Alessandro Alves
1. INTRODUÇÃO
Etimologicamente, o termo Terapia vem
do grego Thaerapia que
significa "Servir à Deus". A prática terapêutica é antiga e concilia
a ligação do homem com a natureza. Os primeiros terapeutas surgiram entre os
egípcios, onde a prática de cura era dirigida através da força de suas
divindades. A Ordem dos Essênios possuía manuscritos que hoje ainda estão sendo
traduzidos, com o título de "Thaerapéia", que fornece técnicas de
banho de imersão, a utilização da energia solar, a prática com minerais, etc.
Os antigos gregos manifestavam grande interesse por trabalhos de cura
utilizando os recursos naturais. Naturalmente, existia toda uma mística que
envolvia essa prática, já que essa civilização dava muita importância aos
sonhos, fenomenologias naturais, energia cósmica, cores e sons, animais,
minerais, plantas, etc. O termo hoje é empregado pela medicina ortodoxa para
designar algum tipo de tratamento e acompanhamento médico. Muitos foram os
mitos que suscitaram-nos uma grande imaginação quantos as práticas terapêuticas
da época; nesse aspecto, posso citar dois de interesse e um tanto populares: o
mito de Asclépios e de Quíron. Aparentemente Asclépios (ou Esculápio, na versão
romana), seria o patrono da medicina ortodoxa, se não fosse o fato desse
personagem sair "ressuscitando os mortos" após adquirir o caduceu de
Hermes e ser a seguir castigado pelos deuses por isso. Asclépios seria assim
considerado o primeiro terapeuta que simbolicamente "tira o estado
mortificado que está em nós". Já Quíron, sábio centauro, instruía os
heróis em suas jornadas e era uma espécie de psicoterapeuta e conselheiro
mitológico; dentre alguns "discípulos" de Quíron, posso citar:
Héracles (Hércules), Jasão, Teseu, Perseu, etc. Conta o mito que Quíron ao
juntar-se com Héracles na luta contra outros centauros, acaba por ser atingido
por uma flecha envenenada na coxa, e como ele era um ser meio divino, passou a
sofrer com a ferida que se formara e que nunca sarava. Parece que suas
qualidades de curador, aumentaram a partir deste momento, significando que
entendia melhor a dor por ter sua própria ferida. Pelo sofrimento impingido a
ele, os deuses se comiseraram e transformaram-no na constelação do centauro.
Assim é o terapeuta: cura a "ferida" dos outros por ter sua própria
"ferida".
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