segunda-feira, 26 de maio de 2014

Defeitos de caráter e outras considerações



Falar na existência de defeitos de caráter, em quem quer que seja, pode ser mero juízo de valor, não de fato, ou mesmo de fato, mas não significa dizer que tais imperfeições são única e meramente uma condição que só se aplica aos adictos, esta categoria de seres humanos tão mal vista pela opinião pública, por desinformação, principalmente. 

Afirmar que defeitos de caráter é algo que só acontece com adictos, não é uma verdade, mas um sofisma. As premissas podem ser corretas, mas a conclusão é errônea, porque defeitos de caráter não escolhe classe social, etnia, religião, opção sexual, é onipresente. 

Defeitos de caráter podemos verificar em uma infinidade de pessoas que não utilizam substâncias tóxicas. Não é condição privativa de um adicto. O que se busca - quando se diz para um adicto que o mesmo possui defeitos de caráter -é para alerta-lo para tal revelação, para que procure em si, não nos outros, tudo quanto precisa corrigir em si mesmo, transformando a pedra bruta, em um brilhante, ou, quiça, em um diamante. Em suma em uma pessoa nova, mais humanizada e mais humana, dotada de princípios que passarão a norteá-los. 

Há quem diga que fulano de tal é agressivo e que isso decorre do uso da droga. Pode ser e pode não ser. Diversos fatores devem ser observados em uma pessoa agressiva, pois o ser agressivo não é necessariamente um usuário de drogas. Nem a droga, necessariamente, transforma pessoas em seres agressivos. 

Em qualquer parte do mundo iremos encontrar seres humanos que mais se assemelham a bichos.  É complexo o tema "agressividade".  

Será que um cara que cumpriu sentença, em um presidio, sairá de lá como um anjo, ressocializado e perfeito? Se acontecer será uma exceção, porque nosso sistema penitencial é muito mais uma escola do crime do que uma instituição de reabilitação, de recuperação...

Manicômios, do gênero que o livro Canto dos Malditos revela, tanto quanto os textos redigidos pela jornalista Ana Dip, acrescidos de numerosos filmes e livros, mostram uma realidade obscena e deplorável, uma indignidade, pois é inconcebível ver como seres humanos são "tratados", nestes locais em que a seriedade, a ética, a responsabilidade e o profissionalismo deveriam presidir a consciência de que se propõe cuidar de seres vivos adoecidos.

Do mesmo modo observamos as similaridades manicomiais em clínicas para adictos. Estas "cínicas" que prometem, mundos e fundos, para recuperar dependentes químicos, mediante propaganda enganosa, não passam de centros de tortura e maus tratos... só prestam um desserviço à sociedade. O poder público não pode, nem deve financiar estes locais. Seria ser, assim procedendo, coparticipe e conivente com as atrocidades que dia a dia vem sendo revelada.  



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