quarta-feira, 30 de julho de 2014

Seriedade


Estava avesso a escrever em razão de um problema de saúde que me apareceu, que requer cuidado. Entretanto, para atender solicitação de uma pessoa muito querida, que passa por um problema familiar difícil, decidi escrever, ainda que sobre tema que muitas vezes já toquei. Volto, portanto, a bater na mesma tecla, buscando acrescentar alguma coisa e, se necessário, desdobrando o tema em outro tópico.

Se por um lado os avanços no campo da saúde mental evoluíram, por outro lado, houve um retrocesso no que concerne ao tratamento de usuários de drogas. Mas a sociedade organizada saberá buscar o caminho natural dos avanços científicos.
Os useiros e vezeiros, que vivem como parasitas, aliados de manipuladores da opinião pública, buscam atuar como lobistas nas esferas mais importantes da República Federativa do Brasil.

Infelizmente grupos ditos evangélicos, ou de religiões similares, com apoio de suas respectivas Igrejas, algumas delas detentoras de meios de comunicação social, espalham o terror.  Não se voltam contra o álcool que é a pior de todas as drogas do mundo, a que mais mata, inclusive inocentes, a que mais desagrega. Todos conhecem os malefícios que esta droga provoca. Sabem que é fácil proibir propaganda de cigarro (tabagismo), mas ninguém consegue mexer uma palha para tentar atenuar os males provocados pelo álcool, antes, pelo contrário, o que se difunde é o estímulo, mediante propagandas massivas, bem elaboradas e que elevam o consumo do álcool. A mídia não vai recusar a fortuna que recebem para veicular propaganda de uma droga que se tornou lícita porque era preciso por fim ao contrabando, que seria o mesmo se denominado fosse como tráfico. Por ser legal o cara que vende álcool é comerciante e os que vendem drogas ilegais é traficante. Eufemismo?

O Álcool também tornou-se um problema social grave, com inúmeras autoridades, as mais diversas, sendo flagradas em constante estado de embriagues. A lei seca só estimulou e fomentou o crime organizado, controlado pela máfia italiana.

Com a legalização resolveu-se o problema quem expunha autoridades e seus respectivos filhos às situações vexatórias e depois, com a legalização, toda estrutura do crime organizado, passou a viver na claridade, ou, quem sabe, migrou para outras atividades ilícitas?

A legalização, contudo, não resolveu os problemas decorrentes do uso e abuso de álcool e suas variadas consequências. Nem os hospitais psiquiátricos serviram para tratar, eficazmente, os alcoólicos. O surgimento dos Alcoólicos Anônimos foi muito útil.

No que concerne a droga álcool inexiste uma política preventiva séria. O que verificamos é o fomento ao uso.

Pois bem, como me referia há uma estrutura de gente inescrupulosa que desencadeou um clima de medo e terror, aliado da ignorância e do non sense que preside o raciocínio de muitos, que se acha obliterado pela massiva propaganda subliminar, desencadeada mela mídia do pastoreio, que transforma seres humanos em verdadeiros fanáticos. Assim, o crack parece ser a mais terrível das drogas. É uma droga pesada, sim, mas seus males são menores que os produzidos pelo uso e abuso do álcool. Se você tem mente aberta vai perceber que o álcool está presente em todas as classes sociais com força total.

Acresço que a mídia, ao que me parece, propositalmente, transformou o crack, que é uma droga cruel, na "Geni" da atualidade. Para tanto ela - a mídia do pastoreio - usou uma técnica conhecida e creditada a Joseph Goebbels, chefe da propaganda de Hitler, que sabia ser o povo, que Mussolini chamava de fêmea, facilmente manipulável. Sabia ele que a população tende a generalizar o que é particular. Então a mídia, leva seus jornalistas a obedecerem a uma política que eles próprios desconhecem, que é a de fertilizar o terreno, com adubo do sofisma, criando um clima pavoroso, capaz de induzir a população a acreditar que a solução, para outras drogas, notadamente o crack, está no ato de internar para tratar o vício, enquanto - paralelamente - prolifera no país uma indústria de pseudo-clínicas para explorar o ramo.

A falta de seriedade, ausência de conhecimento, combinada com outros fatores, levam autoridades públicas a cair no conto do crack e acabam causando, como resultado, o crescimento de uma indústria de "centros", onde as famílias dos dependentes serão lesadas e o dependente transformado em mero prisioneiro.

Com esta "indústria", que explora a boa fé de seres humanos desesperados e desorientados, surge outra muito grave que é a "indústria" do sequestro, vulgo "resgate". 

O Senado Federal, a Câmara dos Deputados, os Poderes Executivos, Legislativos e Judiciários, em todos os níveis, O Ministério Público, a OAB, as UNIVERSIDADES, federais, estaduais, municipais e as particulares, deveriam por um basta nisso, criando mecanismos capazes de impedir que canalhas tratem a saúde pública como fonte de acumulação de riqueza, impedindo que despudorados atuem na área sem possuir a menor competência, senão a de lesar toda uma clientela de desesperados.

Os políticos, também, deveriam tratar a questão sem adotar posturas nazi-facistas de higienização. O  ser humano, capaz de  levar o homem á lua, capaz de transformar a nossa imaginação utópica, em realidade, também é capaz de encontrar soluções dignas e humanas para cuidar de variados problemas que afligem nossa sociedade.

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