quinta-feira, 17 de junho de 2010

Autodestrutividade, Eros, Libido, Instinto de morte


Dizem que se não provocarmos as pessoas a pensar elas continuarão agindo como autômatos. Esta frase é bem interessante pois é assim que reparo muitas pessoas que passam a caminho do trabalho. Parecem tão mecânicos os movimentos e, até mesmo os sorrisos. Pelo menos, por serem automatos, não sofrem, eis uma vantagem de ser tal qual um robô. Mas vamos ao que escrevi sobre autodestrutividade sob inspiração freudiana:


Freud, em A Mente e seu Funcionamento, trata do aparelho psíquico, e passa a denominar a energia total disponível em EROS, como libido. Essa energia, presente no ego-id, ainda indiferenciado, "serve para neutralizar as tendências destrutivas que estão simultaneamente presentes".  Freud, diz não dispor de palavra análoga à libido para descrever a energia do instinto destrutivo, cujas vicissitudes são mais difíceis que as da libido.

Este instinto destrutivo nada mais é do que o instinto da morte, que é silencioso e só desperta atenção quando se exterioriza. Esse desvio de dentro para fora tem componentes que parecem servir a auto-preservação e, como toda moeda tem dois lados, podemos ter o instinto auto-destrutivo. O instinto da morte poderia ser denominado, em alguns casos, como instinto de sobrevivência, o que parece  contraditório. No caso, poderíamos dizer que o estado de necessidade existente em um individuo qualquer pode aflorar o instinto da morte, determinando ao necessitado o componente de violência necessário para buscar sua preservação. A dosagem, adequação e inadequação deste componente varia de individuo a individuo e depende das circunstâncias que envolve cada necessitado. O estado de necessidade não ficaria tão somente no campo das necessidades primárias humanas, mas se estenderia ao campo da alma. O desamor, a solidão, a indiferença, desprezo, horror, rejeição, exclusão, impotência, isolamento e tantas coisas mais, afetam a psique individual. Quer objetiva, quer subjetivamente, despertando no ser o instinto de morte, que pode ser o da auto-preservação, como da auto-destruição.

Baixa-auto-estima, falta de amor próprio, descuido e desprezo consigo mesmo são sinais evidentes da exteriorização do instinto destrutivo que existe em cada ser vivo. As razões que levaram alguém a chegar a tal estado, não vem ao caso, neste momento.

O despertar do superego despeja considerável quantidade de instinto agressivo, que se fixa no interior do ego e, é nesta região do aparelho mental que tal instinto se opera de modo autodestrutivo.

Para Freud "este é um dos perigos para a saúde com que os seres humanos se defrontam em seu caminho para o desenvolvimento cultural". Conter a agressividade é, de modo geral, "nocivo e conduz à doença (à mortificação)."  Vejamos a razão:

"Uma pessoa num acesso de raiva, com frequência demonstra como a transição da agressividade, que foi impedida, para a autodestrutividade, é ocasionada pelo desvio da agressividade contra si própria: arranca os cabelos ou esmurra a face, embora, evidentemente, tivesse preferido aplicar esse tratamento a outrem."

É muito interessante ler e entender Freud, através de exemplos. Imagine a agressividade reprimida transformando-se em autodestrutividade.

Aquele cabelo arrancado da própria cabeça era o cabelo de uma outra pessoa que deveria ter sido arrancado? Como a pessoa não pode e não deve arrancar o cabelo de outrem, que lhe causou algum mal, canaliza a agressividade contra si mesmo, sob a forma autodestrutiva.

Deve ser muito doloroso este processo para quem o experimenta. Imagino usuários de drogas, pessoas que se auto-flagelam, relações sado-masoquistas, pessoas deprimidas, a mulher raivosa e, até mesmo, o aparecimento de doenças auto-imunes, além de  predispor o organismo ao surgimento de determinados tipos de tumor; mas isto é apenas uma hipótese, nada mais que uma hipótese, minha, que deixo no ar para que alguém,  com deseje de explorar este terreno, desenvolvendo-o, transforme este rascunho em um trabalho alicerçado científicamente. 

Só por hoje!

OBS.: Mais tarde o Instinto da morte passaria a ser denominado como .tanatos - Med. Em psicanálise significa instinto de morte, postulado por Sigmund Freud, em oposição a Eros, ou instinto de vida; o termo adv...

Eros
s.m. Psicanálise Conjunto das tendências sexuais e dos desejos delas resultantes: o eros individual fornece muitas vezes a explicação dos sonhos. &151; Divindade do amor, entre os gregos. Representado com traços de uma criança. (V. PSIQUE.)

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