Ontem ou ante-ontem resolvi ler um blog dessas meninas inteligentes que prestam à sociedade um enorme favor em trazer à luz do conhecimento humano, coisas que gostaríamos de dizer e explicar escrevendo e acabamos inibidos em assim proceder, até porque foge da nossa alçada falar de coisas que se assemelham, mas que não está dentro da gente. Sei lá, já toquei em tantos sentimentos e fui tão mal compreendido, que resolvi mudar. Quem sou eu para escrever sobre codependência?
Ai me veio a ideia de transcrever algo que julguei notável porque traduz, para mim, o que projeto no próximo, ou seja, posso ver a minha imagem virtual espelhada. Vejo mais não posso tocar, não posso mudar. A alma é como um maravilhoso mundo feito de espelhos, onde o real e o virtual podem ser vistos, apreciados, mas, apenas o real pode ser tocado. O lado mais fantástico de nós fica detrás do vidro de um espelho, que tudo reflete e não podemos tocar. Imagens virtuais de um coração atado, acorrentado e adoecido, machuca e me sinto machucado por ter machucado tanta diferente gente.
Ouso, porque viver é ousar e ousar é lutar; lutar o bom combate, porque viver, como diria o poeta, é luta renhida e viver é lutar. Portanto, publicar aqui o que lí no blog da Poly P., Amando um dependente Químico, é um atrevimento e faço isto com imensa timidez, movido por bons propósitos,que me exige ética, mas meu acanhamento em pedir autorização, para transcrição do texto, causa-me inibição, de modo que peço, humildemente, a permissão da Poly P., com antecipadas desculpas, para publicar, parcialmente, o texto que pertence a ela. Vamos ao que interessa. Antecipadamente agradecido:
Eis o texto:
Eis o texto:
(...)
"Inicialmente, perguntei quantos dos presentes nunca ouviram falar sobre codependência, antes do curso. Umas 15 pessoas levantaram a mão. Ao perguntar quem sabia, exatamente, o que era a codependência, umas 10 pessoas se pronunciaram. E a grande maioria já havia escutado falar sobre o assunto, mas de forma superficial.
“História da codependência: Na década de 30, a codependência era atribuída às esposas de alcoolistas. Na década de 70, o conceito foi ampliado aos familiares de dependentes químicos. E hoje, inclui os familiares de pessoas que possuem problemas de personalidade, podendo atingir também profissionais e amigos próximos dessas pessoas.”
“Conceito de codependência: Distúrbio mental juntamente com ansiedade, angústia e compulsividade obsessiva em relação a tudo o que envolve a vida do dependente químico.”
“O dependente químico passa 24 horas pensando na droga, e o codependente passa 24 horas pensando no dependente...”
“Segundo pesquisa do UNIAD em parceria com o UNIFESP e INPAD, o número de pessoas afetadas pelo uso de álcool e drogas de alguém, é de 9,94. Tem muitos codependentes por aí.”
“Sintomas físicos comuns nos codependentes: stress, hipertensão arterial, distúrbio do ritmo intestinal, distúrbios alimentares e do sono, perda da libido, impotência, dores de cabeça e nas costas, gastrite e diabetes. E, ainda assim, tendem a negligenciar o cuidado da própria saúde.”
“Sintomas emocionais comuns nos codependentes: auto anulação, sentimentos controlados pelo externo, “fome” anormal de amor, necessidade extrema de controlar e salvar, dependência patológica de cuidar, busca de aprovação e medo de ficar sozinho.”
“Sintomas psiquiátricos e psicológicos comuns nos codependentes:angustia, ansiedade, pena, culpa, baixa autoestima, insegurança, depressão, fobias, síndrome do pânico, compulsão (trabalho, jogo, compras, comida, e outros), podendo chegar ao suicídio.”
“Características de famílias codependentes: comunicação confusa e indireta, isolamento social, inversão de papéis dos membros, o dependente está no centro.”
Fases da Codependência: Leia o post Em qual fase você está?, e entenda.
“Atitudes prejudiciais da família, em relação ao dependente: minimizar, controlar, proteger (excesso), assumir responsabilidades e compactuar.”
Na sequência narrei experiências vividas por mim, ao lado dos meus familiares adictos, e o que me fez mudar, e como tenho lutado por essa mudança, a cada dia. Esses relatos vocês têm acompanhado pelo blog e pelos livros.
“As famílias precisam saber que:
3 Cs - Não causei, não controlo e não curo.
3ª tradição de NA: “Um adicto que não queira parar de usar não vai parar de usar. Pode ser analisado, aconselhado, pode se rezar por ele, pode ser ameaçado, surrado ou trancado, mas não irá parar até que queira parar.” Ou seja, não depende de nós, depende do querer DO ADICTO.
Codependência não é amor.
Amor próprio não é egoísmo.
Desligamento com amor é benéfico para ambos.”
“E os frutos da mudança para aquelas famílias que optam por um novo estilo de vida, chegam. E os maiores frutos são: paz e harmonia, dentro e fora; capacidade de enxergar e educar os filhos de forma saudável, aprendizado de um amor saudável, força para assumir as próprias responsabilidades, e a sensação de voltar a ser inteiro novamente e não mais uma sombra do familiar adicto.”
Por fim, falei sobre as ações do Projeto Ame, mas não sofra!, o primeiro projeto governamental voltado para os familiares de dependentes químicos. Clique aqui, e entenda o projeto."
Acordei para publicar isto e volto à cama, para voltar a sonhar. Grato, mil vezes grato!
Crédito: Amando um Dependente Químico
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