Em certos momentos da vida, não foram poucos, me vi em apuros. Ninguém para pedir ajuda. Era como um barco em mar revolto. Quantas vezes andei, depois de tantas andanças, quilômetros e mais quilômetros. Cansado, com sede, com fome, madrugada adentro e sem ter como parar para descansar, andando por lugares ermos e escuros, ruelas e quebradas, ouvindo o pipoco de tiros. Sim, estive em apuros e o que mais me marcou foi quando precisei de ajuda para pagar umas contas com prazo estipulado. Naquela aflição pedi ajuda a meu idolatrado pai, que, por se encontrar, face a idade longeva, dependente de algumas pessoas, conversou com pessoas próximas a mim para tratarmos o assunto. Vieram três pessoas. O dinheiro eu tinha, mas não podia retira-lo. Queria apenas uma soma emprestada para efetuar o pagamento. Estas três pessoas, como se fossem proprietárias dos recursos de meu pai, tomaram a decisão de me jogarem à própria sorte e me viraram as costas. Sabia que dentro deles existia uma conjunção de interesses. Era um bem de raiz que meu pai me havia dado. Disso um dia tratarei e tem a ver com a palavra dada. Fui desprezado pelos três e os olhos do meu pai falavam e eu o compreendia perfeitamente bem. Jamais faria isso com qualquer um dos três, por mais errado que estivessem.
Dia seguinte, em desespero, pedi ajuda a meu pai. O dinheiro eu tinha e devolveria, como fiz e como posso provar. Escapei, pois meu pai ordenou o empréstimo.
Depois de novas descobertas, de brigas que andaram ocorrendo - na minha ausência - em torno da doação de um bem de raiz, que me foi feita, passei a desconhecer tanta gente. Lastimável ! Tudo confirmava minhas suspeições, de um lado e de outro.
Em determinado dia, farto de tanto terror infundido contra um idoso, meu pai, vitimado por insidiosa guerra psicológica adversa, lembrei a um dos que me viraram as costas e me arrependo de tê-lo feito relembrar o dia em que me ligou choroso, pois estava como refém em uma casa de vídeo poker. Só sairia dali se pagasse o que devia... Vale dizer que ele saiu e que esta máfia levou muita gente a perder carros, casas e ao suicídio. O chefão morreu quando retornava para casa, salvo engano, por um franco atirador. Peço desculpas por ter feito o mesmo lembrar, ainda que tentasse dizer que o fato era mentira. Não foi, pois meu pai foi comigo resgata-lo enquanto pagávamos o valor devido, que saiu quase todo do meu bolso e pouco me importava e importa. Mais vale uma vida!
Passou, peço perdão! o que ficou foi a lição que aprendi: ninguém é perfeito.
As outras duas pessoas que me viraram as costas também não são e peço a Deus que me poupe de falar de quem quer que seja, pois sei que palavras e verdades podem destruir vidas, pena que tais pessoas não saibam. Tenho tantas verdades e ouço tantas acusações, pena que macaco não olhe para o rabo, nem o pavão olhe os pés.
Vou iniciar meu processo de desligamento...
As outras duas pessoas que me viraram as costas também não são e peço a Deus que me poupe de falar de quem quer que seja, pois sei que palavras e verdades podem destruir vidas, pena que tais pessoas não saibam. Tenho tantas verdades e ouço tantas acusações, pena que macaco não olhe para o rabo, nem o pavão olhe os pés.
Vou iniciar meu processo de desligamento...
Não sou perfeito!
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