domingo, 10 de abril de 2011

Render-se para mudar


Como não sou capaz de pensar como um adicto, meu primeiro instinto é reagir às suas escolhas e atitudes com raiva, medo e frustração. Isso coloca meu foco em outra pessoa e em seus problemas, não nos meus próprios. É claro que não tenho problemas, pois não sou um adicto. Sou aquele com todas as respostas e força. Posso controlar qualquer situação e tirar as pessoas de qualquer problema que estejam enfrentando.

Posso comparar esse comportamento com canos furados. Sou capaz de usar fita adesiva para tampar os primeiros vazamentos, mas quando a fita acaba, utilizo qualquer coisa que tenha em mãos. Até que não consiga mais controlar e cobrir todos os furos.

Agora que me vejo afundado n’água até os joelhos, tenho que desistir e admitir que existem problemas que não consigo resolver. Foi, então, que vim para o Nar-Anon. Vim para o programa sem saber o que esperar. O que sabia é que não tinha ideia do que fazer em seguida. Precisava de orientação. Cheguei com toda minha atitude prepotente, achando que poderia consertar qualquer coisa. Trouxe comigo toda a minha bagagem de hábitos e técnicas que tinha certeza, funcionariam em qualquer situação.

Aprendi que minha vida estava um caos e que eu estava apenas tentando sobreviver aos efeitos da adicção de meu ente querido.

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