terça-feira, 5 de março de 2013

Maiores são os poderes de DEUS

O último post que escrevi, intitulado "E agora José?", já faz algum tempo. O José poderia ser qualquer adicto que cai na desventura de voltar ao caminho da insanidade das drogas, de se deixar levar, esquecendo que sua recuperação exige manutenção diária.

Hoje volto a escrever sobre outro tipo de inconveniente que um adicto pode padecer em determinados locais. Um deles é a extorsão, que é muito em certos meios e o adicto sofre, de tal modo, tantas extorsões que acaba se deixando levar pelo medo, desespero e outros sentimentos que o levam a viver um pesadelo surreal.

Pagar pelo não deve, sob  ameaças e todo tipo de pressão. Em certos locais é muito comum o "aperto de mente" que leva o adicto a entrar em desespero total. Perde a paz e vive intranquilo, inseguro, passa a ver fantasmas. Sente que lhe falta proteção, apoio e que ninguém quer lhe dar ouvidos, prevalecendo versões mentirosas de quem explora o mercado ilegal drogas.

Por se encontrar em situação já descrita no artigo acima referido, "E AGORA JOSÉ", um ser humano pode viver pesadelos dantescos. O universo das drogas é um mundo louco, onde prevalece a lei da selvageria. Em situação de risco, sob ameaça, o adicto vive seu drama particular que o leva ao desespero total. Um sujeito despreparado pode ser levado a cometer loucuras neste estado desesperador. Teme recorrer a ajuda policial, a família lhe vira as costas e o ser humano adoecido não sabe o que fazer. 

Existem outras situações inusitadas, de dívidas reais, contraídas em estado de insanidade total. Para fazer uso da droga de sua preferência o adicto termina selando compromissos que jamais deveria selar.

Depois de ter dado a palavra (e a palavra deve ser honrada), acontece, por exemplo, uma greve inesperada de vigilantes que impede os bancos de funcionar... a greve  não é de bancários (outra loucura que pode resultar em ações indenizatórias pelos prejudicados) e o compromisso que ele dava como certo resolver a contento não pode ser concretizado. Não lhe cabe qualquer parcela de culpa, mas a divida tem que ser paga de qualquer maneira e um novo tipo de pesadelo passa a desorganiza-lo, sem que lhe caiba qualquer culpa. Passa a viver outro dilema: o de ter dinheiro para honrar a dívida e não poder sacar o mesmo por conta de uma greve. Sem poder honrar seu compromisso, por não ter acesso ao seu dinheiro, vive o drama de obter dinheiro de qualquer maneira para quitar seu débito. O dinheiro existe e se acha em sua conta bancária. Mas o banco não o atende e não existe nenhum tipo de sensibilidade de parte de quem trabalha nos bancos. O que fazer agora? 

O sujeito não dorme, mal come, sai por ai fazendo bobagens, a auto estima já em baixa chega a um nível perigoso.

O sujeito procura ajuda, expõe sua situação, mas ninguém quer lhe abrir as portas para ajuda-lo, minorando sua dor. O pior é que de um lado e do outro, os extremos se tocam e todos se nivelam, tornam-se semelhantes. O adicto sente que sua vida não vale um centavo e só sente o sabor desalentador da indiferença de quase todos e ele nota que vive submerso pelo desprezo e horror. Evangélicos e cristãos desaparecem. Aonde residem as irmandades e a misericórdia? Tende piedade de nós, Senhor, é o que clama.

Aquele espírito fraterno, aquela solidariedade humana, some do seu caminho. Dinheiro é algo que pode unir e desunir, dependendo das circunstâncias. O lar torna-se palco de um drama, onde quem sofre mesmo é o adicto, mergulhado em um mar de incompreensões. Irmãos, cônjuge, parentes, amigos, somem, ou adquirem feições de um traficante quando ligam o botão do foda-se para o adicto necessitado. Emergem sentimentos primitivos inferiores e aquela benevolência desaparece de cena. É como se dissessem, em flagrante contradição: agora morra!

De um lado e do outro ninguém quer saber de quem sofre nas garras do "credor" e a usura pelo dinheiro governa as ações. A insensatez mostra sua cara. Nesse momento o adicto manifesta o seu desejo de viver e só vê a cara da morte em sua frente. O rosto desfigurado do que há de humano em nós é o retrato falado da situação. Que drama !

O adicto, luta, mas chega o momento em que desabafa e diz: - vocês não diferem em nada dos traficantes. Minha vida não vale nada para vocês. A vida que dizem querer salvar do mundo das drogas, só evidencia uma mentira estampada em cada face e vocês não querem salvação alguma para mim, estão me entregando à morte...

No mundo em que todos conjugam o verbo manipular, em todas as pessoas, do singular ao plural, a manipulação vira um jogo sujo e só o adicto fala a verdade. 

O FODA-SE soa e ecoa na mente de quem padece o horror de viver tamanho drama. Presságios e mau agouros atormentam e torturam a mente desalentada e carregada de tristeza. Vem aquele sentimento horrível do adicto dizer: - se é para morrer, morrerei, nada espero de quem deveria esperar qualquer sentimento bom... A "humanidade", nestas horas é desumana. O "mundo" da esperança vira desespero e o jeito é encarar a morte. O jeito é sair, beijar o pai e a mãe como se fosse a última despedida. O fundo musical que lhe vem à mente é da composição de Chico Buarque, intitulada CONSTRUÇÃO... o adicto é como o operário que vai morrer "atrapalhando o tráfego", atrapalhando tudo. Mas pai é pai e mãe, eles sabem quando um filho mente e quando fala a verdade. Deus parece interceder e a salvação surge: Fez-se LUZ em meio as TREVAS.

Em todo drama vivido havia muitas pedras no caminho do adicto, que passa a ser a "verdadeira" droga.

Os familiares invertem tudo e fazem do humano, uma droga desumana. Procedem como os vendedores da morte. O drama não se encerra. A paz que o adicto sonha e quer, agora é pura raiva para a família, exceto para quem nele acredita, como aquele bom samaritano que sacou cem reais da carteira e disse: vá lá, cara, e pague aquela dívida de merda. Esse foi, além de amigo, um irmão. A ele, aos pais e ao poder superior fica a gratidão eterna.

O adicto sabe das marolas que se transformarão em maremotos, das ventanias que viram tempestades em copos d´água e, esta gente fria, insensível, contraditória, indiferente, ainda vai priorizar o dinheiro, acima de tudo, esquecendo o que aprendeu com suas respectivas religiões. O Cristo deles é o demônio e o verdadeiro Cristo está do lado daquele que é considerado o pecador: o adicto! 

Mais uma lição de vida: o mundo está cheio de Pilatos e aquele papo de salvação é papo furado. Existe algo "inconsciente" na cabeça dos "salvadores", algo que só Freud poderia explicar. Dizem querer lhe querem vivo e salvo das drogas, mas, na verdade estão lhe entregando à morte. Que loucura!

Porém, maiores são os poderes de Deus!  Esta é a lição de moral que o adicto pode extrair do seu drama particular. Deve ter em mente que é preciso mudar de vida, mudando a si mesmo.

O inusitado revela a alma de muita "piedosa" gente, gente que propaga o quanto "sofreu" por causa de você, caro adicto. O espírito Cristão reina em muito poucos corações, esta é a revelação e você relembra que "Jesus é o caminho, a verdade e a vida"... Siga seu caminho, na paz do Senhor. Viva sua própria salvação, ame mais a si mesmo e, decididamente, não cometa mais o mesmo erro esperando resultados diferentes. Aprenda de uma vez que a insanidade não é algo que só acontece dentro de você. Ela pode reinar em volta do seu ser, sem egocentrismo.  O mundo não parou nos anos cinquenta do século passado. O crime é organizado, vê se aprende!


Leia : É o Golpe da Dívida

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