A família, pra mim, sempre foi uma instituição sagrada. É uma contradição minha enquanto adepto do socialismo, tal qual minha fé em Deus, não mais na religião, mas em Deus. Então sempre fui um cara muito família, desde a infância. Jamais fui um conformista. jamais gostei de injustiça e de desrespeito aos direitos humanos. meus princípios eram rígidos, mesmo na drogadição, quando sofreram avarias devido a insanidade. Muitas coisas aconteceram em minha vida e lá um dia, o que fora apenas álcool e maconha, passou a ser drogas pesadas, sempre combinadas com o álcool. A família que me educou é uma, a que eu criei, é outra. Não pude dar a educação que sempre quis dar aos meus filhos. O casal era desajustado, com níveis de escolaridade e graus de cultura diferentes e a mulher sempre interferia, sob influxos do que ela cria ser o melhor. Eu dizia é pau, ela dizia é pedra. Entreguei a educação dos filhos a ela, exceto de um dos filhos que eu carregava comigo para efetuar pesquisas de campo e pesquisas em arquivo, sem retira-lo dos estudos e do lazer. Creio que foi o pesquisador mais jovem, do estado, a frequentar arquivos públicos. Em minha companhia ele desenvolveu inúmeras habilidades. Adquiriu gosto pela leitura, desenvolveu seu senso comum, evoluindo para o senso reflexivo e crítico muito novo, ainda. Na escola era um prodígio de garoto. Nos meios sociais em que andava era muito bem visto e aceito, tanto quanto eu e meu pai. Os outros espelham muita coisa da mãe. O que convivia comigo, tendo vida social das melhores, vivendo no seio do que se denomina classe dominante, no seio das tradicionais e seculares famílias do estado, progrediu e faz uma brilhante carreira. Os outros ainda acreditam que fazem parte do nosso belo quadro social e que desenvolvem algo de útil para a sociedade. Espero que encontrem a rosa dos ventos e tomem direções, na vida, que os conduzam a portos seguros. Que não sejam imprevidentes e pensem no futuro.
Com minha drogadição, que dividirei em duas etapas, a primeira com 06 meses de uso de drogas, sem ser um drogado pontual, salvo nos últimos dias desses seis meses, cujo uso foi intensificado e que culminaram com meu fundo de poço e meu pedido para me internarem em Vila Serena. Lá, além da abstinência e desintoxicação, sentia estar em uma escola, em uma faculdade, em uma academia, aprendendo a reformular minha vida e adquirindo uma nova espiritualidade. Freqüentavamos AA e NA e não ficavámos presos no campo da teoria. Íamos à prática. Éramos respeitosamente tratados. Lá tinha profissionais qualificados, aulas, palestras, reuniões com familiares para tratar a codependência. Esposa e filhos foram ausentes. Eles viviam uma incomensurável vergonha pequeno burguesa. Tenho um filho que se acha burgues e eu digo a ele que ele não passa de um pequeno burgues sonhador que confunde dinheiro com capital. Quer ser burgues e não pode, porque não tem capital. Evidente que todos querem ascender na escala social, mas, a vida dos pequeno-burgueses é cômica, como é tragi-cômica a vida dos pobres e miseráveis, como é, também, a da burguesia, e, no final de tudo, constituímos a grande comédia humana.
A primeira fase da drogadição me proporcionou muitas coisas boas, mas, de parte dos meus codependentes era um fracasso. Não me transmitiam nada de bom. Me colocaram prisioneiro, em uma redoma de vidro, e tenho até vergonha de dizer que, até uma certa fase, vivi como se estivesse em carcere privado, com as portas fechadas e trancadas. Nesses comportamentos loucos meus codependentes viam como uma proteção. Isso era inteiramente desaconselhável, mas era assim que procediam. Passaram a me tutelar e a quererem controlar minha vida. Isto depois de sair de um tratamento bem sucedido. Com o correr do tempo, com a imposição de uma abstinência sexual irracional e desnecessária, fruto do meu isolamento, fui me rebelando e, lá um dia, recai e minha recaída foi pra valer. Dai voltava ao eixo, mas a família demonizava tudo, amplificavam os fatos, como verdadeiros terroristas que, aterrorizados, terrorizavam. Eu era um caso perdido para eles. Ouvia toda sorte de coisas que um ser civilizado e culto jamais deveria falar, porque não ajuda, não contribui, não edifica, nem educa, muito pelo contrário. Um quisto, um tumor, um elemento ativo, feroz e nocivo ao bem estar comum, era como me viam. Todo começo de mês eu aprontava. Estava vivendo a segunda fase, que nasceu após quase um ano limpo, mas com a vida totalmente entregue aos codependentes e, qualquer reclamação minha para mudarem, era vista como sintoma de recaída. Tudo isso vai se juntando e avolumando. Sequer se preocupavam com minha abstinência sexual. Olhem bem, codependentes são loucos demais e, pior, não admitem que cometem loucuras e não se aceitam como "doentes". Eu me tratei, eles me destratavam pois nunca cuidaram em se tratar. Sair,só se fosse acompanhado. Estas manifestações da codependência me atrapalhavam até no pós-tratamento, em ter que ir às reuniões de AA e NA. Em minha vida até papagaio de cunhada queria dar penada. Demorou, mas a recaida aconteceu e ai nasceu o pânico e o terror voltou a imperar. Cachorrinho de estimação era mais bem tratado.
Se algo deu errado eu credito isso a minha desfocalização voltada para minha recuperação. Cai nas armadilhas dos codependentes, que, devo dizer, me causavam muito mal. Tinha uma esposa escandalosa. Ela não escondia nada, pelo contrario, saia contando minha vida a meio mundo de gente, enquanto achava que me investigava.Ela contava com o apoio das "aderentes". Imagine uma codependente sendo aconselhada por estas pobres criaturas "pegajosas", ricas em ignorância, cheias de vícios que se ampliavam pelo gosto da fofoca. Gente sem noção que passa a se intrometer em sua vida e só agrava a situação gerando mais infelicidade. A mulher se embrenhava numa favela, com ajuda de pessoas que ela dizia detestar e que se transformaram, rapidinho, em amigas dela. Pior é que ela desconhecia que esta gente estava dentro do mundo das drogas, servindo-se dela.Eu sumia e ia pra outras tantas favelas, onde permanecia abrigado em barracos, preferindo estes ao luxo e conforto da casa. Creio que a mulher nunca se conformou em ter sido trocada pela droga. Isso deve ser algo muito constrangedor e não havia intenção alguma, de minha parte, em proceder dessa maneira, como se fosse algo meditado e planejado. Hoje, de cabeça limpa, verifico que ocorreu essa substituição e isso deve gerar e deve ter resultado na imensa fúria que ela ainda nutre por mim. Acho que até papagaio de cunhada me odeia. Ela, a mulher, me pegava na rua e fazia o maior escândalo, como quem quer chamar a atenção dos populares, para que dissessem: pobrezinha, não sei como suporta viver com um sujeito deste... Ela lascava minha roupa, me arranhava, me empurrava, me dava socos, me puxava, gritava, berrava, lascava camisa, e eu não dizia nada, salvo que ela ficasse calma. Ela devia ficar frustrada porque eu não respondia a violência dela e nunca, neste processo, respondi com violência a qualquer ato de violência por mim sofrido. Desprezava a violência e sentia a fragilidade dos violentos que eu bem poderia destruir, se assim desejasse, usando gente do próprio meio, mas não quis, jamais, me tornar um igual, neste aspecto. A mulher pegava o telefone e ligava para quase todos os números da agenda dela para falar mal de mim e, quanto mais falava mal e tanto mais me destratava, mais eu buscava ir para as ruas e favelas usar drogas. Nesse aspecto não sei se há algum estudo que revele que uma codependente pode empurrar o dependente a se afundar no mundo das drogas, face seu comportamento agressivo, furioso, que se transformava habitual. Só por hoje encerro aqui. Talvez, se meus codependentes tivessem se tratado, nada do que aconteceu, na segunda etapa, aconteceria. Mas o desenrrolar dessa minha vida complicada não parou por ai e teve um desfecho muito chato que não irei revelar, pelo menos, por enquanto. Escrevi sem abstrair meus defeitos. Prefiro que eles fiquem patentes, servindo para quem gosta de proceder análises. Falar sobre uma família de codependentes e sua influência em minha drogadição seria ruim demais e me levaria a uma regressão infeliz. Não julgo algo nada salutar voltar ao passado para tocar nessas feridas expostas, não cicatrizadas, ainda. De tudo quanto aprendi, sei que só posso modificar a mim mesmo, que relacionar-se com codependentes que nunca cuidaram em se tratar, é difícil, mas tenho que aceita-los até o limite do limiar de tolerância individual. Sou bastante paciente, minha situação atual não é fácil, mas tenho comigo a crença que aumenta minha fé em Deus, todo dia e, que, comigo, é sem chance para recaídas, sem chance para drogas. Minha vida e minhas vontades estão em mãos do meu PS e, do jeito que me encontro, não tem retorno. Sei que este texto é inútil para quem não aceita a codependência como uma disfunção, um desarranjo, que compromete a própria saúde e pode agravar a de quem busca proteger.
A primeira fase da drogadição me proporcionou muitas coisas boas, mas, de parte dos meus codependentes era um fracasso. Não me transmitiam nada de bom. Me colocaram prisioneiro, em uma redoma de vidro, e tenho até vergonha de dizer que, até uma certa fase, vivi como se estivesse em carcere privado, com as portas fechadas e trancadas. Nesses comportamentos loucos meus codependentes viam como uma proteção. Isso era inteiramente desaconselhável, mas era assim que procediam. Passaram a me tutelar e a quererem controlar minha vida. Isto depois de sair de um tratamento bem sucedido. Com o correr do tempo, com a imposição de uma abstinência sexual irracional e desnecessária, fruto do meu isolamento, fui me rebelando e, lá um dia, recai e minha recaída foi pra valer. Dai voltava ao eixo, mas a família demonizava tudo, amplificavam os fatos, como verdadeiros terroristas que, aterrorizados, terrorizavam. Eu era um caso perdido para eles. Ouvia toda sorte de coisas que um ser civilizado e culto jamais deveria falar, porque não ajuda, não contribui, não edifica, nem educa, muito pelo contrário. Um quisto, um tumor, um elemento ativo, feroz e nocivo ao bem estar comum, era como me viam. Todo começo de mês eu aprontava. Estava vivendo a segunda fase, que nasceu após quase um ano limpo, mas com a vida totalmente entregue aos codependentes e, qualquer reclamação minha para mudarem, era vista como sintoma de recaída. Tudo isso vai se juntando e avolumando. Sequer se preocupavam com minha abstinência sexual. Olhem bem, codependentes são loucos demais e, pior, não admitem que cometem loucuras e não se aceitam como "doentes". Eu me tratei, eles me destratavam pois nunca cuidaram em se tratar. Sair,só se fosse acompanhado. Estas manifestações da codependência me atrapalhavam até no pós-tratamento, em ter que ir às reuniões de AA e NA. Em minha vida até papagaio de cunhada queria dar penada. Demorou, mas a recaida aconteceu e ai nasceu o pânico e o terror voltou a imperar. Cachorrinho de estimação era mais bem tratado.
Se algo deu errado eu credito isso a minha desfocalização voltada para minha recuperação. Cai nas armadilhas dos codependentes, que, devo dizer, me causavam muito mal. Tinha uma esposa escandalosa. Ela não escondia nada, pelo contrario, saia contando minha vida a meio mundo de gente, enquanto achava que me investigava.Ela contava com o apoio das "aderentes". Imagine uma codependente sendo aconselhada por estas pobres criaturas "pegajosas", ricas em ignorância, cheias de vícios que se ampliavam pelo gosto da fofoca. Gente sem noção que passa a se intrometer em sua vida e só agrava a situação gerando mais infelicidade. A mulher se embrenhava numa favela, com ajuda de pessoas que ela dizia detestar e que se transformaram, rapidinho, em amigas dela. Pior é que ela desconhecia que esta gente estava dentro do mundo das drogas, servindo-se dela.Eu sumia e ia pra outras tantas favelas, onde permanecia abrigado em barracos, preferindo estes ao luxo e conforto da casa. Creio que a mulher nunca se conformou em ter sido trocada pela droga. Isso deve ser algo muito constrangedor e não havia intenção alguma, de minha parte, em proceder dessa maneira, como se fosse algo meditado e planejado. Hoje, de cabeça limpa, verifico que ocorreu essa substituição e isso deve gerar e deve ter resultado na imensa fúria que ela ainda nutre por mim. Acho que até papagaio de cunhada me odeia. Ela, a mulher, me pegava na rua e fazia o maior escândalo, como quem quer chamar a atenção dos populares, para que dissessem: pobrezinha, não sei como suporta viver com um sujeito deste... Ela lascava minha roupa, me arranhava, me empurrava, me dava socos, me puxava, gritava, berrava, lascava camisa, e eu não dizia nada, salvo que ela ficasse calma. Ela devia ficar frustrada porque eu não respondia a violência dela e nunca, neste processo, respondi com violência a qualquer ato de violência por mim sofrido. Desprezava a violência e sentia a fragilidade dos violentos que eu bem poderia destruir, se assim desejasse, usando gente do próprio meio, mas não quis, jamais, me tornar um igual, neste aspecto. A mulher pegava o telefone e ligava para quase todos os números da agenda dela para falar mal de mim e, quanto mais falava mal e tanto mais me destratava, mais eu buscava ir para as ruas e favelas usar drogas. Nesse aspecto não sei se há algum estudo que revele que uma codependente pode empurrar o dependente a se afundar no mundo das drogas, face seu comportamento agressivo, furioso, que se transformava habitual. Só por hoje encerro aqui. Talvez, se meus codependentes tivessem se tratado, nada do que aconteceu, na segunda etapa, aconteceria. Mas o desenrrolar dessa minha vida complicada não parou por ai e teve um desfecho muito chato que não irei revelar, pelo menos, por enquanto. Escrevi sem abstrair meus defeitos. Prefiro que eles fiquem patentes, servindo para quem gosta de proceder análises. Falar sobre uma família de codependentes e sua influência em minha drogadição seria ruim demais e me levaria a uma regressão infeliz. Não julgo algo nada salutar voltar ao passado para tocar nessas feridas expostas, não cicatrizadas, ainda. De tudo quanto aprendi, sei que só posso modificar a mim mesmo, que relacionar-se com codependentes que nunca cuidaram em se tratar, é difícil, mas tenho que aceita-los até o limite do limiar de tolerância individual. Sou bastante paciente, minha situação atual não é fácil, mas tenho comigo a crença que aumenta minha fé em Deus, todo dia e, que, comigo, é sem chance para recaídas, sem chance para drogas. Minha vida e minhas vontades estão em mãos do meu PS e, do jeito que me encontro, não tem retorno. Sei que este texto é inútil para quem não aceita a codependência como uma disfunção, um desarranjo, que compromete a própria saúde e pode agravar a de quem busca proteger.
Complicada essa relação. Dizer o quê?
ResponderExcluirDesculpe amigo... sei que o post é sério... mas ri muito com algumas partes... Afinal como dizia um velho companheiro meu a Risada é a mais pura revelação da identificação... e me identifico demais com a insanidade sitada acima... graças a deus eu não brinquei com a minha doença e aceitar ajuda para minha co-dependencia me salvou a vida e tb salvou a vida do meu familiar adicto(rsrsrs)...
ResponderExcluiròtimo Post!!!