Não fui um usuário pontual, desses que usam todos os dias a qualquer hora. Algumas vezes usei dois, três dias seguidos, até chegar ao ponto de exaustão. Isso porque a insanidade domina e determina o que iremos fazer. Em nosso desgoverno a droga rege nossas vidas. Esquecemos de dar notícias à família. Este estilo de vida e comportamento me conduziu a inúmeros lugares, onde conheci inúmeras personalidades que não se enquadram no perfil do usuário comum, que frequenta as cracolândias. São pessoas da classe média e da própria burguesia local, onde podemos incluir médicos e médicas, inclusive psiquiatras, de idade. Vamos encontrar advogados, engenheiros, o filho do desembargador, o filho do coronel, a filha do juíz, aquela garota bonita e misteriosa, que chegava com o motorista e um montão de garotas tipo MPB. Não tem classe social, não tem idade, não há barreiras para nada. As pessoas se encontram, se vêem, se batem, se falam, ou não se falam. Garotas se oferecem em troca de dinheiro e não são apenas garotas pobres, mas garotas ricas que a insanidade domina e transforma. Tem muita gente importante usando. Tem os que usam escondido, na própria casa. A cocaína, dentre as drogas, é muito usada pela burguesia, que hoje migra para usar o crack. É um mundo infernal onde cada ser humano vive um drama particular. É preciso que dentro de casa, as famílias procurem viver ajustadas, que o lar seja um ambiente alegre e feliz, prazeroso... é preciso que as pessoas compreendam que não deve haver espaço para se pensar em drogas. Estamos vivendo uma cultura que mergulhou neste mundo e parece que só existe o universo das drogas para se falar. Esposas e esposos devem entender que não podem abrir lacunas para o vazio dos relacionamentos conjugais, onde a "outra", ou o "outro", já não é mais de carne e osso. É preciso entender que há algo de errado quando se é trocado pela droga, sem martirização. Isso não é um problema que conduza à depressão, apenas ocorre uma substituição, não é amor e muito menos sexo que leva alguém a trocar o ser amado pelas drogas. Isso deve ficar claro. É preciso manter a calma e evitar que a insanidade vire lugar comum dentro do lar. Todos podem ser vitoriosos.
Sinto-me feliz quando vejo tanta gente abandonando o vício e voltando a ter uma vida normal, com sobriedade e, neste momento imagino o quanto um co-dependente deve se sentir feliz. Todos ficam felizes e isso é muito gratificante. Torço pelos que não perdem a esperança e que acredita na recuperação.
É imperativo acreditar, desejar, ter vontade, querer, não se deixar vencer pelas drogas. Essa é uma luta de todos nós, não apenas de dependentes ou de co-dependentes, mas de toda a sociedade, não importando credo, raça, classe social. É um problema de Estado, Nações e Governos. Ninguém deve se sentir só por mais que imagine estar. Não desista nunca, não perca a esperança, continue acreditando, eleve sua crença, siga o que funciona...
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