terça-feira, 12 de julho de 2011

Sem Neblinas

Não sou mais um sonhador. A idade da fantasia foi embora naquele tapete mágico em que muitas vezes flutuei em fuga da realidade.
O caminho da narcose ficou para trás. Já não o vejo, deixei-o na caixa do esquecimento. Estes caminhos não me conduziam a nada que me acrescentasse algo de bom, em minha vida. 

Usar drogas é perder e perdi tantas coisas boas e maravilhosas. Joguei dinheiro fora, perdi oportunidades incríveis e a lição que carrego comigo é a de que drogas é um retrocesso. O que jamais perdi oi a esperança, a capacidade para discernir e separar o joio do trigo, no momento certo. 

Ainda não tenho respostas para inúmeras perguntas, mas confio em mim e na minha capacidade de resolução de problemas. 

Tenho inúmeras privações e aprendi a lidar com elas. Não me considero derrotado em nada, pois não estou jogando mais com minha vida. 

Não estou em luta, mas em paz comigo mesmo. Aceito os fatos sem necessariamente desligar o intelecto, desprezando o raciocínio e aceitando versões fantasiosas. Penso, existo, aconteço, escrevo, falo, concordo, discordo, critico, leio e releio, e, só sei que sempre serei um eterno aprendiz, porque tenho mente aberta, arejada e, além do mais, boa vontade e honestidade em minha recuperação, que não cessa.

Busco a verdade vez que percebi que a mentira só me afastava de tudo, enquanto a verdade nos aproxima. Para sustentar uma única mentira era necessário inventar outras tantas. Foi-se esse tempo. 

Optei pela vida, optei pela verdade e pretendo andar e pautar minha conduta pelos claros caminhos da transparência. O que dói não é a verdade, mas parar de mentir, disse-me um adicto, certa feita. 

A verdade retira as névoas que atrapalha a visão. Preciso de luz para visualizar o que é essencial; para pautar minha vida dentro dos padrões requeridos pela honestidade. Não quero ser uma fraude, uma falsificação da realidade. Voltei a por meus pés no chão. Estou recomeçando tudo outra vez!

Sou um animal político que adora viver e dar asas a imaginação utópica, pois sou dialético. Não sou estatua nem poste para ficar parado. Viver é agir, é realizar, é fazer uso dos nossos sentidos. Viver é amar a vida, amar ao próximo e, sobretudo não caminhar pelas trevas da autodestruição. E se um dia cair, é imperativo aprender a se levantar e quando não puder, ser humilde e pedir ajuda. 

Sei que tenho muito a fazer,  metas a cumprir, sentimentos a trabalhar, emoções a dominar, reeditar o chão da memória. Reescrever minha vida. Desmistificar, por as coisas em seu devido lugar. 

Sinto-me fortalecido a cada amanhecer e muito mais determinado, pois minha vida e minhas vontades estão nas mãos de Deus.

Repito aos céticos: não esperem que eu dê chance a recaída e muito menos chance às drogas. Aconteça o que acontecer, na alegria, ou na tristeza, na saúde ou na doença, a droga não é solução para coisa alguma. 

Não vou mais ser nocauteado por elas. Sinto-me sóbrio o suficiente para ter  serenidade,coragem e sabedoria.

Meu sentimento é de libertação. Um brinde à vida!

SPH

2 comentários :

  1. Uhuuuuu companheiro!!!! Tamu Junto

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  2. "Às vezes uma recaída pode estabelecer a base para uma completa liberdade. Outras vezes só é possível alcançar essa liberdade através de uma vontade inflexível e obstinada de ficar limpo, aconteça o que acontecer, até passar a crise. Um adicto que por qualquer meio consegue superar pelo menos por um tempo a necessidade ou o desejo de usar drogas, tem livre escolha sobre seus pensamentos impulsivos e ações compulsivas.
    Atingiu um ponto que pode ser decisivo para a sua recuperação. Às vezes esse é o ponto crítico da sensação de verdadeira independência e liberdade."
    F O R Ç A !

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soporhoje10@gmail.com

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