migalhas dormidas do teu pão.raspas e restos" não me interessam. Reconhecer, ou não, eis a questão. Entre o sim e o não, passo indiferente. Mas, lá um dia, a droga da doença pinta e incomoda. Só mesmo o tempo...

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  5. Certa ocasião me vi diante de uma situação de risco. Percebi em uma praça a presença de inúmeros marginais prontos para agir. Não tinha mais um puto no bolso. Pedi a uma familiar para me resgatar e ela, que dizia a todos que vivia preocupada comigo disse: foda-se! Era madrugada e não tinha para onde ir. Sai da praça minutos antes de ocorrer um arrastão que se estendeu por barracas situadas a beira mar. A doideira em que estava e a impotência para sair daquele meio e o "foda-se" na cabeça de vontade de virar "bicho solto" e aproveitar a onda marginal e praticar atos delituosos, mas veio um lampejo de consciência a me revelar que este não era o caminho e o "foda-se", para mim, significava a falsa co-dependência. Estava sem dinheiro... Dias depois tinha dinheiro e esta pessoa fazia questão de me acompanhar até o banco. Me ligou e marcou encontro e eu disse tudo bem. Antes que aparecesse fui ao banco, tirei o que podia tirar, sai, iniciei uma farra com mulheres e liguei o botão do "foda-se" para ela que já estava sem dinheiro. Torrei a grana todinha só pra vingar o "foda-se" que ela me deu por telefone. Não me ajudava em nada. Só pensava em dinheiro. Treiteira, malandra. Para o resto da família era do tipo "não sei como aguento tantas coisas", "ele está se destruíndo". Pra mim tudo não passava de mera representação, para os outros era preocupação mesmo. Mas era uma preocupação de ínicio de mês. Então dei para torrar o dinheiro pra ela aprender o significado do "foda-se" dela. Então que ela viva no "foda-se", em busca de migalhas, restos e raspas, rastejando que nem cobra pelo chão. Co-dependente real, ou não, o que sei é que o botão do foda-se vai ficar eternamente ligado para ela, até o dia em que pedir desculpas, ou que a justiça ordene algo. Não quero dela sequer um cisco. É só foda-se. Minha doença é foda diante de tratantes, interesseiros, meliantes... Fodam-se!

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soporhoje10@gmail.com

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