Quando viemos para o Programa de Narcóticos Anónimos, tomámos a decisão de entregar a nossa vida aos cuidados de um Poder Superior. Esta entrega alivia o peso do passado e o medo do futuro. Encontramos a dádiva do dia de hoje. Aceitamos e gozamos a vida como ela é agora.
Quando recusamos aceitar a realidade do dia de hoje, estamos a negar a nossa fé no nosso Poder Superior. Isso só nos trará mais sofrimento. Aprendemos que o dia de hoje é uma dádiva sem quaisquer garantias. Tendo isto em mente, a insignificância do passado e do futuro, bem como a importância dos nossos actos no dia de hoje, tornam‐se reais para nós. Isso simplifica as nossas vidas.
Quando focamos os nossos pensamentos no dia de hoje, o pesadelo das drogas desaparece atrás do nascer de uma nova realidade. Descobrimos que quando estamos preocupados podemos confiar os nossos sentimentos a outro adicto em recuperação. Ao partilharmos o nosso passado com outros adictos, descobrimos que não somos diferentes e que temos coisas em comum. Falar com outros membros de NA, seja ao partilharmos com eles os acontecimentos e os problemas do nosso dia, seja ao deixarmos que eles partilhem os deles conosco, é uma maneira de o nosso Poder Superior actuar através de nós.
Não haverá nada a recear se durante o dia de hoje nos mantivermos limpos de drogas, perto do nosso Poder Superior e dos nossos amigos de NA. Deus perdoou‐nos os erros do passado, e o dia de amanhã ainda não chegou. A meditação e um inventário pessoal irão ajudar‐nos a ganhar serenidade e a percorrer o caminho do dia. Guardamos alguns momentos da nossa rotina diária para agradecer a Deus, na forma em que O concebemos, por nos dar a capacidade para lidar com o dia.
“Só por hoje” aplica‐se a todas as áreas da nossa vida, não só à abstinência de drogas. Temos de lidar diariamente com a realidade. Muitos de nós sentimos que Deus não espera mais de nós senão que façamos hoje aquilo que pudermos fazer.Praticar o programa, os Doze Passos de NA, deu‐nos uma nova perspectiva das nossas vidas.
Hoje já não precisamos de arranjar desculpas para aquilo que somos. O nosso contacto diário com um Poder Superior preenche aqueles espaços vazios dentro de nós que antes não conseguíamos preencher. Sentimo‐nos bem ao viver o dia de hoje. Com o nosso Poder Superior a guiar‐nos, perdemos o desejo de usar drogas. A perfeição deixa de ser hoje um objectivo, pois sabemos que basta sentirmo‐nos bem com nós mesmos.
É bom lembrarmo‐nos de que qualquer adicto que consegue manter‐se limpo de drogas por um dia é um milagre. Ir a reuniões, praticar os Passos, meditar diariamente, falar com pessoas que estejam no programa, são coisas que fazemos para nos mantermos espiritualmente saudáveis. Torna‐se possível viver uma vida responsável.
Podemos substituir a solidão e o medo pela confiança em NA e pela segurança de um novo modo de vida. Não mais precisamos de estar sós. Em NA fizemos mais amizades verdadeiras do que alguma vez julgávamos possível. A autopiedade e os ressentimentos são substituidos pela tolerância e pela fé. São‐nos dadas a liberdade, a serenidade e a felicidade que tão desesperadamente procuramos.
Num só dia acontecem muitas coisas, coisas positivas e coisas negativas. Se não dermos a nós mesmos a oportunidade de viver ambas, perderemos decerto algo que nos ajudará a crescer. Os nossos princípios de vida irão guiar‐nos na recuperação sempre que os pusermos em prática. Sabemos que é necessário continuar a fazê‐lo diariamente.
SÓ POR HOJE, vou concentrar‐me na minha recuperação, vivendo e gozando a vida sem ter de
ResponderExcluirusar drogas.
SÓ POR HOJE, terei confiança em alguém de NA que acredite em mim e queira ajudar‐me na
minha recuperação.
SÓ POR HOJE, terei um programa. Tentarei segui‐lo o melhor que puder.
SÓ POR HOJE, tentarei compreender melhor a minha vida através de NA.
SÓ POR HOJE, não terei medo. Pensarei nos meus novos amigos, pessoas que não estão a usar
drogas e que encontraram um novo modo de vida. Se eu seguir este caminho, não terei nada
a recear.
Quando nascemos, estamos conscientes apenas de nós mesmos. Somos nós o universo.
ResponderExcluirApercebemo‐nos de pouco mais além das nossas necessidades básicas e contentamo‐nos se estas
forem satisfeitas. À medida que a nossa consciência se alarga, descobrimos todo um mundo fora
de nós mesmos. Descobrimos que à nossa volta existem pessoas, lugares e coisas que satisfazem
as nossas necessidades. Começamos também a reconhecer diferenças e a desenvolver
preferências. Somos o centro de um universo em expansão e esperamos conseguir tudo aquilo
que queremos e de que necessitamos. A fonte do nosso contentamento é transferida das
necessidades primárias, satisfeitas como que por milagre, para o cumprimento dos nossos
desejos.
A maioria das crianças, através de experiências vividas durante um período de tempo, chega à
ResponderExcluirconclusão de que o mundo exterior não consegue cumprir todas as suas necessidades e
exigências. Começam a suplementar o que lhes é dado com os seus próprios esforços. À medida
que vai diminuindo a sua dependência em pessoas, em lugares e em coisas, começam a olhar
cada vez mais para si mesmas. Tornam‐se assim mais autosuficientes e aprendem que a
felicidade e o contentamento vêm de dentro. A maioria delas continua a amadurecer;
reconhecem e aceitam as suas forças, as suas fraquezas e as suas limitações. Em determinado
ponto procuram geralmente a ajuda de um poder superior a elas próprias para providenciar
aquilo que elas sozinhas não conseguem. Para a maioria das pessoas o crescimento é um
processo natural.
Nós adictos, porém, vacilamos algures neste percurso. Parece que nunca saímos do
egocentrismo da criança. Parece que nunca encontrámos a autosuficiência que os outros
encontram. Continuamos a depender do mundo à nossa volta e recusamos aceitar o facto de que
nem tudo aquilo que queremos nos será dado. Tornamo‐nos auto‐obcecados; os nossos desejos e
necessidades transformam‐se em exigências. Chegamos a um ponto em que o contentamento e a
autorealização se tornam impossíveis de alcançar. Por mais que queiramos, as pessoas, os
lugares e as coisas não conseguem preencher o vazio dentro de nós, e por isso reagimos com
ressentimento, com raiva e com medo
O ressentimento, a raiva e o medo constituem assim os vértices do Triângulo da
ResponderExcluirAuto‐Obsessão. Todos os nossos defeitos de carácter são formas destas três reacções. A
auto‐obsessão encontra‐se no centro da nossa insanidade.
O ressentimento é a forma como a maioria de nós reage ao nosso passado. É o reviver
contínuo de experiências passadas. A raiva é a forma como a maioria de nós lida com o presente.
É a nossa reacção à realidade; a nossa negação da realidade. Medo é o que sentimos quando
pensamos no futuro. É a nossa resposta ao desconhecido; uma fantasia virada ao contrário.
Todas estas três emoções são expressões da nossa auto‐obsessão. São o modo como reagimos
quando pessoas, lugares e coisas (quando passado, presente e futuro) não estão à altura das
nossas exigências.
Em Narcóticos Anónimos é nos dado um novo modo de vida e um novo conjunto de
ResponderExcluirinstrumentos. Estes são os Doze Passos, que procuramos praticar o melhor que podemos. Se nos
mantivermos limpos de drogas e aprendermos a praticar estes princípios em todas as nossas
actividades, dar‐se‐á um milagre. Encontraremos a liberdade – das drogas, da nossa adicção e da
nossa auto‐obsessão. O ressentimento será substituído por aceitação; a raiva será substituída por
amor; e o medo será substituído por fé.
Sofremos de uma doença que por fim nos obriga a procurar ajuda. Temos a sorte de nos ser
dada só uma escolha; uma última oportunidade. Devemos quebrar o Triângulo da
Auto‐Obsessão; devemos crescer, ou morrer.
A forma como reagimos a pessoas, lugares e a coisas:
ResponderExcluirNegativamente Positivamente
Ressentimento Passado Aceitação
Raiva Presente Amor
Medo Futuro Fé
Afinal, você diz que busca ajudar, mas será que você lê alguma coisa que contribua para você ajudar de uma maneira didática e muito melhor do que do seu jeito um tanto quanto sem tato e sem traquejo?