Foto da revista rollingstone.uol.com.br |
O jornalista Luiz Antônio Alencar publicou um artigo muito interessante sobre Tim Maia no PORTAL MESSEJANA e que passamos a reproduzir em parte. Nelson Motta, em Noites Tropicais, publicou coisas curiosas a respeito de Tim Maia. Temos o livro, mas julgamos interessante o artigo que ttranscrevemos abaixo, ressaltando o nosso imenso respeito à memória de Tim Maia:
"A vida muito louca de Tim Maia"
"No dia 8 de março de 1998, o cantor e compositor carioca Tim Maia entrou no palco do Teatro Municipal de Niterói em torno das oito e meia da noite para começar a morrer.
A sua banda Vitória Régia tocou os acordes iniciais de Não Quero Dinheiro, um de seus principais sucessos, com cinco minutos apenas de atraso, um milagre para quem até faltava as apresentações, Tim Maia entrou pálido, suando e de olhos esbugalhados. Já estava passando mal.
Tentou começar a música com a primeira frase: “Vou pedir pra... Vou pedir pra”, e saiu às pressas para o camarim sem condições de iniciar o show, aliás, nem anunciar a banda como era de hábito ele fazer.
Sua irmã Luiza chegou ouvir uma mulher comentar na platéia que estava cheio de cocaína, e que merecia era apanhar na cara para fazer o show.
Tim Maia foi socorrido numa ambulância do Corpo de Bombeiros com embolia pulmonar, parada cardíaca e hipertensão, e após uma ter melhorado com socorro de urgência, foi para a CTI do Hospital Antônio onde ficou sedado e entubado até o dia 15, um domingo no qual faleceu no início da tarde em decorrência de hemorragia digestiva, e infecção pulmonar e renal, uma operação desmonte de um organismo totalmente debilitado por excessos. Tim Maia calou-se para sempre.
MUITA LOUCURA
Maconha, cocaína e uísque eram o cardápio de Tim Maia, principalmente antes de um show ao qual nem sempre comparecia. Era assim--- chegou uma determinada época, em que uma apresentação de Tim Maia era um festival de estresse tanto para a produção como para os músicos.
Cedo ele começava a beber em excesso, a cheirar idem e a enrolar um cigarro de maconha atrás do outro. Dependendo do seu estado de humor em decorrência da misturada doida, ele fazia o show, e bem... Quando fazia o boneco era grande.
Reclamava do som o tempo inteiro, infernizava a técnica sonoro com gritos “mais alto, mais baixo, mais agudo, mais grave” e vez por outra mexia com os músicos.
Em suma - quando o show acontecia inteiro, era um alívio, aliás, em parte porque geralmente Tim Maia esticava a noite no camarim, onde improvisava uma festa na qual a trilogia uísque, maconha e cocaína, corria generosa para todos, às vezes até as nove horas da manhã. Essa mistura tríplice Tim Maia denominava de triatlo.
VIDA CONTURBADA
Apesar de todos os excessos que o consumiram aos poucos, Tim Maia conseguiu fazer um excelente trabalho e justiça se faça bons shows aos quais se fez presente e até entrou na linha, isso sem contar os discos que ficaram marcantes na MPB. Bem, isso todo mundo sabe, o que ficou marcado na conduta do artista, foram suas loucuras, desatinos e falta de compromisso, o que lhe valeu uma seqüência bem alongada de ações judiciais, prisões, multas por faltas de shows e outros mimos jurídicos que abalaram tanto a sua carreira, como a sua reputação e saúde financeira, sem contar a qualidade de vida.
O último show no qual começou a morrer seria gravado para o canal Multishow da Globo Sat, e iria ser converter em um DVD e um CD, a serem lançados pelo seu selo Vitória Régia. O evento e os lançamentos iriam restaurar a situação financeira caótica de Tim Maia e da organização que o apoiava, já tão combalida pelos prejuízos, desorganização, dívidas, oficiais de justiça o escambau a quatro. O cantor estava tão quebrado que nem o provedor da Internet estava conseguindo pagar. O caos tanto físico como econômico se avolumava.
QUER MULTAR LEVA O CARRO
Para se ter uma idéia da cabeça de Tim Maia diante das coisas, certa vez ao ser abordado pela polícia, simplesmente deu o carro para os policiais com chave e tudo, para se livrar de um flagrante de drogas, já que levava uma pacoteira de maconha na cueca. Queria evitar ser revistado, mas tudo deu mesmo em nada, já que a polícia devolveu o veículo no dia seguinte.
Problemas assim não eram estranhos para o artista. Em 1959, com 17 anos Tim Maia resolveu morar em Nova Iorque para tentar ser músico e lá chegou a ter 19 domicílios diferentes, morou com uma família de alcoólatras, se viciou em maconha, tocou “olé, muié rendeira” para os gringos, e acabou preso na Flórida com um grupo de amigos e drogas em um carro roubado. Foi parar na penitenciária e deportado em 1964, depois de cinco anos de tumultuada presença nos EUA, com uma advertência: Nunca mais volte aqui. Voltou muitos anos depois já rico e famoso.
Ao chegar ao Brasil foi preso novamente tentando roubar a mesa e as cadeiras de uma residência para comprar maconha. Foi preso e apanhou da polícia.
Outro fato pitoresco foi quando tomou uma dose dupla de LSD em seu apartamento e entrou em pânico ao preparar um filé na cozinha, pois a carne estava sorrindo para ele.
Outra vez, ao tentar conquistar uma de suas namoradas, ligou para o seu local de trabalho e esculhambou com o chefe da moça, para que a despedisse e a deixasse viajar com ele.
Em síntese a vida de Tim Maia foram 55 anos de muita criatividade, música fluindo, uma alma generosa e afável, mas muita loucura mesmo, tudo começando em 28 de setembro de 1942 no bairro carioca da Tijuca, onde já criança trabalhava distribuindo marmita. O pessoal gritava: “Tião Marmiteiro” e ele que se chamava Sebastião Rodrigues Maia, respondia: “É a PQP”.
Todos esses fatos estão narrados pelo jornalista Nelson Mota no livro: Vale Tudo – “O Som e a Fúria de Tim Maia” com pesquisa de Denílson Monteiro. Mota conheceu Tim Maia desde 1969, quando fascinado pelo seu jeito característico de cantar e compor adquiridos pelo contato com a soul music e o rythm and blues nos EUA, o convidou a participar com brilhantismo de um disco com Ellis Regina.
A partir daí o Tião lá da Tijuca deslanchou com seu álbum solo pouco tempo depois, despontando com sucessos com Primavera, e Coroné Antônio Bento, imprimindo assim a sua marca registrada. Até a sua partida definitiva em um início de tarde de domingo de maio de 1998, foi um longo e tortuoso caminho tropeçando em jogadas geniais, escândalos olímpicos e um oscilar constante e pendular entre erros e acertos magistrais."
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Complementamos este artigo com uma evtrevista que Fernanda Brambilla, Agência Estado, fez com o filho de Tim Maia, Carmelo Maia, da qual pinçamos pequenos trechos no que concerne à biografia de seu pai feita por Nelson Motta,"Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia", 2007. Feranda prgunta a Carmelo:
- Com o livro ("Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia", de Nelson Motta, de 2007), detalhes polêmicos da vida de seu pai foram expostos. Faltou algo?
E obtém a seguinte resposta:
- Faltou o que o Nelson não contou, mas que não vende, porque não é polêmica. Tudo o que o Nelson contou é verdade, mas quem lê pensa que o meu pai foi um cara sem conteúdo. Mas as pessoas não sabem que ele não brigava por brigar, ele tinha princípios. Achavam que ele roubava, que ele era louco. Mas isso foi uma parte da vida dele. Adoram meu pai porque acham o máximo um cara que transgride as regras. Um cara que faltou a muitos shows e, quando voltava, era casa cheia. E olha que ele falava merda pra c....
Crédito/Fonte: http://www.portalmessejana.com.br/noticias.php?exibir=rock&id_noticia=2923
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