A Vila Serena procura orientar os familiares do interno em muitos aspectos. Informa que o codependente também é um doente e, por isso mesmo, também deve se tratar. Lá, os familiares recebem orientações, são informados que "No tratamento da dependência química e na recuperação do familiar não existem fórmulas mágicas". É bom frisar isto vez que, muitos codependentes imaginam que basta internar e tudo voltará à normalidade desejada. Lá, em Vila Serena, os codependentes recebem um folheto sobre o que podem fazer e o que não devem fazer, com o intuito de melhorar a convivência familiar. Infelizmente o codependente é um ser humano que rejeita tal condição, não aceita que digam que é portador de uma doença e que precisa se cuidar. Desse modo não se ajuda, nem ajuda o dependente em recuperação a conviver de modo salutar, ou, ao menos, de uma maneira razoável de convivência familiar. Vamos então postar aqui algumas das recomendações desta clínica de tratamento e recuperação da dependência química, com a boa intenção de ajudar quem não aceita se tratar:
FAÇA
01. Aprenda sobre dependência química;
02. Desenvolva atitudes que correspondam aos fatos;
03. Fale com alguém que entenda sobre dependência química;
04, Faça um inventário de si mesmo;
05. Vá a um centro de tratamento ou grupo de auto-ajuda e se envolva neles.
06. Encoraje os interesses do dependente químico;
07. ESTEJA PREPARADO PARA A RECAÍDA (dele/a) e atento(a) para focalizar em sua própria recuperação;
08. Leve adiante o que aprendeu sobre dependência química;
09. Recorde-se sempre do bom que existe nos outros e em você;
10. Respeite os outros e permita que assuma suas responsabilidades;
11. Olhe para si mesmo focalizando-se em suas próprias reações e atitudes. Aprenda a ser aberto(a) e honesto(a);
12. Aprenda a diferença entre ajuda construtiva e destrutiva;
13. Inicie o aprendizado do desligamento com amor;
14. Tenha ESPERANÇA!
NÃO FAÇA
01. Sermões ou palestras;
02. Não tenha atitude superior, fazendo de si mesmo e os outros um modelo de perfeição;
03. Não use apelo "se você me amasse..."
04. Não faça promessa que não pode levar adiante.
05. Não esconda as bebidas ou drogas, nem jogue fora;
06. Não discuta com o dependente químico quando intoxicado;
07. Não insista no seu tratamento;
08. Não espere uma recuperação imediata de 100%
09. Não tente protege-lo contra alcool e/ou drogas;
10. Não alimente expectativas;
11. Não negue erros do passado;
12. Não ignore que nas crises há sempre oportunidade de crescimento;
13. Não negligencie a si mesmo ou faça de capacho;
14. Não aceite a culpa pelo ato de outra pessoa;
Esperamos que estas recomendações sejam seguidas e desejamos uma ótima convivência familiar a todos que passam por problemas com alcool e demais tipos de drogas que causam dependência química.
Venho anonimamente acompanhando este blogger sem ser um seguidor do mesmo.Estas recomendações me parecem bastante sensatas, mas não consigo dominar meus impulsos, meus ímpetos mais primitivos e, muitas vezes agrido meu filho. Chamo-o de vagabundo, ladrão, drogado e por ai vai. Não consigo aceitar que o mesmo tenha se deixado levar pelas drogas. Depois me arrependo, mas não se pedir desculpas. Na verdade não sei conviver com a questão e não quero me expor comparecendo a grupos de auto ajuda. Não aceito que me chamem de codependente. Não sou, não me considero com tal. Recuso terminantemente esta condição. Leio este e outros blogs e acho que esta coisa de dependência é muita falta de vergonha na cara. Tomo minhas biritas regularmente e não sou alcoolatra. Não sou dependente, mas meu filho diz que sou um drogado, também, e que o alcool é uma droga. Aceito que seja uma droga, mas não aceito que ele diga que sou alcoolatra e que preciso de tratamento. Agora, lendo estas recomendações creio que vou tentar segui-las e ver no que é que vai resultar.Às vezes sinto uma raiva profunda e tenho o desejo de esmurrar meu filho, de encher ele de porrada, de coloca-lo de casa pra fora, mas a mulher diz que sou estúpido, ignorante. Não sei como posso mudar essa minha maneira de ser e, assim, procurar ajudar meu filho a voltar ao eixo, largando as drogas. Não suporto mais o fumacê que ele faz no quarto e ele é cínico quando diz que a maconha é menos prejudicial que o alcool. Eu bebo e sou socialmente aceito, sem discriminação, em qualquer ambiente. Ele não. Depois de ler alguns artigos aceitei que preciso mudar o meu modo de pensar e procurar harmonizar meu relacionamento com o meu filho. Mas não sei como. Tentarei seguir o que Vila Serena recomenda e verificar os resultados. Não gosto de carnaval. Compro minhas cervejas e não ponho os pés na rua. MAS MEU FILHO SAI, TODO ANIMADO, COM CARA DE LESADO, COM A VOZ EM BAIXA ROTAÇÃO, COM A VOZ ARRASTADA E SE DESPEDE DE MIM COM UM "TCHAU, CARETA" E AINDA DÁ RISADA E A MÃE TAMBÉM RI DA PILHÉRIA DELE. eSTOU CANSADO, MAS VOU TENTAR VER SE VIVO E CONVIVO EM HARMONIA COM ELE, ACEITANDO-O. pASMEM: ELE DIZ QUE MACONHA É UMA ERVA MEDICINAL. FICO PUTO DA VIDA COM ESTE GRAU DE CINISMO DELE. NÃO TENHO AJUDA DE NINGUÉM. TAMBÉM SINTO VERGONHA DE COLOCAR ESTAS QUESTÕES COM MEUS AMIGOS. ESTE BLOGGER ESTÁ ME AJUDANDO, MAS POUCO FALA DA MACONHO E FICA CENTRADO NO CRACK. HÁ POSSIBILIDADE DE ABORDAR MAIS SOBRE A MACONHA E O ALCOOL?
ResponderExcluirConheço Vila Serena e segui toda a programação e obtivemos sucesso com nosso filho até o presente momento. Seguindo os ensinamentos e a experiência dos profissionais, sem negligenciar nada, o resultado só pode ser o melhor possivel. Nosso filho recebeu da família todo apoio necessário e o amor foi fundamental. Espero que todos o que convivem com adictos também se cuidem e, assim, as chances de êxito aumentam. As recomendações funcionam!
ResponderExcluirAo companheiro anônimo que postou o primeiro comentário:
ResponderExcluirNão conseguir dominar os impulsos, acontece quando vc se deixa "surpreender", discordo de várias coisas que vc falou, mas acho que vc está perdendo uma grande oportunidade de ajudar seu filho e de se ajudar. OK, vc não aceita que "é um co-dep", mas talvez vc possa aceitar que "está co-dep", digo isso porque, no grupo que frequento cada um é livre pra se sentar na "cadeira que lhe é mais confortável", entende? Você pode se perguntar como assim "estar co-dep", eu pergunto:
* Com relação ao seu familiar adicto vc se sente em alerta constante, e pensa que seu familiar não é capaz de fazer escolhas próprias?
* Se sente culpado, com raiva ou amedrontado por seu familiar usar drogas?
* Tem atitudes violentas ou defensivas sempre que está na presença do adicto?
* Perde noites de sono, ou sai em busca do adicto pelas ruas?
* Agride seu familiar, pois a dor que ele lhe causa é insuportavelmente grande que vc não consegue se segurar?
Bom, eu por várias vezes disse sim as questões acima e a muitas outras, eu por várias vezes me revi na partilha de um outro companheiro, Já me "diagnostiquei" co-dep, hoje vejo que eu não sou co-dep, mas que em algumas vezes estou co-dep. Ai revejo meus sentimentos, reflito sobre meus limites, vou a uma reunião e aos poucos volto a ser apenas eu, rs, Em relação a "não quero me expor comparecendo a grupos de auto ajuda", me desculpe mas me fez rir, pois muitas pessoas pensam como vc, pensam que serão taxadas pelos outros como o "pai do drogado", pensam que as pessoas te encontrarão entrando na sala, ou que talvez possa até encontrar um "conhecido" lá, companheiro, existe uma coisa chamada ANONIMATO, que lhe asseguro no NAR-ANON (só posso por a mão no fogo pela irmandade que frequento, mas nunca ouvi dizer que em outras irmandade O ANONIMATO, não é rigorosamente respeitado) o anonimato é levado MUITO A SÉRIO, e tem mais, vc realmente acha que seus vizinhos e parentes e amigos não sabem que seu filho usa drogas? Nós familiares somos que nem marido traído, sempre os ultimos a saber. Vá visitar uma reunião, se dê essa oportunidade, talvez vc tenha que insistir, ir a várias reuniões, conhecer vários grupos, persistir, pelo seu filho, e por vc. Hoje posso dizer que sou feliz.... Hoje eu durmo, eu converso, eu convivo bem. Aprendi a me "desconectar da co-dep e do adicto", sei que minhas idas nas reuniões não ajudou só a mim, ajudou o adicto tb, pois nossos familiares adicto sentem a diferença quando a gente "fica mais esperto" frequentando um grupo. Boa sorte Comp Anonimo!
Bom dia, senhora ··¤(`×[¤Cici¤]×´)¤·· !
ResponderExcluirPelo nome enigmático posso perceber que é moderna demais. Suas idéias são avançadas e eu estou co-dependente! Já fiz o que tinha que fazer, mas o sacaninha me aborrece com aquela voz indolente. Depois meus amigos ficam fazendo insinuações e condenando os maconheiros. Falo com meu filho a vergonha que ele me faz passar e ele diz que sente vergonha de mim e dos meus amigos por serem todos cachaçeiros. Ele me irrita muito. Você diz muitas coisas que parecem certas, mas eu não acredito nesse negócio de co-dependente, nem de adicção. Não vou frequentar irmandade porque não preciso. Apenas quero que meu filho passe no vestibular (tem cinco anos que não passa... É a maldita erva!), se forme, consiga um emprego e vá fumar os baseados dele na casa dele. Ele é um "ficante", quando arranja uma namorada, é igual a ele. Vivem falando em trilhas, Vale do Capão e outros delirios. Eu tenho os pés no chão. Não saio atrás dele não. Minha esposa aceita tudo o que ele faz. Deixo ele fumar no quarto pra evitar problemas com a policia e pra eu não passar vergonha.Agradeço seus conselhos. Talvez eu fique esperto, mas eu não sei o que significa mesmo ficar mais esperto. Não compreendo essas gírias modernas.
Sou anônimo porque não vou me expor. Esse negócio de drogas é um problema sério. Tomo minha bebida e ninguém me diz nada.Estou deixando de beber em bares pra evitar me chamarem de cachaçeiro. Um abraço e muito obrigado pelo que escreveu. Talvez um dia eu aceite ir pra essa irmandade, mas é muito chato reuniões. Boa sorte e que permaneça feliz.
Não quis lhe ofender nem ser invasiva demais, quando uso a expressão "co-dep", e isso vale pra mim também, penso em pessoas que não conseguem alcançar a felicidade pois a felicidade sempre depende do outro. Eu por exemplo, tinha muitas expectativas em relação ao meu familiar, ou você acha que meu sonho era ter um adicto na familia? rs... Hoje meu familiar tem uma vida "normal", trabalho, faculdade, mas mesmo assim continua com vários defeitos de caracter, que trabalha pouco a pouco, assim como eu, nos separamos a alguns dias, para podermos nos entender melhor, e está dando certo, é definitivo? Não sei, mas hoje eu me permito mudar para ser feliz, e deixo que o outro escolha mudar ou não, o que não posso mais é entregar minha felicidade e tempo na mão do outro, nem deixar de ser feliz por vergonha das pessoas que eu amo.
ResponderExcluirE você concerteza ama muito seu filho, do contrário não estaria se preocupando com ele, amar um dependente quimico exige mais que um amor fraternal, exige amor incondicional
Cici:
ResponderExcluirInicialmente agradeço sua participação neste blog. Seus comentários são importantes. Principalmente este que acabo de ler.
Vou me servir de uma palavra que você emprega: invasiva(o). Perdão se serei invasivo!
Já obtivemos diversos tipos de depoimentos, falta-nos pelo menos um que venha de um codependente, ou ex-codependente, revelando como é esta convivência tão dificil. Você toparia escrever um relato sobre sua experiência como codependente?
O que você chama de "defeitos de caráter" tem alguma coisa a ver com "alterações de personalidade?
Não existe uma formula mágica para encontrarmos a felicidade. Ela, simplesmente acontece e pode durar instantes, ou uma vida inteira. A opção de morarem separados é uma experiência que muitos casais adotam e continuam felizes. Simone e Sartre viveram assim,,,Mas havia muita maturidade em ambos e inexistia a adicção entre eles. No seu caso, creio, ocorreu um desligamento geográfico, condicional, com separação de corpos. Estão dando um tempo, o que é natural.
Agora, com sua experiência, o que lhe falta para viver feliz com o seu "adicto"?
Você disse: "tinha muitas expectativas em relação ao meu familiar"... o que frustrou suas expectativas? como acha que ele, o adicto, lhe avaliaria em termos de mudanças?
A maioria dos codependentes ficariam felizes com o fato de o adicto permanecer em estado de recuperação permanente e, ao mesmo tempo, limpo, como se estivesse curado para sempre. Mas você fala em defeitos... este defeito significa a continuidade do uso?
O que é que dificulta os acertos desejados, o que é que lhe parece errado, o que une, ou separa vocês? Em suma, como é que você gostaria que ele fosse? Seria capaz de traçar um novo perfil para ele? e ele, gostaria que você adquirisse um novo perfil?
Além da codependencia da adicção, entre vocês, existe dependência e a consequente codependencia amorosa. Quem é quem nesta relação?
Como avaliaria a inter-dependência do casal? (não me refiro a codependência amorosa, pois me parece que o amor de vocês é bilateral)
Fale dos seus sonhos?
Fui hiper-invasivo. Não é necessário responder e, bem sei, que muitas vezes é melhor se resguardar.
Você escreve tão bem, porque não escreve um artigo pra nós, do SÓ POR HOJE ? o nosso e-mail é soporhoje10@gmail.com. Sua contribuição é muito importante, pois você não é "lugar comum" e ultrapassou o limite em que muita gente estaciona e que denomino de senso comum. Você avançou, evoluiu, para um estágio superior, reflexivo/crítico, o que é muito salutar. Que tal escrever qualquer artigo seu, ainda que usando um nome qualquer que lhe preserve o anonimato.
Grande abraço
Senhora ··¤(`×[¤Cici¤]×´)¤··,
ResponderExcluirA senhora não me ofendeu de modo algum. Reconheço que, muitas vezes, sou rude. Minha esposa me diz isso sempre. Mas meu filho é um problema sério. Outro dia ele entrou em casa com um pacote. Perguntei a ele o que era e ele me disse que não era nada não. Como nada não? O que tem ai dentro? ele me chamo de caretão. Dei um tempo e fui espiar ele no quarto. Era uma pacoteira de maconha. Me aborreci, afinal, pela quantidade aquilo poderia configurar tráfico. Ele me disse: pai, fique frio, "cabeça de gelo", não posso ficar indo e vindo nas bocadas para comprar minha "macoinha", dai comprei uma quantidade maior para evitar, justamente, os riscos de ser pego com maconha, tomar porrada, ser humilhado por causa de uma droga ilicita que é menos prejudicial à saúde que o álcool e o cigarro normal. Nesse aspecto ele me convenceu. Melhor deixa-lo em casa, protegido, do que exposto nas ruas. Então eu gosto dele, mas tem momentos que ele me deixa irado. Na verdade o problema meu não é ele, mas a droga. Estou me preparando para largar a bebida, mas é dificil. Vou tentar se a mulher me ajudar. Não vai ser fácil. Não sou um bebado, não incomodo ninguém, Sou amistoso e pacifico. Do mesmo modo meu filho e minha esposa. O lar não é desestruturado. Eu queria ver meu filho formado. Agora ele inventou fazer vestibular para dança, com o argumento de que é mais fácil e que depois ele pode fazer outro curso. Vão chamar ele de veado e ele diz que não tá nem ai. Amo o sacaninha e tenho que atura-lo. Chato é quando ele traz amigos pra dentro do quarto. Tocam violão, cantam Legião Urbana e até umas músicas que eu gosto, mas é um fumacê dos pecados. Quem aguenta? Eu não me acho codependente, não. Creio que a senhora vai me compreender e a minha preocupação é com uma batida policial em minha casa. Compreenda. Eu fico aflito. A policia quando quer pegar pega mesmo. Meu filho é um garoto que gosta de Bob marley e eu detesto Bob Marley porque ele gosta. A erva prejudicou ele nos estudos e ele não se preocupa com o futuro. Vou encerrar por aqui. Mas você está com a razão e eu amo mesmo o sacaninha. Tenho que gostar, mas ele mudou e já não quer mais sair comigo. Era bom quando saiamos juntos para darmos um passeio. Seja feliz com seu esposo. Vá negociando a paz com ele, faça dele seu bebê, sem exageros. Sou feliz e quero ver todo mundo feliz, mas eu acho que quase ninguém é feliz de verdade. Assim, tipo 100% feliz. Com minhas doses de álcool fico alegre, correspondo às expectativas da esposa, sei dar no coro dela e ela gosta de me ver alegre e minha alegria contagia ela. Dançamos, criamos um clima bom e depois já viu... Sou fiel !
Hoje convivo apenas com minha mulher que é uma criatura dificil de me compreender. Ela é aborrecente. Só conversa chatices.
ResponderExcluirAi eu saio. Na rua eu me dou de cara com um monte de gente que usas os mais variados tipos de drogas.
Li as recomendações do texto pra ela e ela não quis ouvir. Mas ela, na lista dos 14 itens do "faça", ela faz tudo ao
contrario. nos 14 itens do não faça, ela não faz nada certo. Sou daqueles que só fica irritado quando os desaforos ultrapassam os limites da tolerância, mesmo quando estou
sob efeito da droga. Mas não bato nela, não agrido ela e quando resmungo ela vempra cima de mim com agressividade.Não reajo.
Compreendo a raiva dela. Mas o comportamento transtornado dela não me permite executar o que desejo, pois não quero usar droga, nem mesmo quero cair na redução de danos.
Não sinto a sindrome de abstinência. Quero largar. Não uso todos os dias. Só uso, podem acreditar, quando sofro alguma
agressão, ou tomo conhecimento de algo que me desagrada. Não sou santo. Tenho minha vontade subjugada pela droga e já vendi coisas minhas em troca de droga.
Quero me corrijir e seu que posso, mas sem ajuda eu não consigo e ela é a única pessoa que poderia me ajudar. Eu queria aprender a ajudar ela a me ajudar.
Quero ensinar ela a me ajudar, mas ela tem um temperamento dificil. Ficou chateada quando quis conversar com ela sobre ela fazer um inventário moral da vida dela.
O resultado foi ofensas agressivas. Não sei o que fazer. Já pensei em pedir ajuda a um padre para conversar com ela. Ela não
quer assumir que é uma codependente. Muitas vezes eu até acho que uso a droga como uma forma de vingança, ou como uma forma
de dizer que nosso relacionamento é uma droga pior do que a que uso, vez em quando. Mas ela não entende nada. Acha que sou
viciado. O mais curioso de tudo é que não sinto falta da droga e se ela me tratasse bem, creio que deixaria de usar. Mas entendo que,
aborrecimentos provocam em mim efeitos indesejáveis e isso me impulsiona para o sentimento de raiva contida, recalcada que detona
um processo auto destrutivo que não quero. Do uso minha vontade não é mais minha, perco o controle e sumo por 24, 48 e até 72 horas.
Depois volto à normalidade. A minha espiritualidade não tá batendo legal com a dela. Não tenho como pagar uma terapia conjunta e não
sei como ajudar ela a me ajudar, até porque ela é bloqueada a qualquer tipo de ajuda. Tem momentos que acho que ela não é normal.
Eu ia escrever uma coisa e acabei partilhando. Droga!
Para viver bem há que haver respeito mútuo, diálogo sem discussão, permanência do equilíbrio, nenhuma forma de violência... Há que haver maturidade, sensatez, boa vontade, companheirismo, cumplicidade (não em relação ao uso de drogas). Um deve conhecer a vida do outro, ou melhor, um tem que mostrar seu inventário moral ao outro e, sempre pautarem suas condutas com paz, amor, concórdia, harmonia e alegria, mesmo nos momentos de dificuldades. Alguém utilizou a palavra "negociação" e isto me levou a sugerir um pacto pela vida. Tudo, entretanto, requer habilidade, manejo, cautela, prudência e, as palavras devem ser colocadas de tal forma que funcionem de modo convincente. Não deve haver imposições, mas abertura, verdade, jogo limpo e sem tocar nas feridas, ou traumas.
ResponderExcluir"A vida podia ser bem melhor e será". Porquê quando o tema versa sobre drogas ninguém quer se expor?