A capacidade de estar à frente de seu tempo quase nunca confere ao seu possuidor alguma vantagem. A dureza das sociedades humanas em aceitar certas noções desmente, não raro, o ditado popular que diz que “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”.
Exemplos, a História é pródiga em nos apresentar. Sócrates foi obrigado, pela sociedade ateniense, a tomar cicuta, em razão de suas idéias. Giordanno Bruno, que concebeu a Terra como um simples planeta, tal como sabemos hoje, foi chamado herege e queimado. Darwin debateu-se contra a incompreensão e condenação de suas idéias, mais tarde aceitas.
Ainda hoje, temos exemplos de procedimentos similares. Oscar Arias, presidente da Costa Rica e prêmio Nobel da Paz, ainda há pouco tempo se debatia contra a sociedade de seu país, que teimava em colocar obstáculos à sua atuação. Em tempo: o mérito de Oscar Arias nem era o de estar à frente de seu tempo, mas simplesmente o de analisar os problemas do presente.
Esse mal não será curado tão cedo. Isso porque as pessoas que conseguem enxergar à frente apresentam ao homem o que ele odeia desde os tempos imemoriais: a necessidade de rever as próprias convicções. Enquanto esse ódio – ou será medo? – não for superado, a humanidade continuará mandando outros “Giordanno Bruno” para a fogueira da incompreensão e do isolamento. E, ignorando as pessoas de visão, continuará cega para o futuro e para si mesma.
(PROVA DE REDAÇÃO - Texto nota 10 – VESTIBULAR - FUVEST) “Autor não divulgado”
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