terça-feira, 13 de março de 2012

Noblesse Oblige - amor de um adicto

Hoje lembrei de uma fase da minha vida em que a tônica era pregar a paz e o amor. Tantos anos depois aqui estou preso a estas pequeninas palavras... Queria falar, em especial, sobre o amor. Hoje, para mim, é tão difícil explicar o que é o amor, porque perdi minha inocência. É como querer explicar o meu ciúme, silenciosamente falando através da escrita.

Disse o poeta que amar é a eterna inocência. É o estar-se preso por vontade. Segundo Balzac "o amor que não é cego, não é amor". Creio que ele está certo, pensando bem. É o amor casto, puro, inocente, confiante, que não dá espaço para o ciúme porque é seguro.

Amar não é um exercício matemático, não é exato, não é lógica... Não nos foi conferido o direito de  acessar a fórmula secreta do amor. Muitos tentam equaciona-lo, como se isto fosse possível. Amar é ter pureza.

O amor é como o mais nobre, fino e frágil dos cristais que guardamos, sem saber, no corpo, na alma e no coração. Amor e ciúme a gente sente e não explica.

O amor é um acontecimento. Quando selado com um beijo, vibra com intensa energia. A alegria aflora e revela-se. Pode-se percebe-lo estampado no rosto, nos olhos, nas pupilas dilatadas. Quando ocorre, transborda e jorra felicidade. Não é fonte perene. É como a vida. Não morre subitamente. Vai morrendo aos poucos.


"Este o nosso destino: amor sem conta,

distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão, 
e na concha vazia do amor a procura medrosa, 
paciente, de mais e mais amor.


Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa

amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita."   
                                                             Carlos Drummond de Andrade


Um comentário :

  1. Quando o amor ...


    Acenar, siga-o, ainda que por caminhos ásperos e íngremes

    E quando suas asas o envolverem, renda-se a ele ainda que a

    lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.

    E quando ele falar a você, acredite no que ele diz,

    ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos,

    assim como o vento norte devasta o jardim.

    Pois, se o amor o coroa, ele também o crucifica.

    Se o ajuda a crescer, também o diminui.

    Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos mais

    tenros que tremem ao sol, também o faz descer às raízes

    e abala a sua ligação com a terra.

    Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro.

    Debulha-o até deixa-lo nu.

    Transforma-o, livrando-o de sua palha.

    Tritura-o, até torna-lo branco.

    Amassa-o, até deixa-lo macio;

    e então submete ao fogo para que se transforme

    em pão no banquete sagrado de Deus.

    Todas essas coisas pode o amor fazer para que

    você conheça os segredos do seu coração,

    e com esse conhecimento se torne um fragmento

    do coração, da vida. GIBRAN

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soporhoje10@gmail.com

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