Blog dedicado aos adictos que não querem morrer nas garras da adicção e a todos aqueles que vivenciam e vivenciaram problemas relacionados com dependência química. É mais um espaço independente, aberto para codependentes, membros das irmandades A.A., ALA-NON, N.A. NAR-ANON, profissionais da área de saúde e outros grupos de auto-ajuda. É destinado a quem vive um dia de cada vez. Só Por Hoje é nosso lema!
quarta-feira, 27 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Tolerância e Dependência
Dependência alcoólica, Valdomiro
Tolerância e Dependência
A tolerância e a dependência ao álcool são dois eventos distintos e indissociáveis. A tolerância é a necessidade de doses maiores de álcool para a manutenção do efeito de embriaguez obtido nas primeiras doses. Se no começo uma dose de uísque era suficiente para uma leve sensação de tranqüilidade, depois de duas semanas (por exemplo) são necessárias duas doses para o mesmo efeito. Nessa situação se diz que o indivíduo está desenvolvendo tolerância ao álcool. Normalmente, à medida que se eleva a dose da bebida alcoólica para se contornar a tolerância, ela volta em doses cada vez mais altas. Aos poucos, cinco doses de uísque podem se tornar inócuas para o indivíduo que antes se embriagava com uma dose. Na prática não se observa uma total tolerância, mas de forma parcial. Um indivíduo que antes se embriagava com uma dose de uísque e passa a ter uma leve embriaguez com três doses está tolerante apesar de ter algum grau de embriaguez. O alcoólatra não pode dizer que não está tolerante ao álcool por apresentar sistematicamente um certo grau de embriaguez. O critério não é a ausência ou presença de embriaguez, mas a perda relativa do efeito da bebida. A tolerância ocorre antes da dependência. Os primeiros indícios de tolerância não significam, necessariamente, dependência, mas é o sinal claro de que a dependência não está longe. A dependência é simultânea à tolerância. A dependência será tanto mais intensa quanto mais intenso for o grau de tolerância ao álcool. Dizemos que a pessoa tornou-se dependente do álcool quando ela não tem mais forças por si própria de interromper ou diminuir o uso do álcool.
O alcoólatra de "primeira viagem" sempre tem a impressão de que pode parar quando quiser e afirma: "quando eu quiser, eu paro". Essa frase geralmente encobre o alcoolismo incipiente e resistente; resistente porque o paciente nega qualquer problema relacionado ao álcool, mesmo que os outros não acreditem, ele próprio acredita na ilusão que criou. A negação do próprio alcoolismo, quando ele não é evidente ou está começando, é uma forma de defesa da auto-imagem (aquilo que a pessoa pensa de si mesma). O alcoolismo, como qualquer diagnóstico psiquiátrico, é estigmatizante. Fazer com que uma pessoa reconheça o próprio estado de dependência alcoólica, é exigir dela uma forte quebra da auto-imagem e conseqüentemente da auto-estima. Com a auto-estima enfraquecida a pessoa já não tem a mesma disposição para viver e, portanto, lutar contra a própria doença. É uma situação paradoxal para a qual não se obteve uma solução satisfatória. Dependerá da arte de conduzir cada caso particularmente, dependerá da habilidade de cada psiquiatra.
Drogas para todos os gostos, DR. ERCY SOAR
Existe na sociedade contemporânea um padrão “aditivo”, ou seja, que induz à dependência? Pode-se falar em dependência a outras “drogas” que não as químicas, como jogo, comida e sexo, nos mesmos termos em que pensamos as dependências químicas? A comercialização de quais drogas deve ser criminalizada, e de quais deve ser liberada? E o consumo? Qual o peso relativo dos fatores sociais e dos individuais nas dependências? Existe uma relação entre transtornos narcísicos e o uso abusivo de drogas? Como se articulam os quadros de abuso de substâncias e os demais transtornos mentais?
O problema das drogas coloca a sociedade diante de muitas questões, a maior parte delas sem respostas definitivas. Em seu livro Drogas, por que as pessoas usam?, Francisco Baptista não apenas responde a algumas delas como traça um amplo painel sobre as drogas e seu consumo no Brasil. O autor não faz distinção entre as substâncias psicoativas lícitas ou ilícitas, desde que sejam capazes de produzir dependência e causar danos significativos à saúde. Assim, inclui entre as drogas discutidas a cafeína, o tabaco, o álcool, os tranqüilizantes e os remédios psicoestimulantes, usados de maneira indiscriminada no Brasil, principalmente como inibidores de apetite.
O abuso de drogas não pode ser explicado através de fórmulas esquemáticas ou causalidades lineares. Não há culpados isolados nem causas únicas. Como tudo que se passa no campo da conduta humana, existem múltiplos fatores envolvidos. No entanto, não se pode fechar os olhos para o fato de que a sociedade contemporânea vem se caracterizando por níveis inéditos de produção, venda e consumo de substâncias psicoativas, e que as pessoas, principalmente os jovens, lançam-se numa corrida desenfreada em busca de novas sensações, de prazeres imediatos, de estados alterados de mente, como numa frenética fuga da realidade.
O narcisismo cultural da contemporaneidade está na base de uma mentalidade consumista, de uma insatisfação permanente, e de um vazio existencial que busca alívio no consumo de substâncias que, num primeiro momento, podem trazer sensação de prazer, mas que cobram um alto e crescente preço pela manutenção deste mesmo prazer. Com o tempo, pouco ou nada dele resta, senão a necessidade compulsiva de aliviar a falta da própria droga. Entre aqueles que buscam ajuda psiquiátrica e psicoterápica, não é raro observar casos de uso e abuso de drogas como uma tentativa desesperada de preencher o vazio existencial, aliviar a insegurança ontológica, ou amenizar sintomas de outros transtornos mentais associados.
Os sintomas ansiosos que levaram Fernando a me procurar inicialmente estavam associados a um uso crescente de maconha. Ele buscava alívio para suas angústias na maconha, que, por sua vez, acabou por desencadear várias crises de ansiedade. Na medida em que se tratou, com remédios e com terapia, diminui significativamente o consumo, tendo passado longos períodos em abstinência.
Outro paciente, um jovem de 19 anos que apresentava problemas de conduta e uso de maconha, cocaína e ecstasy, quando iniciou o tratamento revelou vários sintomas sugestivos de psicose. Ele vinha usando essas drogas desde há anos, e tinha uma história familiar importante de pessoas com esquizofrenia e transtorno bipolar de humor. Já existem muitas evidências científicas de que a exposição precoce às drogas, mesmo que exclusivamente a maconha, aumenta em praticamente dez vezes o risco de desenvolver psicoses. Felizmente, este jovem tem conseguido manter-se afastado das drogas, ciente de que disto depende sua saúde mental.
Há hoje uma larga produção artística, principalmente nas artes cênicas, sobre este tema. Poucos filmes, entretanto, impressionaram-me tanto quanto “Réquiem para um Sonho”, do diretor novaiorquino Darren Aronofsky. São histórias paralelas de quatro personagens. Enquanto um jovem, e sua namorada, vão se enredando nas teias da dependência à heroína, sua mãe, abandonada em casa, torna-se dependente de substâncias prescritas por médicos para emagrecer. Durante o dia toma anfetaminas e à noite tranqüilizantes, para dormir. Entre uns e outros, consome de forma igualmente compulsiva os programas populares da TV americana, até ver-se dentro deles, conduzida por delírios e alucinações resultantes do abuso das substâncias. No filme evidencia o problema da dependência a substâncias lícitas, como os remédios, e a outras formas de anestesiamento mental, como pode ser a televisão.
O Brasil, segundo noticiado recentemente, já é um dos países do mundo onde mais se consomem os tranqüilizantes, prescritos muitas vezes de forma irresponsável pelos próprios médicos. O medicamento clonazepam, mais conhecido pelo nome comercial Rivotril®, já é o segundo remédio mais vendido nas farmácias do Brasil. É uma situação grave, levando-se em conta que só pode ser comercializado mediante receita médica. Este é um potente tranqüilizante que, quando usado corretamente, pode ser um valioso instrumento no tratamento de transtornos psiquiátricos. Entretanto, sua prescrição continuada e indiscriminada pode trazer efeitos indesejáveis a curto e longo prazos, entre os quais uma importante dependência química.
Vivemos numa sociedade que é indutora de dependências de toda natureza, que incluem o jogo, os videogames, a Internet, a televisão, passando pelo sexo e pela comida, até uma gama enorme de substâncias que atuam no cérebro. A mídia exerce um papel importante nesse problema, possivelmente muito mais como indutora do uso do que como veículo de educação e prevenção. Ainda não existem estudos definitivos quanto à eficácia das campanhas contra as drogas. E há pelo menos um estudo mostrando que as leis que restringem os locais onde se pode fumar são mais eficazes entre os adolescentes do que aquelas fotos horríveis estampadas nos maços de cigarro.
Ainda assim, não se pode negar de que o conjunto de ações, que abarcam os campos da legislação, tributação, educação e repressão, têm contribuído decisivamente para um decréscimo do consumo de cigarros no Brasil. Uma pesquisa recente do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostrou que, em 1989, 33% dos brasileiros maiores de 18 anos fumavam. Hoje essa proporção é de 18%, tendo ocorrido uma queda de 45%.
Enquanto não existem divergências sobre a necessidade de severo combate ao tráfico de drogas, o mesmo não se pode dizer quanto à maneira de lidar com o consumo. Francisco Baptista é enfático ao criticar a criminalização do consumo, atitude que em sua opinião só reforça a crença de que o usuário é malandro, vagabundo, ou pessoa sem caráter. Esta perspectiva na maioria das vezes só acarreta danos ao próprio usuário, além de significar uma restrição à liberdade individual. O tema da descriminação do consumo, de fato, é bastante sensível e polêmico. As experiências de outros países têm mostrado resultados contraditórios e inconclusivos.
A atual epidemia de crack, que tem ganhado – ainda que tardiamente – algum espaço nos noticiários, impõe a busca de soluções urgentes. Tem-se assistido inclusive em telejornais o desespero de famílias em busca de ajuda para jovens seriamente afetados pelo abuso dessa substância destrutiva. A sociedade organizada e o poder público precisam oferecer respostas urgentes ao problema. O governo já estaria dando um passo importante se destinasse mais verbas para o setor da saúde mental, que sofre de muitas deficiências nesta e em outras áreas. São necessários programas específicos de tratamento no Sistema Único de Saúde, a criação de clínicas especializadas e a ampliação no número de leitos psiquiátricos em geral, e para o tratamento dos dependentes químicos.
Ilustração: cena de Réquiem para um sonho.
Crédito: POLYPHRENIA
Crédito da foto: BLOG DEPENDÊNCIA GERAL
Coisas que não contaram pra mim
Ás vezes me perguntam porque não me fixo nos programas de NA e AA e posto outros temas, como este que trata de uma personalidade borderline. Abaixo deste post há um outro, profissionalmente elaborado por estudiosos do campo da psiquiatria e que ajudará aos que não compreendem a razão da publicação diversificada de temas que tratam da vida, dos conflitos e dos comportamentos, de modo geral, pois se buscarmos melhores conhecimentos certamente iremos nos conhecer um pouco mais e, desse modo, nossos semelhantes. Também acrescento que este blog é independente e que respeita muito as orientações de NA e AA, pois funcionam!
Borderline perdoa?
Bem, vou esclarecer agora a pergunta de uma leitora do blog. Quem tem transtorno de personalidade borderline, geralmente agride, não é agredido. Quando isso acontece, será na pessoa mais próxima, ou mais amada por ele. e não adianta. depois do fato, raramente, o borderline se lembra do que fez, ou no caso do que falou.
O maior medo do borderline é perder as pessoas que ele ama, os amigos, a família se afastar... é um medo que leva ao suicídio, ou tentativas, contudo o borderline é muito sensível, na maioria das vezes ele sabe que machuca mais do que é machucado, contudo, como são excepcionalmente manipuladores, acabam por conseguir perdão.
Quem tem PB, é geralmente agressivo, não sabe lidar com frustrações, não possuem auto-estima, são ciumentos, e principalmente, são possessivos.
Se algo lhe feriu em condições normais, e a a pessoa tem consciência de que tem PB, é muito, muito difícil que ela perdoe alguém. talvez ela prefira a morte por amar demais quem o magoou, a ter que conceder perdão.
Se o fato foi ocorrido em meio a uma crise, eles vão se achar culpados pelo que houve. Então, falando em poucas palavras: o quem tem PB é rancoroso, frágil, e necessita de amor "full time". Se a pessoa estiver certa de que foi passada pra trás, traída, desqualificada, ou abandonada, dificilmente irá perdoar. Ela buscara em outrem tudo que perdeu ou na própria ideação suicida.
Mas pra tudo ha uma solução, eu acho. Assim que o borderline entrar em crise, procure ser seu farol, seu tudo, ser e amar intensamente ele em crise, mas cuidado, quem tem PB é EXTREMAMENTE manipulador.
Essa persuasão chega ao ponto de convencer a outra pessoa que ela estava errada, e não o próprio borderline.
Eu particularmente não esqueço e dificilmente volto a estar ligada a quem me machucou de alguma forma. O processo é muito dolorido, mas as circunstancias que levam um borderline a querer se afastar de alguém, nunca serão perdoadas. Talvez perdoemos, pelo amor, paixão, mas vai estar intrinsecamente para sempre com o bordeline.
Dependência Química e Transtornos da Personalidade
DEPENDÊNCIA QUÍMICA - 4
Depois da década de 90, com a atualização dos manuais de classificação psiquiátrica (CID.10 e DSM.IV), todas as crianças, adolescentes e adultos que cronicamente ameaçam, intimidam, agridem e incomodam os outros, bem como aqueles que violam normas sociais recebem um diagnóstico psiquiátrico.
As crianças e adolescentes recebem o diagnóstico de um dos Transtornos Disruptivos do Comportamento, enquanto os maiores de 18 anos recebem o diagnóstico de Transtornos Anti-Social da Personalidade.Quando tentamos relacionar o abuso de substâncias ou dependência química com Transtornos de Personalidade, predominantemente estamos pensando no adolescente, no jovem e/ou no adulto jovem.
A classificação correta para os tipos de comportamentos problemáticos, possivelmente decorrentes de Transtornos de Personalidade é: Transtornos Comportamentais Disruptivos (veja em DSM.IV e CID.10). Entre esses Transtornos Comportamentais Disruptivos estão o Transtorno Desafiador e de Oposição, o Transtorno de Conduta e o Transtorno de Personalidade Anti-social. Todos eles chamados de comportamentos anti-sociais.
Resenha: CIDADES DOS ESQUECIDOS – Relação do filme ‘O Bicho de Sete Cabeças’ com a questão da normalidade e exclusão.
O filme 'O Bicho de Sete Cabeças' retrata uma história, baseada em fatos reais, onde um jovem, chamado Neto, é internado em uma Clínica de Reabilitação por ter recebido um 'diagnóstico' de dependência química. É importante ressaltar que, o diagnóstico aqui mencionado não baseou-se em uma ciência médica. Esta designação foi dada simplesmente pela percepção daqueles que o cercam, baseado nos critérios, para eles, ligados à transgressão da lei e da moralidade. Método utilizado no século 17 e 18 para definir a loucura. Pois bem, estamos no século 21, após muita discussão sobre o assunto, e ainda nos prendemos ao triste hábito de rotular as pessoas, como se fossem produtos que podemos, com um simples olhar e observação de pequenas ações, classificar como bom ou ruim, normal ou louco, merecedor ou não da ajuda que deveriam receber da sociedade e da família.
Com a internação, Neto logo percebe que o lugar com fachada bonita e que trazia paz e tranquilidade, escondia em seu interior um ambiente desumano, de abandono e descaso, cujos familiares desconheciam. Todo o tempo recebe um tratamento que o silencia e o imobiliza. O enredo foi contado de modo que ele se tornou vilão, e seus pais acreditam que seu pedido de socorro trata-se apenas de uma reação de abstinência e/ou rebeldia. É nesse ponto que, o médico distancia a família do paciente, tornando o paciente ‘excluído’; Agora os médicos e funcionários da clínica é que passam a ser novos integrantes da família, pois os pais não acreditam mais em seu filho. Os médicos, como figuras inacessíveis para os pacientes, passam uma idéia falsa de que está tudo sob controle e que existe um diálogo com os internos, quando essa não é a realidade.
Quando falamos do diagnóstico, falamos da forma incerta com que este é dado; Agora chamamos atenção para o tratamento. No texto de Andrea Dip, é exposto algo ainda mais preocupante: A incerteza da eficácia dos tratamentos. Ao questionar um médico de uma das clínicas que ela visitou, sobre a explicação científica do tratamento por eletrochoque, ela recebe a afirmação de que ‘não se sabe exatamente o que acontece. Só se sabe que funciona’. Do mesmo modo acontece no filme: Os médicos sujeitam os pacientes a esse tipo de tratamento, mas não sabem o que realmente acontece com eles; Têm o conhecimento de que esses se acalmam, mas desconsideram o mal que isso pode causar. Andrea presencia uma sessão de eletrochoque, e questiona o comportamento do paciente quando está em surto, e recebe a surpreendente resposta de que ele xinga as pessoas na rua. Preço alto a pagar, por uma ação comumente vista. No filme, Neto é penalizado com sessões de eletrochoque porque questiona, se revolta com a situação que observa ao seu redor e com o tratamento que o debilita cada vez mais, e tenta de alguma forma mostrar o que ninguém se interessa em enxergar. A realidade do manicômio vai bem além do belo jardim visto pelos familiares.
Neto, não é somente excluído do âmbito familiar e social, mas ao repudiar o tratamento que tanto o tortura, ele também é distanciado dos próprios internos, quando isolado em quarto solitário, escuro e inacessível. Quem vive ali, apenas se acostumou com as regras e prefere não se manifestar para não pagar por isso, e as penalidades são dolorosas. O filme nos possibilita refletir a questão posta como normalidade ou não; Podemos inclusive recordar à fala do próprio médico no filme, que alega que Neto tem um distúrbio de personalidade, apontando uma ou duas ações, como se apenas isso bastasse, para classificar alguém como louco. A loucura, ou as reações dos internos poderiam ser pensadas, também, como algo que surge a partir do que se vivencia, não como algo genético ou coisa parecida.
Quando Neto sai do manicômio, o manicômio não sai dele. Não raro, o medo, a insegurança e os distúrbios que ele tinha lá dentro retornam a sua mente. O que deveria ter melhorado seus relacionamentos, agora o atormenta e o exclui, e eis a grande contradição ao utilizar o termo reabilitação. Voltando a questão de rotular as pessoas, percebemos no filme a forma que Neto é recebido pelos que estão a sua volta: rejeição, desconfiança e desprezo. Quando ‘louco’, as pessoas o rejeitam e o isolam; Quando ‘reabilitado’, desprezam e o afastam. Loucura é afirmar que isso, de alguma forma, reabilita um ser humano. Por isso, o termo utilizado no texto de referência ‘Cidade dos Esquecidos’, é muito apropriado à situação exposta. Mesmo atormentado com tudo o que havia passado, Neto se esforça para se interar na sociedade novamente, com a família, com os amigos e até mesmo busca um novo emprego. Nessa tentativa, de volta a ser uma pessoa ‘normal’ e enfrentando os tormentos decorrentes, ainda, do tratamento, ele tenta se distrair, e foi em uma dessas ocasiões que ele teve mais um surto; Ao receber a notícia de que seu filho teve uma reação agressiva quando estava em uma festa, o pai de Neto não cogita outra hipótese a não ser, novamente, a internação.
Novamente a sensação de imobilidade toma o personagem. A todo tempo o filme nos comove e basta nos deixar envolver para sentirmos a mesma sensação de impotência passada por Neto. Uma situação aparentemente sem saída. Um fundo do poço sem corda, sem ajuda, totalmente vedado. Ninguém te ouve, ninguém se interessa, ninguém se propõe a trazê-lo à superfície. É mais cômodo assim: Aquilo que incomoda, a gente afasta. Se é a loucura tratada como doença, esse é mais um agravante, quando pensamos que estamos abandonando um amigo, um parente, um ser humano doente, quando mais necessitam de ajuda. Não procuramos saber onde, nem em que condições eles vivem. Olhamos seus rostos e, mais uma vez, concluímos que está tudo bem porque aparentemente engordam ‘uns quilinhos’. Vale até mencionar um trecho da carta de Neto ao pai: ‘ ...as coisas ficam muito boas quando a gente esquece...’.
O ponto do alto do filme é justamente a leitura dessa carta. Neto, após passar por vários conflitos, pessoais, sociais e familiares, resolve então desabafar. O pai que o tinha como alguém que sempre o desrespeitava, como um drogado, um rebelde, um louco, por fim tem de ouvi-lo. Foi a forma encontrada por Neto para dizer algumas poucas palavras, de grande importância, que há tempos ninguém lhe permitia dizer. Quando ele admite que ‘ele chegou ali e ali era o lugar dele’, nós já não percebemos um pedido de socorro como tanto vinha fazendo ao longo do filme. Ele então fala da triste verdade, que também é mencionada no texto ‘Cidade dos esquecidos’, que a família sente vergonha e incômodo, e ao sentir isso, sente também culpa. O que fazer? Esquecer. O filme, bem como o texto, não falam de algo distante de nós. É a triste realidade observada nas Clínicas manicomiais; É o comportamento que adotamos diante de situação similar; É o descaso com que tratamos o assunto; É a camuflagem que existe nos tratamentos psiquiátricos; É o grito de socorro que deixamos de ouvir; É toda uma realidade que não devemos mais desconsiderar.
Não nos cabe classificar alguém como normal ou louco, por um simples olhar. É de extrema importância refletirmos neste respeito, pois não é preciso internar alguém para excluirmos essa pessoa de relações, de oportunidades ou até mesmo de ajuda. Excluimos alguém quando deixamos de nos relacionar por este ou aquele motivo, que só se apóia no incômodo que aquele indivíduo nos passa.
E se é, de fato, constatado o problema mental, é urgente repensar de que forma os tratamentos utilizados hoje, que em nada ou pouco diferem dos utilizados em séculos passados, contribuem para uma possível melhora do quadro clínico; Pensar na forma como nós ajudamos à inserção desse indivíduo na sociedade; Lembrar que estamos falando de pessoas que sentem, que choram, que precisam de atenção, que precisam, assim como qualquer um de nós, ditos ‘normais’, de companhia, lazer, carinho e amor.
Pensando em todas as situações expostas nos textos de referência e no filme, podemos pensar o quanto restaria de normalidade em cada um de nós, quando postos nas mesmas circunstâncias.
Resenha: CIDADES DOS ESQUECIDOS – Relação do filme ‘O Bicho de Sete Cabeças’ com a questão da normalidade e exclusão. publicado 24/11/2010 por Vanessa Oliveira em http://www.webartigos.com
domingo, 24 de abril de 2011
REUNIÕES ABERTAS E FECHADAS DE NARCÓTICOS ANÔNIMOS - NA
QUADRO DE CUSTÓDIOS DO SERVIÇO MUNDIAL BOLETIM NO 15
REUNIÕES ABERTAS E FECHADAS DE NA
Este artigo foi produzido pelo Quadro de Custódios do Serviço Mundial em Agosto de 1987, em resposta às necessidades da irmandade. Este boletim foi revisado durante o ano de conferência 1995-1996.
Nosso propósito ao nos referirmos às reuniões abertas e fechadas de NA é o de ajudar os membros de NA a entenderem precisamente o que estas podem oferecer tanto aos adictos quanto aos não adictos. Existem diferentes tipos de reunião de NA que servem a diferentes propósitos. Comunicados da irmandade revelaram a necessidade de entender qual o papel dos diferentes tipos de reuniões, para levar a nossa mensagem.
A população em geral está adquirindo uma consciência maior da nossa irmandade e tem um interesse maior nas nossas reuniões. O quadro de custódios recebeu relatórios sobre confusões que ocorrem quando pessoas não-adictas interessadas ou pessoas que não têm certeza de sua adicção comparecem às reuniões de NA. Essa confusão pode aumentar quando essas pessoas participam de nossas reuniões.
Nossa mensagem de recuperação nas reuniões pode ficar nublada ou diluída, quando pessoas, tais como pais, cônjuges, terapeutas, membros de outras irmandades ou outros que não são membros de NA, partilham ou falam nas reuniões de NA.
Sempre encorajamos respeito, tacto e diplomacia quando somos confrontados com circunstâncias onde não adictos comparecem às reuniões regulares de NA. A maioria dessas ocasiões não apresenta problemas continuados para nossos grupos. Entretanto, devido ao contínuo crescimento e maior consciência sobre NA, todos devemos olhar adiante. Acreditamos que, ao adquirirmos maior compreensão a respeito das reuniões abertas e fechadas de NA, nossos membros podem ficar preparados para levar a mensagem de recuperação da adicção às drogas aos adictos, como também partilhar nossa mensagem com outros interessados.
O Quadro de Custódios do Serviço Mundial recomenda as seguintes directrizes e definições:
1. Uma reunião de Narcóticos Anónimos, quer aberta ou fechada, é um refúgio para adictos. Pretende ser um lugar seguro e benéfico, onde um adicto pode ouvir a respeito e participar da recuperação da doença da adicção às drogas. Por mais que pudéssemos desejar, não podemos ser todas as coisas para todas as pessoas.
2. Uma reunião fechada em Narcóticos Anónimos é para aqueles indivíduos que se identificam como adictos ou para aqueles que não têm certeza e pensam que podem ter um problema com drogas. Uma reunião fechada de Narcóticos Anónimos proporciona uma liberdade que é necessária para uma partilha mais íntima e pessoal pelos seus membros. Realiza isso ao proporcionar uma atmosfera em que os adictos podem se sentir mais seguros de que aqueles que estão presentes serão capazes de se identificar com eles e partilhar sua própria experiência, força e esperança.
3. Uma reunião aberta é uma reunião de NA a que podem comparecer todos aqueles (por ex., juízes, assistentes sociais, profissionais, membros da família) interessados em como encontramos recuperação da doença da adicção. No entanto, a participação verbal é restrita aos membros de NA. Uma reunião aberta em Narcóticos Anónimos permite que as pessoas de fora da irmandade observem o que é e como funciona Narcóticos Anónimos. Isto pode ser muito útil para aqueles indivíduos que estão se esforçando para chegar a uma conclusão sobre sua condição pessoal como um adicto. Uma reunião aberta em Narcóticos Anónimos é um método que nossos grupos utilizam para realizar seu propósito primordial de levar a mensagem ao adicto que ainda sofre. Alguns grupos também fazem reuniões abertas como um meio de permitir que os amigos não adictos e parentes dos membros de NA celebrem os aniversários de recuperação com eles.
4. Nossa estrutura de serviço fornece amplos meios para a participação de não adictos em Narcóticos Anónimos. Além de reconhecer a necessidade e o valor de custódios não adictos (Guia Temporário de Trabalho para Nossa Estrutura de Serviço) e trabalhadores especializados não adictos (Oitava Tradição), a irmandade aprovou um material (Manual de Informação ao Público) que serve para reuniões comunitárias de informação pública. Estas reuniões são o veículo para os esforços dos comités de serviço, que estão orientados para transmitir informação sobre nossa irmandade para o público em geral; não são reuniões regulares de NA e são a abordagem preferida para informar ao público em geral sobre Narcóticos Anónimos. Essa abordagem evita confusão, não representa ameaça ao anonimato, não afecta a mensagem de NA nas reuniões regulares e nos permite continuar nossa recuperação e serviço, ao mesmo tempo que vai de encontro às necessidades dos não adictos interessados em NA.
O Papel da Família durante a internação de um adicto
Entrevista com Dra. Yolanda Vaz Allan
Qual o principal objetivo com a família durante a internação de um dependente químico?
O momento da internação de um dependente químico, quase sempre, traz não só à própria pessoa, mas, em especial à família, sentimentos de insegurança, medo e incerteza que geram muitos conflitos.Geralmente, este momento foi precedido por diversas tentativas com o intuito de evitar uma internação. Provavelmente, houve a intenção e a expectativa de acertar, mas, sem sucesso! Inicia-se então, intensa e cansativa busca de um tratamento adequado. Nesta fase a família já encontra-se, quase sempre, exaurida, desestruturada, sem esperanças, adoecida! Assim sendo, no período de internação do D.Q. deve-se ter como principal objetivo, a conscientização da família sobre a gravidade da doença da adicção, a dificuldade de vivenciar experiências tão destruidoras sozinhos, e, paralelamente, alertá-la sobre a importância da busca de estruturas adequadas, tais como: profissionais especializados, grupos de apoio (AA, NA, Amor Exigente) etc, que a oriente e contribua no sentido de habilitá-la para conviver adequadamente com este mal. Caso contrário, só se agravará o caos e a disfuncionalidade estabelecida nesta família.
O que eles podem e devem fazer para ajudar?
A família tem um papel extremamente importante na recuperação do dependente químico. Ela não só pode, mas deve ajudar seu ente querido na busca da libertação de tão grande mal. Entretanto, muitas vezes, o caos que se instala na família e a fragilidade emocional à qual acaba submetida, quase sempre a impede de exercer adequadamente seus papéis. A família pode ser a "escada de ascensão" no processo de recuperação e posterior manutenção na medida em que o ajuda a resgatar valores, princípios e auto-estima, mas, ao atuar como facilitadora e com atitudes inadequadas, poderá ser o "gatilho" disparador, que o levará à recaída de comportamentos, à irresponsabilidade e, certamente, ao uso de substâncias. A constatação dessa dura realidade, ou seja, o deixar-se vencer pela doença, o levará a sentimentos de menor-valia, desânimo, frustração e descrença na própria capacidade de recuperação.
O que não devem fazer?
Muitas podem ser as causas que dão origem ao desenvolvimento da doença da adicção. O meio sócio-cultural-ambiental, a herança genética, a educação transmitida, desde a mais tenra idade, com relação a valores e princípios, as disfuncionalidades familiares, entre outras, podem contribuir para este processo.Independente da causa, a familia não deve envergonhar-se , isolar-se, fazer julgamentos e condenações, apegar-se aos ressentimentos e muito menos "fazer de conta" que o problema não existe. Estes comportamentos só farão com que se afaste da realidade dos fatos, dificultando e retardando a busca adequada de soluções para enfrentar a doença. É de vital importância que a família não só entenda, mas que transmita a outros que a dependência química é uma grave doença e que apesar de ser incurável, progressiva e fatal, como muitas outras, quanto maior e mais rápida for a busca do conhecimento para um melhor tratamento e acompanhamento, maiores serão as chances de recuperação e da manutenção de uma boa qualidade de vida. Todos necessitam de cuidados! Neste caso, a família em especial precisa se fortalecer e se reequilibrar .
Como devem se preparar para a volta do dependente químico para a casa após a internação?
O dependente químico tem que ter na família sua rede de apoio. Que ela seja seu porto seguro, cuidadora no sentido de orientar e dar limites, sinalizadora dos comportamentos de recaída na medida em que o dependente químico deixa de cumprir tudo aquilo que é sugerido. É esperado neste momento do retorno definitivo à sociedade, tanto da parte do adicto, quanto da família, que surjam receios, dúvidas, inseguranças, desconfianças, ressentimentos, questionamentos. Estarão todos (familiares e adicto em recuperação) aptos e dispostos ao cumprimento da parte que lhes cabe, sobre os compromissos assumidos, no que diz respeito à manutenção da recuperação? Para tal, é necessário que a família tenha pleno conhecimento de como agir assertivamente com aquele que se encontra em processo de recuperação. Quando se fala em assertividade, entenda-se como ser solidário, estar disponível para ajudá-lo na busca ou manutenção da recuperação, porém nunca trazer para si (família), individual ou coletivamente, este fardo. Cabe ao dependente químico fazer a parte que lhe cabe, assumindo suas escolhas e responsabilizando-se pelos seus atos. Só assim estará em pleno processo de recuperação. Assim sendo, a atuação da família é sempre de vital importância no sentido de ajudá-lo a resignificar a vida, da maneira mais ampla possível, ou seja, mostrar-lhe que viver plenamente, de forma digna, saudável e prazeirosa, é totalmente possível!
Porque é importante o trabalho de grupo com as famílias?
O local mais adequado para os familiares encontrarem acolhida, solidariedade e ampliarem seus conhecimentos sobre a doença da adicção é nos grupos de apoio que estão objetivamente focados nas questões da dependência química. Nestes grupos os familiares encontrarão outras pessoas com problemáticas muito semelhantes, buscando soluções e relatando suas experiências vividas. Naturalmente, se forma uma rede de apoio na qual através da troca de idéias e dos testemunhos dos participantes, muitas vezes, torna-se possivel entender a necessidade da realização de mudanças de comportamento da própria família e não só ficar na expectativa que apenas o outro, no caso o D.Q., precisa realizar mudanças em busca da recuperação. Não se pode ter a visão de que apenas ele é o doente e o único que necessita de tratamento, pois como já foi dito é natural que frente a tantas dificuldades, preocupações, tristezas e frustrações, todos os membros da família adoeçam.
Por isso, algumas vezes é necessário ir além da frequência e do apoio dos grupos, ou seja, que a família encontre outras alternativas como uma terapia individual ou familiar, com o objetivo de facilitar a compreensão e aceitação não só da doença, mas das mudanças quem se fazem necessárias em seus próprios comportamentos.
Yolanda Maria Vaz Allan é psicóloga clínica especalizada em dependência química e atua no Centro Terapêutico São Judas Tadeu, em Monte Alegre do Sul.
Crédito:Amor Exigente
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Amor Próprio, Dicionário de Voltaire
Amor Próprio, Dicionário de Voltaire
Um mendigo dos arredores de Madri esmolava nobremente. Disse-lhe um transeunte:
— O sr. não tem vergonha de se dedicar a mister tão infame, quando podia trabalhar?
— Senhor, – respondeu o pedinte – estou lhe pedindo dinheiro e não conselhos. – E com toda a dignidade castelhana virou-lhe as costas.
Era um mendigo soberbo. Um nada lhe feria a vaidade. Pedia esmola por amor de si mesmo, e por amor de si mesmo não suportava reprimendas.
Viajando pela Índia, topou um missionário com um faquir carregado de cadeias, nu como um macaco, deitado sobre o ventre e deixando-se chicotear em resgate dos pecados de seus patrícios hindus, que lhe davam algumas moedas do país.
— Que renúncia de si próprio! – dizia um dos espectadores.
— Renúncia de mim próprio? – retorquiu o faquir. – Ficai sabendo que não me deixo açoitar neste mundo senão para vos retribuir no outro. Quando fordes cavalo e eu cavaleiro.
Tiveram pois plena razão os que disseram ser o amor de nós mesmos a base de todos as nossas ações – na Índia, na Espanha como em toda a terra habitável.
Supérfluo é provar aos homens que têm rosto. Supérfluo também seria demonstrar-lhes possuírem amor próprio. O amor próprio é o instrumento da nossa conservação. Assemelha-se ao instrumento da perpetuação da espécie. Necessitamo-lo. É-nos caro. Deleita-nos – E cumpre ocultá-lo.
Crédito BLOGUE DOS POETAS
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Simaia Sampaio
Todos nós, conscientemente, dizemos querer uma vida melhor e mais feliz. No nível racional é o que surge nos nossos pensamentos. Desejamos melhores relacionamentos familiares, crescimento profissional e mais saúde física e emocional. Entretanto, se pararmos para pensar um pouco sobre nossas atitudes, percebemos que fazemos ou deixamos de fazer várias coisas que acabam nos trazendo sofrimento.
Muitas vezes é fácil detectar esses comportamentos. É só você observar seus hábitos. Você se alimenta da forma que sabe que é melhor? Pratica exercícios de forma regular como sabe que deveria? Tem algum vicio que sabe que é nocivo mas não consegue parar (cigarro, bebida, jogo, chocolate e etc...)? Procura estudar e fazer o possível para crescer profissionalmente e ter uma vida financeira cada vez mais confortável sem precisar morrer de trabalhar? Você consegue selecionar amizades e relacionamentos saudáveis ou se pega em relações que trazem muitas vezes prejuízos emocionais e simplesmente não consegue se afastar? Se você sabe racionalmente que poderia fazer muitas coisas (muitas delas simples, fáceis e gratuitas) para melhorar a sua vida, porque você simplesmente não faz?
De uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, todos nós buscamos de forma inconsciente, situações que nos fazem sofrer. Seja trabalhar demais, seja um relacionamento que não é saudável, seja o não cuidar da saude física e da alimentação. Se não houvesse essa busca inconsciente pelo sofrimento faríamos tudo para melhorar nossas vidas de forma fácil, intuitiva e sem qualquer esforço. Mas não é isso que observamos na maioria das pessoas. Existe algo que nos leva numa direção a qual não queremos no nível consciente. Lutamos para ser diferente mas muitas vezes não conseguimos.
De onde será que vem essa força interior negativa que nos faz procrastinar, que nos leva para vícios e comportamentos nocivos, que nos faz perder oportunidades e criar sofrimento? Tudo isso vem da negatividade acumulada, do nosso sofrimento interior já existente. São sentimentos negativos que temos guardados (conscientes e inconscientes). O nosso sofrimento interior deseja se alimentar de mais sofrimento. As emoções negativas que carregamos são viciadas em si mesmas, querem se perpetuar, crescer e tomar conta das nossas vidas.
Essa força negativa nos sabota de uma forma muitas vezes silenciosa. Sentimos preguiça de fazer certas coisas que sabemos que são boas e uma vontade irresistível de fazer outras que não são saudáveis.
Os sentimentos mal resolvidos que carregamos (raivas, mágoas, perdas, medos, frustrações, tristeza e etc...) agem como se fossem entidades individuais que querem sobreviver. Eles precisam se alimentar e fazem isso influenciando nosso pensamento e ações.
Cada sentimento individual busca criar situações ou interpretá-las de forma distorcida para que mais daquele sentimento seja criado. Os sentimentos geram pensamentos negativos que influenciam nossas ações, gerando resultados negativos que alimentam mais pensamentos e geram mais ações, em um circulo vicioso.
Observe quando você está com raiva. Ao lembrar da situação onde a raiva foi gerada surge mais raiva. Um diálogo interior é criado e intensifica o sentimento: ‘aquele palhaço, quem ele pensa que é...’; ‘é um absurdo o que aconteceu’; ‘um dia eu dou o troco’... É possivel até que a sua mente crie cenas e frase que nem foram ditas na situação real e que fazem você se sentir mal. É a própria raiva buscando se alimentar e crescer, o que certamente nos traz um sofrimento que dizemos não desejar para nossas vidas.
Em outras situações, aquela raiva guardada vai novamente emergir e tornar nossas reações cada vez mais intensas e improdutivas. Talvez um lado seu diga pra você deixar aquilo de lado e as vezes até você consegue. Mas a raiva pode ser bastante convincente e se perpetuar por muitos anos. É bastante comum tratar pessoas que guardam sentimentos negativos de coisas que ocorreram há anos, até mesmo na infância. Todos nós guardamos na verdade, varia apenas a intensidade.
Juntando vários sentimentos negativos guardados, eles se conectam e criam um time, uma força interior negativa extremamente sabotadora. Cada emoção, viciada em criar mais de si mesma, influencia de forma silenciosa e profunda nossos pensamentos e ações. Sem que a gente se dê conta, criamos conflitos, escolhemos mal os relacionamentos e nos causamos todo tipo de problema, embora o nosso desejo consciente seja o de criar uma vida mais feliz.
Algumas pessoas ao se darem conta dos sentimentos negativos e de como eles são sabotadores começam a brigar consigo mesmas. Certamente isso não ajuda e acaba criando mais sofrimento. O que devemos fazer então?
A coisa que considero como mais importante nessa vida, é reconhecer, aceitar, limpar, e dissolver a negatividade que guardamos. Daí a importância de uma técnica como a EFT. Conseguimos varrer do nosso sistema energético, de forma consistente e profunda, as emoções guardadas. Imagine então o que aconteceria com você ao limpar negatividade acumulada ao longo de uma vida: raivas, mágoas, traumas, medos, rejeição, abandono, culpa e etc... Através da auto aplicação do método é possível conseguir grandes benefícios.
Ao fazer isso estamos dissolvendo o corpo emocional sabotador. Passamos a ser mais positivos e tomar atitudes melhores sem precisar de esforço pra isso. Tudo flui de uma forma mais tranqüila e natural. É como se você fosse soltando pesadas âncoras que antes você nem sabia que estavam travando a sua vida. Melhora-se a autoestima, diminui-se a ansiedade e tudo isso se refletirá de forma positiva em todos os aspectos.
Essa limpeza emocional deveria ser a meta primordial de qualquer pessoa. Não ter tempo pra isso é a maior perda de tempo e causa grandes prejuízos. Esse corpo emocional sabotador certamente irá influenciar para que você não tome atitudes para dissolvê-lo. É preciso ficar atento e ter uma dose de força de vontade para não cair nessa armadilha.
Recomendo a todos que façam o procedimento para paz pessoal descrito no manual gratuito da EFT. É um processo profundo, que vai exigir uma certa dose de comprometimento consigo mesmo e de persistência, mas quem o fizer será certamente recompensado com enormes benefícios.
Salvador, BA, Brazil
Psicopedagoga clínica. Pós-graduanda em Neuropsicologia da Aprendizagem. Realizo diagnóstico e intervenção de crianças, adolescentes e adultos com dificuldades e dstúrbios de aprendizagem, dislexia, hiperatividade, dentre outros. Realizo supervisão para psicopedagogos. Professora da disciplina Diagnóstico Psicopedagógico Clínico de Pós-graduação de cursos de Psicopedagogia e orientadora de estágio em Psicopedagogia clínica. Autora dos livros Dificuldades de aprendizagem: a psicopedagogia na relação sujeito, família e escola e Manual Prático do Diagnóstico Psicopedagógico Clínico, ambos da Editora WAK.
Contato: simaia@psicopedagogiabrasil.
Nova droga no país pode desbancar o crack
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Uma droga fabricada com o subproduto da pasta base de cocaina, conhecida entre os viciados pelo nome de “oxi”, vem tomando conta de Porto Velho. De acordo com informações de policiais da capital de Rondônia, a droga lidera o número de entorpecentes apreendidos nas operações realizadas em “bocas de fumo” de toda a cidade.
A droga passou a expandir entre os traficantes da capital quando eles perceberam a alta lucratividade na venda dessa droga, pois devido ela causar uma rápida dependência ao usuário, o mercado se tornou intenso e vantajoso.
O que é o “OXI”
Muito parecido com o crack, o nome vem de uma abreviação de oxidado, ele é resultado da substituição do bicarbonato e do amoníaco usados pelos nóias do Centro-Sul, na mistura com o cloridrato de cocaína por querosene e cal virgem, o preço de uma pedra de oxi pode custar de R$ 6 á 10 reais.
Os efeitos são parecidos com o da pedra de crack, porém com uma intensidade menor, fator que leva os viciados a um quadro clinico de “fissura”, termo utilizado pelos viciados, quando um usuário quer utilizar mais entorpecentes a qualquer custo. No auge da “fissura”, um viciado perde total senso comum, noção de civilidade, se tornando capaz de cometer atos grotescos como homicídio, assaltos e inclusive defecar na própria roupa sem nenhum sentimento de pudor ou vergonha.
A droga pode ser consumida misturada com tabaco,
cachimbos ou até mesmo em latas de refrigerante e
cerveja.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Dependência emocional é um tipo de patologia emocional e de relacionamentos
A dependência emocional é um tipo de patologia emocional e de relacionamentos, recentemente descrita por estudiosos do comportamento humano nos EUA. È uma experiência comportamental patológica alteradora o estado de humor.
Este designação faz parte do jargão do meio profissional que é incompreensível para as pessoas que se encontram fora desta actividade e incoerente para alguns que trabalham nesta área. Todavia, considero mais importante observarmos o significado desta patologia que afecta milhares de homens e mulheres.
Todos nós, seres humanos, precisamos de criar e desenvolver vários tipos de elos/ligações com os outros. Somos seres gregários. Precisamos de relações amorosas, criar vínculos, laços e de pertença. Contudo, surge um serio problema quando esses vínculos e laços se tornam padrões disfuncionais repetitivos de insatisfação, insegurança, infelicidade e rejeição, de vergonha e culpa, baixa auto estima, isolamento, raiva e ressentimento e dependência.
Isto significa que o amor levado a um extremo poderá conduzir ao sofrimento e desgoverno a que podemos designar de dependência emocional – “o amor é cego”. Por vezes, abusamos da palavra/conceito amor. A nossa cultura/sociedade reforça a crença disfuncional de que devemos procurar a felicidade “mágica” no amor-paixão.
Consideramos perfeitamente natural que a exaltação amorosa seja o tema principal na literatura, no espectáculo, na canção. Somos constantemente bombardeados, através dos media, por promessas de uma relação apaixonada que nos trará satisfação e realização. Para onde quer que olhemos assistimos a telenovelas, programas de televisão, revistas, romances, anúncios que apelam às nossas emoções (à imaginação, ao sonho, á sedução e sensualidade) e às relações perfeitas e fáceis.
Carta de Kurt Cobain - O fim!
"carta de um famoso cantor de rock, que morreu devido ao uso compulsivo de drogas... até quando vamos alimentar o trafico de drogas.... qe nenhuma adicto morra sem conhecer narcóticos anonimos que salvou e salva a minha vida e de milhares de adictos mundialmente"...
PARA BODDAH
Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um eliminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender. Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde a minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ao ler ou escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afeta do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, se deliciar com o amor e a adoração da multidão. O que é uma coisa que eu totalmente admiro e invejo. O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas, sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente). Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança. Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que eu tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, o sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me lembra demais de como eu costumava ser, cheia de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Não posso suportar a ideia de Frances se tornando o triste, o autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei. Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade, passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais a paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia.
Kurt Cobain
Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim.
Para uma semiologia psicanalítica das toxicomanias: adicções e paixões tóxicas no Freud pré-psicanalítico
A presente monografia merece ser lida por completo e, por ser longa, colocaremos um jump break, deixando aos leitores interessados a opção de continuar a leitura do texto, que recomendamos seja impresso e lido com calma. A monografia de Dr. Victor Eduardo Silva Bento intitula-se " Para uma semiologia psicanalítica das toxicomanias: adicções e paixões tóxicas no Freud pré-psicanalítico ". Boa leitura!
Victor Eduardo Silva Bento
RESUMO
Trata-se de artigo teórico. Realizou-se uma semiologia psicanalítica das noções de toxicomania e de adicção ("sucht", em alemão) no Freud do período pré-psicanalítico (anterior à publicação da Interpretação dos Sonhos em 1900), para construir a noção de "paixão tóxica" a partir deste Freud. As obras examinadas e conclusões foram as seguintes: 1º- "Tratamento psíquico": Da toxicomania sem droga e da adicção à hipnose em Freud (1890/1991a e 1905/1972d), chegou-se à "paixão amorosa tóxica"; 2º- "Carta a Fliess de 11/01/1897": Da dipsomania e da paixão ao jogo em Freud (1950/1977a e 1950/1991b), chegou-se à base adictiva da sexualidade humana em geral e à noção de "paixão tóxica"; 3º- "Carta a Fliess de 22/12/1897": Da masturbação como protótipo das toxicomanias em Freud (1950/1977b e 1950/1991c), chegou-se ao narcisismo auto-erótico como função comum na base das paixões tóxicas e das sexualidades adictivas em geral e 4º- "A sexualidade na etiologia das neuroses": Da toxicomania e da masturbação como defesa contra a depressão em Freud (1898/1976a e 1898/1989), chegou-se à psicopatologia psicanalítica das paixões tóxicas e das adicções em geral associada à melancolia. Além disso, mesmo sem ser prioritário, procurou-se apresentar um inventário das contribuições de Freud na área das toxicomanias em sua obra como um todo. Assim, as passagens de Freud sobre as paixões "tóxicas" em geral, nas publicações do período psicanalítico (após 1900), foram também aqui destacadas, embora não tenham sido analisadas.
Palavras-chave: toxicomania, adicção, paixão tóxica, Freud, psicanálise.
ABSTRACT
This article developed a psychoanalytical semiology of toxicomania's and addiction's notions in pre-psychoanalytical Freud to compose the "toxic passion" notion from this Freudian period. The examined articles and conclusions were the following: 1st- "Psychical treatment": From the toxicomania without drug and the addiction to hypnosis in Freud (1890/1991a e 1905/1972d), we reached the "toxic passion in love"; 2nd- "Letter to Fliess - 11/01/1897": From dipsomania and game passion in Freud (1950/1977a e 1950/1991b), we reached the addicting basis human sexuality and the notion of "toxic passion"; 3rd- "Letter to Fliess - 22/12/1897": From the masturbation as toxicomania prototype in Freud (1950/1977b e 1950/1991c), we reached the auto-erotical narcissism as a common function in the basis of toxic passions and addicting sexualities; and 4th- "Sexuality in the aetiology of the neurosis": From the toxicomania and masturbation as defence against depression in Freud (1898/1976a e 1898/1989), we reached the psychoanalytical psychopathology of toxic passions and addictions associated to a melancholy.
Keywords: toxicomania, addiction, toxic passion, Freud, psychoanalysis.
1. Introdução
Como o título indica, o objetivo deste trabalho é realizar uma "Semiologia Psicanalítica" das toxicomanias e das adicções no Freud do período pré-psicanalítico para, em seguida, com base nesta semiologia, construir a noção de "paixão tóxica" a partir deste Freud. Alguns esclarecimentos caberiam a respeito desta proposta. São eles:
1º- Por "Semiologia Psicanalítica" designa-se aqui um método de pesquisa valorizando a revisão de literatura em psicanálise. Não é objetivo deste trabalho discuti-lo, já que em outras oportunidades foram discutidos os métodos da semiologia e da semiologia psicanalítica utilizados com fins de revisão de literatura - ver Bento (1996, p. 68-93; 2006b; 2007a; 2007b). Aqui caberia apenas esclarecer que, ao se indicar que será feita uma "Semiologia Psicanalítica", se quer afirmar a intenção de operar no presente estudo neste campo da revisão da literatura freudiana pré-psicanalítica, para dali extrair e analisar os sentidos das noções de "toxicomania", de "adicção" e de "paixão tóxica" neste Freud. Esta proposta semiológica tem forte inspiração na noção de semiologia da lingüística de Saussure (1916/1995a; 1916/1995b), definida pelo autor como a ciência que estuda os signos (como os conceitos, por exemplo) no seio da vida social (nos escritos clássicos, nos mitos etc).
2º- Caberia desde já esclarecer que Freud não propôs nenhuma teoria das toxicomanias, tampouco das "adicções", e muito menos das "paixões tóxicas". No entanto, podem-se encontrar neste autor algumas referências ao alcoolismo, às toxicomanias e, sobretudo, ao termo alemão "sucht", traduzido para o francês por "addiction", e para o português por "adicção", remetendo ao sentido de "dependência", em sentido amplo. A noção de "paixão tóxica", embora presente no pensamento freudiano, encontra-se implicitamente sugerida. Pretende-se neste trabalho retomar algumas passagens da obra de Freud em que se encontra a referência à "sucht" para indicar dependências diversas: seja ao álcool, às substâncias químicas, ao jogo, ou a outros "objetos", para, a partir dali, se pensar a hipótese principal desta pesquisa: a noção de "paixão tóxica", a qual se baseia numa comparação analógica entre as toxicomanias e as paixões, que serão aproximadas a partir de uma função psíquica inconsciente comum: o excesso de "narcisismo auto-erótico". Será, então, objetivo aqui contribuir para a construção da noção de "paixão tóxica", a partir dos escritos freudianos sobre as diversas dependências passionais referidas em geral pelo termo alemão "sucht".
Ansiedade, Depressão, Pânico e Dependência Química
Jorge Antonio Monteiro de Lima
Em nossa experiência empírica na prática da psicoterapia de base analítica na saúde mental observamos em certos casos a intensa ligação entre as dependências químicas e o estado depressivo, seja no usuário de álcool, maconha, cocaína, pessoas viciadas em medicação, ou qualquer outra droga.
A maior incidência deste processo está nos homens jovens cuja idade varia entre os 14 aos 35 anos. Geralmente estes tentando fugir dos sintomas isolados de crises de pânico ou da depressão tendem naturalmente a migrar para o uso de drogas lícitas ou ilícitas, o que transformará todo processo em dois problemas em um só. A incidência nas mulheres é pequena em proporção aos homens dependentes químicos sendo justamente por isto que as estatísticas de depressão tendem a ser menores no público masculino, visto que eles "mascaram" a patologia que os induz ao vício.
O uso de drogas tem sua ação variada. O álcool, a maconha e os calmantes inibem o sistema nervoso e tendem naturalmente a agravar os quadros de ansiedade, depressão e pânico. São buscados geralmente ou indicados visando relaxar ou tranqüilizar seu usuário contudo na prática assim que o efeito passar as crises tendem a voltar pioradas.
As drogas "estimulantes" como o crack, cocaína, e outras por sua vez geram um estado eufórico passageiro que terá ação direta na produção de adrenalina e outros hormônios mas que em contrapartida atacará o sistema nervoso assim que o efeito da mesma cesse o debilitando ainda mais. Sem a incidência de patologias como a ansiedade, depressão ou pânico o usuário destas drogas já tem como efeito colateral um estado de letargia intenso que ocorre principalmente no dia seguinte ao uso da droga.
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