Freud, em A Mente e seu Funcionamento, trata do aparelho psíquico, e passa a denominar a energia total disponível em EROS, como libido. Essa energia, presente no ego-id, ainda indiferenciado, "serve para neutralizar as tendências destrutivas que estão simultaneamente presentes". Freud, diz não dispor de palavra análoga à libido para descrever a energia do instinto destrutivo, cujas vicissitudes são mais difíceis que as da libido.
Este instinto destrutivo nada mais é do que o instinto da morte, que é silencioso e só desperta atenção quando se exterioriza. Esse desvio de dentro para fora tem componentes que parecem servir a auto-preservação e, como toda moeda tem dois lados, podemos ter o instinto auto-destrutivo. O instinto da morte poderia ser denominado, em alguns casos, como instinto de sobrevivência, o que parece contraditório. No caso, poderíamos dizer que o estado de necessidade existente em um individuo qualquer pode aflorar o instinto da morte, determinando ao necessitado o componente de violência necessário para buscar sua preservação. A dosagem, adequação e inadequação deste componente varia de individuo a individuo e depende das circunstâncias que envolve cada necessitado. O estado de necessidade não ficaria tão somente no campo das necessidades primárias humanas, mas se estenderia ao campo da alma. O desamor, a solidão, a indiferença, desprezo, horror, rejeição, exclusão, impotência, isolamento e tantas coisas mais, afetam a psique individual. Quer objetiva, quer subjetivamente, despertando no ser o instinto de morte, que pode ser o da auto-preservação, como da auto-destruição.
Baixa-auto-estima, falta de amor próprio, descuido e desprezo consigo mesmo são sinais evidentes da exteriorização do instinto destrutivo que existe em cada ser vivo. As razões que levaram alguém a chegar a tal estado, não vem ao caso, neste momento.
Baixa-auto-estima, falta de amor próprio, descuido e desprezo consigo mesmo são sinais evidentes da exteriorização do instinto destrutivo que existe em cada ser vivo. As razões que levaram alguém a chegar a tal estado, não vem ao caso, neste momento.
O despertar do superego despeja considerável quantidade de instinto agressivo, que se fixa no interior do ego e, é nesta região do aparelho mental que tal instinto se opera de modo autodestrutivo.
Para Freud "este é um dos perigos para a saúde com que os seres humanos se defrontam em seu caminho para o desenvolvimento cultural". Conter a agressividade é, de modo geral, "nocivo e conduz à doença (à mortificação)." Vejamos a razão:
"Uma pessoa num acesso de raiva, com frequência demonstra como a transição da agressividade, que foi impedida, para a autodestrutividade, é ocasionada pelo desvio da agressividade contra si própria: arranca os cabelos ou esmurra a face, embora, evidentemente, tivesse preferido aplicar esse tratamento a outrem."
É muito interessante ler e entender Freud, através de exemplos. Imagine a agressividade reprimida transformando-se em autodestrutividade.
Aquele cabelo arrancado da própria cabeça era o cabelo de uma outra pessoa que deveria ter sido arrancado? Como a pessoa não pode e não deve arrancar o cabelo de outrem, que lhe causou algum mal, canaliza a agressividade contra si mesmo, sob a forma autodestrutiva.
Deve ser muito doloroso este processo para quem o experimenta. Imagino usuários de drogas, pessoas que se auto-flagelam, relações sado-masoquistas, pessoas deprimidas, a mulher raivosa e, até mesmo, o aparecimento de doenças auto-imunes, além de predispor o organismo ao surgimento de determinados tipos de tumor; mas isto é apenas uma hipótese, nada mais que uma hipótese, minha, que deixo no ar para que alguém, com deseje de explorar este terreno, desenvolvendo-o, transforme este rascunho em um trabalho alicerçado científicamente.
Só por hoje!
Eros
s.m. Psicanálise Conjunto das tendências sexuais e dos desejos delas resultantes: o eros individual fornece muitas vezes a explicação dos sonhos. &151; Divindade do amor, entre os gregos. Representado com traços de uma criança. (V. PSIQUE.)
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