Em tópicos já publicados colocamos coisas aconselháveis e outras desaconselháveis fazer para melhor orientar familiares de um adicto :
É ACONSELHÁVEL FAZER:
¨ Focar-se nas suas próprias reacções e atitudes;
¨ Deixar que os outros aceitem as suas próprias atitudes;
¨ Lidar com as suas ansiedades um dia de cada vez;
¨ Investir algum tempo lendo literatura de apoio;
¨ Aprender a ser aberto e honesto;
¨ Desenvolver todas as tentativas que busquem ajuda;
¨ Procurar bem nos outros e em si próprio;
¨ Envolver-se a si próprio em reuniões de auto-ajuda.
É DESACONSELHÁVEL FAZER:
¨ Aceitar desculpas pelos actos dos outros;
¨ Resmungar, discutir, orientar (dizer como é) ou relembrar asneiras / erros do passado;
¨ Superproteger, cobrir ou poupar os outros das consequências dos seus actos;
¨ Não se cuidar ou servir de “tapete” dos outros;
¨ “Lutar” por perfeição;
¨ Manipular ou fazer ameaças vãs;
¨ Menosprezar as oportunidades de crescimento em relação a uma crise;
¨ Subestimar a importância do alívio através do amor;
¨ Ficar em casa sentindo-se deprimido quando pode estar assistindo a uma reunião de auto-ajuda, ajudando-se a si próprio e os outros.
Meu nome é "M.C. , sou um co-dependente em recuperação. Leio bastante para me inteirar e, tem muitos conselhos úteis e,outros tantos descabidos, ou descartáveis. Sobre racionalizações, por exemplo, ela está presente tanto no adicto, quanto no co-dependente, quanto na comunidade de terapeutas. Do mesmo modo soa a palavra manipular, que é um verbo aplicável a todos no presente do indicativo. Meu comentário - que hesitei fazer - deve-se a minha própria experiência. O adicto, quando posto no centro de um campo gravitacional, sofrerá toda sorte de absurdos, de todos os que buscam ajudar, por isso, seria de bom tom, procedermos uma análise reflexiva sobre nossos próprios sentimentos e comportamentos, fugindo um pouco de certas normas regulamentares que nos são traçadas como um verdadeiro paradigma do êxito no tratamento e recuperação, seja do adicto, seja do co-dependente. A palavra HONESTIDADE deve ser vista com maturidade e utilizada por todos, não apenas por uma única pessoa. Se todos procedessem honestamente, expondo tudo sem subterfúgios, tudo seria bem melhor para todos os que vivem o problema da adicção. Também vale observar que em torno da adicção cresceu muito uma "indústria" de clínicas de recuperação e tratamento. Não questiono a excelência de nada, mas coloco, aqui, que o SER PERFEITO, não existe... que o SER INFALIVEL, inexiste, dai ousei escrever posto que, manipulo, minto, racionalizo e, já observei que tal conduta ocorre em todos os terrenos. Retiro deste rol, as irmandades de auto-ajuda. No mais, aquele abraço e honestidade para todos nós.
ResponderExcluirTenho na família vários adictos. Vou me prender ao mais próximo de mim, que é o meu próprio irmão. O que direi não tem muito a ver com o post, mas em se tratando de conselhos devo dizer que o problema do meu irmão me transformou em um xereta, ou, melhor dizendo, em um detetive. Examinava tudo em busca do óbvio.Telefonava para A,B e C falando horrores sem me dar conta de que estava doente. Até o dia em que um "certo alguém" me disse: porque você está se comportando como um detetive? Voltei para casa pensando e descobri, em uma palavra, o que realmente me movia: A INVEJA. Queria meu irmão fora das drogas, mas havia dentro de mim, um ciúme que gerava inveja e me levava a ser um doente com este agravante pouco estudado pelos estudiosos. Em outras ocasiões agi como se eu estivesse me vingando. Então coloco isto aqui para me redimir e, quem sabe, ajudar terceiros a cuidar mais dos próprios sentimentos antes de querer ajudar parentes próximos. Eu era um doente antes da adicção do meu irmão. Desculpem-me por fazer tal revelação.É necessário fazer reparações e não apenas esperar que elas aconteçam de modo unilateral.
ResponderExcluirQue nada... eu não dei droga a ninguém, ele que se exploda. Aprendi a amar, a viver e a deixar quem quiser morrer, morrer. Simplesmente isso.
ResponderExcluirOdiar, odeio porque ele existe... rídiculo usuário de drogas. Quer que telefone? vá se catar.
Quando entrei em recuperação, só podia receber visitas uma semana após o meu ingresso. Duas vezes por semana poderia receber telefonemas. Era um momento muito esperado para matar a saudade, pq adicto é de carne e osso, também... Mas era triste ver quem nem todos eram lembrados pelos seus familiares, não importam os motivos. Também achei muito bonito alguns exemplos de gente que não desiste do seu adicto, como era o caso de um companheiro com mais de 30 internações e a filha estava lá para apoia-lo... Quando vejo alguém escarnecer eu sinto dó e peço a Deus que ilumine o coração de quem odeia, porque o ódio também é uma deformação mental, uma desconstrução do amor, um sentimento primitivo inferior... Sei lá, parece que é importante me reeducar para que eu não sinta ódio e muito menos raiva e, ainda que eu recaia, que eu conserve meu coração e minha mente sempre limpas de qualquer marca de violência. Quero viver - SPH - sem ódio e sem raiva e, se puder telefonar para quem precise de ajuda, que minha voz não se ausente jamais.
ResponderExcluirHoje eu não preciso de ajuda, amanhã sebe Deus o que será de mim?!
ResponderExcluirAconselhável é ter bom senso, sempre. Desaconselhável é não saber lidar com situações. Também penso que cada pessoa tem uma personalidade, uma maneira de reagir, uma forma de sentir e, não acredito em formulações. Creio muito mais no dialogo franco e honesto, face a face. Não sou usuário, mas co-dependente que não frequenta qualquer grupo de auto-ajuda, o que pode ser um erro. Não tenho preocupações pequeno burguesas e, só peço a minha filha que evite más companhias, que faça sexo seguro, usando sempre camisinha e que busque refletir sempre sobre quando ela acha que deve parar com o vício dela. Como co-dependente a minha dependência não é química, mas psicologica, emocional e passional. Ela, por ser DQ, transformou o vicio em uma necessidade primária, fisiológica, como alimentar-se. Tenho que compreende-la neste aspecto. Não espero mágica alguma. Sei que ela vai parar. Recordo que minha ex-mulher, quando soube que minha filha era usuária de crack, quis fazer e acontecer e eu disse a ela que tivesse calma e muita cautela e que não fosse mesquinha. Em razão do vicio de A. meu casamento foi para as cucuias da vida. Acabou em separação de corpos. A filha optou ficar comigo. É uma ótima garota. O mal dela é mau gosto nas escolhas dos parceiros sexuais. Mas isso vai acabar e ela vai entender - um dia - que está equivocada e que o vício não está levando ela a nada, salvo a própria morte. Sei que tenho uma co-dependência psicologica e nunca vi nenhum estudioso falar nisso. Ela tem uma dependência física, fisiológica, de primeia ordem e eu tenho que aceitar e ir levando ela na diplomacia, conversando, conquisatando o espaço perdido para as drogas e tenho tido bons resultados, sem seguir estes conselhinhos padronizados, que viraram clichês. Quanto a odiar um "drogado" e despreza-lo, significa desamor dos mais condenáveis para uma situação que exige amor. Lamento que existam pessoas tão extremadas. Sou diferente e vou vencer.
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