quarta-feira, 13 de julho de 2011

Conselhos a seguir antes de uma internação

O desespero de familiares e a proliferação de clínicas despreparadas para lidar com dependência química têm causado inúmeros  problemas tanto para usuários dependentes químicos, quanto para as famílias destes. As clínicas mais preparadas, que tem, realmente toda uma infra-estrutura e suporte técnico e terapêutico, com especialistas preparados e capazes de lidar com a dependência química é muito inferior ao número de locais que ganham o nome de clínica e só vendem ilusão, por isso é bom pensar bem antes de internar um familiar e encontrar uma clínica realmente competente e preparada. Outro detalhe que o familiar deve encarar é o de que nenhuma clínica irá assegurar que seu familiar não irá recair. Inexiste "certificados de garantia" e também é muito importante que a família tenha consciência de que "adoeceu" e também precisa se cuidar saindo da cultura livresca e dos "conselheiros(as) e palpiteiros(as) de rua e buscar ajuda em grupos como o ALA-NON vinculado aos Alcoólicos Anônimos e NAR-ANON, vinculado a Narcóticos Anônimos. Familiares, muitas vezes internam certos de que irão livrar o familiar da dependência, outros para se verem livres de um problema, em ambos os casos, não importa, a família está doente e não aceitam procurar tratamento. As clínicas bem preparadas dão apoio terapêutico aos familiares e nem todos aceitam e participam, infelizmente.
"A internação de um dependente químico é algo que deve ser analisado com muito cuidado. Em primeiro lugar deve ser levado em consideração que este tipo de tratamento tem um índice de sucesso que varia de 30% a 40% em clínicas e hospitais que prestam realmente bons serviços. Internar o dependente deve ser o último recurso, utilizado quando todas as demais tentativas fracassaram. Interná-lo contra sua vontade só pode ser cogitado se o paciente apresentar grande risco de vida para si ou para as pessoas que o cercam. Não são raras as ocasiões em que as famílias internam seus filhos em uma clínica apenas para transferir o seu problema para outros.

Em todo Brasil, existem excelentes hospitais e clínicas com tratamentos sérios e competentes, sendo que alguns servem de referência até no exterior. Infelizmente, funcionando paralelamente a estes serviços, criou-se uma verdadeira indústria no tratamento de usuários de drogas, que vendem ilusões e ganham muito dinheiro. Para ajudar a diferenciá-los, seguem algumas dicas:

Solicite referências. Informe-se com um médico de sua confiança a respeito do lugar onde você pretende internar seu filho. Procure também outros profissionais da área e recolha mais informações. Referências de pacientes que já foram tratados no local também podem ajudar, desde que não sejam indicados pela própria clínica ou hospital.

Explica-se: se o tratamento não for sério, nada impedirá que se monte um verdadeiro teatro para convencer pais e dependentes da eficácia do tratamento. Informe-se sobre detalhes do tratamento. Tempo de internação, medicamentos utilizados, acompanhamento clínico, terapias ocupacionais, atividades físicas, número de consultas semanais e tempo de duração, terapias em grupo, etc.

Conheça o local. Visite quartos, banheiros, refeitórios, pátios, quadras de atividades esportivas, enfermarias, salas de televisão e tudo mais que houver para conhecer. Verifique a higiene e o estado de espírito dos pacientes e funcionários. Se isto lhe for negado, troque de clínica ou hospital.

Este não é apenas um dever seu como familiar, mas também um direito como consumidor. Faça visitas regulares. Receber a visita de familiares é fundamental para o processo de recuperação do dependente. Entretanto, algumas linhas de tratamento acreditam que estas visitas não devem ser imediatas para que o paciente se adapte melhor.

Este argumento é compreensível se este período for igual ou inferior a quinze dias. Caso contrário, por mais enfáticas que sejam as alegações (visitas agora podem prejudicar todo o tratamento; o paciente pode tornar-se extremamente violento de uma hora para outra; ele pode implorar à família que forneça algum medicamento ou droga; etc.), exija vê-lo e, se a negação persistir, tire-o desta clínica ou hospital."

Um comentário :

  1. A escolha de uma boa clínica deve ser rigorosamente criteriosa, levando em conta, sempre, a saúde e bom tratamento que um dependente químico deve receber, evitando internamentos desastrosos, onde há quebra de confiança de parte, e o dependente químico ressente-se, tanto com a família, quanto com a "clínica".
    Outro detalhe que foi bom alertar é o de que familiares também adoecem e precisam de tratamento. Geralmente familiares fogem e só aqueles que amam, realmente, fazem este "sacrifício"

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soporhoje10@gmail.com

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