terça-feira, 22 de março de 2011

RECAÍDAS



O depoimento abaixo, sob forma de narrativa, foi copiado do blogue seguinte:

O Poder Destrutivo das Drogas 


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SEGUNDA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2009

Venho me tratando contra a dependência química desde dezembro do ano passado e mesmo me sentindo mais seguro e confiante, sei que ela é uma doença traiçoeira e incurável. Apesar de já ter recebido alta e de estar prestando serviço como voluntário, continuo voltando à clínica todos os dias também para fazer terapia de grupo. Além disso, vou uma vez por semana ao consultório do meu terapeuta para uma consulta individual. Foram muitos anos de drogadição e sei que é preciso cuidado para não tropeçar ao longo do caminho. Mesmo após cinco meses de tratamento e terapia intensiva, ainda acordo muitas vezes suado e angustiado por ter sonhado que estava usando cocaína. Às vezes me sinto deprimido sem motivo aparente e percebo que subconscientemente, ainda sinto falta dela. Durante todo esse tempo, vi muitas pessoas chegarem à clínica. Algumas pela porta da frente, cientes de seu problema e em busca de tratamento, outras, de remoções, sedadas e contidas após terem se esgotado todas as possibilidades de uma internação voluntária. Confesso que fui um dos que cheguei pela porta dos fundos, confuso e sem saber direito o que iria enfrentar, mas já nos primeiros dias entendi que precisava de ajuda e aceitei o tratamento. Também vi várias pessoas irem embora sem ao menos tentarem escutar o que os terapeutas tinham para dizer. Não souberam aproveitar a oportunidade e simplesmente se fecharam para o tratamento. Porém, o que mais me afeta, é ver pacientes que se empenharam, voltando recaídos apenas poucos meses depois de terem recebido alta. Essa semana fui surpreendido pela volta de um deles que conheci durante meus primeiros dias na clínica. Ele sempre teve uma conduta muito correta e foi uma pessoa que eu sempre procurei me espelhar. Chegou ainda sob o efeito do crack, sujo e mal vestido, já sem os tênis, trocados com os traficantes, depois de uma recaída de dois dias. Ele contou que após uma discussão com o pai, resolveu sair de casa para esfriar a cabeça e acabou tomando algumas cervejas em um posto de combustíveis. Na volta, resolveu pegar “só umazinha” e não conseguiu mais parar. A vida não é feita só de momentos alegres e é preciso enfrentar os problemas ao invés de querer anestesiá-los. Hoje estou completando cinco meses em abstinência e só eu sei o quanto tem sido duro encarar os fantasmas que me assombram a noite e as fissuras que ainda tenho, mas quando paro e me olho no espelho, vejo a recompensa de não ter desistido e me sinto incentivando a continuar lutando

2 comentários :

  1. Parar de usar drogas não é só um bem a saude, mas sim valorizar o bem mais precioso que Deus nos deu....... a vida!
    Deus abençoe!

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  2. Se manter longe da insanidade é um trabalho diario árduo, onde os resultados aparecem a longo prazo. Devemos lutar contra nossas adicções Um dia de Cada Vez pra assim viver serenos e em sã consciência todos os dias.

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soporhoje10@gmail.com

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