terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Não à Internação Compulsória


Somos contrários à internação compulsória por inumeráveis razões. Para quem segue a programação espiritual dos doze passos um único argumento bastaria para ser suficiente. Os pilares básicos da recuperação, que são três:

Mente aberta; 
Boa vontade; 
Honestidade. 

Uma pessoa violentada jamais terá mente aberta para aceitar a violência praticada, salvo se sofrer de alguma demência, o que agrava a ação praticada por ter sido utilizado contra um ser humano totalmente indefeso. A metodologia empregada por equipes de resgate é violenta. Fere princípios, traumatiza, gera resistência e o cidadão(ã) gera forte oposição contra a própria recuperação. Neste caso a ação resulta em uma reação que fica latente. Finda a internação, vem a vingança e o agredido volta para o mundo das drogas, visto que não pode agredir ninguém, salvo a si próprio. A auto-agressão é uma resposta, um recado que ninguém compreende.

Vamos a outro pilar básico à recuperação: boa vontade! Quem é que aceita de boa vontade uma "camisa de força", ser algemado como um criminoso, ou ter uma arma apontada contra a cabeça? Qual é a boa vontade que um interno vai ter se foi levado à força? Então, qual será o compromisso que esta vítima vai ter com a honestidade, se o ato de internação, por si só, foi traiçoeiro e, portanto, desonesto?

Devemos levar em conta que em matéria de saúde pública a imensa maioria das autoridades públicas e a própria opinião pública são manipuladas pela grande mídia, que serve a empresários, que seivam verbas públicas para Hospitais, Centros, Clínicas e Projetos, ditos e tidos como terapêuticos. Sem falar em deputados lobistas, geralmente pastores, que procuram legislar em causa própria, compondo um triste quadro de um desavergonhado jogo sujo. Dai nascem as "faxinas" e "higienizações" de cunho nazi-fascista!

O que a grande mídia não revela são os inúmeros casos de reabilitação que ocorrem por uma vontade própria do usuário, depois de anos e anos de uso intensivo. A manipulação da opinião pública é vergonhosa para o jornalista que a pratica, mesmo quando sabemos que assim procedem para defender o emprego.  

Ninguém nasceu ruim. Pode nascer com problemas de saúde congênitos, pode desenvolver outras patologias, vez que é o ser social quem determina a consciência do ser. Em resumo: a soma das experiências sócio-existenciais vai moldando a consciência do ser. Não significa que o homem é produto do meio, pois até no "lodo nasce flor".

A droga pode desenvolver psicoses, pode levar à loucura, mas isso ocorre em quem já possui uma predisposição e a droga atua como um catalisador. A questão da violência deve ser enfocada de maneira honesta, com analises multidisciplinares. Nada de embromação. Precisamos acabar com esses arranjos de fachadas, feitos para "inglês ver" e o inglês vê e sabe que tudo não passa de uma grande mentira.

Entendemos que as internações compulsórias não retratam nenhuma eficiência, inexistem estatísticas, não há nada cientifico, são lugares sem estrutura, com metodologias medievais, com profissionais desqualificados, com o empregos de "meganhas" para servirem como monitores, ou GAPs. ninguém sabe o que ocorre de verdade nesses antros, que encerram seres humanos, para um pseudo-tratamento, o que se sabe e que, em tais locais, verdadeiros centros prisionais, acontecem abusos de toda sorte, com o agravante das violações dos direitos humanos.

O adicto não pode sequer denunciar, tais lugares, pois tem medo. Quando o Ministério Público vai apurar uma denúncia o interno é ameaçado, antes. Os donos desses antros são especialistas em manipular toda espécie de gente. Mentem, mentem e mentem e acusam os adictos como seres manipuladores, o que não constitui novidade.

Para finalizar, as instituições que aceitam internações involuntárias não passam de centros prisionais e é esta é a grande verdade que ocultam da sociedade. Inexiste qualquer paradigma de sucesso. Os que se apresentam como tal, decidiram por conta própria mudar de vida, mas carregam dentro de si, cicatrizes na alma. Podemos ouvir um, ou outro depondo, mas quem sabe sabe, conhece bem! 

Basta de internações compulsórias! Elas só agravam e não resolvem nada. Quem delas sai, carrega o sentimento de que durante certos tempo foi um sepultado vivo. Chega desses cemitérios de vivos. Chega de utilizarem estes locais para se livrarem de familiares doentes, com transtornos mentais. Chega de olhar estes locais e saber que famílias abandonam inválidos e os sepultam para o resto da vida, onde a lei não entra, como certa feita escutei de um proprietário dessas clausuras. 

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