sexta-feira, 11 de março de 2011

Maconha e álcool, uma combinação perigosa

NOTÍCIAS


10/02/2004

Há pouco tempo, li uma pesquisa de um instituto alemão sobre o Brasil, mostrando que a expectativa de vida dos brasileiros aumentou, substancialmente, nas duas últimas décadas em todas as faixas etárias, exceto na faixa de 14 a 24 anos, na qual houve até diminuição. Para o Instituto que promoveu a pesquisa, quatro são os fatores principais responsáveis por esta queda na faixa etária dos pré-adolescentes, adolescentes e jovens: álcool, outras drogas, trânsito e violência, sendo que estas duas últimas estão intimamente relacionadas com as duas primeiras.

Dentro deste contexto, um ponto extremamente importante é o uso da maconha associado com o álcool e a sua responsabilidade principalmente nos acidentes de trânsito. Com relação a estas duas drogas existe em medicina o que nós chamamos sinergismo tóxico recíproco, isto é, a maconha aumenta a toxicidade do álcool e vice-versa; o álcool aumenta as ações tóxicas da maconha, havendo, portanto, um somatório destas ações, o que é extremamente grave, uma vez que ambas as drogas, têm uma atividade prejudicial significativa, alterando a percepção do tempo e do espaço e, assim, prejudicando a capacidade de dirigir, podendo levar a acidentes graves.
Aqui mesmo, em Belo Horizonte, recentemente, ocorreram dois sérios acidentes que comprovam o que estamos afirmando. O primeiro deles ocorreu há poucos anos na ampla avenida Agulhas Negras, às 2 horas da madrugada, com o trânsito mínimo em suas largas pistas, quando um jipe Cheroke colidiu tão violentamente com um poste, partindo-se ao meio, matando três adolescentes que o ocupavam. Sugestivamente, foram encontradas entre os destroços várias latas de cerveja vazias e um saco contendo maconha. O outro acidente, ocorrido há poucos dias, em um pega na Pampulha, os exames toxicológicos mostraram que o motorista do carro, responsável pelo acidente, estava sob efeito de bebidas alcoólicas e maconha.
Como se vê, tal associação aumenta, tremendamente, os riscos de desastres graves com veículos em nossas vias e estradas.

Em alguns países como no Canadá, por exemplo -, a maconha já constitui a 2ª droga responsável pelos acidentes nas estradas, sendo a 1ª, evidentemente, as bebidas alcoólicas. No Brasil, apesar de ausência de pesquisas neste setor, acredito que esteja ocorrendo a mesma coisa. Assim, torna-se necessário um amplo trabalho de prevenção e uma conscientização coletiva dos riscos do uso destas drogas, não só isoladamente, como principalmente associadas.
Torna-se, mais do que nunca, necessário que os pais alertem seus filhos sobre a gravidade desta situação, porque é preciso que eles saibam que podem prejudicar ou destruir não só as suas vidas, como também a de inocentes, até mesmo crianças, como em um dos casos em tela.
À sugestiva frase Se dirigir, não beba, e se beber, não dirija deve-se acrescentar e jamais associe bebidas alcoólicas com maconha.
Autor: J. ELIAS MURAD

Fonte: Diário da Tarde


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