sábado, 8 de maio de 2010

Cotidiano - Chico Buarque



COTIDIANO

A vida do adicto não é uma vida de recolhimento, de clausura. Mas, muitas vezes, ela se torna mais ou menos assim. Pra sair tem que ser acompanhado. Isso não é regra, nem exceção. 

Nós cometemos muitos erros e somos responsáveis por eles. Hoje,com sobriedade, observo, serenamente, o meu cotidiano e o cotidiano dos meus co-dependentes, que não se cuidam, que não se tocam pra o problema deles, que se imaginam perfeitos.

 Tudo vejo e nada falo. Apenas medito e me pergunto: 
- eu sabia que confiança é uma batalha pra se conseguir, então porque dei um passo errado, perdendo-a? 
Quantos passos terei que dar, doravante, até ficar livre da desconfiança e das amarras que me faz ver e silenciar coisas, fazendo de conta que nada vejo?

Bom, dizem que quem canta seus males espanta e o adicto deve cantar e buscar distrações saudáveis, sem sair do tom, sem notas dissonantes, sem repiques e tremeliques. Eu sou desafinado e pra não incomodar canto baixinho.

Recordo, quando passei uma temporada lá, naquela vila, serena como o mar ao amanhecer, do bem que me fazia ouvir os companheiros e companheiras tocarem. Ali eu conheci muita gente com talentos musicais. Então lembrei dos companheiros(as) e pensei em me distrair um pouco, ouvindo e vendo vídeos, não das canções que ouvia na vila, mas de velhas canções que me falam alguma coisa neste exato instante e achei a composição, Cotidiano, de Chico Buarque, como adequada e é por isso que estou postando o video aqui. Só pra distrair. 

Temos que fugir do lugar comum, vez em quando, né? Então, tá !

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