As Doze Tradições de Narcóticoss Anônimos
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Só conservamos o que temos com vigilância. Assim como liberdade do indivíduo vem dos Doze Passos, a liberdade coletiva tem origem nas nossas Tradições. Tudo estará bem enquanto os laços que nos unem forem mais fortes do que aqueles que nos afastariam.
Site do NA que recomendo para ser visitado: clique aqui !
Também é muito interessante o ADICTO PODCAST, muito bom para quem deseja conhecer como se processam as reuniões, com um elevado nível de discussão e honestidade. Vale à pena visitar, e ouvir muita coisa que este grupo produz, sobre os passos, as traduções e muitas outras mensagens importantes. Querendo conhecer, você vai gostar, clique aqui!
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Blog dedicado aos adictos que não querem morrer nas garras da adicção e a todos aqueles que vivenciam e vivenciaram problemas relacionados com dependência química. É mais um espaço independente, aberto para codependentes, membros das irmandades A.A., ALA-NON, N.A. NAR-ANON, profissionais da área de saúde e outros grupos de auto-ajuda. É destinado a quem vive um dia de cada vez. Só Por Hoje é nosso lema!
sábado, 11 de dezembro de 2010
Laços que nos Unem
Uma contribuição individual de ajuda aos recuperandos
Um ex-usuário de químicos para reintegrar-se socialmente não parece ser uma tarefa fácil. Primeiro existe aquela questão do preconceito, do estigma, do carimbo que a sociedade impõe às pessoas, que por inúmeros fatores e razões, se desviam da margem da boa convivência social exigida.
Ressocializar um ex-dependente é tarefa para pessoas que possuem elevado grau de conhecimento, portanto, pessoas sem preconceitos e que sabem compreender que pessoas precisam de pessoas, que no ex-usuário, o instinto gregário permanece vivo e, portanto, precisa ser trabalhado de modo a não permitir que este instinto o conduza de volta àquelas amizades que podem leva-lo a uma regressão.
Pessoas precisam de pessoas e no caso de um ex-usuário, estas pessoas devem constituir pra ele um núcleo de convivência agrádavel, salutar, com boas doses de prosas. O ex-usuário não precisa que fiquem lembrando o passado dele, fazendo perguntas, tocando na temática das drogas, sem o devido tato. Ex-dependentes em recuperação não precisam do olhar piedoso de ninguém, mas da reintegração, da re-inserção social e do acolhimento compreensivo das consciências e inteligências superiores.
O recuperando, antes, possuía amigos que não faziam uso de químicos. Todos sumiram. Ninguém espere que um ex-dependente vá procurar estes amigos que dele se afastaram. Se eram realmente amigos, naturalmente deveriam reaproximar-se, apoia-lo, retirar-lhe o sentimento de isolamento e solidão, contribuindo pra esgotar as possibilidades do recuperando voltar aos velhos hábitos, lugares e costumes. Ocupar-lhe o tempo e a mente em conversas agradáveis, que ele goste, talvez seja um ótimo recurso, dentre muitos.
O carinho da família é indispensável. O meio social próximo e distante, deve recepcioná-lo sem exageros, mas de modo saudável e alegre, denotando que a amizade, o amor, o carinho e o respeito ainda são o mesmo de outrora.
É dificil, entretanto, que este processo aconteça. Que os amigos que o abandonaram passem a procura-lo. Também é complicado esperar que um recuperando vá de encontro aos bons companheiros. De modo geral, o recuperando vai buscar ajuda em grupos, como AA e NA. Nestes locais ele vai se sentir à vontade, vai se sentir mais como ser humano.
No processo de reintegração, face aos rótulos que lhe davam, a piedade que dele tinham, incomoda e cria um ambiente desconfortável um ex-dependente químico. Por isso eles buscam o AA e o NA, lá encontrarão o que o meio social, como um todo, não lhe confere. Não estamos aqui entrando na complexidade das diferenças de classes sociais, entendendo que cada qual possui a sua própria casta, mas no NA e AA, inexiste isso e todos são iguais.
No processo de recuperação ainda existe o problema da vigilância do co-dependente, da desconfiança, do pessimismo dos familiares, que também não enxergam o adicto como um ser humano igual a outro e a relação que se estabelece, de modo geral, é doentia. Um recuperando merece o nosso respeito a atenção, mesmo que em sua trajetória tenha os seus tropeços.Sem ajuda e sem compreensão nada muda.
Todos nós somos regidos pelo princípio do prazer e convivências desarmoniosas, conversas enfadonhas, proposições desagradáveis, não ajuda em nada. O meio em que o recuperando se encontra deve ser um meio que lhe traga o prazer de viver com sobriedade.
Deve imperar a substituição do mundo das trevas, pelo mundo das luzes, da alegria e do prazer. Boas companhias, boas amizades e novos amigos devem ajudar bastante quem se acha em recuperação. A bolha do isolamento e da solidão de um recuperando precisa ser rompida e, inteligentemente pensada, compreendida e elaborada uma estratégia de rompimento produzido por este estado. O trabalho de recuperação não deve ficar restrito apenas a um tratamento, fruto de uma internação, nem apenas como sendo uma tarefa, exclusiva, dos NA e AA. Tudo deve interagir.
Passear, viajar, receber estimulos positivos, praticar esportes, respirar ar puro, caminhar, contar e ouvir piadas, ouvir música, ter um hobby, voltar a frequentar ambientes que outrora frequentava, conversar, ver gente, ir a museus, cinema, teatro, um restaurante... Vez em quando um familiar pode convida-lo a dar um passeio saudável, em ambiente descontraído pela cidade.
Existem inúmeros aspectos que podem ajudar um ex-dependente a viver cada vez melhor que antes, a se sentir útil e igual, sem o peso dos estigmas, mas, um ex-dependente vai precisar, sobretudo, da sua humanidade, da sua mão amiga, da sua ajuda, do seu apoio, do seu estimulo.
Infelizmente, a humanidade ainda é muito desumana e encontrar pessoas que tenham a mente aberta e que saiam do senso comum ainda é dificil e o dependente será um alguém que vive em um eterno monologo com a multidão.
Pessoas precisam de pessoas. Sozinho ninguém pode nada.
Resta ao ex-usuário o seu poder superior. O que um ex-usuário talvez mais precise, no entanto é de um miraculoso e divino "fiat lux". Esperar muito da humanidade alheia é esperar que toda uma cultura do atraso modifique-se muito rapidamente. Mas não nos falta a existência do que podemos denominar como inteligências superiores. Desse mato pode sair coelho.
INFORMAÇÔES SOBRE DIVERSOS TIPOS DE DROGAS
Contextos de abstinência e de recaída na recuperação da dependência química.
Existe um excelente trabalho de Simone Demore Rigotto e William B. Gomes sobre o tema. trabalho baseado na Dissertação de Mestrado com o mesmo título realizado pela primeira autora em um Programa de Mestrado Interinstitucional entre o Curso de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS e a Universidade de Caxias do Sul., cujo resumo reproduzimos abaixo, destacando que a leitura da íntegra do trabalho é de fundamental importância para os estudiosos do assunto e para todos os que desejam aprimorar seus conhecimentos. Postarei o resumo e, em seguida, o link onde se acha o trabalho mencionado, que cuida da abstinência e de recaída na recuperação da dependência química.:
RESUMO
Foram entrevistados nove homens e três mulheres, residentes na região da cidade de Caxias do Sul - RS, todos diagnosticados como dependentes de substâncias, segundo critérios do DSM-IV, para que descrevessem suas experiências de abstinência e recaída nas tentativas de recuperação da dependência química. A análise qualitativa das entrevistas orientou-se pelos movimentos reflexivos de descrição, redução e interpretação fenomenológica. A experiência da abstinência foi atribuída aos seguintes constituintes e contextos experienciais: consciência do problema aditivo por parte do dependente, resgate de vínculos familiares, recomposição de auto-estima, afastamento de ambientes favorecedores da adição, e envolvimento em práticas religiosas. A ausência dos constituintes e contextos identificados na experiência de abstinência caracterizou a manutenção do consumo. Os elos experienciais interpretados como essenciais à experiência de abstinência foram as redes interpessoais de apoio - constituídas por profissionais, familiares e novos amigos - e o envolvimento como colaboradores na recuperação de outros dependentes químicos.
Caso deseje ler o texto na íntegra, clique AQUI. Boa leitura !
Dados adicionais:
2 Endereço: Instituto de Psicologia - UFRGS; Rua Ramiro Barcelos, 2600/119; 90540.131 Porto Alegre - RS E-mail: gomesw@vortex.ufrgs.br
3 Os roteiros das entrevistas ou mesmos as transcrições podem ser obtidas junto aos autores.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Escopolamina – a droga mais perigosa do mundo
Em termos de alucinógenos eu achava que o fundo do poço eram os meninos africanos que deixam fezes no sol e depois cheiram o metano resultante para se drogar. Parece que não.
Deu no BoingBoing um artigo sobre a escopolamina, que é, de longe, a droga mais maléfica do mundo:
A coisa é terrível, um pouquinho de pó provoca um dos seguintes efeitos na vítima: a) morte ou b) perda total do livre-arbítrio. Criminosos normalmente tentam obter este último efeito, pois isso permite que eles dêem ordens às suas vítimas e mandem elas esvaziar as contas de banco, dar o carro pros ladrões, fazer sexo com eles, basicamente qualquer coisa que o criminoso mande.
Daí saiu a reputação da escopolamina como a "droga do zumbi", pois as vítimas parecem estar completamente sóbrias e racionais, quando na verdade parecem autômatos.
E além de tudo a droga pode provocar amnésia. Pensa bem: basta um pouquinho da droga na sua bebida e você vai fazer TUDO que o ladrão disser. E no fim não vai se lembrar de nada. Parece coisa de filme, mas, infelizmente, é real.
O artigo do BoingBoing tem um link pra um excelente documentário do VBS.TV, em nove partes, sobre a droga. Os caras viajaram até a Colômbia, conversaram com vítimas, acharam a planta de onde a droga é extraída (que é tão comum que pode ser encontrada nas ruas de Bogotá), até acharam um traficante que vendeu um pouco de escopolamina pra eles. As histórias do documentário são de arrepiar. Uma das vítimas conta que tem efeitos colaterais até hoje – lapsos de memória e pesadelos. Uma prostituta conta que bastou esfregar um papelzinho impregnado de droga na cara de uma dona da casa, para que ela morresse na hora de ataque cardíaco. Outra vítima conta que foi abordada por um cara que perguntou "onde é esse endereço" e colocou um papelzinho bem próximo do rosto dela – e depois disso ela não se lembra de mais nada.
E pra coisa ficar ainda mais impressionante, é bem possível que você já tenha usado escopolamina, já que, segundo a Wikipedia, ela é o princípio ativo do popular Buscopan. Obviamente a dosagem é ínfima e ela vem numa outra forma (butilbrometo de escopolamina) que não passa da barreira hematoencefálica e, portanto, não chega no seu cérebro. Imagina se chegasse…
Crédito: artigo postado em, O PRIMO, em 28 de setembro de 2007, 10:55.
Caso queira saber mais, verifique artigo postado, neste blog, http://soporhoje2.blogspot.com, numa quinta-feira, do dia 27 de maio de 2010, intitulado "Qual a droga mais perigosa do mundo"
Deu no BoingBoing um artigo sobre a escopolamina, que é, de longe, a droga mais maléfica do mundo:
A coisa é terrível, um pouquinho de pó provoca um dos seguintes efeitos na vítima: a) morte ou b) perda total do livre-arbítrio. Criminosos normalmente tentam obter este último efeito, pois isso permite que eles dêem ordens às suas vítimas e mandem elas esvaziar as contas de banco, dar o carro pros ladrões, fazer sexo com eles, basicamente qualquer coisa que o criminoso mande.
Daí saiu a reputação da escopolamina como a "droga do zumbi", pois as vítimas parecem estar completamente sóbrias e racionais, quando na verdade parecem autômatos.
E além de tudo a droga pode provocar amnésia. Pensa bem: basta um pouquinho da droga na sua bebida e você vai fazer TUDO que o ladrão disser. E no fim não vai se lembrar de nada. Parece coisa de filme, mas, infelizmente, é real.
O artigo do BoingBoing tem um link pra um excelente documentário do VBS.TV, em nove partes, sobre a droga. Os caras viajaram até a Colômbia, conversaram com vítimas, acharam a planta de onde a droga é extraída (que é tão comum que pode ser encontrada nas ruas de Bogotá), até acharam um traficante que vendeu um pouco de escopolamina pra eles. As histórias do documentário são de arrepiar. Uma das vítimas conta que tem efeitos colaterais até hoje – lapsos de memória e pesadelos. Uma prostituta conta que bastou esfregar um papelzinho impregnado de droga na cara de uma dona da casa, para que ela morresse na hora de ataque cardíaco. Outra vítima conta que foi abordada por um cara que perguntou "onde é esse endereço" e colocou um papelzinho bem próximo do rosto dela – e depois disso ela não se lembra de mais nada.
E pra coisa ficar ainda mais impressionante, é bem possível que você já tenha usado escopolamina, já que, segundo a Wikipedia, ela é o princípio ativo do popular Buscopan. Obviamente a dosagem é ínfima e ela vem numa outra forma (butilbrometo de escopolamina) que não passa da barreira hematoencefálica e, portanto, não chega no seu cérebro. Imagina se chegasse…
Crédito: artigo postado em, O PRIMO, em 28 de setembro de 2007, 10:55.
Caso queira saber mais, verifique artigo postado, neste blog, http://soporhoje2.blogspot.com, numa quinta-feira, do dia 27 de maio de 2010, intitulado "Qual a droga mais perigosa do mundo"
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Uso de drogas e violência não têm relação direta, indica pesquisa
Uso de drogas e violência não têm relação direta, indica pesquisa
Pesquisa “Prisioneiros das Drogas” entrevista presos do Rio e analisa impactos da droga na vida e no crime deles
Raphael Gomide, iG Rio de Janeiro | 18/08/2010 17:53
- Atualizada em 18/08/2010 17:53
Cerca de 80% dos presos em carceragens do Rio são usuários de
drogas, como maconha, cocaína, crack e heroína. Porém dados preliminares
da pesquisa “Prisioneiros das Drogas” apontam que, na maioria dos
casos, os presos não cometeram crimes violentos.
Estabelecer a relação entre o uso de drogas por presos e a violência é
o objetivo principal da pesquisa “Prisioneiros das Drogas”, que há três
meses entrevista detentos do Rio de Janeiro. O projeto é uma iniciativa
das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), com apoio da Faperj
(Fundação de Amparo à Pesquisa) e da Polícia Civil do Rio e a previsão
de dois anos de duração.
“Existe a ideia de que a droga está ligada à violência e a crimes
violentos, mas vemos que a maioria dos encarcerados está lá por crimes
sem violência. Normalmente, o crime é uma questão política, havendo ou
não condenação dependendo de onde a pessoa estava, de como estava
vestida, onde mora, entre outras coisas”, disse Ana Beatriz Leal.
Para o delegado Orlando Zaccone, chefe das carceragens da Polícia
Civil do Rio, “o que diferencia o traficante do bem do traficante do mal
é onde ele nasce”, disse Zaccone, no seminário “Prisioneiro das
Drogas”, no auditório da Emerj (Escola de Magistratura do Estado do Rio
de Janeiro), no Tribunal de Justiça do Rio, no centro da cidade.
“É frequente e surpreendente ver que a destruição do indivíduo –
fisicamente e psicologicamente, por estar preso – não teve repercussão
na sociedade. O preso também é altamente vitimizado, pela droga e o
estigma que ela traz, além do estigma de ser preso”, afirmou Oswaldo
Munteal, coordenador-geral da pesquisa, que encontrou dois ex-alunos
presos, durante a pesquisa.
De acordo com a coordenadora-executiva do projeto, Ana Beatriz Leal,
outra importante meta do projeto é “criar ciência para o Estado agir,
com políticas públicas” para a área e tornar visível à sociedade a
questão da droga.
“Um dos fatos que favorecem a continuação do uso de droga é o
estigma. Deve haver uma preocupação com a superação dos estigmas de
usuário”, disse Maria Tereza Aquino, do Nepad (Núcleo de Estudos e
Atenção ao Usuário de Drogas), da Uerj.
Esclarecimento
Este blog não tem por finalidade gerar clima de histéria coletiva, nem de transformar a questão das drogas em um bicho de 7 cabeças. A nossa intenção é a de ajudar, de cooperar, de criar um ambiente de tranquilidade e paz, sempre dentro de uma linha racional de equilibrio. Compartilhando textos de outros sites e blogs especializados. Não nos furtamos enfocar todos os aspectos relativos às drogas, sem criar clima adverso para quem se encontra em recuperação, para os que pretendem recuperar-se, mediante tratamento e para todos aqueles que ainda se encontram com os olhos vedados para buscar uma nova forma de viver a vida, com sobriedade.
É sempre bom lembrar que o leitor não se deixe inocular pelo ódio que pessoas despreparadas e desqualificadas para falar e debater sobre o tema, geralmente pregam. A violência só gera violência e o ódio não leva a nada, salvo a decomposição das relações interpessoais e sociais. Só o amor, o carinho, a compreensão, o dialogo e demais sentimentos nobres podem resgatar vidas. Não nos compete entrar no mérito das discussões que envolvem má índole, má formação educacional, falta de instrução, desinformação, manifestações dos maus caracteres do gênero humano. Há uma grande falta da sociedade, rica em contradições, dividida em classes e desestruturada, dos governos, das famílias, das escolas, dos professores. Cada caso é um caso e, aos profissionais competentes, caberá debater nossas chagas e faltas sociais.
Nós não desejamos apresentar casos de violência capazes de gerar clima pouco civilizado para lidar com o tema. Não somos favoráveis aos programas de TV que semeiam ódio e que tem um cunho sensacionalista do pior nível possível.
SOMOS, TERMINANTEMENTE CONTRA, A CULTURA DA VIOLÊNCIA.
Tags so por hoje , harminia, esclarecimento
Grito de Alerta contra qualquer tipo de violência
Carta aberta às autoridades públicas do Brasil, Presidente da República, Ministros, Governadores, Senadores, Deputados, Prefeito, Vereadores, Secretários, Desembargadores, Juízes, Maçons, Igreja e demais instituições civis:
A violência ganhou proporções inimáginaveis em todo o Brasil. Quase sempre ela vem assossiada à questão das drogas. Veicula-se que verdadeiras chacinas são fruto da "guerra do tráfico", noutras, viciados são mortos e tem suas mortes atribuidas a dívidas e envolvimento com drogas. Muitas vezes isso é um fato real, mas é preciso salientar que nem sempre as mortes tem tal motivação.
Além do tráfico os viciados tem que conviver com milicianos, geralmente policiais que exercitam ilegalmente funções outras que não aquelas que deveriam exercitar. São tão violentos quanto os traficantes e também matam.
Nem sempre as mortes que são dadas como relacionadas às questões das drogas, são realmente vinculadas às drogas. O ato de matar seres humanos indefesos tornou-se corriqueiro e a ladainha da justificativa é sempre a mesma, estava envolvido com drogas.
Nesse horizonte desalentador os matadores não diferenciam traficantes de usuários que muitas vezes tem que se expor entrando em bocadas em busca da droga que o viciou.
É imperativo que as autoridades, em todos os escalões do poder, busquem conscientizar as policias e policiais envolvidos no combate ao tráfico. Não é matando usuários que vai-se acabar com o tráfico. Um policial precisa estar muito bem preparado psicologicamente para separar o joio do trigo.
Dos traficantes ninguém pode esperar que tenham um preparo humano pois vivem como seres selvagens. Mas dos policiais há que se esperar muito deles, da conduta que irão assumir diante da realidade.
Uma politica voltada para conscientizar as policias e seus respectivos agentes policiais requer uma ação enérgica dos poderes publicos irmanados. Os delitos devem ser coibidos e o uso da força deve ser exercido de modo civilizado, sem agressões aos usuários de qualquer tipo de droga, sem ameaças e sem intimidações.
As milicias, tanto quanto os traficantes precisam acabar e, estas duas modalidades de poder paralelo não podem continuar a valer-se do exterminio de pessoas sob a justificativa de que estão "limpando a área". As altas autoridades deste país não estão imunes em ter um ente querido envolvido neste submundo cruel e existem muitos entes queridos das mais variadas autoridades indo às bocadas em busca da droga que utiliza. Estas pessoas precisam de tratamento, são um problema de saúde e não um problema policial e todos devem estar conscientes disto.
Traficante que vende droga fiado é um malfeitor por excelência. O policial que maltrata um viciado é desumano. Estes dois lados, ambos com caracteristicas repressoras violentas, precisam de uma política mais atenta das autoridades para que se evite derramamento de sangue de pessoas inocentes, ou vítimas do vício.
Uma politica educativa e instrutiva pode ajudar muito os traficantes a tornarem-se menos burros e, consequentemente, menos violentos, do mesmo modo que campanhas podem transformar policiais cheios de ódio em cidadãos civilizados aptos a exercer suas respectivas funções sem desvios de conduta.
Medidas socio-educativas podem ajudar a diminuir a violência, principalmente mostrando aos bandidos que o crime não compensa e que ações afirmativas, como a que aconteceu no complexo do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro, poderão extender-se em todas as áreas identificadas como "dominadas" pelos poderes paralelos ao Estado.
Que Deus nos ampare a todos e que a violência e o número de assassinatos caiam drasticamente com as ações e determinações adotadas pelos poderes e autoridades públicas constituídas.
Recado de um drogado
Recado de um drogado
Se as lágrimas escorrem apagando o brilho do seu olhar, não as deixe apagar o seu sorriso, pois existem momentos na vida que nos tornam felizes.
Sabe mãe, não pense que é fácil escrever tudo isso agora, neste momento. Está me mostrando por palavras, esse eu que tanto escondi de você e de todos...
Às vezes a vida prega peças na gente que até Deus duvida.
Eu não queria, é sério, não queria ter tido a vida que tive. Não queria ter conhecido ou me envolvido com as pessoas que me envolvi. Mas quem pede, não é verdade, quem pede? Tantos conselhos, tanto investimento da senhora em minha pessoa e eu me transformei nessa grande quantidade de lixo que sou hoje.
Sei que não é esse o momento, mas desculpa mãe. Desculpa. Peço agora porque nunca teria coragem de pedir olhando nos seus olhos. Jamais gostaria de ter a imagem de seus belos olhos lacrimejados por mim, não. Nunca faça isso, eu não mereço. Não mereço suas lágrimas...
Ninguém ao certo sabe a dor da vida de um viciado, ninguém. Falar, dar conselhos, querer imaginar, é muito fácil... O que sei é que não entrei nessa por vontade, foram as conseqüências da vida. Um amigo, se é que posso chamá-lo assim, certo dia me ofereceu um treco que fez de mim um ser diferente daquilo que eu era. Confesso que gostei e quis experimentar outras vezes e dessas outras vezes fui encontrando outras pessoas que também curtiam esses trecos e outros trecos e quando vi, nossa, já não tinha mais força para voltar... Olhava-me no espelho e o rosto que via já não era mais o meu. Meu corpo, minhas roupas... A escola, o gosto de ontem, tudo havia mudado.
Começou a falta de dinheiro, tudo despencou.
Quantas vezes tive de ir para cama com pessoas que eu nem conhecia, quantas bocas tive de beijar, quantos corpos roçaram no meu sem eu nem querer e tudo isso por causa da droga, por ela, só por ela.
Fiquei sujo, estou sujo, eu sou sujo...
Não sou mais aquele filho que tanto te deu prazer, não sou...
Minhas mãos estão sujas. Matei, roubei, agredi pessoas inocentes...
Neste momento são só alucinações. Vejo bichos e monstros me atormentando o juízo. Se fecho os olhos, eles aparecem, se abro os olhos eles estão logo ali. Se grito eles batem palmas eufóricos, se silencio eles fazem caretas, me beliscam...
E meus amigos onde estão?
Estou só. Na sarjeta e uma vontade de viajar torna amargo o doce de minha boca, agride-me o estômago. É como se para mim não houvesse outra saída.
É tarde e vejo que lá fora o céu está estrelado.
Como gostaria de gritar aqui de cima para tantos outros jovens seguirem outro caminho, outra estrada, curtir outros gostos.
Mãe, minha amada mãe, sua criança inocente foi morta por homens cruéis e impiedosos. Mesmo que agora queira sair daqui, eles me apagam...
Neste momento estou muito louco par ter coragem de fazer o que me tira os nervos. Só lamento a minha alma ficar vagando pelo tempo, a bater na porta do céu e sempre questionar: "São Pedro veio, tem lugar aí no céu pra um drogado?".
Valeu mãe, que um dia a gente possa se encontrar, na eternidade. No momento em que faço essa despedida, deixo a janela aberta, sinto o vento bater em meu rosto, às lágrimas escorrerem de meus olhos, vejo seu rosto e as cordas que pendurei para laçarem meu pescoço...
Se as lágrimas escorrem apagando o brilho do seu olhar, não as deixe apagar o seu sorriso, pois existem momentos na vida que nos tornam felizes.
Sabe mãe, não pense que é fácil escrever tudo isso agora, neste momento. Está me mostrando por palavras, esse eu que tanto escondi de você e de todos...
Às vezes a vida prega peças na gente que até Deus duvida.
Eu não queria, é sério, não queria ter tido a vida que tive. Não queria ter conhecido ou me envolvido com as pessoas que me envolvi. Mas quem pede, não é verdade, quem pede? Tantos conselhos, tanto investimento da senhora em minha pessoa e eu me transformei nessa grande quantidade de lixo que sou hoje.
Sei que não é esse o momento, mas desculpa mãe. Desculpa. Peço agora porque nunca teria coragem de pedir olhando nos seus olhos. Jamais gostaria de ter a imagem de seus belos olhos lacrimejados por mim, não. Nunca faça isso, eu não mereço. Não mereço suas lágrimas...
Ninguém ao certo sabe a dor da vida de um viciado, ninguém. Falar, dar conselhos, querer imaginar, é muito fácil... O que sei é que não entrei nessa por vontade, foram as conseqüências da vida. Um amigo, se é que posso chamá-lo assim, certo dia me ofereceu um treco que fez de mim um ser diferente daquilo que eu era. Confesso que gostei e quis experimentar outras vezes e dessas outras vezes fui encontrando outras pessoas que também curtiam esses trecos e outros trecos e quando vi, nossa, já não tinha mais força para voltar... Olhava-me no espelho e o rosto que via já não era mais o meu. Meu corpo, minhas roupas... A escola, o gosto de ontem, tudo havia mudado.
Começou a falta de dinheiro, tudo despencou.
Quantas vezes tive de ir para cama com pessoas que eu nem conhecia, quantas bocas tive de beijar, quantos corpos roçaram no meu sem eu nem querer e tudo isso por causa da droga, por ela, só por ela.
Fiquei sujo, estou sujo, eu sou sujo...
Não sou mais aquele filho que tanto te deu prazer, não sou...
Minhas mãos estão sujas. Matei, roubei, agredi pessoas inocentes...
Neste momento são só alucinações. Vejo bichos e monstros me atormentando o juízo. Se fecho os olhos, eles aparecem, se abro os olhos eles estão logo ali. Se grito eles batem palmas eufóricos, se silencio eles fazem caretas, me beliscam...
E meus amigos onde estão?
Estou só. Na sarjeta e uma vontade de viajar torna amargo o doce de minha boca, agride-me o estômago. É como se para mim não houvesse outra saída.
É tarde e vejo que lá fora o céu está estrelado.
Como gostaria de gritar aqui de cima para tantos outros jovens seguirem outro caminho, outra estrada, curtir outros gostos.
Mãe, minha amada mãe, sua criança inocente foi morta por homens cruéis e impiedosos. Mesmo que agora queira sair daqui, eles me apagam...
Neste momento estou muito louco par ter coragem de fazer o que me tira os nervos. Só lamento a minha alma ficar vagando pelo tempo, a bater na porta do céu e sempre questionar: "São Pedro veio, tem lugar aí no céu pra um drogado?".
Valeu mãe, que um dia a gente possa se encontrar, na eternidade. No momento em que faço essa despedida, deixo a janela aberta, sinto o vento bater em meu rosto, às lágrimas escorrerem de meus olhos, vejo seu rosto e as cordas que pendurei para laçarem meu pescoço...
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Oração para a libertação da dependência das drogas
Dia 08 de dezembro, todos os anos, na Bahia, festejamos o dia dedicado à nossa padroeira, Nossa Senhora da Conceição da Praia e foi pensando nela que buscamos alguma oração para aqueles que padecem e sofrem pela dependência química e pela drogadição. Não perder a esperança e alimentar a fé, sempre, mantem a chama da vida acesa e todos podemos orar pelos que sofrem, também.
Oração para a libertação da dependência das drogas
Crédito: Blog ORAÇÃO
Oração para a libertação da dependência das drogas
Senhor, nós te entregamos a causa que levou (dizer o nome de quem usa a droga) a usar drogas, toda carência, toda rejeição, toda falta de amor, toda amargura e todo complexo. Pai, nós cremos no poder do Teu toque divino, por isso livra-o do mal e das más companhias. Abençoe os amigos, a todos os familiares e a todos que se aproximem dele. Mãe, cubra-o com seu manto protetor.
Amém.
Crédito: Blog ORAÇÃO
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Perguntas frequentes, Instituição Manassés
Abaixo se encontram algumas perguntas mais comuns feitas pelos pais dos usuários de drogas à Instituição Manassés, quando nos procuram.
1ª – O que é necessário para ajudar meu filho à larga às drogas?
R: Tentar conscientizá-lo do mal que está fazendo para sua família e para si próprio.
2ª – Meu filho quer ajuda, o que devo fazer?
R: Marcar uma entrevista com um dos nossos orientadores, para que seja feita uma avaliação. O objetivo dessa avaliação é observar a vontade e o desejo do mesmo de receber essa ajuda.
3ª – Passando na entrevista, qual o procedimento?
R: Providenciar a documentação necessária para internação.
4ª – Quais são os documentos necessários?
R: Duas fotos 3x4, duas cópias Xerox do RG, atestado de saúde e duas cópias Xerox do RG do responsável.
5ª – Meu filho é menor de idade, posso interná-lo?
R: A Instituição Manassés, não trabalha com menores de idade, mas indica casas de recuperação que trabalham com menores de idade.
6ª – A instituição Manassés trata com qualquer tipo de dependência química?
R: Sim.
7ª – Meu filho não quer largar às drogas, o que devo fazer?
R: Não se tornar co-dependente do usuário nem deixar de ter vida própria para viver a vida do dependente químico. Ele tem que colher o fruto de seus atos e suas atitudes. O dependente químico não consegue trabalhar, então ele é sustentado pela família em todos os sentidos! Mostre isso para ele, que sem estrutura familiar ele seria um morador de rua. A partir daí ele poderá tomar consciência que estará trocando a sua família pelas drogas.
Dependência Química, Vander Campello
A FAMÍLIA É IMPORTANTE PARA O TRATAMENTO
A família é fundamental para o sucesso do tratamento da dependência química. Pensar que tudo se resolverá a partir de uma internação ou após algumas consultas médicas é uma armadilha que não polpa a mais sincera tentativa de tratamento.
A dependência é um problema que se estruturou aos poucos na vida da pessoa. Muitas vezes, levou anos para aparecer. Muitas coisas foram afetadas: o desempenho escolar, a eficiência no trabalho, a qualidade dos relacionamentos, o apoio da família, a confiança do patrão, o respeito dos empregados. Como esperar, então algo presente na vida de alguém há tempo e que lhe trouxe tantos comprometimentos desapareça de repente? Quem decide começar um tratamento se depara com os sintomas de desconforto da falta da droga e, além disso, com um futuro prejudicado pela falta de suporte, que o indivíduo perdeu ou deixou de adquirir ao longo da sua história de dependência.
Todos podem ajudar: o patrão, os amigos, os vizinhos, mas o suporte maior deve vir da família. As chances de sucesso do tratamento pioram muito quando a família não está por perto.
Veja porque a família é tão importante:
O dependente muitas vezes não tem a noção completa da gravidade do seu estado. Por mais que deseje o tratamento, acha que as coisas serão mais fáceis do que imagina. Por conta disso, se expõe a situações de risco que podem leva-lo de volta ao consumo.
O dependente sente a necessidade de “se testar”, expondo-se a situações de risco para ver o seu esforço está valendo a pena. A família deve ajuda-lo estabelecendo com o dependente regras que ajudem a afasta-lo da recaída. Todo o tratamento começa com um mapeamento dos fatores e locais de risco de recaída. A família deve ajudar o dependente a evitar esses locais. Isso não deve ser feito de modo policial. Não se trata de fiscalizar. Trata-se, sim, de chamá-lo à reflexão e a responsabilidade sempre que esse, sem perceber ou se testar se expuser ao risco da recaída.
O dependente sente dificuldades em organizar novas rotinas para sua vida sem as drogas. O dependente de drogas precisa de apoio para superar as dificuldades e estabelecer um novo modo de vida sem drogas. Vários fatores interferem nessa tarefa. A pessoa pode estar fora do mercado de trabalho há muitos anos, desatualizada e sem contatos que lhe proporcionem voltar em curto prazo. Pode ter saído da escola muito jovem e agora está pouco qualificado para um bom emprego. Há dificuldade em se relacionar com as pessoas, aguentar as frustrações, saber esperar a hora certa para tomar a melhor atitude. A autocrítica do dependente por vezes é dura consigo mesmo. Deixa um clima depressivo e de fracasso no ar. Isso pode fazer com que os planos para o tratamento sejam deixados de lado.
A família no tratamento mostra que o diálogo ainda existe. A rotina da dependência química traz ressentimentos para todos. Muita roupa suja vai ser lavada. No entanto, é preciso entender que se trata de uma doença. Em um primeiro momento a motivação do dependente para a mudança e do apoio da família para mantê-lo motivado são importantíssimos. Isso demonstra que a família ainda é capaz de se unir, conversar e resolver seus problemas. Quando o momento de ir para o tanque chegar, todos estarão fortalecidos e o assunto será tratado com mais ponderação e menos emoção.
Crédito: Vander Campello
Quais os efeitos imediatos (agudos) do uso da cocaína?
A nossa intenção ao transcrevermos artigos é a de oferecer aos leitores interessados o que encontramos de melhor no ciberespaço, citando, evidentemente, a fonte, dando-lhes o crédito merecido.
Quais os efeitos imediatos (agudos) do uso da cocaína?
O consumo intranasal de cocaína produz seus efeitos entre 1 e 2 minutos após o uso, tendo duração de 30 minutos, em média. Tanto o uso endovenoso como o fumado produzem efeitos quase imediatos, porém estes se dissipam mais rapidamente (até 10 minutos), muitas vezes obrigando o indivíduo a voltar a utilizar a droga após 5 minutos. Os metabólitos (produtos ou "restos" do uso da substância ativa) podem ser detectados alguns minutos após poucas aspirações (ou injeção), permanecendo por até três dias.
O efeito imediato esperado pelo consumidor é a euforia produzida pela cocaína. Conjuntamente com a estimulação produzida, dá a falsa sensação ao indivíduo de aumento de suas capacidades físicas, intelectuais e energia. Diminui o apetite e a necessidade de sono, o indivíduo fica mais ansioso e às vezes passa a suspeitar que está sendo observado ou perseguido. Usuários contam que a sensação do tato torna-se mais intensa, bem como a disposição para manter relações sexuais. A cocaína pode promover até ejaculação espontânea, dependendo da dose e da via utilizada. Este efeito repetido, porém, tem como conseqüência, em muitos usuários, a perda da capacidade de obter prazer sexual convencional, que se mantém por meses após a interrupção do consumo da droga.
A euforia se transforma rapidamente em depressão e irritabilidade, aumentando a necessidade de voltar a acender o cachimbo ou "esticar" mais uma fileira. O sujeito passa a ter uma autoconfiança irreal, podendo ainda apresentar alucinações (auditivas e visuais) e delírios de perseguição indistingüíveis da patologia psiquiátrica (p. ex. Esquizofrenia). Sintomas físicos do consumo são observados: aumento da pressão arterial, aumento da freqüência dos batimentos cardíacos, constrição dos vasos sangüíneos (desaparecimento de veias), aumento da temperatura corpórea, liberação de açúcar no sangue, e aumento da força da contração do músculo cardíaco.
A droga tem a capacidade de promover anestesia local, fato que motivou sua utilização médica no século XIX. A cocaína possibilitou, de fato, a primeira cirurgia oftálmica – como conseqüência indireta deste fato, o primeiro oftalmologista a realizar esta cirurgia tornou-se dependente da droga, interrompendo precocemente sua carreira profissional. Devido aos riscos da droga e ao desenvolvimento de outros anestésicos seguros, tal utilização foi completamente banida da Medicina até 1914. Quando os efeitos da droga dissipam, o usuário conta que apresenta sintomas contrários (depressão, angústia, etc.) , levando-o ao desespero por uma nova dose ("fissura" – característica mais proeminente de todas as formas de consumo da cocaína).
O efeito imediato esperado pelo consumidor é a euforia produzida pela cocaína. Conjuntamente com a estimulação produzida, dá a falsa sensação ao indivíduo de aumento de suas capacidades físicas, intelectuais e energia. Diminui o apetite e a necessidade de sono, o indivíduo fica mais ansioso e às vezes passa a suspeitar que está sendo observado ou perseguido. Usuários contam que a sensação do tato torna-se mais intensa, bem como a disposição para manter relações sexuais. A cocaína pode promover até ejaculação espontânea, dependendo da dose e da via utilizada. Este efeito repetido, porém, tem como conseqüência, em muitos usuários, a perda da capacidade de obter prazer sexual convencional, que se mantém por meses após a interrupção do consumo da droga.
A euforia se transforma rapidamente em depressão e irritabilidade, aumentando a necessidade de voltar a acender o cachimbo ou "esticar" mais uma fileira. O sujeito passa a ter uma autoconfiança irreal, podendo ainda apresentar alucinações (auditivas e visuais) e delírios de perseguição indistingüíveis da patologia psiquiátrica (p. ex. Esquizofrenia). Sintomas físicos do consumo são observados: aumento da pressão arterial, aumento da freqüência dos batimentos cardíacos, constrição dos vasos sangüíneos (desaparecimento de veias), aumento da temperatura corpórea, liberação de açúcar no sangue, e aumento da força da contração do músculo cardíaco.
A droga tem a capacidade de promover anestesia local, fato que motivou sua utilização médica no século XIX. A cocaína possibilitou, de fato, a primeira cirurgia oftálmica – como conseqüência indireta deste fato, o primeiro oftalmologista a realizar esta cirurgia tornou-se dependente da droga, interrompendo precocemente sua carreira profissional. Devido aos riscos da droga e ao desenvolvimento de outros anestésicos seguros, tal utilização foi completamente banida da Medicina até 1914. Quando os efeitos da droga dissipam, o usuário conta que apresenta sintomas contrários (depressão, angústia, etc.) , levando-o ao desespero por uma nova dose ("fissura" – característica mais proeminente de todas as formas de consumo da cocaína).
Crédito:
http://www.adroga.casadia.org/drogas/cocaina-crack/quais-efeitos-imediatos-agudos-uso-cocaina.htm
Tratamento e Toxicodependência
Texto do Portal de Saúde Pública
Toxicodependências
Tratamento
Em primeiro lugar é preciso entender que o factor mais importante que condiciona o sucesso do tratamento é a própria motivação do toxicodependente para resolver o seu problema. Se este toxicodependente não desejar resolver o seu problema e deslocar-se a um CAT (Centro de Atendimento a Toxicodependentes) por chantagem da família, polícia ou juiz, existem poucas possibilidades de sucesso.
Isto não impede que a família ou os amigos devam pressionar o toxicodependente a deslocar-se a um CAT, pois esta deslocação, embora possa não servir para "curar" imediatamente o toxicodependente, poderá sempre servir para quebrar o gelo entre ele e o CAT, deixando uma porta aberta para a inevitável ocasião em que ele começa a sentir a necessidade de apoio técnico adequado.
Infelizmente, também estes momentos de motivação para deixar a droga frequentemente não são genuínos, porque estão associados à dificuldade em arranjar dinheiro para comprar droga, a doenças, ou a problemas com o trabalho, a polícia e a família.
No entanto, todos estes momentos de maior motivação explícita, constituem ocasiões fundamentais para avançar uma relação de confiança entre o terapeuta, a família e o toxicodependente. Se houver recaídas porque a motivação era fingida ou apenas fraca, ao invés de desesperar, há que simplesmente mostrar que a porta está aberta para uma próxima oportunidade ...
A família tem uma influência primordial na motivação do toxicodependente devendo manter a disponibilidade, a negociação, a disciplina e o encorajamento.
O quadro seguinte diferencia alguns comportamentos positivos e negativos que a família pode ter para com o toxicodependente.
Comportamentos perante um toxicodependente
Em primeiro lugar é preciso entender que o factor mais importante que condiciona o sucesso do tratamento é a própria motivação do toxicodependente para resolver o seu problema. Se este toxicodependente não desejar resolver o seu problema e deslocar-se a um CAT (Centro de Atendimento a Toxicodependentes) por chantagem da família, polícia ou juiz, existem poucas possibilidades de sucesso.
Isto não impede que a família ou os amigos devam pressionar o toxicodependente a deslocar-se a um CAT, pois esta deslocação, embora possa não servir para "curar" imediatamente o toxicodependente, poderá sempre servir para quebrar o gelo entre ele e o CAT, deixando uma porta aberta para a inevitável ocasião em que ele começa a sentir a necessidade de apoio técnico adequado.
Infelizmente, também estes momentos de motivação para deixar a droga frequentemente não são genuínos, porque estão associados à dificuldade em arranjar dinheiro para comprar droga, a doenças, ou a problemas com o trabalho, a polícia e a família.
No entanto, todos estes momentos de maior motivação explícita, constituem ocasiões fundamentais para avançar uma relação de confiança entre o terapeuta, a família e o toxicodependente. Se houver recaídas porque a motivação era fingida ou apenas fraca, ao invés de desesperar, há que simplesmente mostrar que a porta está aberta para uma próxima oportunidade ...
A família tem uma influência primordial na motivação do toxicodependente devendo manter a disponibilidade, a negociação, a disciplina e o encorajamento.
O quadro seguinte diferencia alguns comportamentos positivos e negativos que a família pode ter para com o toxicodependente.
Comportamentos perante um toxicodependente
COMPORTAMENTOS NEGATIVOS DE FAMILIARES:
Perseguir para vigiar o toxicodependente.
Dramatizar os seus primeiros consumos.
Culpabilizá-lo e recriminá-lo continuamente.
Fingir que não dá importância ao problema.
Deixar-se desrespeitar pelo toxicodependente.
Permitir que o toxicodependente lhe destrua a vida.
Ceder à chantagem e às ameaças (de que se matará, vai roubar ou prostituir-se se não lhe der dinheiro para a droga).
Chantagear ou ameaçar o toxicodependente para que ele se trate.
Fazer dele apenas uma vítima.
Fazer de si próprio uma vítima dele ou do seu problema.
Esconder a droga dele ou os seus utensílios.
COMPORTAMENTOS POSITIVOS DOA FAMILIARES
Fazer ver-lhe que está disponível para o ajudar a tratar-se (e nunca para o ajudar a comprar droga).
Dar-lhe afecto e compreensão (mas sempre recusando ajudá-lo a consumir ou a destruir a sua própria vida familiar e profissional).
Dialogar e reflectir em conjunto.
Impor um mínimo de regras ou disciplina em casa.
Aplaudir pequenos sucessos.
Não acreditar nos "charlatães" que prometem curas numa semana, e pelo contrário, assumir que a recuperação é um processo de meses ou anos ...
Dar-lhe afecto e compreensão (mas sempre recusando ajudá-lo a consumir ou a destruir a sua própria vida familiar e profissional).
Dialogar e reflectir em conjunto.
Impor um mínimo de regras ou disciplina em casa.
Aplaudir pequenos sucessos.
Não acreditar nos "charlatães" que prometem curas numa semana, e pelo contrário, assumir que a recuperação é um processo de meses ou anos ...
Os tratamentos nos CATs baseiam-se em três processos: Desintoxicação ou ajuda no processo de eliminação do consumo sem sofrer o síndroma de abstinência.
Reabilitação psicológica do toxicodependente. Não basta que ele deixe de consumir. Aliás, a eliminação do consumo ou desintoxicação é a fase mais fácil do processo; só na reabilitação psicológica é que começa a parte difícil do tratamento. É necessário que o toxicodependente sinta que é capaz e tem razões para viver sem a droga, estimulando e desenvolvendo a sua auto-estima, os seus interesses e as suas capacidades através de diversas actividades e aconselhamento familiar.
Reinserção social é também uma parte difícil do processo. É necessário que o (ex)toxicodependente trabalhe, eventualmente constitua família, e se insira progressivamente em associações ou em actividades integradas no seu meio social.
Ainda há pouco tempo, o tratamento baseava-se numa sequência rígida que começava na desintoxicação física, e terminava na reinserção social, com o objectivo, também ele rígido da abstinência absoluta.
Actualmente, compreende-se que, muitas vezes, não se pode começar pela desintoxicação mas sim pela reabilitação psicológica ou a reinserção social, mantendo-se preferivelmente estes toxicodependentes em programas de substituição (baseados na disponibilização gratuita de drogas de substituição, com menos riscos para a saúde, de forma a promover a diminuição dos consumos das drogas mais nocivas).
Também a abstinência absoluta já não é o único objectivo. Objectivos intermédios como a diminuição dos consumos, a diminuição dos riscos associados aos consumos promovendo condições higiénicas de consumo mais saudáveis, a diminuição da delinquência, etc., são também objectivos muito importantes que têm uma característica que os diferencia do objectivo rígido e único da abstinência: são possíveis de alcançar em todos os casos... enquanto a abstinência imediata só é possível para alguns. Efectivamente, pedir a um heroína dependente que comece o seu tratamento pela abstinência é frequentemente tão surrealista como pedir a uma criança de um bairro de lata, sem água e saneamento, que lave os dentes depois das refeições ...
Existe uma visão errada, que vem do entendimento passado que tínhamos da toxicodependência, e que ainda hoje se exprime por opiniões como "os tratamentos são ineficazes porque são raros os sucessos". De facto, isto é verdade se entendermos "sucesso" como o atingimento da abstinência imediata e sem recaídas futuras. No entanto, se entendermos "sucesso" como a diminuição imediata do consumo, dos riscos associados, da marginalidade e até, a abstinência após alguns anos de recaídas, então poderemos dizer que os CATs, actualmente, conseguem obter sucesso com muita frequência!
Em 1999, foi realizado uma consulta às fichas clínicas dos utentes dos CATs do Algarve. Neste estudo verificávamos que mais de 35% dos utentes mudaram os seus comportamentos e, destes, 63% mudaram para a abstinência e 34% foram inseridos em programas de substituição (metadona e LAAM). Se tivermos em conta que muitas das fichas clínicas não tinham informação de mudanças de comportamento simplesmente porque foram mal preenchidas, e se tivermos em conta que muitos destes utentes foram consultados em anos tão recuados como o de 1988, em que ainda não havia muitas alternativas terapêuticas, poderemos afirmar que, actualmente, as mudanças positivas são certamente muito superiores aos 35% referidos atrás.
Por outro lado, as recaídas, embora sejam um fenómeno frequente na toxicodependência, não são seu apanágio original porque todas as doenças crónicas se caracterizam por recaídas. Um exemplo clássico é a hipertensão: a maioria dos doentes hipertensos têm recaídas (especialmente quando deixam de fazer o tratamento), necessitam de tratamento médico durante toda a vida, e nunca deixam de ser hipertensos. Se isto não nos faz duvidar da necessidade de tratar estes doentes, porque será que temos dúvidas sobre o sucesso e necessidade de tratamento dos toxicodependentes?
A recaída, aliás, é uma experiência de aprendizagem terapêutica se for alvo de reflexão entre o terapeuta e o toxicodependente, fundamental para a reconstrução das suas defesas, contra a substância, ao longo da vida. Algumas situações que poderão desencadear a recaída são:
A frequência de locais e amigos associados ao consumo de droga;
Ouvir músicas, ou ler livros, ou sentir odores que lhe lembrem a droga;
Estar ocioso;
Início de depressão, tristeza, angústia, agressividade, impaciência;
Desequilíbrios ou mudanças da rotina familiar (zangas ou morte de um familiar) ou profissional.
Para evitar a recaída é importante apoiar o ex-toxicodependente, especialmente nos momentos mais críticos, fazendo-lhe lembrar os benefícios de não consumir e os prejuízos de consumir, os sucessos conseguidos frente à família e à sociedade, e possibilitando-lhe actividades que o preencha espiritualmente.
No entanto, antes que estes momentos se verifiquem, é importante ajudar o ex-toxicodependente a reflectir abertamente sobre quais serão para ele as situações de risco e como reagir adequadamente perante elas. Desta forma estaremos a dotá-lo da preparação necessária para enfrentar estes momentos de maior vulnerabilidade.
António Paula Brito de Pina © Portal de Saúde Pública, 2000
Crédito: Portal de Saúde Pública
Reabilitação psicológica do toxicodependente. Não basta que ele deixe de consumir. Aliás, a eliminação do consumo ou desintoxicação é a fase mais fácil do processo; só na reabilitação psicológica é que começa a parte difícil do tratamento. É necessário que o toxicodependente sinta que é capaz e tem razões para viver sem a droga, estimulando e desenvolvendo a sua auto-estima, os seus interesses e as suas capacidades através de diversas actividades e aconselhamento familiar.
Reinserção social é também uma parte difícil do processo. É necessário que o (ex)toxicodependente trabalhe, eventualmente constitua família, e se insira progressivamente em associações ou em actividades integradas no seu meio social.
Ainda há pouco tempo, o tratamento baseava-se numa sequência rígida que começava na desintoxicação física, e terminava na reinserção social, com o objectivo, também ele rígido da abstinência absoluta.
Actualmente, compreende-se que, muitas vezes, não se pode começar pela desintoxicação mas sim pela reabilitação psicológica ou a reinserção social, mantendo-se preferivelmente estes toxicodependentes em programas de substituição (baseados na disponibilização gratuita de drogas de substituição, com menos riscos para a saúde, de forma a promover a diminuição dos consumos das drogas mais nocivas).
Também a abstinência absoluta já não é o único objectivo. Objectivos intermédios como a diminuição dos consumos, a diminuição dos riscos associados aos consumos promovendo condições higiénicas de consumo mais saudáveis, a diminuição da delinquência, etc., são também objectivos muito importantes que têm uma característica que os diferencia do objectivo rígido e único da abstinência: são possíveis de alcançar em todos os casos... enquanto a abstinência imediata só é possível para alguns. Efectivamente, pedir a um heroína dependente que comece o seu tratamento pela abstinência é frequentemente tão surrealista como pedir a uma criança de um bairro de lata, sem água e saneamento, que lave os dentes depois das refeições ...
Existe uma visão errada, que vem do entendimento passado que tínhamos da toxicodependência, e que ainda hoje se exprime por opiniões como "os tratamentos são ineficazes porque são raros os sucessos". De facto, isto é verdade se entendermos "sucesso" como o atingimento da abstinência imediata e sem recaídas futuras. No entanto, se entendermos "sucesso" como a diminuição imediata do consumo, dos riscos associados, da marginalidade e até, a abstinência após alguns anos de recaídas, então poderemos dizer que os CATs, actualmente, conseguem obter sucesso com muita frequência!
Em 1999, foi realizado uma consulta às fichas clínicas dos utentes dos CATs do Algarve. Neste estudo verificávamos que mais de 35% dos utentes mudaram os seus comportamentos e, destes, 63% mudaram para a abstinência e 34% foram inseridos em programas de substituição (metadona e LAAM). Se tivermos em conta que muitas das fichas clínicas não tinham informação de mudanças de comportamento simplesmente porque foram mal preenchidas, e se tivermos em conta que muitos destes utentes foram consultados em anos tão recuados como o de 1988, em que ainda não havia muitas alternativas terapêuticas, poderemos afirmar que, actualmente, as mudanças positivas são certamente muito superiores aos 35% referidos atrás.
Por outro lado, as recaídas, embora sejam um fenómeno frequente na toxicodependência, não são seu apanágio original porque todas as doenças crónicas se caracterizam por recaídas. Um exemplo clássico é a hipertensão: a maioria dos doentes hipertensos têm recaídas (especialmente quando deixam de fazer o tratamento), necessitam de tratamento médico durante toda a vida, e nunca deixam de ser hipertensos. Se isto não nos faz duvidar da necessidade de tratar estes doentes, porque será que temos dúvidas sobre o sucesso e necessidade de tratamento dos toxicodependentes?
A recaída, aliás, é uma experiência de aprendizagem terapêutica se for alvo de reflexão entre o terapeuta e o toxicodependente, fundamental para a reconstrução das suas defesas, contra a substância, ao longo da vida. Algumas situações que poderão desencadear a recaída são:
A frequência de locais e amigos associados ao consumo de droga;
Ouvir músicas, ou ler livros, ou sentir odores que lhe lembrem a droga;
Estar ocioso;
Início de depressão, tristeza, angústia, agressividade, impaciência;
Desequilíbrios ou mudanças da rotina familiar (zangas ou morte de um familiar) ou profissional.
Para evitar a recaída é importante apoiar o ex-toxicodependente, especialmente nos momentos mais críticos, fazendo-lhe lembrar os benefícios de não consumir e os prejuízos de consumir, os sucessos conseguidos frente à família e à sociedade, e possibilitando-lhe actividades que o preencha espiritualmente.
No entanto, antes que estes momentos se verifiquem, é importante ajudar o ex-toxicodependente a reflectir abertamente sobre quais serão para ele as situações de risco e como reagir adequadamente perante elas. Desta forma estaremos a dotá-lo da preparação necessária para enfrentar estes momentos de maior vulnerabilidade.
António Paula Brito de Pina © Portal de Saúde Pública, 2000
Crédito: Portal de Saúde Pública
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
Reflexão do dia 6 de Novembro
Indo com o fluxo
Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que o concebíamos.
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES PG. 85
As primeiras palavras que falo, quando levanto de manhã são: "Oh! Deus, me levanto para fazer a Tua vontade!"
Esta é a oração mais curta que conheço e ele está profundamente enraizada em mim. A oração não muda a atitude para com Deus. Distinta da oração, a meditação é um tempo calmo, sem palavras. Estar centrado é estar fisicamente relaxado, emocionalmente calmo. mentalmente focalizado e espiritualmente consciente.
Uma maneira de manter o canal aberto e melhorar meu contato consciente dom Deus é manter uma atitude de gratidão.Nos dias em que sou grato, coisas boas parecem acontecer em minha vida. No momento que começo a xingar as coisas na minha vida, o fluxo do bem pára. Deus não interrompeu o fluxo; minha própria negatividade é que o interrompeu.
Visitem o AA - Área Estado de São Paulo
SÓ POR HOJE
“Só por hoje tentarei viver somente este dia e não tentarei
solucionar todos os meus problemas de uma vez.
Posso fazer alguma coisa por doze horas que me assustaria
se eu achasse que tivesse que continuar a fazê-la
pelo resto da vida.
Só por hoje serei feliz.
Parece ser verdade o que disse Abraham Lincoln:
"A maioria das pessoas é tão feliz quanto tenha decidido ser."
Só por hoje me ajustarei à realidade, e não tentarei ajustar
tudo à minha própria vontade.
Aceitarei o que o destino me reservar, e me adaptarei a ele.
Só por hoje tentarei fortalecer minha mente.
Estudarei e aprenderei alguma coisa útil.
Não serei um ocioso mental.
Lerei alguma coisa que requeira
esforço, raciocínio e concentração.
Só por hoje exercitarei minha alma de três maneiras:
praticarei uma boa ação para alguma pessoa, sem que ela fique sabendo;
se alguém ficar sabendo, não será válido.
Não demonstrarei a ninguém que meus sentimentos estão feridos;
mas hoje não o demonstrarei.
Só por hoje serei agradável.
Terei a melhor aparência possível,
me vestirei bem, manterei minha voz baixa,
serei cortês, não criticarei ninguém.
Não encontrarei defeitos em nada, nem tentarei
melhorar ou controlar ninguém, a não ser eu mesmo.
Só por hoje terei um programa. Talvez não o siga
exatamente, mas o terei. Evitarei dois aborrecimentos:
a pressa e a indecisão.
Só por hoje passarei meia hora tranqüilo,
completamente só, relaxando.
Durante essa meia hora, em algum momento,
tentarei ter uma melhor perspectiva da minha vida.
Só por hoje não terei medo.
Principalmente não terei medo de desfrutar do que é belo,
e de acreditar que na mesma medida
que dou para a vida, a vida dará a mim.”
“Se quisermos desenvolver uma atitude mental que nos traga paz e felicidade,
eis o princípio: Pense e aja alegremente, e você se sentirá alegre”
Dale Carnegie (Sibyl F. Partridge)
Crédito: MENSAGENS DE OTIMISMO
Carta aos Adictos, Meus 50 anos
DE: DRª. MARÍLIA TEIXEIRA MARTINS
PARA: ADICTOS
Muita gente me questiona, como posso entender o que se passa na alma, no “coração” e na cabeça de um dependente químico, sendo eu apenas uma profissional de saúde e não pertencer a nenhum grupo de mútua-ajuda. E a cada pessoa que me dirige essa pergunta, deixo como resposta uma reflexão ou outra pergunta:- Então, para ajudar um hipertenso, preciso ser também hipertensa? E a quem possui o transtorno bipolar de humor ou quem sofre de depressão, bulimia, anorexia ou até mesmo de esquizofrenia? Para compreendê-los e ajudá-los preciso de fato também ser portadora desses diagnósticos?
E hoje, aos meus 50 anos de vida, acrescento à minha resposta os 12 Passos de Alcoólicos Anônimos, uma bela filosofia de vida que tive o prazer em conhecer e vivenciar, ainda que não alcoólica e/ou adicta.
Bill e Bob me foram apresentados há algum tempo, através da literatura específica de Alcoólicos Anônimos; e quando entrei em contato com suas primeiras linhas algo novo me aconteceu. E a cada passo, dos 12 descritos, que eu lia e percorria, me vinham respostas precisas e exatas para um emaranhado de sentimentos que eu experimentava naquele momento de minha vida. Como se eu vivenciasse um novo despertar, que somado ao o que o mundo científico me apresentava, a vida me pareceu bem mais simples do que eu imaginava, e por isso mais bela.
Os 12 princípios me apontavam uma direção, como uma bússola que não deixa seu navegante em alto mar se desviar de sua rota.
E fui seguindo, ora para o Sul, ora para o Norte, mas com tranqüilidade e leveza, na certeza de que eu havia descoberto um tesouro. Encontrá-lo era uma questão de tempo. Bastava seguir aquela rota, aquele mapa que caiu em minhas mãos e me tornaria uma pessoa mais rica em sabedoria e direção. E assim fui eu, em busca deste tesouro, passo a passo, e no meu ritmo. E nos caminhos mais escuros e sombrios, fazia uma pausa, desligava o barco e descansava, me contentando apenas em receber o leve toque de uma brisa em meu rosto.
Há poucos meses completei 50 anos de vida. Uma idade que me faz relembrar com intensidade alguns momentos que vivenciei. E nesta rede de lembranças peguei-me refletindo sobre um sentimento em especial: o sentimento de impotência. Impotência diante da minha idade que avança a cada dia, impotência diante do outro e de suas escolhas, diante da morte de um ente querido, diante de um amor que se foi ou diante de um caminho escolhido e percorrido por um filho.
Por quantas vezes, cometo os mesmos erros esperando resultados diferentes? E do alto de minha arrogância preciso me curvar e acreditar humildemente que eu não preciso caminhar sozinha e que, acima de mim existe um Poder Maior que pode devolver-me a “sanidade”, às vezes perdida. ( Einstein dizia: “Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes).
Por quantos momentos em minha vida, me esbarro no limite do possível e preciso acreditar e contar com o impossível, me embriagando de esperança e fé, acreditando e entregando as minhas vontades e minha vida aos cuidados de Deus, o único que com o seu infinito Amor me acolhe, me protege e me transforma a cada dia, a cada 24 horas.
E ao longo dessa minha caminhada me pergunto: quantas pessoas eu feri, magoei, fiz e faço sofrer, mesmo que de forma não intencional? Por quantas vezes sou teimosa, imatura, mesquinha e imperfeita? E para me transformar em uma pessoa melhor, é preciso me renovar, revendo e reaprendendo o real significado do exercício do perdão, admitindo e reconhecendo meus erros e minhas falhas, procurando transformá-los em futuros acertos. E àqueles mais profundos, enraizados e sombrios, pedir humildemente a Deus que os remova e me livre de minhas imperfeições.
Por quantas vezes, preciso vestir-me com a roupa da humildade e da sensatez e me propor a reparar danos causados a mim, a um filho, a um pai, a um professor, a um paciente, a um amigo e até mesmo a algum desconhecido?
Por quantas noites me recolho em meu quarto, em meu canto e faço uma retrospectiva pessoal e destemida de meus atos e comportamentos, me propondo prontamente a admitir e reparar meus erros? E é assim, dessa forma, que vou aprendendo a me relacionar intimamente comigo mesma, com os adictos e principalmente com Deus, rogando a Ele todos os dias, através de orações, preces, meditações e principalmente, através da leitura de Sua palavra, que me mostre sua vontade e me dê forças para alcançá-la.
E hoje, só por hoje, procuro levar e transmitir tudo o que aprendo a outro ser humano, através de meus conhecimentos científicos, através das minhas experiências e vivências, através da minha caminhada cristã ou mesmo através de uma borboleta ou de um passarinho, que por acaso, adentram na janela de minha sala à procura de uma saída e em busca da liberdade perdida. Procuro levar a toda pessoa, adicta ou não, a mensagem de que esses 12 princípios e passos do A.A., com certeza nos tornam pessoas melhores, mais sensíveis, mais felizes e porque não dizer, mais sábias e libertas, a cada dia, a cada 24 horas.
E é desta forma, seguindo-os e aplicando-os primeiramente em minha vida, baseando-me na Palavra viva de Deus e associando-os aos meus conhecimentos científicos e técnicos que, mesmo não sendo adicta, posso olhar, escutar e compreender de forma empática, o que um dependente químico traz em seu coração e em sua alma e, junto com ele redescobrirmos um novo estilo de vida e um jeito diferente e saudável de viver.
Na verdade, este relato, diferente de outros que já escrevi, não deve ser considerado um artigo propriamente dito e sim um texto, fruto de uma auto-reflexão baseada não só em minha experiência pessoal e espiritual, como também em alguns estudos técnicos e científicos.
Carl Gustav Jung (Psiquiatra Suíço, fundador da Psicologia Analítica), por exemplo, em meados de 1934 passou a acreditar que o dependente químico necessita de um relacionamento com Deus para sua libertação dos químicos, admitindo assim que apenas a sua abordagem analítica não era suficiente para o tratamento da dependência química.
“Em 1961, Bill Wilson e Carl Jung trocaram cartas a respeito do papel de Jung na formação de Alcóolicos Anônimos. O próprio Bill nunca deixou de insistir que o “fundador primordial” de A.A. foi Carl Gustav Jung, que plantou as raízes de A.A. alguns anos antes da famosa reunião entre Bill & Bob em Akron, Ohio, em 1935.”
Em uma dessas cartas para Bill Wilson em Janeiro de 1961, Jung escreveu, em referência a um paciente de nome Roland H, que ficou sob os seus cuidados clínicos em 1931.
...”Sua fixação pelo álcool era o equivalente, num grau inferior, da sede espiritual do nosso ser pela totalidade, expressa em linguagem medieval, pela união com Deus.”...
...”Veja você que “álcohol” em latim significa “espírito”; no entanto, usamos a mesma palavra tanto para designar a mais alta experiência religiosa como para designar o mais depravador dos venenos.
“A receita então é “spiritus” contra spiritum”.
Referências Bibliográficas:
1. O caminho dos 12 passos – Tratamento de dependência de álcool e outras drogas – John E. Burns – Edições Loyola – 2ª edição
2. Alcoólicos Anônimos na Bahia: http://www.aabahia.org.br/billjung.htm
Murray Stein (Murray Stein, Ph.D. é um Analista de formação na Escola Internacional de Psicologia Analítica, em Zurique, na Suíça. His most recent publications include , and (Editor of the Jungian sections, with Ross Skelton as General Editor). Realiza internacionalmente palestras sobre temas relacionados com a Psicologia Analítica e suas aplicações no mundo contemporâneo.) faz também uma referência às cartas trocadas entre Carl Jung e Bill Wilson em seu livro “Jung – O mapa da alma – Uma Introdução”:
“Quando Bill Wilson, co-fundador dos Alcoólicos Anônimos, escreveu a Jung em 1961 e o informou sobre o ocorrido com Roland H. (um paciente a quem Jung tinha tratado por alcoolismo no começo da década de 1930), Jung o respondeu admitindo que o terapeuta é essencialmente impotente ao tentar vencer a dependência de um paciente de uma substância. Jung dizia – na minha paráfrase de sua carta – “Você precisa de um símbolo, de um análogo que atraia a energia que foi para a bebida. Tem que encontrar um equivalente que seja mais interessante do que beber todas as noites, que atraia o seu interesse mais do que uma garrafa de vodca”.
Um símbolo poderoso é requerido para provocar uma importante transformação num alcoólico, e Jung falou da necessidade de uma experiência de conversão.”
Referência Bibliográfica: Jung – O Mapa da Alma – Uma Introdução – Murray Stein – Editora Cultrix - 2000
E agora, termino este relato parafraseando o texto de James Agrey, a Parábola da Águia, tão conhecido por todos nós. Às vezes sinto que Deus me entregou a missão de descobrir águias e fazê-las acreditar que podem voar. Umas aprendem mais rápido do que outras e já estão alçando vôos tão altos que já não as avisto mais. Outras, mostram suas tentativas com tanto empenho e dedicação que não demoram muito e já se arriscam a dar os primeiros vôos bem sucedidos. Caem às vezes, mas não se acomodam. E assim que se recuperam arriscam mais um vôo, tornando-se tão aptas quanto às primeiras. E algumas demoram um pouco mais do que as outras. Talvez por sentirem medo de se arriscarem e descobrirem a imensidão do universo com todas as suas possibilidades. E são com estas que Deus de uma forma muito suave, gentil e respeitosa, me retira de cena. De alguma forma que desconheço, faz com que estas águias olhem para cima, além dos limites estabelecidos por “muros ou cercas” e as fazem descobrir que acima de suas cabeças existe um sóbrio universo e é por ali, olhando para cima e permitindo a Sua ajuda e a Sua presença que podem se libertar. Nestes casos, literalmente saio de cena, de forma humilde e obediente para que apenas Deus realize Sua grandiosa obra! Por isso, muitas vezes é necessário admitir e reconhecer minha impotência diante de alguns adictos e dizer “não” às minhas vaidades, ao meu orgulho, aos meus caprichos e desejos onipotentes. E neste percurso, me deparo mais uma vez com a mensagem que às vezes teimosamente insisto em não seguir: que preciso escutar e obedecer a Deus acima de qualquer coisa. E entendo que é assim, que alguns adictos finalmente levantam seus vôos mais altos e necessários, passando a acreditar que para se transformar em uma águia basta apenas o desejo em sê-la. E que é preciso abrir mão de alguns lugares, de alguns amigos e voar acompanhado de outras águias, rumo ao mesmo objetivo. E só depois que alçarem vôos bem altos e seguros que conseguirão ajudar o outro, realizando assim o 12º passo que os grupos de mútua-ajuda sugerem e ensinam.
Se viverei mais 50 anos, não sei. Mas é com o coração encharcado de gratidão e como cristã que sou, que me dirijo a Deus neste momento e neste dia, agradecendo a Ele por ter me dado o privilégio de poder estar aqui durante tantos anos! Obrigada Senhor, por Suas palavras que me transformam e me fazem renascer a cada dia.
Obrigada Jung por me fazer compreender, acreditar e aceitar que só a Ciência não basta e que é preciso algo mais.
Obrigada Bill e obrigada Bob, que com um verdadeiro espírito de união, solidariedade, desprendimento e amor ao próximo, me “apresentaram” e me deixaram uma linda e funcional filosofia que me norteia a cada dia, mesmo não sendo alcoólica e/ou adicta. Obrigada por me “emprestarem” estes 12 princípios e passos, hoje já incorporados e gravados em minha alma.
Só por hoje eu os agradeço eternamente e levanto um brinde à sabedoria e à vida.
E a você adicto, deixo o meu carinho e a certeza de que o vôo é possível sim, desde que você se permita.
É...não existe vôo mais seguro e mais alto do que o vôo na presença de Deus!!
Então, voa adicto... voa em busca de sua liberdade, sobriedade e de sua recuperação!
E um feliz vôo!
Deus o abençoe.
Com carinho e amor,
Marília
“Concedei-me Senhor a serenidade necessária, para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir uma das outras.”
Obtido em ENTRE SEM BATER Artigo da DRª. MARÍLIA TEIXEIRA MARTINS
PARA: ADICTOS
Muita gente me questiona, como posso entender o que se passa na alma, no “coração” e na cabeça de um dependente químico, sendo eu apenas uma profissional de saúde e não pertencer a nenhum grupo de mútua-ajuda. E a cada pessoa que me dirige essa pergunta, deixo como resposta uma reflexão ou outra pergunta:- Então, para ajudar um hipertenso, preciso ser também hipertensa? E a quem possui o transtorno bipolar de humor ou quem sofre de depressão, bulimia, anorexia ou até mesmo de esquizofrenia? Para compreendê-los e ajudá-los preciso de fato também ser portadora desses diagnósticos?
E hoje, aos meus 50 anos de vida, acrescento à minha resposta os 12 Passos de Alcoólicos Anônimos, uma bela filosofia de vida que tive o prazer em conhecer e vivenciar, ainda que não alcoólica e/ou adicta.
Bill e Bob me foram apresentados há algum tempo, através da literatura específica de Alcoólicos Anônimos; e quando entrei em contato com suas primeiras linhas algo novo me aconteceu. E a cada passo, dos 12 descritos, que eu lia e percorria, me vinham respostas precisas e exatas para um emaranhado de sentimentos que eu experimentava naquele momento de minha vida. Como se eu vivenciasse um novo despertar, que somado ao o que o mundo científico me apresentava, a vida me pareceu bem mais simples do que eu imaginava, e por isso mais bela.
Os 12 princípios me apontavam uma direção, como uma bússola que não deixa seu navegante em alto mar se desviar de sua rota.
E fui seguindo, ora para o Sul, ora para o Norte, mas com tranqüilidade e leveza, na certeza de que eu havia descoberto um tesouro. Encontrá-lo era uma questão de tempo. Bastava seguir aquela rota, aquele mapa que caiu em minhas mãos e me tornaria uma pessoa mais rica em sabedoria e direção. E assim fui eu, em busca deste tesouro, passo a passo, e no meu ritmo. E nos caminhos mais escuros e sombrios, fazia uma pausa, desligava o barco e descansava, me contentando apenas em receber o leve toque de uma brisa em meu rosto.
Há poucos meses completei 50 anos de vida. Uma idade que me faz relembrar com intensidade alguns momentos que vivenciei. E nesta rede de lembranças peguei-me refletindo sobre um sentimento em especial: o sentimento de impotência. Impotência diante da minha idade que avança a cada dia, impotência diante do outro e de suas escolhas, diante da morte de um ente querido, diante de um amor que se foi ou diante de um caminho escolhido e percorrido por um filho.
Por quantas vezes, cometo os mesmos erros esperando resultados diferentes? E do alto de minha arrogância preciso me curvar e acreditar humildemente que eu não preciso caminhar sozinha e que, acima de mim existe um Poder Maior que pode devolver-me a “sanidade”, às vezes perdida. ( Einstein dizia: “Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes).
Por quantos momentos em minha vida, me esbarro no limite do possível e preciso acreditar e contar com o impossível, me embriagando de esperança e fé, acreditando e entregando as minhas vontades e minha vida aos cuidados de Deus, o único que com o seu infinito Amor me acolhe, me protege e me transforma a cada dia, a cada 24 horas.
E ao longo dessa minha caminhada me pergunto: quantas pessoas eu feri, magoei, fiz e faço sofrer, mesmo que de forma não intencional? Por quantas vezes sou teimosa, imatura, mesquinha e imperfeita? E para me transformar em uma pessoa melhor, é preciso me renovar, revendo e reaprendendo o real significado do exercício do perdão, admitindo e reconhecendo meus erros e minhas falhas, procurando transformá-los em futuros acertos. E àqueles mais profundos, enraizados e sombrios, pedir humildemente a Deus que os remova e me livre de minhas imperfeições.
Por quantas vezes, preciso vestir-me com a roupa da humildade e da sensatez e me propor a reparar danos causados a mim, a um filho, a um pai, a um professor, a um paciente, a um amigo e até mesmo a algum desconhecido?
Por quantas noites me recolho em meu quarto, em meu canto e faço uma retrospectiva pessoal e destemida de meus atos e comportamentos, me propondo prontamente a admitir e reparar meus erros? E é assim, dessa forma, que vou aprendendo a me relacionar intimamente comigo mesma, com os adictos e principalmente com Deus, rogando a Ele todos os dias, através de orações, preces, meditações e principalmente, através da leitura de Sua palavra, que me mostre sua vontade e me dê forças para alcançá-la.
E hoje, só por hoje, procuro levar e transmitir tudo o que aprendo a outro ser humano, através de meus conhecimentos científicos, através das minhas experiências e vivências, através da minha caminhada cristã ou mesmo através de uma borboleta ou de um passarinho, que por acaso, adentram na janela de minha sala à procura de uma saída e em busca da liberdade perdida. Procuro levar a toda pessoa, adicta ou não, a mensagem de que esses 12 princípios e passos do A.A., com certeza nos tornam pessoas melhores, mais sensíveis, mais felizes e porque não dizer, mais sábias e libertas, a cada dia, a cada 24 horas.
E é desta forma, seguindo-os e aplicando-os primeiramente em minha vida, baseando-me na Palavra viva de Deus e associando-os aos meus conhecimentos científicos e técnicos que, mesmo não sendo adicta, posso olhar, escutar e compreender de forma empática, o que um dependente químico traz em seu coração e em sua alma e, junto com ele redescobrirmos um novo estilo de vida e um jeito diferente e saudável de viver.
Na verdade, este relato, diferente de outros que já escrevi, não deve ser considerado um artigo propriamente dito e sim um texto, fruto de uma auto-reflexão baseada não só em minha experiência pessoal e espiritual, como também em alguns estudos técnicos e científicos.
Carl Gustav Jung (Psiquiatra Suíço, fundador da Psicologia Analítica), por exemplo, em meados de 1934 passou a acreditar que o dependente químico necessita de um relacionamento com Deus para sua libertação dos químicos, admitindo assim que apenas a sua abordagem analítica não era suficiente para o tratamento da dependência química.
“Em 1961, Bill Wilson e Carl Jung trocaram cartas a respeito do papel de Jung na formação de Alcóolicos Anônimos. O próprio Bill nunca deixou de insistir que o “fundador primordial” de A.A. foi Carl Gustav Jung, que plantou as raízes de A.A. alguns anos antes da famosa reunião entre Bill & Bob em Akron, Ohio, em 1935.”
Em uma dessas cartas para Bill Wilson em Janeiro de 1961, Jung escreveu, em referência a um paciente de nome Roland H, que ficou sob os seus cuidados clínicos em 1931.
...”Sua fixação pelo álcool era o equivalente, num grau inferior, da sede espiritual do nosso ser pela totalidade, expressa em linguagem medieval, pela união com Deus.”...
...”Veja você que “álcohol” em latim significa “espírito”; no entanto, usamos a mesma palavra tanto para designar a mais alta experiência religiosa como para designar o mais depravador dos venenos.
“A receita então é “spiritus” contra spiritum”.
Referências Bibliográficas:
1. O caminho dos 12 passos – Tratamento de dependência de álcool e outras drogas – John E. Burns – Edições Loyola – 2ª edição
2. Alcoólicos Anônimos na Bahia: http://www.aabahia.org.br/billjung.htm
Murray Stein (Murray Stein, Ph.D. é um Analista de formação na Escola Internacional de Psicologia Analítica, em Zurique, na Suíça. His most recent publications include , and (Editor of the Jungian sections, with Ross Skelton as General Editor). Realiza internacionalmente palestras sobre temas relacionados com a Psicologia Analítica e suas aplicações no mundo contemporâneo.) faz também uma referência às cartas trocadas entre Carl Jung e Bill Wilson em seu livro “Jung – O mapa da alma – Uma Introdução”:
“Quando Bill Wilson, co-fundador dos Alcoólicos Anônimos, escreveu a Jung em 1961 e o informou sobre o ocorrido com Roland H. (um paciente a quem Jung tinha tratado por alcoolismo no começo da década de 1930), Jung o respondeu admitindo que o terapeuta é essencialmente impotente ao tentar vencer a dependência de um paciente de uma substância. Jung dizia – na minha paráfrase de sua carta – “Você precisa de um símbolo, de um análogo que atraia a energia que foi para a bebida. Tem que encontrar um equivalente que seja mais interessante do que beber todas as noites, que atraia o seu interesse mais do que uma garrafa de vodca”.
Um símbolo poderoso é requerido para provocar uma importante transformação num alcoólico, e Jung falou da necessidade de uma experiência de conversão.”
Referência Bibliográfica: Jung – O Mapa da Alma – Uma Introdução – Murray Stein – Editora Cultrix - 2000
E agora, termino este relato parafraseando o texto de James Agrey, a Parábola da Águia, tão conhecido por todos nós. Às vezes sinto que Deus me entregou a missão de descobrir águias e fazê-las acreditar que podem voar. Umas aprendem mais rápido do que outras e já estão alçando vôos tão altos que já não as avisto mais. Outras, mostram suas tentativas com tanto empenho e dedicação que não demoram muito e já se arriscam a dar os primeiros vôos bem sucedidos. Caem às vezes, mas não se acomodam. E assim que se recuperam arriscam mais um vôo, tornando-se tão aptas quanto às primeiras. E algumas demoram um pouco mais do que as outras. Talvez por sentirem medo de se arriscarem e descobrirem a imensidão do universo com todas as suas possibilidades. E são com estas que Deus de uma forma muito suave, gentil e respeitosa, me retira de cena. De alguma forma que desconheço, faz com que estas águias olhem para cima, além dos limites estabelecidos por “muros ou cercas” e as fazem descobrir que acima de suas cabeças existe um sóbrio universo e é por ali, olhando para cima e permitindo a Sua ajuda e a Sua presença que podem se libertar. Nestes casos, literalmente saio de cena, de forma humilde e obediente para que apenas Deus realize Sua grandiosa obra! Por isso, muitas vezes é necessário admitir e reconhecer minha impotência diante de alguns adictos e dizer “não” às minhas vaidades, ao meu orgulho, aos meus caprichos e desejos onipotentes. E neste percurso, me deparo mais uma vez com a mensagem que às vezes teimosamente insisto em não seguir: que preciso escutar e obedecer a Deus acima de qualquer coisa. E entendo que é assim, que alguns adictos finalmente levantam seus vôos mais altos e necessários, passando a acreditar que para se transformar em uma águia basta apenas o desejo em sê-la. E que é preciso abrir mão de alguns lugares, de alguns amigos e voar acompanhado de outras águias, rumo ao mesmo objetivo. E só depois que alçarem vôos bem altos e seguros que conseguirão ajudar o outro, realizando assim o 12º passo que os grupos de mútua-ajuda sugerem e ensinam.
Se viverei mais 50 anos, não sei. Mas é com o coração encharcado de gratidão e como cristã que sou, que me dirijo a Deus neste momento e neste dia, agradecendo a Ele por ter me dado o privilégio de poder estar aqui durante tantos anos! Obrigada Senhor, por Suas palavras que me transformam e me fazem renascer a cada dia.
Obrigada Jung por me fazer compreender, acreditar e aceitar que só a Ciência não basta e que é preciso algo mais.
Obrigada Bill e obrigada Bob, que com um verdadeiro espírito de união, solidariedade, desprendimento e amor ao próximo, me “apresentaram” e me deixaram uma linda e funcional filosofia que me norteia a cada dia, mesmo não sendo alcoólica e/ou adicta. Obrigada por me “emprestarem” estes 12 princípios e passos, hoje já incorporados e gravados em minha alma.
Só por hoje eu os agradeço eternamente e levanto um brinde à sabedoria e à vida.
E a você adicto, deixo o meu carinho e a certeza de que o vôo é possível sim, desde que você se permita.
É...não existe vôo mais seguro e mais alto do que o vôo na presença de Deus!!
Então, voa adicto... voa em busca de sua liberdade, sobriedade e de sua recuperação!
E um feliz vôo!
Deus o abençoe.
Com carinho e amor,
Marília
“Concedei-me Senhor a serenidade necessária, para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir uma das outras.”
Obtido em ENTRE SEM BATER Artigo da DRª. MARÍLIA TEIXEIRA MARTINS
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Para os Familiares
PARA FAMILIARES DE ADICTOS
31/10/2003
O apoio da família na recuperação de dependentes químicos determina, positivamente ou não, a eficácia do tratamento. A opinião é da psicóloga Solange Dantas Ferrari, que coordena um Grupo de Apoio para estas pessoas e seus parentes há seis anos. A psicóloga conta que o preconceito da própria família do dependente agrava o problema. "Muitos têm vergonha de admitir que possuem um dependente químico em casa e por isso se afastam", diz. Segundo ela, o viciado em drogas, álcool e o depressivo dependem da ajuda dos mais próximos para se sentirem vinculados e com vontade de se recuperar.
Com a objetivo de orientar a família dos dependentes, neste sentido, Solange e Arlete Jacon, que também é psicóloga, reúnem todas as terças-feiras cerca de 40 familiares que trocam experiências sobre os problemas domésticos causados pelos vícios e as formas de como enfrentá-los. "Nestes casos, a família se torna co-dependente, ou seja, ela adoece junto com o viciado e também deve receber tratamento", disse. Nas reuniões, com o acompanhamento das psicólogas e através de depoimentos, as famílias se conhecem e compartilham soluções.
Com o auxílio da família, sete em cada dez dependentes - ou em 70% dos casos - conseguem controlar o vício. "A quimiodependência é uma doença que não tem cura, mas sim controle. A eficácia do tratamento não depende de medicação, mas sim do desejo de recuperação atrelado ao apoio dos mais próximos", frisou Solange.
A psicóloga também disse que o acesso às drogas tem começado mais cedo e atingido também as mulheres. Segundo ela, a maioria dos dependentes entra nesse "mundo" por volta dos 13 anos de idade através do álcool. "Chega uma hora que a bebida não faz mais efeito e o adolescente vai procurar substâncias cada vez mais fortes", disse. Para a especialista, uma família desestruturada também contribui com o agravamento do vício. "Os mais jovens, principalmente, vêem nas substâncias alucinógenas uma saída para os problemas do cotidiano familiar conturbado", ressaltou.
Conforme Solange, todos os dependentes químicos necessitam de ajuda. "O auxílio começa em casa e deve se estender em grupos de apoio e até tratamento em clínicas, se necessário". Com esse respaldo, o controle do vício é facilitado. "Já tivemos casos em que a pessoa estava no 'fundo do poço', mas que, com muita força de vontade e auxílio, conseguiu se livrar do problema", disse.
Ela contou que um dos casos mais marcantes foi o de um idoso de 69 anos, que mesmo com a idade avançada, lutou contra o álcool e conseguiu vencê-lo. "É muito gratificante quando ajudamos a trazer de volta a vida de um ser humano; mesmo que todos digam que não vale a pena o esforço, para nós vale, e muito", completou a psicóloga.
O Grupo de Apoio, aberto à população, atende todas as terças-feiras, das 19h30 às 21h30, na Rua Alferes Franco, 1241, no Centro.
Gazeta de Limeira 12/08/2003
Influência familiar no tratamento da dependência química
Silva, Macedo e Derntl
Os padrões de depressão e mania ou transtornos de humor, presentes nos dependentes químicos se estendem ao sistema familiar, estabelecendo condutas e comportamentos repetitivos que promovem o ciclo de dependência e que podem agravar a situação do dependente.
Esta é a hipótese básica que norteou a investigação relatada no artigo publicado pela revista Psicologia em Estudo em 2007. A pesquisa teve como objetivo compreender como os transtornos de humor do indivíduo dependente se manifestam no âmbito familiar e quais suas implicações na manutenção do ciclo da dependência.
A pesquisa apresentou um estudo de caso que enfocou uma família, residente em São Paulo, com um membro dependente de cocaína e crack. A coleta de dados deu-se em uma instituição especializada em tratamento de dependência química onde foram efetuadas 10 sessões de psicoterapia familiar. A família era constituída pelo dependente, sua esposa, sua mãe e sua irmã.
Os resultados deste estudo foram baseados nos dados que emergiram das sessões e nas categorias descritivas de padrões de humor criadas por Stierlin, Weber, Schmidt e Simon em 1986, que trabalharam com famílias com transtornos de humor. Tais categorias tratam dos padrões de relação comunicacional, comportamentais e afetivos destes sistemas familiares.
Os autores concluíram que a terapia familiar funcionou como uma espécie de catalisador do tratamento; conscientizando os membros familiares da importância de sua participação ativa no processo terapêutico além de fortalecer e restabelecer os vínculos afetivos entre eles.
Os pesquisadores enfatizaram que este estudo propiciou uma maior compreensão da dinâmica do ciclo da dependência, por constatar que os padrões de transtornos de humor se estendem à família ao serem identificados como uma expressão do todo e não só ao dependente. Este dado facilita o trabalho do psicoterapeuta e possibilita que cada elemento do sistema familiar visualize as diferentes posições e responsabilidades assumidas por cada um.
Texto resumido pelo OBID a partir do original publicado pela Revista de Psicologia em Estudo, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 12 (1): 61-70, 2007. ISSN 1413-7372. Editada pelo Departamento de Psicologia - Universidade Estadual de Maringá.
Fonte: OBID
O mundo não vai se acabar se você se tratar !
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Reflexão do dia
Crédito : Alcoólicos Anônimos - Área São Paulo
Reflexão do dia 28 de Outubro
uma tradição que foi mantida
Consideramos a sobrevivência e a expansão de Alcoólicos Anônimos muito mais importante do que o impacto que coletivamente poderíamos causar em determinadas circunstância.
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES PG. 161
Quanto significa para mim que uma Tradição mantida em mais de meio século seja um fio que me liga a BILL W. e ao Dr. Bob. Quão mais fundamentado me sinto por estar em uma Irmandade cujos objetivos são constantes e persistente.
Sou grato que as energias de A.A. nunca foram dispersadas, mas sim focalizadas em nossos membros e na sobriedade individual.
Minhas crenças são o que me torna um ser humano; sou livre para ter qualquer opinião, mas o propósito de A.A. - tão claramente declarado há cinquenta anos atrás - é para me manter sóbrio. Este propósito promoveu horários de reuniões o dia inteiro, e as milhares de Centrais e Intergrupais de A.A., com seus milhares de voluntários. Como o sol focalizado através de uma lente de aumento, a visão impar de A.A. acendeu o fogo da fé na sobriedade em milhões de corações, inclusive o meu.
Reflexão do dia 28 de Outubro
uma tradição que foi mantida
Consideramos a sobrevivência e a expansão de Alcoólicos Anônimos muito mais importante do que o impacto que coletivamente poderíamos causar em determinadas circunstância.
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES PG. 161
Quanto significa para mim que uma Tradição mantida em mais de meio século seja um fio que me liga a BILL W. e ao Dr. Bob. Quão mais fundamentado me sinto por estar em uma Irmandade cujos objetivos são constantes e persistente.
Sou grato que as energias de A.A. nunca foram dispersadas, mas sim focalizadas em nossos membros e na sobriedade individual.
Minhas crenças são o que me torna um ser humano; sou livre para ter qualquer opinião, mas o propósito de A.A. - tão claramente declarado há cinquenta anos atrás - é para me manter sóbrio. Este propósito promoveu horários de reuniões o dia inteiro, e as milhares de Centrais e Intergrupais de A.A., com seus milhares de voluntários. Como o sol focalizado através de uma lente de aumento, a visão impar de A.A. acendeu o fogo da fé na sobriedade em milhões de corações, inclusive o meu.
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