quarta-feira, 31 de agosto de 2011

E não nos deixais cair em tentação... mas nos deixe sonhar!

E n
Existem passagens muito marcantes em nossas vidas. Uma delas, recordo, deu-se quando um paciente, com mais de 76 anos, finalmente rendeu-se a uma evidência declarando:- É, envelheci ! Ele queria dizer, com este seu reconhecimento, noutras palavras, que não se considerava velho até então. Espiritualmente era um adulto competente, sério, sóbrio e honesto. Havia enfartado.

Outro lance curioso diz respeito a uma honrada viúva que estava deixando de ser octogenária para entrar na casa dos noventa. Seu extremoso e gentil esposo já havia falecido há quase 10 anos. Estava participando da conversa que versava sobre casamento, relacionamentos e a falta de um companheiro. Em dado momento, aquela senhora de olhar tão sereno vaticinava que, depois do falecido, ela não queria mais saber de homem algum.

Ambas situações me levam a crer que o sentimento de jovialidade, independentemente da idade permanece vivo, dentro de nós, que nos recusamos a enxergar as evidências da vida, da nossa morfologia, da nossas limitações, dos problemas de saúde... É como se todos fossemos jovens. Bem, não quero me reportar, nem defender tese de qualquer natureza, mas sinto que minha adicção quarda íntima relação com essa não aceitação da idade mais avançada. Isso ocorre de modo tão natural que muitas vezes me pego cheio de desejos quando olho uma "cabritinha". E tem certas "cabritinhas" que compreendem o olhar do desejo.

"Cabritinha" é como chamo uma quase donzela, menina de poucas experimentações sexuais. E, não fosse casado e um cara quase fiel, não posso mentir, tenho que ser honesto, pois em meu destemido inventario moral contei que fui infiel, mas não foi nada demais, foi só um boquete. Isso ocorreu, contudo, por conta do meu estado de uso de droga e da garota, também. Rolou o clima e pronto: aconteceu e peço desculpas. Foi algo tipo ao que ocorreu com Bill Clinton quando perguntaram se ele já havia fumado marijuana e ele respondeu dizendo que "fumou, mas não tragou". Não foi nada demais, culturalmente falando.

Bem, a gente se perde com divagações irrelevantes. Sou prolixo, tenho que reconhecer, mas sei ser enxuto quando devo ser. Então, tive pelo menos uma cabritinha que era louquinha por mim. Não era interesseira e, junte-se a isso, meu desejo, já manifesto, de querer fazer um filho. Lá um dia ousei conversar com a mulher para fazer uma proposta que me parecia razoável. Era o seguinte: Querida, eu sinto um desejo enorme de ter mais um filho e você não pode me dar. Eu queria realizar esse sonho se você deixar...

Basta, foi um escândalo na família. Os filhos ficaram mais possessos que a mãe e eu já estava com meio caminho andado com a "cabritinha", um diachinho de mulher, 5 estrelas, que caiu do céu pra me endoidecer. Ela seria a mãe do próximo filho. Mas não fui assertivo e dai em diante tive que manter a fidelidade, não obstante ter que confessar meus pecadinhos. Desejar é pecado!

Não sei se tal proposta minha teria a ver com a não aceitação de uma série de coisas e se essas não aceitações podem ter alguma relação com a adicção. Olhando pelo lado da terapia de choque, que pede que nos coloquemos no lugar da companheira, seria foda ouvir uma proposta dela de tal natureza. É a angústia de quem sabe que um dia vai morrer versus a eterna ânsia de viver.

Mas deixando o que é ruim de lado, percebo que, dentro de mim mora um jovem adolescente querendo viver a vida de modo intenso e isso me deixa reflexivo, pois não quero matar esse jovem adolescente, nem a criança que reside em mim, seria uma atrocidade, mas seria bom que em minhas atitudes um rabo de saia não me levasse para o caminho da perdição.

Tem mulheres que nos tiram o paraíso e perdemos tudo por causa de uma aventura errante e eu sonho, viajo e me contesto. Preciso acabar com esse ser inconstante e cheio de conflitos... É o rabo, será a saia, ou o rabo da saia, ou tudo junto?

Vejam vocês que o perigo mora ao lado, com isso não estou insinuando nada com a vizinha de quem quer que seja, mas tem mulheres que são foda; tem um blog que ostenta uma foto tão sugetiva que da vontade de perder a cabeça. As meninas de hoje em dia são arrojadas, intrépidas, destemidas e dizem o que desejam assim de cara, em uma simples fotografia, como quem põe a xota pro cara ver. Eu tô vendo.

Mas, além de estar em recuperação, ser infiel seria como recair. Sei lá, preciso amadurecer, mas, pelo visto, a gente só desliga o botão da tentação depois que passamos dos setenta. Tenho 20 anos pela frente de tentações a reprimir. Sou adicto e isso não me deixa infeliz!

Alcoólicos Anônimos, Reflexão do dia 31 de Agosto de 2011

UM PROGRAMA ÚNICO

Alcoólicos Anônimos jamais terá uma classe profissional. O antigo ditado: "O que vos foi dado de graça, de graça deveis dar.", tornou-se plenamente compreensível para nós. Descobrimos que no nível de profissionalismo, dinheiro e espiritualidade não se misturam.
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES. PG. 150

Acredito que Alcoólicos Anônimos permaneça sozinho no tratamento do alcoolismo porque ele é baseado unicamente no princípio de um alcoólico compartilhando com outro alcoólico. Isto é que faz o programa ser único. Quando decidi que desejava ficar sóbrio, chamei uma mulher que sabia ser membro de A.A., e ela transmitiu-me a mensagem de Alcoólicos Anônimos. Não recebeu nenhuma compensação monetária, mas, ao invés disso, foi paga pelo fato dela mesma ter ficado sóbria por mais um dia. Hoje, eu não pediria por mais pagamento que não fosse um outro dia livre do álcool. Dessa forma, sou pago generosamente pelo meu trabalho.

Narcóticos Anônimos, Meditação do Dia,31 DE AGOSTO DE 2011

Meditação do Dia
QUARTA, 31 DE AGOSTO DE 2011

Gratidão 

"Problemas desesperados de vivência modificam-se para bem. A nossa doença foi travada e tudo é agora possível." 
Texto Básico, p. 118 

O programa de NA deu-nos mais liberdade do que alguma vez julgámos possível. Por vezes, porém, no nosso dia-a-dia, esquecemo-nos de tudo aquilo que nos foi dado. Como, exactamente, é que as nossas vidas mudaram em Narcóticos Anónimos? O denominador comum em recuperação é, claro, a libertação da compulsão para usar. Não mais precisamos de despender todos os nossos recursos a alimentar a nossa adicção. Já não precisamos de nos pôr em perigo, de nos humilharmos, ou abusar de nós próprios ou a outros, só para conseguirmos a dose seguinte. A própria abstinência trouxe grande liberdade para as nossas vidas. Narcóticos Anónimos tem-nos dado muito mais do que a simples abstinência - foi-nos dada toda uma vida nova. Fizemos o nosso inventário e identificámos os defeitos de carácter que nos amarraram durante tanto tempo, impedindo-nos de viver e de gozar a vida. Rendemo-nos a essas imperfeições, assumimos responsabilidade por elas, e procurámos a direcção e o poder de que precisamos para viver de forma diferente. O nosso grupo-base tem-nos dado o calor pessoal e o apoio que nos ajudam a continuar a viver em recuperação. E, para completar isto tudo, temos o amor, o carinho e a orientação do Deus que viemos a conceber em NA. No decurso da recuperação no dia-a-dia, esquecemo-nos por vezes de quanto as nossas vidas mudaram em Narcóticos Anónimos. Será que apreciamos plenamente aquilo que o nosso programa nos tem dado? 

Só por hoje: A recuperação tem-me dado liberdade. Vou acolher o dia com esperança, grato por tudo hoje ser possível.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Alcoolismo, reabilitação e vontade de beber

Recaída e vontade de beber nos doze primeiros meses seguintes ao tratamento de alcoolismo

A efetividade dos tratamentos para os problemas decorrentes do uso de bebidas alcoólicas tem sido claramente demonstrada nas últimas décadas, mas as recaídas após o período de tratamento ainda são comuns.

Antes de a recaída ocorrer alguns pacientes em abstinência relatam sentir vontade intensa de beber (craving). A presença deste tipo de anseio tem revelado associação com recaídas, quadros mais graves de alcoolismo e maiores probabilidades de abandonar o tratamento.

Anton et al. (1995)*, desenvolveu uma escala que mede as características obsessivas e compulsivas associadas ao uso de álcool (OCDS - Obsessive Compulsive Drinking Scale). Este instrumento quantifica os aspectos cognitivos do impulso de beber (craving) e os escores obtidos foram preditivos do consumo total de bebidas alcoólicas após um período de tratamento de 12 semanas.

Os autores investigaram a associação entre a presença da vontade intensa de beber, medida através da OCDS, e a abstinência entre pacientes dependentes de álcool, bem como, a taxa de recaídas durante e após o término de um programa intensivo de tratamento ambulatorial.

Os participantes foram entrevistados no início e ao final do tratamento, e, novamente passados 12 meses do término do tratamento. 

De um total de 103 pacientes dependentes de álcool, 74 completaram o programa de tratamento. Destes, 97% foram entrevistados novamente após 12 meses. Os trinta e dois pacientes que recaíram durante o período de tratamento (desistentes), demonstraram níveis mais intensos de vontade de beber medidos através dos escores obtidos no OCDS e significativamente maiores escores nas escalas "obsessão" e "controle do beber e suas conseqüências" comparados aos obtidos por pacientes que permaneceram abstinentes. Dos 74 pacientes que completaram o programa, 16% apresentaram um episódio importante de recaída durante os 12 meses seguintes ao tratamento. Estes episódios de recaída estavam relacionados aos escores obtidos na escala "obsessão".

Os pesquisadores concluíram que o escore total obtido no OCDS foi preditor da recaída entre pacientes ambulatoriais. Eles recomendam que o tratamento e o pós-tratamento de pacientes com vontade intensa de beber devam ser intensificados.


* Anton, R. F., Moak D. H. and Lathamp, P. (1995) The Obsessive Compulsive Drinking Scale: a self-rated instrument for the quantification of thoughts about alcohol and drinking behavior. Alcoholism: Clinical and Experimental Research 19, 92?99. (German version: Mann, K. and Ackermann, K. (2000) Psychometrische Kennwerte der deutschen Version der Obsessive Compulsive Drinking Scale. Sucht 46, 90?100).


Título original: Impact of craving on alcohol relapse during, and 12 months following, outpatient treatment.
Autores: M. Bottlender e M. Soyka

Fonte: Alcohol & Alcoholism Vol. 39, No. 4, pp. 357-361, 2004
(http://www.alcalc.oupjournals.org
 
Crédito: CISA

Sinais interiores podem ser aviso de recaída

Sinais internos de recaída

Nesta fase a pessoa em recuperação se sente incapaz de funcionar normalmente dentro de si mesmo. Os sintomas mais comuns são:

1.1 — Dificuldade De Pensar Com Clareza.

A pessoa em recuperação muitas vezes tem dificuldade em pensar com clareza ou resolver problemas, geralmente simples. Às vezes sua mente age com pensamentos rígidos e repetitivos. Outras vezes sua mente parece se fechar ou dar brancos. Tem dificuldades de se concentrar ou pensar logicamente por mais que alguns minutos. Por isso nem sempre está seguro de como uma coisa se relaciona ou afeta outras coisas. Também tem dificuldade em decidir o que fazer a seguir para lidar com sua vida e recuperação. Às vezes é incapaz de pensar claramente e tende a tomar decisões, que não tomaria se o pensamento estivesse normal.

1.2 - Dificuldades Em Lidar Com Sentimentos E Emoções.

Na recuperação a pessoa que tem dificuldades em lidar com seus sentimentos e emoções. Às vezes super-regra emocionalmente (sentem demais). Às vezes fica emocionalmente insensível (sentem muito pouco) e não é capaz de saber o que está sentindo. Em outras vezes ainda, tem pensamentos estranhos e malucos, sem razão aparente (sentem coisas erradas) e começa a pensar que vai ficar louco. Este problema de lidar com os sentimentos e emoções leva-o a experimentar e confia em seus sentimentos e emoções, muitas vezes há ignorá-los ou esquece-las. Às vezes a incapacidade de lidar com os sentimentos e emoções, leva-o a reagir de maneira que não agir, se seus sentimentos fossem admitidos apropriadamente.
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1.3 - Dificuldade Em Lembrar Coisas.

A pessoa em recaída em recuperação tem problemas de memória e o impede de apreender informações novas e habilidades, a coisas novas que apreende tende a se dissolver de sua mente dentro de 20 minutos após apreendê-la.

Tem problemas para se lembrar de fatos importantes da infância, adolescência ou como adultos. Às vezes se lembrar tudo claramente. Sente-se bloqueados, grudados ou desligados da memória. Às vezes esta mesma memória, não em mente. Às vezes a incapacidade de lembrar coisas levando tomar decisões que não tomaria se sua memória estivesse funcionando bem.

1.4 - Dificuldade Em Lidar Com O Stress.

A pessoa em recuperação tem dificuldade em lidar com o stress. Não consegue reconhecer os menores sinais do stress diário. Quando reconhece o stress é incapaz de relaxar. As coisas que a pessoa faz para relaxar ou não funciona ou piora seu stress. A pessoa fica tão tensa que não consegue controla-lo. Devido à tensão constante existem dias em que o esforço torna-se tão forte que é incapaz de funcionar normalmente e sente que vai ter um colapso físico ou emocional.

1.5 — Dificuldade Em Dormir Tranqüilamente.

Na recuperação a pessoa tem dificuldade em dormir tranqüilamente. Não consegue dormir. Quando dorme tem sonhos incomuns e perturbadores. Acorda muitas vezes e tem dificuldade de voltar e dormir. Dormir intermitentemente e raramente experimenta um sono profundo e reparador. Acorda de uma noite de sono e se sente cansado e muda as horas do dia em que descansa. Às vezes fica acordado ate tarde devido à incapacidade de dormir e então dorme demais porque está cansado demais para se levantar de manhã. Às vezes fica tão cansado que dorme por longos períodos, dormindo até um dia inteiro ou mais.

1.6 — Dificuldades com A Coordenação Física e Acidentes.

Na recuperação a pessoa tem dificuldades com a coordenação física que resulta em tonturas, problemas de equilíbrio, dificuldades de coordenação entre os olhos e as mãos, ou reflexos fracos. Estes problemas criam idiotismo, bobo e tolo e propensão a acidentes que levam a outros problemas que não teriam se sua coordenação fosse normal.

1.7 - Vergonha Culpa e Desesperança.

Às vezes a pessoa em recuperação sente muita vergonha porque acha que está louco, perturbado emocionalmente, deficiente como pessoa, ou incapaz de ser ou sentir-se normal. Outras vezes sente culpa porque acha que está fazendo alguma coisa errada ou falhando em trabalhar um programa de recuperação apropriado. A vergonha e a culpa levam-o a esconder os sinais de aviso e para de falar honestamente com os outros sobre o que estão experimentando. Quanto mais a pessoa mantém escondidos, mais fortes os sinais de aviso se tornam. A pessoa tenta lidar com estes sinais de aviso, mas falha. Por isso começa a acreditar que não tem e não existe mais esperança.

Fonte: http://adroga.casadia.org

Será exagero, ou será Verdade?!

Mistura de cocaína com antraz, vem matando muito mais pessoas na Europa
por Henrique Oliveira

O antraz é uma bactéria natural que tem seu habitat no solo. Ela é muito temida ao redor do mundo por ser de fácil contágio entre seres humanos, que podem se contaminar tanto pela pele, quanto pelas vias aéreas e orais. O antraz, através da bactéria Bacillus anthracis, causa uma infecção aguda que pode matar um homem adulto em apenas três dias.
"O antraz é mais comum nas regiões agrícolas, onde afeta animais. Ocorre mais comumente em vertebrados domésticos e selvagens (gado, ovelhas, cabras, camelos, antílopes, e outros herbívoros), também ocorre no homem quando ele é exposto a animais infectados ou manuseia solo ou materiais que contém a bactéria ou seus esporos. [...] A bactéria infecta a pele em mais de 95% dos casos. Neste caso, a infecção ocorre quando a bactéria entra na pele através de um corte ou abrasão (raspão). O antraz gastrointestinal é adquirido caso se coma a carne contaminada mal cozida; e o antraz respiratório pode ocorrer caso se inale a bactéria ou seus esporos. Todavia a disseminação direta, pessoa-para-pessoa, é extremamente incomum a ponto de não ser uma preocupação no tratamento ou nas visitas aos pacientes infectados" (Fonte: Site boaSAÚDE).

Dado o seu grande perigo, o antraz é controlado de perto pelas vigilâncias sanitárias de todo o mundo. Dificilmente um produto devidamente fiscalizado chegaria contaminado ao consumidor final. Porém, uma nova forma de ataque com antraz vem preocupando autoridades européias: desde dezembro do ano passado, diversos usuários de heroína foram internados e morreram por contaminação por antraz.

Os primeiros casos ocorreram na escócia. E, agora, atingem diversos países da Europa. Sendo que dez pessoas já morreram com a contaminação:

"Na semana passada, um homem viciado nessa droga morreu na Alemanha com sintomas típicos de infecção por antraz, com confirmação laboratorial posterior. Dia 5 de fevereiro marca a chegada da droga contaminada à Inglaterra com o registro do primeiro caso em Londres após a internação da primeira vitima, ainda não identificada pelas autoridades" (Fonte: G1).

Suspeita-se que um lote inteiro, oriundo de um mesmo "distribuidor" da droga, esteja contaminado com a bactéria mortal. Vale lembrar também que o contágio dos viciados é mais preocupante porque se dá, em muitos casos, por via nasal, o que piora a situação. Uma vez que o antraz adquire sua forma mais agressiva quando adquirida pelos pulmões.

Outra preocupação, que com certeza está povoando a cabeça das autoridades, é que o controle desse surto de contaminação não será nada fácil. Afinal, um lote de droga não poderá ser fiscalizado com se faz com  um lote de alimentos. Sendo que, dificilmente, o entorpecente será localizado  por inteiro antes de chegar ao consumidor final" Ora, se somarmos isso ao fato de que os viciados, exatamente por serem viciados, não deixarão de consumir a substância, veremos que o problema pode ser muito grave, e, logicamente, ainda poderá causar muitas mortes.
   
Fonte: Casa Humanitaria

Alcoolismo em cartaz





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Reflexão do dia, 30 de Agosto de 2011, Alcoólicos anônimos

O ÚNICO REQUISITO

Em dada época... cada Grupo de A.A., tinha numerosas regras de ingresso. Todos temiam que alguém ou alguma coisa fizesse o barco virar... a lista total era quilométrica.
      Se todas aquelas regras vigorassem realmente em toda a parte, ninguém teria conseguido ingressar em A.A. ...
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES PG. 125/126

Sou grato pelo fato de que a Terceira Tradição somente requer de mim o desejo de parar de beber. Quebrei promessas durante anos. Na Irmandade não precisei fazer promessas. Não precisei me concentrar. Precisou apenas que assistisse a uma reunião, em condição, para que soubesse que estava em casa. Não tive que prometer amor eterno. Aqui, estranhos me abraçaram. "Vai melhorar" eles disseram, e: "Um dia de cada vez, você pode fazer". Eles não eram mais estranhos, mas amigos carinhosos. Peço a Deus que me ajude a alcançar as pessoas que desejam a sobriedade e que, me mantenha sempre grato.


Meditação Diária, Narcóticos Anônimos, 30 de agosto de 2011


"Esses Examinamos as nossas ações, reações e motivos. Muitas vezes, descobrimos que estamos nos saindo melhor do que temos sentido."
Texto Básico, pág. 49

A maneira como tratamos os outros, freqüentemente, revela o nosso próprio estado. Quando estamos em paz, nos inclinamos mais a tratar os outros com respeito e compaixão. Entretanto, quando nos sentimos fora de equilíbrio, tendemos a responder os outros com intolerância e impaciência. Quando fazemos um inventário regular, provavelmente notamos um padrão: tratamos os outros mal quando nos sentimos mal conosco.

O que talvez não seja revelado em um inventário, contudo, é o outro lado da moeda. Quando tratamos o outro bem, nos sentimos bem com nós mesmos. Quando somamos esta verdade positiva aos fatos negativos que encontramos em nosso inventário, começamos a nos comportar de modo diferente.

Quando nos sentimos mal, podemos fazer uma pausa para rezar pedindo orientação e força. Tomamos, então, uma decisão de tratar as pessoas à nossa volta com gentileza, com amabilidade e com a mesma consideração que gostaríamos que nos fossem demonstradas. Uma decisão de ser gentil pode nutrir e sustentar a felicidade e a paz interior que todos desejamos. E a alegria que inspiramos pode levantar o espírito daqueles à nossa volta, alimentando, em troca, o nosso próprio bem estar espiritual.

Só por Hoje: Eu vou me lembrar que se eu modifico as minhas ações, meus pensamentos se modificarão também.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Era uma vez... São Paulo

Se gosto de São Paulo não resta dúvida. O que não gosto em São Paulo é do vento gelado, não da temperatura. Acredito que suportaria até 5 graus, sem o vento gelado que penetra pela carne e alcança 
os ossos. 

Fiquei um mês e poucos dias numa cidade que não cheguei a conhecer.  Próximo a ela havia uma cidade muito bonitinha. Cheguei na mesma durante a madrugada e sai pouco depois de ter deixado o Hotel São Roque, depois da 10 horas da manhã. 

Estava todo feliz da vida, com dois dos três filho e a esposa juntos. Feliz por isso e feliz porque estava indo cuidar de minha recuperação. Madrugada adentro eu brincava, gargalhava, contava piada, brincava que nem um guri. Era todo satisfação. Ia voluntariamente para um lugar paradisíaco e, como São Paulo, pra mim, é sinônimo de progresso, estava me achando o máximo. 

Cheguei naquele lugar (repare minha má vontade em não desejar citar o nome do lugar!) pouco mais das 10 horas da manhã. Neste meu primeiro dia o grude foi sair perto das 15 horas. Disseram-me que era assim mesmo a desordem de horários para as refeições. No 5 dia, já tendo reparado algumas anomalias, perguntei a dois senhores de Minas Geraes em que passo eles se encontravam e eles me falaram: - Passo, que passo? Os doze passos do NA, respondi. Eles riram. Não haviam iniciado porra nenhuma e já estavam ali por quase 3 meses. No dia seguinte fomos acordados aos gritos de "VIBRANDOOOOOOOOOOO"!  

Dormia em um local que era chamado de segundo quarto de passagem. Na verdade não era um quarto, mas um ambiente que fora aproveitado para colocar mais quatro vítimas rentáveis no lugar. Foram companheiros de quarto, inicialmente, um GAP, que era marinheiro e carioca. Dormia na parte superior do beliche que eu chamava de balança mais não cai. Era um terror. O cara se mexia e sacudia o beliche, a parte superior parecia que ia desabar sobre mim. Ele foi substituído por um companheiro de Londrina, que gostava de farinha.  Ele andava feliz só em saber que iria sair daquele inferno de lugar.

O Baiano era uma figura à parte. Estava internado por causa do grande amor que ele alimentava pela "Mary Jane", uma droga depressiva que pode lhe fazer parecer um bipolar. Tem momentos em que pinta uma onda de gargalhadas impressionante. Dá fome e tezão, mas retira a concentração, afeta a memória e pode desenvolver patologias em quem já é portador delas...

Ele declarava abertamente que não estava ali pela vontade dele e que "nunca" abandonaria o "seu amor" pela droga preferencial dele. A outra era vodka "Absolut". Me chamava de "Tio". Não precisava mais fumar nada, era muito louco e só ele não percebia. Ele vivia fazendo apologia, dai resolvi dizer a ele: fulano, repare bem, tem gente que pode usar marijuana e tem gente que não pode. Os que podem e sabem seguem aquela máxima de Bezerra da Silva: "vou apertar, mas não vou acender agora, se segura malandro, prá fazer a cabeça tem hora". São disciplinados, metódicos, calculistas, atentos e sabem quando podem e quando não podem e não devem fumar. São os "malandros" no bom sentido. Também podem ser outros malandros, no mau sentido. Os que não sabem e podem, vivem chapados, como um LP posto em uma vitrola em baixa RPM. Dentre as pessoas que não podem usar incluo você, de modo que, repense e reconsidere esse amor que você tem pela "mary".

Falei que ele iria levar a vida dele toda sendo internado. Também foi levado pra São Paulo enganado. Era piradão mesmo. Foi para um bar beber vodka e, em dado momento, sacou o baseado e acendeu. Não sei bem como, mas chegou o "resgate" e apanhou ele. O cara é bem novo e já passou por mais de 5 internações. É sem jeito do jeito que tratam ele, mas é permeável. Talvez fosse o caso dos pais, que são separados, arrumarem um analista pra ele. O caminho da internação deveria ser indicado para os pais dele. Na verdade, o que me pareceu, é que seus familiares, para se verem livres de problemas e de "uma cruz",  internam o pobre coitado por conta da marijuanita dele. Tenham dó ! Perversidade pura. 

O Terceiro chegou por lá, naquele fim de mundo, todo ferido no braço. Era de Curitiba. Os caras do "resgate" chegaram na casa dele de surpresa. 

A princípio ele imaginou que fossem policiais. Nessas horas o cara está fodido. Pegam, dopam, ou amarram, ou fazem as duas coisas juntas. São mestres em "mata-leão". Terapia ? acredite e depois não diga que foi São Benedito que lhe enganou. 

Ele deve ter resistido... Era super tranquilo. Reflexivo e tímido. Um cara família, mas dessas famílias grã finas que morrem de medo quando assistem Datena. Ele ia bem, estava trabalhando e com possibilidade de progressão funcional. Gostava de farinha de vez em quando, era usuário social. Caiu no "de vez em quando" do azar. Pegaram ele de jeito. Dois dias por lá e parecia que ainda não tinha caído a ficha. Ele não compreendia a medida drástica adotada pelos pais. Ele não era problemático e o negócio era muito mais a vaidade da família que vive da negação e, para esconder essa vinculação do filho com a "branquinha", decidiram joga-lo em um pardieiro qualquer, em algum canto distante. 

Ele desejava falar muito com a namorada. Conseguiu esta proeza no dia dos namorados. Todos eles viviam brincando de colocar chifres, uns nos outros, pondo em duvida a boa reputação de suas donzelas militantes. O pior é que essas minhocas, ou grilos, acabam funcionando e, lá um dia, todo mundo para pra pensar no viado do "ricardão". Essas minhocas são bem plantadas, psicologicamente falando, que o cara se torna corno, psicologicamente pensando. 

Todo mundo, na verdade, confia desconfiando. Teve um novato, perto da minha saída, que escutei falando com a namorada. Foi comovente e convincente. Ela era chamada de "amor". Pronunciava a palavra com tanto amor que era impossível duvidar dele. Também temia a aparição do fantasma do "ricardão": - amor, jura que vai me esperar... cê jura, amor?! Amor, você não vai sair com aquelas amigas pras baladas, né amor? Prometa! Olhe, amor, me espere, aguente firme... diz pro vô que eu amo ele e que gostaria muito de vê-lo aqui, diz isso pra ele, promete amor? 

Era um sujeito puro e competente. Tipo caubói americano sem chapéu. Falava inglês, cantava e tocava bem um violão. ele provou isso no dia em que todo mundo ficou à luz de velas, na escuridão. Era muito novo e amava os Beatles e Rolling Stones.

Pois os companheiros de "quartinho de passagem" nunca me incomodaram. Ouvia eles trocarem idéias loucas, enquanto eu estava em outra sintonia, mas não me atrapalhavam. Gostavam de um "business", O lugar é tão terapêutico que permite jogar cartas apostando cigarros, roupas, relógios e outros objetos. 

Certa ocasião, em bate papo fechado, um interno me disse: - a cadeia era melhor que isso aqui!

Nesse lugar os "presidiários" arrumam um jeitinho de - sem saber - viver na base do só por hoje e conseguem manter a calma, a paciência e, de certa maneira, brincam entre si e apesar de todo sofrimento, conseguem parecer felizes.

Dia Nacional de Combate ao Fumo, ANTI-TABAGISMO





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domingo, 28 de agosto de 2011

bad trip

O texto que reproduzo abaixo é de minha autoria. Gostaria que não fosse pois é um auto-retrato que esbocei de mim mesmo em um dia muito triste. O texto reflete meu sentimento - julguem como desejarem. Foi um dia de cão e teria muito mais que escrever sobre o que me aconteceu antes de estar com os pés em brasa e sem dinheiro, com muita sede e fome e apenas vestindo uma bermuda. Fui forçado, pelas circunstancias a andar sobre pedras. Eis ai uma lição que hoje, refletindo, tem um novo significado moral para este blogueiro "desadictivado". Este é um dos meus dias de "bad trip", que gostaria de apagar. O que me ocorreu me fazia pensar sempre no "Lema do Psicodrama", que nada mas é do que uma inversão de papéis, como o terapeuta londrino sugeriu, certa feita, a Ozzy Osbourne em relação a codependente dele. Essa inversão de papéis é de pirar qualquer cara. Eis o texto:


Recentemente um homem, descalço e faminto, quase imóvel, foi visto por centenas e centenas de pessoas, andando com dificuldade. Tinha os pés queimados. A maioria dos olhares endereçados a este estranho cidadão, eram da mais pura indiferença e até de escárnio.

Como se fosse um leproso, ou um drogado*, ninguém ousou aproximar-se. Ele nada pedia em seu sofrimento evidente e os circunstantes, que o olhavam, sequer se dispuseram a perguntar-lhe: precisa de ajuda? quer um copo com água? Que posso fazer para amenizar a sua dor? 

O rapaz, olhava todos e imaginava quais os sentimentos que se processavam na mente de Cristo, enquanto percorria a via Crucis, diante de uma multidão enorme de gente. Aquela gente que o rapaz via, em nada diferia dos indiferentes, ignorantes e covardes, que presenciaram o suplicio de Jesus, com aquela coroa de espinhos na cabeça, exausto, sedento, tropeçando e, açoitado, carregando uma pesada cruz.

Alguns exemplos dignos de caridade cristã ficaram marcados na história, outros tantos servem apenas como exemplo do que não devemos ser, nem fazer com o próximo.

O cidadão se foi, carregando sua dor interior e nunca mais voltou**. Aqueles que escarneceram, foram indiferentes e, certamente, ele os absolveu, como Cristo fez. Aquela gente também não sabia o que fazia***. 

Um dia, que Deus os livre e guarde, poderão passar pela mesma situação e talvez encontrem uma mão amiga, talvez a mão daquele cidadão que passou vilipendiado em sua dor, sem ninguém para estender-lhe a mão. 

Os bons são diferentes: sabem perdoar os fracos, que, invariavelmente, se imaginam fortes e superiores diante da desgraça alheia. 

(texto do Blog Outros Olhares)



* estava drogado, infelizmente. O texto era para um blog que nada tem a ver com drogas;

** Infelizmente voltei (depois de muito tempo) e tentei fazer tudo diferente e só não queimei os pés, nem fique de corpo nú;

*** Eu também não era sequer um cisco do que Cristo foi.

Então estas lembranças me causam mal. Recordar que gastei tudo, outra vez, repetindo os mesmos erros incomoda muito. Nesse dia eu achava que todos eram uma droga e a pior seria aquela que parece gente e que pensa feito gente, mas não é flor que se cheire. É isso mesmo, tem muita gente ruim neste mundo. Agora me diga, que droga filha da puta é essa?!

A memória que não quero

Muita gente me sugere que escreva sobre fatos que me ocorreram enquanto adicto na ativa, mas o que  quero não é lembrar, ficar recordando o que passou. Não existe nada de interessante no mundo de um drogadicto. Nada, absolutamente nada. 

Tudo é triste e desprezível. Evidente que há um lado humano que frutificou durante esse período de experimentação. Uso esta palavra porque não creio que meu objetivo fosse o de me deixar prender como um escravo das drogas, mas como alguém que, movido pelo poder destrutivo, porquanto ciente de todos os males que a droga seria capaz de produzir, em função do uso, resolveu conhecer este outro lado da vida, este outro lado desumanizado que existe em nós, como uma cidade fantasma, como uma obra inacabada, como um terreiro dominado por ervas daninhas, como o solo rachado do sertão seco e agreste, como um mundo despovoado. 

Existe em nós um mundo tão fantástico que poderíamos chama-lo de paradisíaco, mas existe um outro lado do nosso cérebro que ainda não clareou e que permanece em nós como uma zona escura, onde parece só haver inverno. Não que eu não seja capaz de ver beleza no inverno, porque existe beleza nos raios e nos trovões, além do medo que infundem, e em tudo mais que nos desperte bons sentimentos, mas me refiro ao lado devastador do inverno, que traz consigo marcas indeléveis de destruição. Há em nós um território inexplorado, como áreas desconhecidas do cérebro que precisam ser melhor exploradas. 

Não me queiram mal pois pensar no que passei nada edificará e não pretendo escrever nada que fortaleça este território do mal. Nós existimos para sermos felizes e para construirmos uma civilização verdadeiramente humana e os doze passos, para mim, é como estar ocupando os vazios desse território até então desconhecido, cheio de ferocidade, fincando bandeiras brancas e levando ao mesmo uma mensagem de esperança, paz, amor, amizade, fraternidade, solidariedade e igualdade. Isso dentro de nós, sem esquecermos que, fora de nós também existem muitas coisas que merecem nossa atenção e compreensão. 

Dentro de nós precisamos de ingredientes que nos dão a certeza de que é possível realizar boas mudanças, mas o que esta fora faz parte de uma cultura milenar sedimentada, que exige muito de todos nós, que depende de uma mudança coletiva, mas que só será alcançada mediante um trabalho de lapidação interior, que depende de uma aprendizagem individualizada e de um novo despertar espiritual. 

Enquanto alienado poderia imaginar que me ocorreram coisas boas, mas prefiro ver o que resta de lembrança considerada "boa" como algo fictício, fruto da imaginação alucinada. O que quero saber é do que me restou de humano e o que devo fazer para, dia a dia, ser o mais humano possível, deixando o que é ruim numa lixeira que precisa ser limpa e esvaziada pelo esquecimento, além de buscar esquecer que um dia usei drogas, que frequentei lugares e convivi com determinadas pessoas, talvez isso possa me ajudar a viver como se este mundo auto-destrutivo  nunca tivesse existido. 

Sim, sei que é impossível, mas preciso me anistiar e me perdoar, além de tantas outras coisas que deverei fazer, pelo meu próprio bem e pelo bem da humanidade. Não sou contra quem pretende escrever suas memórias. Gostaria de ler. Quanto a mim, pessoalmente, não quero lembrar de nada que me faça mal. Tenho evitado pessoas, mediante julgamentos subjetivos, mas são pessoas que, ainda que não queiram, me causam mal estar, então devo evita-las. Isso não significa que devo desmerecê-las.

No mais eu quero seguir vivendo e sei que pessoas precisam de pessoas, que sozinho não posso, mas que alguém pode me ajudar se eu me permitir e esta concessão já fiz, sob forma de decisão, pois entreguei minha vida e minhas vontades a Deus e nele confio meu futuro rogando que me livre de todo mal, sempre.

Eu vou sem drogas (Clipe Oficial)



Rock in Rio 2011



Viver o programa

Viver o programa

O que deu certo para nós: Inventário diário de NA
O propósito deste inventário diário é observar atentamente quem somos e o que estamos fazendo — hoje.

Tente responder todas as perguntas todos os dias. Responda o mais simples e honestamente possível. Se falhar um dia, não tente fazê‐lo depois. Limite as suas respostas às 24 horas passadas, completando as perguntas no fim do dia.

Se quiser partilhar este inventário com alguém, sugerimos que o faça verbalmente. Lembre‐se que o inventário diário não é um teste — não há respostas certas ou erradas. Não se perturbe por não ter feito melhor ou por falhar às suas próprias expectativas. Lembre‐se que este programa é de crescimento e de recuperação, e se você está limpo hoje, está fazendo a coisa certa.

Só por hoje meus pensamentos estarão concentrados na minha recuperação, em viver e apreciar a vida sem drogas.

[Continue lendo e responda as perguntas com honestidade]

Meditação do Dia, NA, 28 de Agosto de 2011



Expostos à luz

"Estes defeitos crescem no escuro e morrem quando são expostos." 
Texto Básico, p. 37


O Quinto Passo pede-nos que partilhemos a nossa verdadeira natureza com Deus, conosco próprios, e com um outro ser humano. Não nos encoraja a contar a toda a gente cada pequeno segredo nosso. Não nos pede que contemos ao mundo inteiro cada pensamento vergonhoso ou aterrador que tenhamos tido. O Quinto Passo sugere apenas que os nossos segredos prejudicam-nos mais se os guardarmos, do que se os revelarmos a alguém. Se cedermos à nossa relutância em revelar a nossa verdadeira natureza a um só ser humano que seja, o lado secreto das nossas vidas tomar-se-á mais poderoso. E quando são os segredos a controlar-nos, eles criam uma separação entre nós próprios, 0 nosso Poder Superior, e as coisas que mais prezamos na nossa recuperação. Quando partilhamos em confiança o nosso lado secreto com pelo menos um ser humano - talvez o nosso padrinho ou madrinha, ou um amigo chegado - essa pessoa não irá decerto rejeitar-nos. Abrimo-nos com outra pessoa e somos recompensados com a sua aceitação. Quando isso acontece, compreendemos que uma partilha honesta não pode ameaçar as nossas vidas; os segredos perderam o seu poder sobre nós.

Só por hoje: Posso desarmar os segredos na minha vida ao partilhá-los com um outro ser humano.


Reflexão diária, AA, dia 28 de Agosto de 2011


ALIVIANDO A CARGA

Mostrar aos outros que sofrem como recebemos ajuda é justamente o que faz a vida nos parecer valer tanto a pena... o passado negro é... a chave para a vida e a felicidade de outros.
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS PG. 141

Desde que estou sóbrio, sarei de muitas dores; de enganar meu sócio, abandonar meu melhor amigo e estragar as esperanças que minha mãe nutria para minha vida. Em cada caso, alguém no programa ma falou de um problema similar, e pude compartilhar o que tinha me acontecido. Depois que contei minha historia, ambos nos levantamos com os corações aliviados.

sábado, 27 de agosto de 2011

Alcoólicos Anônimos, Reflexão Diária, 27 de Agosto de 2011


CENTRANDO NOSSOS PENSAMENTOS

Quando se desencadeou a Segunda Guerra Mundial, nossa dependência em A.A. de um Poder Superior enfrentou o seu primeiro grande teste. Muitos A.As alistaram-se e espalharam-se pelo mundo. Seriam eles capazes de obedecer às ordens, fazer face aos tiroteios e perseverar...?
NA OPINIÃO DO BILL PG. 200

Centrarei meus pensamentos em um Poder Superior. Renderei tudo a esse Poder dentro de mim. Serei um soldado por esse Poder, sentindo a força do exército espiritual tal como existe hoje em minha vida. Permitirei que um onda de união espiritual me conecte a esse Poder Superior através de minha gratidão, obediência e disciplina. Que eu permita a esse Poder guiar-me através dos regulamentos do dia. Que os passos dados hoje por mim, fortaleçam minhas palavras e meus efeitos, que eu saiba que a mensagem que levo é para ser compartilhada, dada livremente por esse Poder Superior a mim.

Meditação Diária, Narcóticos Anônimos, 27 de agosto de 2011


Escolhendo a vida

"Tornou-se necessário uma mudança nos padrões de vida autodestrutivos"
Texto Básico, pág. 16

A adicção ativa é um desejo de morte latente. Cada um de nós corteja a morte cada vez que usávamos. Os nossos estilos de vida também nos colocavam em risco. A cada dia, e a cada dose, a vida de um adicto é vendida barata.

Em recuperação, o primeiro padrão que modificamos é o padrão de usar. Manter-se limpo é início de uma jornada para a vida. Mas o nosso comportamento autodestrutivo geralmente ia muito mais fundo do que só o uso em si. Mesmo em recuperação, podemos ainda nos tratar como se não tivéssemos valor. Quando nos tratamos mal, nos sentimos mal. E quando nos sentimos mal, buscamos alívio, talvez até na nossa velha solução, as drogas.

Escolher a recuperação significa escolher a vida. Decidimos, a cada dia, que queremos viver e ser livres. A cada dia que evitamos o comportamento autodestrutivo, escolhemos a recuperação.

Só por Hoje: Eu vou escolher a vida escolhendo a recuperação. Cuidarei de mim.

Meditação Diária, Narcóticos Anônimos, 27 de agosto de 2011


Escolhendo a vida

"Tornou-se necessário uma mudança nos padrões de vida autodestrutivos"
Texto Básico, pág. 16

A adicção ativa é um desejo de morte latente. Cada um de nós corteja a morte cada vez que usávamos. Os nossos estilos de vida também nos colocavam em risco. A cada dia, e a cada dose, a vida de um adicto é vendida barata.

Em recuperação, o primeiro padrão que modificamos é o padrão de usar. Manter-se limpo é início de uma jornada para a vida. Mas o nosso comportamento autodestrutivo geralmente ia muito mais fundo do que só o uso em si. Mesmo em recuperação, podemos ainda nos tratar como se não tivéssemos valor. Quando nos tratamos mal, nos sentimos mal. E quando nos sentimos mal, buscamos alívio, talvez até na nossa velha solução, as drogas.

Escolher a recuperação significa escolher a vida. Decidimos, a cada dia, que queremos viver e ser livres. A cada dia que evitamos o comportamento autodestrutivo, escolhemos a recuperação.

Só por Hoje: Eu vou escolher a vida escolhendo a recuperação. Cuidarei de mim.

Agora só falta você - Rita Lee - Legendado



O que é que eu fiz da vida ?

Muitas vezes, na drogadição, me questionava, me arrependia. Queria conversar francamente com a mulher, mas não tinha como estabelecer um canal de dialogo. Estávamos fora de sintonia e parecíamos falar dialetos diferentes. Não me dava chance de conversar, não me oferecia uma oportunidade sequer para abertura do canal de diálogo. Tentava iniciar algo, mas era lançado contra a parede. Mesmo estando errado, mesmo embaralhado e embarulhado, tinha capacidade de dialogo, muito mais que ela, mas o que poderia vir a ser uma mão estendida, pronta e disposta a ajudar, não passava de momentos de dor e raiva, de intolerância e ausência completa de compreensão. Nessas horas em que era possível conversar, era hora de escandalizar, de perder o controle, de proferir bobagens e de me jogar na rua. Eu usava, vinha o incomodo da culpa e com ela o arrependimento. Um pouco mais de calma e de inteligência seria, creio, o inicio do esforço de busca da recuperação. Cada caso é um caso, cada cabeça um mundo e ao mesmo tempo uma sentença. Se os adictos tem um proceder muito semelhante em quase tudo, bem que poderia reagir de maneiras semelhantes em situações parecidas codependentes, mas nem sempre é assim. Um pouco mais de calma, o momento certo para uma conversa amadurecida, com proposições assertivas, com a abertura de crédito de confiança, sem a amargura deixada pelo rancor. Fundo de poço eu tive tantos e não foram suficientes para modificar-me. Era sair de um para cair noutro, mais profundo. Vem o momento do agravamento que é aquele em que a mulher liga o botão do foda-se e, neste momento bate aquela sensação de que já era aquele amor que prometia ter um final feliz. Vem um incomodo, um desconforto e aquilo que ela sentia, reverte-se contra ela e eu ligava o botão do foda-se geral. Sentindo-me desamado buscava, nas quebradas da vida, cercar-me de mulheres e estas são de todos os tipos e classes. Pouco importava. Novamente errava em função das inúmeras perturbações que me acometiam e me enchiam de dúvida. Não fossem mulheres de poucos atributos, talvez dali surgisse algo novo, o que seria uma loucura maior. O que esperar de bom em uma mulher tão desencontrada na vida e movida por drogas? bastava uma aventura e pronto. Inconscientemente buscava uma vingança torpe, fútil, errante. Nas quebradas eu estava arrastando comigo a rainha da sucata. Eram as BBBs: boas, bonitas e baratas... na verdade eram uma mentira que nossa vaidade deseja, no mais, o que poderia sair barato acabava saindo caro devido a minhas inúmeras vulnerabilidades. Na escuridão, pelos labirintos, percorria as favelas, entrava em barracos, sempre levados por mulheres loucas, insanas e que fingiam uma paixão que eu sabia inexistir. Vivia em um mundo de mentiras e a mentira virava um brinquedo, uma distração. Ouvia meu nome ecoando pelas quebradas das biqueiras, madrugada adentro, onde eu não conhecia quase ninguém e todos parece que me conheciam. Às vezes me imaginava famoso, um pop star no lodaçal da fama, provocando tumulto e cheio de fãs que nada mais eram que carcarás famintos e desejosos em encontrar quem lhes desse alimento. Tudo poderia ser diferente caso a mulher tivesse sido inteligente, mas não, ela foi apenas a burrice das conselheiras do apocalipse. Ficava um, dois, ou tres dias sumido e quando voltava era um traste. Eu me sentia um lixo. Todo quebrado, liso e totalmente louco, mas numa loucura que me permitia enxergar as inúmeras bobagens que fiz, o excesso de gastos, a grana furtada e a grande frustração por ter me deixado levar pela raiva transferida. Refeito eu ficava quase um mês limpo, para, passado certo tempo, voltar a repetir tudo outra vez, sem explicação lógica. Então eu era um amontoado de burrices e minha codependente um outro amontoado de burrice antagônica. Um par perfeito de burros para deleite de quem vive esquadrinhando a vida alheia, muitas vezes como quem está interessado(a) em ajudar. Hoje, há mais de 3 meses limpo, posso me enxergar com olhos críticos e, embora devesse me culpar, como é praxe, verifico o somatório de burrices nesse sanatório geral de incompetentes desgovernados, que impera no universo do adicto. É assim que eu e meus codependentes fomos. Bem sei, doravante vivo só por hoje. Mas sinto que vivo por algo maior que chamo "só por nós". Adictos e codependentes, orgulhosos, são dois duros, por isso não podem dar um bom muro. Sóbrio, graças a Deus, vou vivendo só por hoje. Agora preciso ler os blogs que gosto para continuar aprendendo novas lições, mas ando tão distraido com fotografias e outras coisas que deixo o tempo passar sem sentir e quando reparo o tempo percebo o quanto deixei de cumprir. 

O Progresso

O Progresso
Roberto Carlos

Eu queria poder afagar uma fera terrível
Eu queria poder transformar tanta coisa impossível
Eu queria dizer tanta coisa
Que pudesse fazer eu ficar bem comigo
Eu queria poder abraçar meu maior inimigo
Eu queria não ver tantas nuvens escuras nos ares
Navegar sem achar tantas manchas de óleo nos mares
E as baleias desaparecendo
Por falta de escrúpulos comercias
Eu queria ser civilizado como os animais

Eu queria ser civilizado como os animais

Eu queria não ver todo o verde da terra morrendo
E das águas dos rios os peixes desaparecendo
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro
Não passa de um negro veneno
E sabemos que por tudo isso vivemos bem menos

Eu não posso aceitar certas coisas que eu não entendo
O comércio das armas de guerra da morte vivendo
Eu queria falar de alegria
Ao invés de tristeza mas não sou capaz
Eu queria ser civilizado como os animais
Eu queria ser civilizado como os animais
Eu queria ser civilizado como os animais

Não sou contra o progresso
Mas apelo pro bom senso
Um erro não conserta o outro
Isso é o que eu penso

Eu não sou contra o progresso
Mas apelo pro bom senso
Um erro não conserta o outro
Isso é o que eu penso


Chamem o IBAMA !


É imperativo regulamentar, exigir dessas clínicas um projeto em que revele em que consiste os variados tratamentos para dependentes químicos, qual a metodologia, quais as atividades desenvolvidas, quem são os profissionais que compõem a equipe, incluindo o pessoal administrativo. Essa aceitação do trabalho dos internos caracteriza trabalho escravo e o Ministério do Trabalho precisa verificar esta questão e aplicar a legislação trabalhista, enquanto o MP emprega os rigores da lei para coibir a existência de uma modalidade de escravidão que é mascarada sob o manto de LABORTERAPIA. Eu sei o que é uma LABORTERAPIA e, portanto, sei o que é também trabalho escravo. Não é admissível que esses abusos sejam tantos e tantos. Conheci uma clínica que era séria, embora cara, mas nela havia de tudo, incluindo o tratamento e a recuperação de verdade. Não era um centro de castigo, não ocorriam tentativas de fuga e havia muita atividade para os internos, todos bem tratados. Então não posso admitir que existam clínicas que só fazem arrancar dinheiro dos codependentes em desespero.

Jaguariuna  Clínica denunciada por maus tratos foi lacrada
terça-feira, 19 de abril de 2011
Clínica denunciada por maus tratos foi lacrada

A clínica de reabilitação de dependentes químicos de Jaguariúna, Recanto da Paz, foi lacrada pelo Ministério Público (MP), segundo o dr. José Antonio Amin, membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na quarta-feira, 7.

O MP também determinou ainda o bloqueio dos bens da entidade e a remoção dos pacientes e transferência para outro centro de terapia. O delegado Osmar Adorni, responsável pela investigação da denúncia de cárcere privado e maus tratos na clínica de tratamento para dependentes químicos Recanto da Paz - Comunidade Terapêutica de Jaguariúna, informou na quarta-feira, 6, que o inquérito está em andamento e que a Vigilância Sanitária foi acionada para fiscalizar o local e mais três pessoas já foram ouvidas. “Aguardo o laudo da Vigilância Sanitária para encaminhar à Promotoria de Justiça que irá apurar as denúncias de cárcere privado e maus tratos com internos”.
Um flagrante de irregularidades feito por uma Comissão de Direitos Humanos da OAB, Polícias Civil e Militar e Guarda Municipal, após denúncia crime de cárcere privado feita na sexta-feira, 1, no Recanto da Paz resultou na saída de pacientes da clínica, que prestaram depoimentos e depois retornaram para casa.

O advogado da OAB, José Antonio Amin, solicitou às assistentes sociais da Prefeitura que autorizassem vagas para dez pacientes, que permaneceram no local, em uma outra clinica de recuperação e tratamento de drogas da cidade, mas nenhum deles aceitou se internar na clínica autorizada e cada um tomou o seu destino.

A secretária de Gestão Social e Cidadania Rita Bergamasco, disse que por um longo período, a Casa Dia, hoje Recanto da Paz atendeu dependentes químicos do município através de um convênio por meio do qual a entidade recebia subvenção da Secretaria de Assistência Social e disponibilizava vagas para o tratamento de dependentes.

O convênio foi encerrado em 2009 e depois concedido à outra entidade qualificada. “As entidades passam por uma avaliação dos Conselhos de Saúde e Assistência Social que analisam se a entidade oferece condições para atender o paciente” explicou a secretaria.

Depoimentos

Além do depoimento de 37 pacientes, outras três pessoas ligadas ao Recanto da Paz foram ouvidas pela polícia esta semana. G.M.C., indicado pelos internos como suposto dono da clínica e um dos que agrediam os pacientes, informou em depoimento que apenas faz palestras no local, pois não figura cargo na entidade. Seu filho, D.M.C., também mencionado pelos pacientes, declarou apenas exercer a função de auxiliar administrativo. O responsável pela clínica M.D., também foi na delegacia para prestar depoimento.

A reportagem da Gazeta Regional esteve no Recanto da Paz, à procura de responsáveis que pudessem esclarecer as denúncias feitas contra o Recanto da Paz, porém a única resposta obtida por um dos funcionários foi que o advogado da entidade os aconselhou a não se pronunciarem sobre o caso neste momento o que poderão, talvez, fazer em uma outra oportunidade. Enquanto aguarda o laudo da Vigilância Sanitária, a polícia tenta localizar outras pessoas relacionadas à clinica para o esclarecimento das denúncias e dar sequência às investigações.
Fonte: www.gazetaregional.com.br

Clínica Palet é denunciada por eventuais maus tratos contra dependentes químicos



Outra clínica administrada por pastor. Afinal, que igreja é esta que crucifica tanta gente que reclama tratamento e só recebe tortura e maus tratos?

Em 20 DE JULHO DE 2011 o Jornal JOGO SÉRIO publicou a seguinte matéria sobre clínica que deveria cuidar de tratar e recuperar dependentes químicos:

"Dirigente desmentiu todas as acusações, mas inquérito policial já foi instaurado.

A Clínica Palet, de recuperação a dependentes químicos, foi denunciada na semana passada por supostamente cometer maus tratos a internos. Situado num imóvel anexo ao Lar São Vicente de Guaxupé, o local é administrado pelo pastor evangélico Luiz Carlos Evangelista Júnior, o qual foi acusado por Diego Henrique Pedretti, enfermeiro que trabalhou na entidade por três meses, mas se demitiu no dia de uma rebelião (também na última semana) e registrou boletim de ocorrência contra o responsável pelo lugar. O caso está sendo investigado pelo delegado José Tadeu Batistucci.

As acusações foram feitas depois que Diego presenciara situações que considerava como más práticas aos pacientes, que geralmente são presos num quarto, chamado de sala de contenção, onde passam por vários tipos de humilhação. “Não há respeito para com eles, que sofrem com o tratamento subumano do pastor, um ex-policial da ROTA paulista, que intimida a quem não ‘rezar sob sua cartilha’. Esta, diga-se de passagem, é composta por uma filosofia que não melhora a ninguém, mas sim os prejudica”, disse o rapaz, em entrevista ao Jornal, em frente à delegacia, onde narrou os fatos e tentou proteção, já que teme represálias pelas denúncias feitas.

Diego procurou o jornal acompanhado de sua mãe e membros da família de um interno de Guaranésia, Eliseu (sobrenome preservado), o qual teria ficado por vários dias na contenção, em situações constrangedoras. “Eu tinha que fazer as necessidade fisiológicas em garrafas pet, era obrigado a conviver com o mal cheiro da urina de um outro interno, deficiente mental, que fazia tudo pelo chão mesmo. Não tinha privacidade para falar com minha família no telefone, pois me comunicava de um celular da clínica, que era colocado no modo vivavoz, para monitorarem o que conversávamos. A comida é de péssima qualidade e o tratamento se diferencia de um para outro interno, de acordo com a preferência da administração”, afirmou Eliseu, que pagou R$ 730,00 por um mês de tratamento.

O OUTRO LADO

O Jornal foi até aquela unidade, ainda na semana passada, onde falou com o pastor Luiz Carlos, o qual negou as más condições do quarto de contenção, assim como as demais acusações. “Isto faz parte do procedimento, pois eles sofrem o que chamamos de período de abstinência e ficam incontroláveis, vindo a atacar quem estiver pela frente! Mas, não é verdade que tratamos os pacientes mal, pois eles ficam em colchões, recebem cobertores, travesseiro... têm a hora do banho, o acompanhamento de enfermeiros e eles contam ainda com outras assistências”, defendeu-se o diretor.

Sobre a rebelião, Luiz Carlos admitiu ter havido um tumulto no local, mas prefere definir a ocasião como uma pequena revolta, desencadeada por baderneiros, já expulsos de lá. “Realmente, houve um princípio de tensão, mas nós contivemos a indisciplina, apesar de que alguns usaram até armas brancas, feitas à base de madeira. Pior do que isto, eles queriam atear fogo na Clínica e não poderíamos permitir. Contudo, a situação logo foi normalizada, nós expulsamos dois dos infratores e retomamos a paz aqui dentro”, informou o pastor, que preferiu não acionar a Polícia Militar, embora os internos tenham quebrado vidros e tentaram incendiar o local.

Segundo Luiz Carlos, o enfermeiro Diego não se demitiu, mas foi dispensado no mesmo dia da confusão. “O Diego se envolveu emocionalmente com os pacientes dele e isto foi muito prejudicial para todos nós. Não sei de onde ele ‘pintou’ esta má imagem de nossa clínica, pois isto não corresponde à verdade. Infelizmente, tivemos que mandá-lo embora, pois sua presença aqui era negativa ao tratamento de nossos internos”, disse o administrador.

Também a psicóloga da Palet, Suene Reis, alegou surpresa pelas declarações do enfermeiro e do ex-interno Eliseu. “Eu já fiz várias pesquisas científicas e, sinceramente, não encontrei outra alternativa, pois as crises no estado de abstinência são horríveis”, disse a profissional, que apresentou o interno Rodrigo A. D. S., de 28 anos, que desmentiu o colega de internato, sobre os maus tratos. “Não concordo com nada disto, pois aqui é um clima de plena paz. Infelizmente, é preciso usar a contenção, pois todos nós sabemos que a dependência deixa a pessoa enlouquecida. Estamos aqui dentro por opções erradas tomadas lá fora. Então, devemos agradecer por haverem pessoas interessadas em nos recuperar”, refletiu o rapaz.

O INQUÉRITO

Dadas as versões, a direção da Clínica Palet agora responderá a inquérito policial na delegacia de maus tratos. “A denúncia do enfermeiro Diego será juntada numa instrução já instaurada contra aquela clínica, que há três meses foi acusada por um ex-interno, que falou ao programa Comando Geral, da TV Sul Educativa. Por hora, nada posso dizer a respeito das acusações, pois eu mesmo já estive na clínica e não encontrei nada de errado. Contudo, continuaremos ouvindo as pessoas, com o objetivo de concluir este inquérito”, finalizou o delegado.

A CLÍNICA

A Palet iniciou-se em Guaxupé em setembro de 2010, tendo vindo de São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo, onde encerrou as atividades após três anos de atuação. Atualmente, o local conta com sessenta internos, que são submetidos a tratamentos como a laboterapia (trabalho na lavoura), palestras sobre ética e moral, cultos evangélicos e outras temáticas conduzidas pelo pastor Luiz Carlos e voluntários. Na parte clínica, os pacientes contam com assistências internas nas áreas de psicologia, enfermagem e recebem ainda o apoio de universidades da região. A clínica não conta com recursos dos governos municipal, estadual e federal, mas ganha ajuda da iniciativa privada para auxiliar na alimentação dos internos. Seu caráter particular consta da cobrança de mensalidades, cujos valores se iniciam com um salário mínimo. No entanto, entre os internos há alguns que são tratados gratuitamente, em tom de apoio social."

Crédito: Jogo Sério


Questionamentos sobre a famosa clinica greenwood

A famosa clínica greenwood vem sendo alvo de diversos questionamentos feitos por Priscila Gaudin e outros ex-internos, referentes a quase tudo o que temos visto a respeito de clínicas que estão sendo fechadas por diversas razões. Dizem que é muito cara e há um site, escrito por Priscila Gaudin, em que ela e outros ex-internos acusam a clínica de maus tratos. 

É uma questão para se meditar e refletir. Realçam que Casagrande e Fábio Assunção, enquanto estiveram na mesma, receberam tratamento diferenciado, pelo status que possuiam e pelo fato da mídia estar constantemente procurando saber noticias deles. Ambos estão bem, só por hoje e desejo a eles infinitas horas de sobriedade. 

Há depoimentos de gente em favor da clínica e outros tantos contrários a mesma. Para quem gosta de apreciar essas questões que envolvem maus tratos e que eu já estou achando que para os paulistas a prática delituosa faz parte de uma cultura que reputo como esquisita e que continuarei a denunciar. Quem está com a razão? fico inclinado a crer, devido a tantos casos de clínicas paulistas se utilizarem da violência e maus tratos, que a criadora do site não está mentindo. 
Quem quiser ler a respeito clique no link abaixo:

http://brasil.indymedia.org/es/red/2009/02/441643.shtml

ou 

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/02/441643.shtml

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Refazendo a vida

“Hoje tenho vida. Respiro, durmo, sinto calor, frio, raiva e felicidade. Tudo é novo para mim. Até então, não tinha conhecimento dessas coisas”, avalia Mel(*), 30 anos, após cinco meses de abstinência e 90 dias de alta na Uniad. Mãe de três filhos (11 meses, três e sete anos), foi usuária de maconha, cocaína, crack e outras drogas durante 16 anos, 12 deles dedicados diariamente ao crack.

Sem recaída, Mel se orgulha de dizer que é a única limpa da primeira turma de internos da clínica. “Agora consigo ser mãe”, resume. Porém, observa que os filhos mais velhos já apresentam  comportamento de dependente. “Eles são compulsivos e obsessivos. Quando querem algo, manipulam, esperneiam, berram, fazem qualquer coisa para ter o pedido atendido, como o dependente químico”. Mel acredita que agem assim porque fumou maconha numa gravidez e crack na outra. 

A menina de sete anos faz tratamento psicológico e participa com a mãe das sessões do NA e das consultas no Caps. A jovem conta que quando usava drogas fazia tudo que os filhos queriam. “Agora, imponho limites”, compara. Com a auto estima elevada, Mel reconstrói a vida, apesar de conviver com codependente na família. Ela acredita que o acompanhamento psicológico e psiquiátrico e os 12 passos oferecidos na Uniad foram fundamentais para que reconhecesse que é portadora de doença incurável. “Aprendi que preciso observar meu comportamento o tempo todo para evitar a recaída”. Na sua opinião, o governo deveria investir na prevenção das drogas e álcool e na ampliação de clínicas gratuitas como a Uniad. Mel está tão grata e satisfeita com o tratamento que em 2010 pretende fazer curso de acompanhamento terapêutico e trabalhar na área de dependência química.

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