quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Narcóticos Anônimos

MEDITAÇÃO DIÁRIA

Quarta-feira, 26 de dezembro de 2012 

Saindo da rotina

"À medida que aprendemos a confiar neste Poder, começamos a superar o nosso medo da vida."

Somos pessoas acostumadas a colocar todos os nossos ovos numa só cesta. Muitos de nós tínhamos uma droga de escolha. Confiávamos nela para poder passar cada dia e tornar a vida suportável. Éramos fiéis àquela droga; de fato nos submeteríamos a ela sem reservas. E aí ela se virou contra nós. Fomos traídos pela única coisa da qual sempre dependemos, e essa traição nos deixou desamparados.

Agora que encontramos as salas de recuperação, podemos ficar tentados a confiar em outro ser humano para satisfazer nossas necessidades. Podemos esperar isto de nosso padrinho, nosso namorado ou de nosso melhor amigo. Porém, depender de seres humanos é arriscado. Carecem de perfeição. Podem estar de férias, dormindo ou de mau-humor quando precisamos deles.

Nossa dependência deve se apoiar em um Poder maior do que nós. Nenhuma força humana pode restaurar nossa sanidade, cuidar de nossa vontade e nossas vidas, ou estar completamente disponível e amorosa sempre que tivermos necessidade. Depositamos nossa confiança no Deus de nossa compreensão, porque apenas esse Poder jamais nos faltará.

Só por hoje: eu depositarei minha confiança em um Poder maior do que eu mesmo, pois só esse Poder jamais me decepcionará.

Crédito: http://nasp.org.br/
"Para que nenhum adicto tenha que morrer nos horrores da adicção..."

domingo, 23 de dezembro de 2012

Alcoólicos Anônimos, Reflexão Diária


RECUPERAÇÃO, UNIDADE, SERVIÇO

Nosso Décimo Segundo Passo – transmitir a mensagem – é o serviço básico que a irmandade de A.A. faz: este é o nosso principal objetivo e a principal razão de nossa existência.
A LINGUAGEM DO CORAÇÃO, p. 160

Agradeço a Deus por aqueles que vieram antes de mim, aqueles que me falaram para não esquecer dos Três Legados: Recuperação, Unidade, Serviço. No meu Grupo base, os Três Legados estão descritos num letreiro que diz: “Tome um banco de três pernas, tente equilibrá-lo somente em uma perna ou em duas. Nossos Três Legados devem manter-se intactos. Na Recuperação nós conseguimos ficar sóbrios juntos; na Unidade trabalhamos juntos para o bem de nossos Passos e Tradições; e través do Serviço nós damos aos outros, de graça o que nos foi dado”.

Uma das principais dádivas em minha vida tem sido saber que eu não terei mensagem para dar a menos que me recupere em Unidade com os princípios de A.A.

REFLEXÕES DIÁRIAS, p. 366

Crédito: Alcoólicos Anônimos - Área Piauí

Narcóticos Anônimos. Meditação do Dia


DOMINGO, 23 DE DEZEMBRO DE 2012

                                                           Novas ideias

"Reavaliamos as nossas velhas ideias, de maneira a tomarmos contacto com as novas ideias que levam a uma nova vida." 
Texto Básico, p. 105


Aprender a viver um novo modo de vida pode ser difícil. Por vezes, quando as coisas se tornam especialmente difíceis, caímos na tentação de seguir o caminho mais fácil e voltar a viver de acordo com as nossas velhas ideias. Esquecemo-nos de que as nossas velhas ideias estavam a matar-nos. Para vivermos um novo modo de vida, precisamos de abrir as nossas mentes a novas ideias. Trabalhar os passos, ir a reuniões, partilhar com outros, confiar num padrinho ou madrinha - estas sugestões podem encontrar a nossa resistência, e podemos até revoltar-nos contra elas. O programa de NA requer esforço, mas cada passo no programa leva-nos mais perto de nos tornarmos as pessoas que queremos verdadeiramente ser. Queremos mudar, crescer, tomar-nos algo mais do que aquilo que somos hoje. Para isso abrimos as nossas mentes, ensaiamos as novas ideias que encontrámos em NA, e aprendemos a viver um novo modo de vida. 

Só por hoje: Vou abrir a minha mente a novas ideias e aprender a viver a minha vida de um novo modo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Alcoólicos Anônimos, Reflexões Diárias


TERÇA-FEIRA, 11 de Dezembro de 2012


UMA GENUÍNA HUMILDADE


... que devemos conduzir-nos com genuína humildade. Isto para que nossas grandes bênçãos jamais nos estraguem; para que vivamos eternamente em grata contemplação d’Aquele que reina sobre todos nós.
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS, p. 178


A experiência me ensinou que minha personalidade alcoólica tem tendência para o grandioso. Mesmo que tiver, aparentemente boas intenções, posso sair pela tangente atrás de minhas “causas”. Meu ego toma conta e perco de vista o meu propósito primeiro. Posso até tomar o crédito pela obra de Deus em minha vida. Esse sentimento exagerado de minha própria importância é perigoso para a minha sobriedade e pode causar grande dano a A.A. como um todo.

Minha salvaguarda, a Décima Segunda Tradição, serve para manter-me humilde. Percebo, tanto como um indivíduo,como um membro da Irmandade, que não posso me gabar de minhas façanhas, e que “Deus faz por nós o que não podemos fazer por nós mesmos”.
REFLEXÕES DIÁRIAS, p. 354

Narcóticos Anônimos - Meditação do dia


TERÇA-FEIRA, 11 DE DEZEMBRO DE 2012

A infelicidade é uma opção

"Ninguém está a forçar-nos a deixarmos a nossa miséria." 
Texto Básico, p. 34

É engraçado recordarmos a nossa relutância em rendermo-nos à recuperação. Parecia que achávamos que tínhamos vidas maravilhosas e preenchidas quando usávamos, e que deixar as drogas seria pior do que cumprir uma pena perpétua de trabalhos forçados. Na realidade, o oposto era verdadeiro: as nossas vidas eram miseráveis, mas receávamos trocar essa miséria familiar pelas incertezas da recuperação. É possível, também, ser-se infeliz em recuperação, embora não seja necessário. Ninguém vai forçar-nos a trabalhar os passos, a ir a reuniões, ou a falar com um padrinho ou madrinha. Não há nenhuma milícia em NA que nos force a fazer as coisas que nos irão libertar da dor. Mas nós temos uma escolha. Já escolhemos largar a miséria da adicção ativa, trocando-a pela sanidade da recuperação. Agora, se estamos prontos a trocar a nossa infelicidade hoje por uma paz ainda maior, temos os meios para fazê-lo - se na realidade quisermos.

Só por hoje: Não preciso me sentir infeliz a não ser que realmente queira. Hoje vou trocar a minha infelicidade pelos benefícios da recuperação.

Só por hoje

Diga para você mesmo

SÓ POR HOJE   meus pensamentos estarão concentrados na minha recuperação, em viver e apreciar a vida sem drogas.

SÓ POR HOJE   terei fé em alguém de NA que acredita em mim e quer ajudar na minha recuperação.

SÓ POR HOJE   terei um programa. Tentarei segui‐lo o melhor que puder.

SÓ POR HOJE   tentarei conseguir uma melhor perspectiva da minha vida através de NA.

SÓ POR HOJE   não sentirei medo, pensarei nos meus novos companheiros, pessoas que não estão usando drogas e que encontraram uma nova maneira de viver. Enquanto eu seguir este caminho, não terei nada a temer.

Quando viemos para o Programa de Narcóticos Anônimos, decidimos entregar nossas vidas aos cuidados de um Poder Superior. Esta rendição alivia a carga do passado e o medo do futuro.

Agora temos a perspectiva adequada da dádiva do dia de hoje. Aceitamos e apreciamos a vida como ela se apresenta agora. Quando nos recusamos a aceitar a realidade do hoje, estamos negando nossa fé em nosso Poder Superior. Isto só pode nos trazer mais sofrimento.

Aprendemos que o hoje é uma dádiva sem qualquer garantia. Com isto em mente, a insignificância do passado e do futuro e a importância de nossas ações hoje tornam‐se reais para nós. Isto simplifica nossas vidas.

Quando focalizamos nossos pensamentos no hoje, o pesadelo das drogas desaparece, ofuscado pelo amanhecer de uma nova realidade. Descobrimos que, quando estamos com problemas, podemos confiar nossos sentimentos a outro adicto em recuperação. Partilhando o nosso passado com outros adictos, descobrimos que não somos os únicos e que temos muito em comum. Nosso Poder Superior também trabalha através de nós quando partilhamos com outros membros de NA os acontecimentos e atribulações do nosso dia, ou quando permitimos que eles partilhem os deles conosco.

Não precisamos ter medo se hoje estamos limpos, próximos do nosso Poder Superior e dos nossos amigos de NA. Deus perdoou nossos erros do passado e o amanhã ainda não chegou. A meditação e um inventário pessoal nos ajudarão a ganhar serenidade e orientação para este dia.

Dedicamos alguns momentos de nossa rotina diária agradecendo a Deus, como nós O compreendemos, por nos dar a capacidade de lidar com o dia de hoje.

“Só por hoje” se aplica a todas as áreas de nossas vidas, não apenas à abstinência das drogas.

Temos que lidar com a realidade um dia de cada vez. Muitos de nós sentimos que Deus só espera de nós as coisas que somos capazes de fazer hoje.Trabalhar o programa dos Doze Passos de NA deu‐nos uma nova visão de nossas vidas. 

Hoje não precisamos mais inventar desculpas sobre quem somos. Nosso contato diário com um Poder Superior preenche o vazio dentro de nós, que nunca conseguíamos preencher. Encontramos plenitude em viver o dia de hoje. Com nosso Poder Superior nos guiando, perdemos o desejo de usar drogas. Hoje a perfeição não é mais nossa meta, podemos conseguir adequação.

É importante lembrar que qualquer adicto que consegue ficar limpo por um dia é um milagre. Frequentar reuniões, trabalhar os passos, meditar diariamente e conversar com pessoas do programa, são práticas que usamos para nos mantermos espiritualmente saudáveis. É possível viver uma vida responsável.

Podemos substituir solidão e medo pelo amor da Irmandade e pela segurança de uma nova maneira de viver. Nunca mais precisamos ficar sozinhos. Jamais imaginamos a possibilidade de fazer tantos amigos verdadeiros, como fizemos na Irmandade. Autopiedade e ressentimentos são substituídos por tolerância e fé. Recebemos a liberdade, a serenidade e a felicidade que tão desesperadamente procurávamos.

Muitas coisas acontecem em um dia, tanto negativas quanto positivas. Se não nos damos tempo para apreciar ambas, podemos estar perdendo o que nos ajudaria a crescer. Nossos princípios de vida nos guiarão na nossa recuperação, sempre que os praticarmos. Achamos necessária essa prática constante em nosso dia a dia.

Tradução de literatura aprovada pela Irmandade de NA.
Copyright © 1991 by
Narcotics Anonymous World Services, Inc.
Todos os direitos reservados

Crédito: http://nasp.org.br/material.php

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ninguém inventou Alcoólicos Anônimos, ele simplesmente cresceu pela Graça de Deus


Jesus foi procurado por um seguidor no Mar da Galileia que lhe perguntou o que deveria fazer para seguir o caminho do mestre já que, os milagres ele, seguidor, via como muito longe de suas possibilidade.

Jesus respondeu com a oração do Pai Nosso

1º Passo: O sinal inicial para a chamada: “Admitimos que éramos impotentes perante o álcool e que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas”. Pai Nosso que estais nos corações, nos céus, santificado seja o vosso nome.

2º e 3º Passos: Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolvermos a sanidade. Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na  terra como no céu: Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos. O pão nosso de cada dia nos daí hoje Lema: Só por hoje.

4º Passo: Perdoai as nossas ofensas: Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

5º Passo: Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza de nossas falhas.

6º Passo: Prontificamos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.

7º Passo: Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.

8º Passo: Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido: Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

9º Passo: Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível salvo quando fazê-los significasse prejudicá-las ou a outrem.

10º Passo: E não nos deixeis cair em tentação: Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

11º Passo: Mas, Livrai-nos do mal: Procuramos através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos rogando apenas o conhecimento de sua vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade.

12º Passo: A finalidade: o resultado de todo este processo: Tendo experimentado um Despertar Espiritual graças a esses Passos, procuramos transmitir essa mensagem e praticar estes princípios em todas as atividades.

Os 12 Passos na Espiritualidade que dão força a cada pessoa para viver bem e estar bem, um dia de cada vez:

1º Passo: Honestidade

2º Passo: Esperança

3º Passo: Fé

4º Passo: Coragem

5º Passo: Integridade

6º Passo: Boa Vontade

7º Passo: Humildade

8º Passo: Auto-Disciplina

9º Passo: Amor

10º Passo: Perseverança

11º Passo: Espiritualidade

12º Passo: Serviços


Fonte: Revista Vivência –Nº 110 – Pg. 63 – 64 – Novembro/Dezembro-2007.

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Laços que nos unem


"Eu me abraço a você e uno meu coração ao seu, para que juntos possamos fazer tudo aquilo que sozinho eu não consigo. Tudo estará bem enquanto os laços que nos unem forem mais fortes do que aqueles que nos afastariam"

Meditação Diária - Narcóticos Anônimo, 07/12;2012

Sobreviver às nossas emoções

"Usamos ferramentas à nossa disposição e desenvolvemos a capacidade de sobreviver às nossas emoções."
Texto Básico, pág. 33

“Sobreviver às nossas emoções?” – alguns de nós perguntam, “Você deve estar brincando!” Quando estávamos usando, nunca nos demos a chance de aprender como sobreviver a elas. Você não sobrevive aos seus sentimentos, pensávamos... você os droga. O problema era que aquela “cura” para nossas emoções estava nos matando. Então, chegamos a Narcóticos Anônimos, começamos a trabalhar os Doze Passos e, como resultado, a amadurecer emocionalmente.

Muitos de nós encontraram alívio emocional desde o início. Estávamos exaustos de fingir que nossas vidas e nossa adicção estavam sob controle; na realidade nos sentimos melhor admitindo finalmente que não estavam sob controle. Depois de partilhar nosso inventário com nosso padrinho, começamos a sentir que não precisávamos negar quem éramos ou o que sentíamos para sermos aceitos. Quando terminamos de fazer nossas reparações, descobrimos que não precisávamos sofrer com a culpa. Poderíamos admiti-la e isso não nos mataria. Quanto mais praticávamos o Programa de NA, melhor nos sentíamos em viver a vida como ela é.

O programa funciona hoje tão bem como sempre funcionou. Fazendo o inventário diário, sendo honestos e rendendo-nos à realidade, podemos sobreviver aos sentimentos que a vida coloca em nosso caminho. Usando as ferramentas disponíveis, desenvolvemos a habilidade de sobreviver às nossas emoções.

Só por Hoje: Eu não negarei meus sentimentos. Praticarei honestidade e me renderei à vida como ela é. Usarei as ferramentas desse programa para sobreviver às minhas emoções.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS, REFLEXÕES DIÁRIAS

QUINTA-FEIRA,06/12/2012


QUANDO AS COISAS VÃO MAL

Ao desenvolvermo-nos mais ainda, descobrimos que o próprio Deus, sem dúvida é a melhor fonte de estabilidade emocional. Descobrimos que a dependência de Sua absoluta justiça, perdão e amor era algo saudável e que funcionaria quando tudo o mais fracassasse. Se realmente dependêssemos de Deus, nos seria difícil bancar Deus perante nossos semelhantes e nem sentiríamos a necessidade de nos apoiar totalmente na proteção e no cuidado humano.
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES, p.103

 A minha experiência tem sido que, quando todos os recursos humanos parecem ter fracassado, há sempre um que nunca me desampara. Além disso, Ele está sempre ali para compartilhar minha alegria, guiar-me para o caminho certo, e para confiar-me a Ele quando nada mais resta. Enquanto que meu bem-estar e felicidade podem ser aumentados ou diminuídos pelos esforços humanos, somente Deus pode fornecer a alimentação amorosa da qual depende minha saúde espiritual diária.

Crédito: Grupo Carmo Sion de A.A.

Narcóticos Anônimos, Meditação do dia 06/12/2012

Romance e recuperação

"As relações podem constituir uma área extremamente dolorosa." 
Texto Básico, p. 92

O amor é, para alguns de nós, como um elixir. A excitação por uma nova relação, o desafio de explorar a intimidade, a sensação de libertação que obtemos quando nos permitimos ficar vulneráveis, todas estas são emoções fortes. Mas não podemos esquecer-nos de que o nosso alívio da adicção é apenas diário. Aguentar este alívio diário deve constituir a primeira prioridade na vida de qualquer adicto em recuperação. Podemos tornar-nos demasiado envolvidos na nossa relação. Durante este processo podemos negligenciar os velhos amigos e o nosso padrinho ou madrinha. Então, quando as coisas se tornam difíceis, sentimos muitas vezes que já não podemos procurar aqueles que nos ajudaram antes de nos envolvermos numa relação. Acreditar nisto pode preparar o terreno para uma recaída. Se trabalharmos consistentemente o programa e formos a reuniões, asseguramos a nossa rede de recuperação, mesmo quando estamos a viver um romance profundo. O nosso desejo de estarmos envolvidos emocionalmente é natural. Mas não podemos esquecer-nos de que, sem o nosso programa, até a mais saudável relação não conseguirá defender-nos da força da nossa adicção.

Só por hoje: No meu desejo de romance, não vou ignorar a minha recuperação.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Racionalização e Isolamento - Mecanismos de Defesa

RACIONALIZAÇÃO

"Existe em nós uma luta constante para dar sentido ao nosso próprio mundo de experiências, uma procura de explicações para nossos fenômenos internos, nossos comportamentos e sentimentos. Para satisfazer essa busca, evitando a angústia e mantendo o autorrespeito, criamos “explicações” altamente racionais para fatores emocionais e motivacionais, para justificar nosso eu (ego); buscamos “boas razões”, ainda que falsas, para nossas atitudes e fracassos.

Tal acomodação ao conflito é o que chamamos de racionalização. São exemplos de racionalização: um rapaz que viaja de graça em um ônibus e busca várias justificativas para seu ato como “a passagem é muito cara”, “a empresa já tem muito dinheiro”, “eu pago passagem todo dia, um dia a menos não vai fazer diferença”, “o ônibus está lotado, não vou passar pela borboleta, vou ficar aqui mesmo”; outro exemplo seria um aluno que, não conseguindo responder a uma questão, diz “isso não é interessante de saber mesmo”, “não respondi porque não tive tempo de estudar, pois lá em casa fazem muito barulho”; outro exemplo ainda é alguém que não consegue algo que deseja e logo se justifica dizendo que, na verdade, não queria aquilo; ou um rapaz que foi dispensado por uma garota, da qual estava a fim, logo diz “ela nem era tão boa assim, era até feia, não sei como fui gostar dela”.

A racionalização sobre algum fato não é apenas uma simples “explicação”, ela envolve um conjunto complexo de “explicações”, evitando assim ataques, ou seja, se uma for destruída haverá outra para substitui-la. O que difere a racionalização da dissimulação é o fato de que tais “explicações” não são simples mentiras, geralmente não estamos em boas condições e nem temos a intenção de enganar, simplesmente não estamos conscientes das deformações em nosso pensamento. Ela também pode ser confundida com a razão, apesar de não existir uma linha muito clara que diferencie as duas, e de que a razão também pode ser influenciada por fatores emocionais e motivacionais, na racionalização há uma nítida preocupação em justificar a si mesmo; consequentemente tomamos uma atitude agressiva contra os contestadores de tais “explicações”, uma vez que são as defesas de nosso ego."

ISOLAMENTO


É o mecanismo de defesa que envolve uma “separação de sistemas” para que os sentimentos perturbadores possam ser isolados, de tal forma que a pessoa se torna completamente insensível em relação ao acontecimento sublimado e comente-o como se tivesse acontecido com terceiros. Nosso pensamento parece capaz, em certas circunstâncias, de manter, lado a lado, dois conceitos logicamente incompatíveis, sem tomarmos consciência de suas gritantes divergências, o que também chamamos de “comportamentos lógicos de estanques”.

É um processo de isolar uma, dentre as várias partes do conteúdo mental, de tal forma que as interações normais que ocorreriam entre elas se reduzam e assim os conflitos sejam evitados. Um exemplo seria um ladrão que rouba e não experimenta os sentimentos de culpa que estão ligados a esse ato. Outro exemplo seria um filho que, após a morte de sua mãe, fala com uma frequente e enorme naturalidade sobre a morte dela.

Outros mecanismos de defesa

Com o passar do tempo, outros mecanismos de defesa foram apresentados, sendo, em parte, variações dos mecanismos acima apresentados:

Intelectualização: "Eu sei, eu já li tudo isso! Não é bem assim, tem muita discussão nova!". É quando se lida de modo intelectual com o problema, afastando os afetos; assemelha-se ao isolamento e à racionalização.

Introjeção: mecanismo de defesa quase que oposto à projeção. Trata-se de aceitar os conteúdos projetados como se fossem verdades do ego. Tudo que agrada é introjetado. Percebendo esse fato, o ego aprende a usar a introjeção para fins hostis como executora de impulsos destrutivos e também como modelo de um mecanismo definido de defesa. Na depressão, pode-se notar o quanto a pessoa faz e fez uso da introjeção.

Anulação: ações, rituais mágicos que contestam ou desfazem um dano que o indivíduo imagina que pode ser causado por seus desejos. Exemplo: fazer o sinal da cruz para afastar um pensamento pecaminoso.

Deslocamento: consiste em transferir as características ou atributos de um determinado objeto para outro objeto. Exemplo: receber uma bronca do chefe e, assim que chegar em casa, chutar o cachorro como se ele fosse o responsável pela frustração.

Idealização: consiste em atribuir a outro indivíduo qualidades de perfeição, vendo o outro de modo ideal. É o que fazem os adolescentes com seus ídolos, a quem consideram perfeitos.
Conversão: consiste em uma transposição de um conflito psíquico e uma tentativa de resolução desse conflito por meio de expressões somáticas como dores de cabeça. Passa-se o problema da mente para o corpo.

Substituição: o inconsciente oferece à consciência um substituto aceitável para ela e por meio do qual ela pode satisfazer o id ou o superego. É a satisfação imaginária do desejo. Processo pelo qual um objeto valorizado emocionalmente, mas que não pode ser possuído, é inconscientemente substituído por outro, que geralmente se assemelha ao proibido. É uma forma de deslocamento. Um exemplo é o bebê chupar o dedo ou a chupeta para sentir o prazer como se estivesse no seio da mãe.

Fantasia: é um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real, satisfeito. Exemplo: Um homossexual que precisa manter o casamento e que, quando procurado pela esposa para o sexo, fantasia que está tendo relações homos e não héteros durante o ato. Fantasiar pode ajudar em certos conflitos psicológicos, mas não "resolve" o conflito. Certas pessoas podem passar a vida inteira fantasiando, mas, quando caem na realidade, o conflito retorna.

Compensação: é o processo psíquico em que o indivíduo se compensa por alguma deficiência, pela imagem que tem de si próprio, por meio de um outro aspecto que o caracterize, que ele, então, passa a considerar como um trunfo. Exempo: um aluno ruim nos esportes se consola por ser bom em matemática.

Expiação: é o processo psíquico em que o indivíduo quer pagar pelo seu erro imediatamente.

Cisão: é a separação dos aspectos bons e maus do outro. Exemplo: devemos odiar o pecado e amar o pecador.

Resistência: é o processo de resistência ao trabalho terapêutico, no qual o paciente tenta manter no inconsciente os acontecimentos esquecidos.

Transferência: representa o motor da cura e pode ser vista como a repetição, face ao analista, de atitudes emocionais, inconscientes, amigáveis, hostis ou ambivalentes, que o paciente estabeleceu na sua infância, no contato com os pais e com as pessoas que o rodeiam. Um exemplo pode ser a menina que não teve pai ser muito apegada ao namorado, fazendo então uma transferência, passando todos os sentimentos e ações para o namorado, como se fosse um pai.

Contratransferência: trata-se de uma resposta do analista à transferência do paciente, mas que designa também, de forma mais geral, o conjunto das reações inconscientes do analista perante o paciente.

Recalque: exclusão de ideias, sentimentos e desejos que o indivíduo não quisera admitir e que no entanto continuam a fazer parte da vida psíquica. É semelhante à repressão. Certos traumas e conflitos não resolvidos são recalcados e, se não forem resolvidos, podem se tornar neuroses, psicoses ou doenças psicossomáticas

Crédito: Wikipédia 


MEDITAÇÃO DIÁRIA, Narcóticos Anônimos, Quarta, 28/11/2012

                                             Saindo da rotina


"Somos verdadeiramente humildes quando aceitamos e tentamos, honestamente, ser quem somos."

Humildade é um conceito enigmático. Sabemos bastante sobre humilhação, mas humildade é uma idéia nova. Ela parece ser, suspeitosamente, “submeter-se”, “dobrar-se”, “rastejar”. Mas a humildade não é isto. A humildade é, simplesmente, aceitação de quem somos.

No momento em que chegamos a um passo que usa a palavra “humildemente”, já começamos a colocar este princípio em prática. O Quarto Passo nos dá uma oportunidade de examinar quem realmente somos, e o Quinto nos ajudará a aceitar este conhecimento.

A prática da humildade envolve aceitar nossa própria natureza, sendo honestamente nós mesmos. Não temos que nos humilhar ou nos rebaixar, nem temos que tentar parecer mais inteligente, rico ou feliz do que realmente somos. Humildade simplesmente significa abandonar todas as pretensões e viver tão honestamente quanto pudermos.

Só por hoje eu vou permitir que o conhecimento de minha natureza guie minhas ações. Hoje, eu vou encarar o mundo sendo eu mesmo.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

MECANISMOS DE DEFESA

Mecanismo de defesa ou ajustamento designa em psicologia em geral e na teoria psicanalítica em particular as ações psicológicas que têm por finalidade reduzir qualquer manifestação que pode colocar em perigo a integridade do ego, onde o indivíduo não consiga lidar com situações que por algum motivo considere ameaçadoras. São processos subconscientes ou mesmo inconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos no nível da consciência. As bases dos mecanismos de defesa são as angústias. Quanto mais angustiados estivermos, mais fortes os mecanismos de defesa ficam ativados.

Um conflito cria em nós certa angústia. Essa angústia é o que nos motiva a resolver esse problema. Porém nem sempre o indivíduo é capaz de resolver um problema de forma imediata e direta, pois nossos problemas pessoais não podem ser resolvidos através somente da razão. Isso se dá pelo fato de que os problemas pessoais têm um certo envolvimento emocional que diminui nossa objetividade, e consequentemente somos levados a resolvê-los de forma indireta e tortuosamente, buscando um ajustamento, a fim de adaptar-nos às exigências que nos são impostas pela sociedade em que vivemos. Tais processos adaptativos são o que chamamos de mecanismos de defesa. Os mecanismos mais comuns são a Repressão, a Regressão, a Projeção, a Formação Reativa e a Sublimação.[1]

[1]  You're getting defensive again! Anna Freud (1946) "The ego and mechanism of defense" cit. Hook (1994) pg. 230-236
Crédito : WIKIPÉDIA

Observação: "a página ou secção foi marcada para revisão, devido a inconsistências e/ou dados de confiabilidade duvidosa(desde fevereiro de 2008). Se tem algum conhecimento sobre o tema, por favor, verifique e melhore a consistência e o rigor deste artigo. Considere utilizar {{revisão-sobre}} para associar este artigo com um WikiProjeto e colocar uma explicação mais detalhada na discussão." A página ou secção não cita nenhuma fonte ou referência, o que compromete sua credibilidade (desde julho de 2010).

Meditação do Dia, Narcóticos Anônimos, 27/11/2012

Crédito da foto: site Volkswagen 


Responsabilidades

"Num só dia acontecem muitas coisas, coisas positivas e coisas negativas. Se não dermos a nós próprios a oportunidade de apreciar ambas, perderemos decerto algo que nos ajudará a crescer." 
IP nº 8, Só por hoje

Responsabilidades, responsabilidades - as responsabilidades da vida estão em toda a parte. "É suposto" usarmos cintos de segurança, "é suposto" limparmos a nossa casa, "é suposto" fazermos certas coisas pela nossa mulher, pelas nossas crianças, pelas pessoas que apadrinhamos. Além de tudo isto, "é suposto" irmos a reuniões e praticarmos o programa o melhor que pudermos. Não admira que por vezes nos apeteça fugir de todas estas tarefas e escaparmo-nos para uma ilha deserta onde não "é suposto" fazermos nada! Nessas alturas, quando nos sentimos esmagados pelas nossas responsabilidades, esquecemo-nos de que elas não precisam de ser um incomodo. Quando quisermos fugir das responsabilidades, precisamos de acalmar, de nos lembrarmos o motivo por que as escolhemos, e de prestar atenção à dádiva que elas nos trazem. Quer seja um emprego que normalmente achamos desafiador e interessante, ou um parceiro cuja personalidade nos entusiasma, ou uma criança com a qual naturalmente gostamos de brincar e cuidar, podemos encontrar alegria em todas as responsabilidades das nossas vidas.

Só por hoje: Cada momento é especial. Vou prestar atenção às minhas responsabilidades e às alegrias especiais que elas me dão.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Meditação Diária, Narcóticos Anônimo, 23/11/2012



Vontade de Deus

"O alívio de ‘abrir mão e entregar a Deus’ ajuda-nos a desenvolver uma vida que vale a pena viver."

Texto Básico, pág. 28
 Em nossa adicção, tínhamos medo do que pudesse acontecer se não controlássemos tudo à nossa volta. Muitos de nós criamos elaboradas mentiras para proteger nosso uso de drogas. Alguns de nós manipulamos todos à nossa volta, numa tentativa de frenética de conseguir deles alguma coisa para poder usar mais drogas. Outros percorrem grandes distâncias para impedir duas pessoas de se falarem, descobrindo talvez nossa trilha de mentiras. Nos empenhamos arduamente em manter uma ilusão de controle sobre nossa adicção e nossas vidas. Neste processo, nos privamos de experimentar a serenidade que vem da rendição à vontade de um Poder Superior.

Em nossa recuperação, é importante abrir mão de nossa ilusão de controle e nos render a um Poder Superior, cuja vontade para nós é melhor que qualquer coisa que possamos conseguir, controlar, manipular ou inventar para nós mesmos. Se percebemos que estamos tentando controlar resultados e sentindo medo do futuro, existe uma atitude que podemos tomar para reverter essa tendência. Vamos para nosso Segundo e Terceiro Passos e procuramos aquilo em que viemos a acreditar sobre um Poder Superior. Realmente acreditamos que este Poder pode cuidar de nós e nos devolver à sanidade? Se sim, podemos viver com todos os altos e baixos da vida – suas decepções, suas tristezas, suas maravilhas e suas alegrias.

Só por Hoje: Eu vou me render e deixar que à vontade de meu Poder Superior aconteça em minha vida. Eu vou aceitar a dádiva da serenidade que esta rendição traz.

Reflexões Diárias, Alcoólicos Anônimos, 23/11/2012


LEVANTE A CABEÇA PARA A LUZ

“Acredite mais profundamente: Levante a cabeça para a Luz, ainda que no momento você não possa ver.”  
NA OPINIÃO DO BILL, p. 3


Num domingo de outubro, durante minha meditação matinal, olhei pela janela a árvore de freixo no pátio da frente. Uma vez mais fui vencido pela sua magnífica cor dourada! Enquanto olhava com Admiração a obra de arte de Deus, as folhas começaram a cair e, dentro de minutos, os galhos estavam nus. A tristeza me assaltou quando pensei nos meses de inverno à frente, mas enquanto estava refletindo no processo anual do outono, a mensagem de Deus apareceu. Como as árvores, despidas de suas folhas no outono germinam novas flores na primavera, eu, despojado de meus modos compulsivos e egoístas removidos por Deus, posso florescer como um sóbrio e alegre membro de A.A..

Obrigado, Deus, pela mudança das estações e por minha vida em mudança contínua.
REFEXÕES DIÁRIAS, p. 336


Crédito: Alcoólicos Anônimos - Área Piauí

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Meditação Diária - Narcóticos Anônimos (NA)


Segunda-feira, 19/11/2012
A linguagem da empatia 

"... o adicto podia encontrar, desde o início, toda a identificação necessária para se convencer de que podia manter-se limpo, através do exemplo de outros em recuperação há vários anos."
 Texto Básico, p. 99

Muitos de nós fomos à primeira reunião e, por não ficarmos inteiramente certos de que NA seria para nós, arranjamos imensas coisas para criticar. Ou achávamos que ninguém tinha sofrido tanto como nós, ou então que não tinham sofrido o suficiente. Mas, à medida que fomos ouvindo, começamos a ouvir algo novo, uma linguagem silenciosa que tem as suas raízes no reconhecimento, na crença e na fé: a linguagem da empatia. Por desejarmos pertencer, continuamos a escutar. Encontramos toda a identificação de que precisamos à medida que vamos aprendendo a compreender e a falar a linguagem da empatia. Para entendermos esta linguagem especial, ouvimos com o coração. A linguagem da empatia utiliza poucas palavras; sente-se mais do que se fala. Não prega nem dá lições de moral - ela ouve. Pode chegar a um adicto e tocar-lhe no espírito, sem dizer uma única palavra. A fluência na linguagem da empatia advém da prática. Quanto mais a utilizamos com outros adictos e com o nosso Poder Superior, melhor a compreendemos. Ela faz com que voltemos. 

Só por hoje: Vou ouvir com o coração. Com cada dia que passa vou tornar-me mais fluente na linguagem da empatia.


domingo, 18 de novembro de 2012

Reflexões Diárias, Alcoólicos Anônimos

Domingo, 18/11/2012

Reflexões Diárias
   
18 de Novembro

UMA REDE DE SEGURANÇA

Às vezes... somos acometidos por uma rebelião tão mórbida que simplesmente não rezamos. Quando estas coisas acontecem, não devemos ser demasiadamente rigorosos conosco. Devemos apenas voltar à prática da oração tão logo pudermos, fazendo o que sabemos ser bom para nós.

OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES
p. 93
Algumas vezes grito, bato o pé e dou as costas para o meu Poder Superior. Então minha doença me diz que sou um fracasso e que, se continuar zangado, com certeza irei beber. Nesses momentos de obstinação é como se eu estivesse escorregando de um penhasco e uma mão me apanhasse. A mensagem acima é a minha rede de segurança, no sentido de que me instiga a tentar algum novo comportamento, como o de ser amável e paciente comigo mesmo. Ela me garante que meu Poder Superior esperará até eu estar disposto mais uma vez a arriscar a me entregar, cair na rede e rezar.

REFEXÕES DIÁRIAS, p. 331

O gozo mortífero do Crack


15/11/2012

Mônica Simões

Como profissional da saúde, pesquisa com adolescentes usuários de drogas/moradores de rua, além de ter desempenhado a função de educadora social por um ano numa unidade 'socioeducativa'l para adolescentes em conflito com a lei - conflito este em sua maioria pelo tráfico ou uso de entorpecentes, tendo como carro chefe o crack, dividirei o que constatei em minha vivência com os "crackeiros" nos últimos anos.

Vivenciamos um caso de saúde pública e de educação, principiada no individualismo, no caos social, e, em hipótese alguma podemos enxergar no usuário de crack, objeto criminal.
Creio haver fases e momentos em nossas vidas. Eu, por exemplo, usei droga quando adolescente e não fiquei maculada como "drogada" ou "toxicomona", porque o que houve comigo e com a grande maioria dos adolescentes de minha geração foi passageiro. Continuei estudando, trabalhando, e, como muitos amigos, vivenciando meus projetos e ideais. A droga ficou como um momento de desacerto emocional, psíquico, entre mim e o mundo que me rodeava, uma fuga momentânea, rápida.

Mas, há casos em que a dor do viver é tão profunda, tão penetrante, que o indivíduo se torna dependente daquele torpor, daquele estado que ameniza seu sofrimento de viver e é ali num mundo de "viagens" que lhe é mais suave estar. E a mensagem que ele quer passar à família e à sociedade é a de que está doente. E a droga é o meio que encontra para pedir socorro, ajuda, pois quer a suspensão da dor de estar vivo.

O viciado em crack busca um sofrimento menor do que o vivenciado sem a droga, uma proteção para sua decadência moral e emocional. O crack passa a ser o analgésico para enfrentar o dia a dia, pois viver é muito doído, custoso e difícil, ainda mais de forma íntegra e digna. Integridade, dignidade: ... famílias desestruturadas, barracos deslizando morro abaixo, segregação racial e social, desemprego, latas vazias, violência policial, necessidades várias e excessos de faltas. Resiste-se por algum tempo nas migalhas do Estado, inserindo-se nas franjas sociais, até que se sucumbe e ponto.

O jovem pobre, negro, favelado e morador das periferias está fora do mercado digno de trabalho, está fora dos espaços sociais, está fora de ter, de ser alguém, ele está fora, ele está fora... Ele só está dentro é do "movimento" das bocas, dos "centros socioeducativos" e das cadeias, ajudando em sua superlotação. E saem e voltam para esses espaços com uma facilidade assustadora, provando para quem queira ver, o fracasso da penalização do traficante e do usuário de drogas. E se conseguir se manter sem recaídas aqui fora, ainda assim, continuará excluído, porque isso de 'reinserção social' é balela, letra morta, coisa de ONGs com outros interesses, pois não se reinsere quem nunca esteve inserido.

As drogas sempre foram usadas por todas as classes sociais, por ricos e pobres, mas associadas às minorias: ópio aos chineses, maconha aos mexicanos, cocaína aos negros e favelados, crack aos miseráveis. Daí, explicam-se tantas prisões de pobre e preto.

Estamos caminhando para o caos social e a situação é dramática. Esses meninos e meninas pobres com as pontas dos dedos amareladas pelo uso do crack, nada mais são que o efeito colateral de uma sociedade omissa para com a população que vive em favelas e periferias dos grandes centros, que sobrevivem e se viram como camelôs, traficantes, gerentes de bocas, prostitutas, "catireiros" e tantas outras "funções". A vida digna é inviabilizada devido a este sistema excludente, que coloca à deriva essa parcela - dentre outras - de jovens e adolescentes pobres e miseráveis. Não faltam leis, não faltam planos, faltam debates políticos sérios. Os discursos que tenho ouvido acerca desse problema, são simplistas demais e soam ainda como ferramenta para a legitimação das desigualdades sociais, numa retórica conservadora e preconceituosa, que apenas demonstra a irracionalidade política que inferioriza e criminaliza a pobreza. Os jovens pobres e negros sofrem então duas vezes: uma pela mão do Estado e outra pela criminalização de sua condição social e cor.


Em 1994, havia cerca de 110 mil presos no Brasil. Hoje, este número é cinco vezes maior. Creio se dever a uma política preventiva, que trabalha o conflito social pelo olhar penal. Confundem justiça com punição e punição com privação de liberdade e nem imaginam o que rola dentro das prisões. Essa política de prender leva-me a crer na imagem da demonização das áreas faveladas, o "grande vetor para encarceramento da população pobre". E, aos usuários presos, não é dado novas oportunidades, nem quando estão sob liberdade, pois ficam de fora de todas as dimensões de reparação para com ele, que também é vítima, apesar de transgressor de leis e regras do convívio social.

É preciso retomar discussões mais sérias acerca deste assunto, de forma menos reacionária e eleitoreira.

Talvez penas alternativas para o pequeno e médio traficante, controle sobre o consumo pessoal, redução de danos de quem usa o crack e acolhimento no tratamento voluntário seja o início de uma discussão real, voltada não para as elites, mas para os interessados em modificar este quadro triste que estamos ajudando a esboçar com nossa visão torpe, defeituosa, ignorante e egoísta.

Essa galera que está aí pelas ruas, perambulando como zumbis, nada mais são que vítimas desta esquizofrenia da era moderna, desse sistema que a muitos mata e a poucos basta. Necessário se faz outra visão e outro viés discursivo. O acesso ao crack é fato, tornando-se impossível controlar a demanda de compra e venda, o mercado de oferta e procura... é o capitalismo né?! Mesmo para os miseráveis há que existir o consumo. Precisamos analisar em que contexto seria menos mal lidar com a realidade do acesso a esta droga, focando os usuários como objeto de saúde pública e educação e não como casos de polícia.

Não nos livraremos dos efeitos destrutivos do crack, mas poderemos aprender a conviver melhor com seus usuários e tentar minimizar o sofrimento humano que seu abuso provoca.

Eu convivi com eles, os "crackeiros", ouvi suas histórias, suas dores, suas neuroses, seus choros, gritos e desesperos. Vi seus surtos, suas insônias, suas saídas, suas misérias, suas recaídas, seus retornos, suas tristezas e suas mortes. Acho-os sobreviventes do caos urbano e social, guerreiros confusos que não aceitaram de pronto o papel que a sociedade lhes deu, preferindo muitas vezes o ato infracional, a fuga através da droga ou a morte à indignidade de viver sem integridade. Honestamente... não sei se faria diferente no lugar deles...

Fonte: http://conscienciapoliticarazaosocial.blogspot.com/2012/11/o-gozo-mortifero-do-crack-violencia-tem.html

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Narcóticos Anônimos, Meditação Diária

15/11/2012  
Entrega
"Tomai a minha vontade e a minha vida. Guiai-me na minha recuperação. Mostrai-me como viver."

Texto Básico, p. 30 


Como é que iniciamos o processo de deixar o nosso Poder Superior orientar as nossas vidas? Quando procuramos conselhos sobre situações que nos perturbam, costumamos descobrir que o nosso Poder Superior funciona através dos outros. Quando aceitamos que não temos todas as respostas, abrimo-nos a novas e diferentes opções. Uma boa-vontade para largarmos as nossas ideias e opiniões pré-concebidas permite que a orientação espiritual guie o nosso caminho. Há alturas em que temos de ser levados a um ponto de desespero, antes de estarmos prontos a entregar as situações difíceis ao nosso Poder Superior. Conspirar ansiosamente, lutar, planear, preocuparmo-nos - nada disto é suficiente. Podemos ter a certeza de que, se entregarmos os nossos problemas ao nosso Poder Superior, ao ouvirmos os outros partilhar as suas experiências, ou no silêncio da meditação, as respostas hão-de chegar. Não vale a pena viver uma existência frenética. Atravessar a vida como se fosse uma casa a arder, deixa-nos exaustos, e não nos leva a lado nenhum. Nenhuma manipulação da nossa parte acabará por mudar as situações. Quando entregamos e permitimos a nós mesmos o acesso ao nosso Poder Superior, vamos descobrir a melhor maneira de agir. Podemos ficar descansados, que as respostas oriundas de uma base espiritual sã serão muito superiores a quaisquer respostas que nós próprios pudéssemos fabricar.

Só por hoje: Vou entregar, e deixar o meu Poder Superior orientar a minha vida.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Reflexões Diárias de Alcoólicos Anônimos, 15/11/2012


MANUTENÇÃO VITAL

Aqueles de nós que estão se utilizando regularmente da oração seriam tão incapazes de dispensá-la como ao ar, ao alimento ou à luz do sol, tudo pela mesma razão. Quando recusamos ar, luz ou alimento, o corpo sofre. Se virarmos as costas à meditação e à oração, também estamos negando às nossas mentes, emoções e intuições, um apoio imprescindível.

OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES

O Décimo Primeiro Passo não precisa me esmagar. O contato consciente com Deus pode ser tão simples e tão profundo como o contato com outro ser humano. Posso sorrir. Posso escutar. Posso perdoar. Todo encontro com o outro é uma oportunidade para a oração, para reconhecer a presença de Deus dentro de mim.

Hoje posso me aproximar um pouco mais do meu Poder Superior. Quanto mais procuro a beleza do trabalho de Deus nas outras pessoas, mais seguro estarei de Sua presença.

Crédito: Grupo Carmo-Sion de Alcoólicos Anônimos

domingo, 11 de novembro de 2012

DANOS CAUSADOS PELO USO DO CRACK

EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS

NEUROLÓGICOS E PSICOLÓGICOS

Ilustração subjetiva, sobre os dilemas psicológicos de um dependente
Crédito da imagem: Portal Brasil


O uso do crack pode prejudicar as habilidades cognitivas (inteligência)envolvidas especialmente com a função executiva e com a atenção. Este comprometimento altera a capacidade de solução de problemas, a flexibilidade mental e a velocidade de processamento de informações.

A literatura científica sobre os efeitos neurológicos e psicológicos do crack demonstra que a droga pode causar danos às funções mentais, com prejuízos à memória, atenção e concentração. Segundo o pesquisador Felix Kessler, do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é muito comum o desenvolvimento e agravamento da impulsividade, o que leva os indivíduos a fazerem escolhas mais imediatistas, sem avaliar as conseqüências para o futuro. "Em muitos casos, dependendo da predisposição genética, os indivíduos desenvolvem sintomas psiquiátricos, psicóticos e ansiosos, como depressão, delírios e ataques de pânico", diz o especialista.

O psiquiatra afirma, ainda, que o uso da droga pode provocar transtorno bipolar, resultado do mecanismo de rápida e intensa euforia, logo após o uso da droga, que logo é substituída pela depressão, quando o usuário está em abstinência. “Os danos causados tendem a persistir por meses e até anos depois que o individuo deixou a droga. Já os sintomas psiquiátricos podem desaparecer com mais facilidade, exceto para os indivíduos que tenham predisposição para esse tipo de doença.”

Alcoólicos Anônimos - Reflexões Diárias, 11/11/2012



ACEITAR A SI MESMO

Sabemos que o amor de Deus vela sobre nós. Enfim, sabemos que quando nos voltarmos para Ele, tudo estará bem conosco, agora e para sempre.

OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES

Rezo para estar sempre disposto a recordar que sou filho de Deus, uma alma divina numa forma humana, e que a tarefa mais urgente e básica na minha vida é aceitar, conhecer, amar e cuidar de mim mesmo. Quando me aceito, estou aceitando a vontade de Deus. Quando me conheço e me amo, estou conhecendo e amando a Deus. Quando cuido de mim, estou agindo sob a orientação de Deus. Rezo para ter disposição de abandonar minha arrogante autocrítica e louvar a Deus humildemente, aceitando-me e cuidando de mim mesmo.

Crédito: Grupo Carmo-Sion de Alcoólicos Anônimos

Narcóticos Anônimos - Meditação Diária - 11 de novembro de 2012


Da rendição à aceitação

"Nós nos rendemos calmamente, e deixamos que Deus, da maneira que compreendemos, cuide de nós"
Texto Básico, pág. 28


Rendição e aceitação são parecidas com paixão e amor. A paixão começa quando encontramos alguém especial. A paixão requer apenas o reconhecimento do objeto de nossa paixão. Para a paixão se tornar amor, entretanto, é preciso um grande esforço. A ligação inicial deve ser lenta, pacientemente nutrida para se tornar um laço sólido e duradouro.

Acontece o mesmo com a rendição e a aceitação. Nos rendemos quando reconhecemos nossa impotência. Lentamente, viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos pode nos dar o cuidado de que precisamos. A rendição se transforma em aceitação quando deixamos este Poder entrar em nossas vidas. Examinamos nossas vidas e deixamos nosso Deus nos ver como somos. Tendo permitido que o Deus de nossa compreensão conhecesse nosso interior, aceitamos mais seus cuidados. Pedimos a este Poder para nos aliviar de nossos defeitos e nos ajudar a reparar o mal que fizemos. Então, iniciamos uma nova maneira de viver, aumentando nosso contato e aceitando a orientação, o cuidado e a força contínuos de nosso Poder Superior.

A rendição, assim como a paixão, pode ser o início de um longo relacionamento. Para transformar rendição em aceitação, entretanto, temos que deixar Deus de nossa compreensão cuida de nós a cada dia.

Só por Hoje: Minha recuperação é mais paixão. Eu me rendi. Hoje, eu vou nutrir meu contato consciente com meu Poder Superior e aceitar seu cuidado contínuo por mim.

Crédito da foto: Hoje Só Por Hoje

OS DANOS NEUROPSICOLÓGICOS CAUSADOS PELO USO CRÔNICO DO CRACK

Por Camila Louis Oliveira


RESUMO
Este  trabalho  tem  como  objetivo  descrever  os  danos  neuropsicológicos  causados  pelo  uso crônico do crack. O crack é uma droga estimulante do sistema nervoso central que afeta as funções cognitivas,  principalmente,  a  atenção,  memória  e  as  funções  executivas.  Muitas  pesquisas  também apontam para prejuízos nas tarefas de nomeação, na capacidade de abstração, novas aprendizagens, fluência verbal, destreza manual e integração viso-motora. Estes déficits não podem ser ditos como permanentes, pois após um longo período de abstinência é possível que a neuroquímica e o cérebro vascular se regularizem, retornando ao seu funcionamento normal e o usuário pode recuperar as suas capacidades neuropsicológicas.

INTRODUÇÃO

O crack resulta da mistura de cocaína com bicarbonato de sódio, pode ser produzido tanto da pasta básica da coca, quanto do pó já refinado. Em sua fórmula há elementos corrosivos como solução de bateria e solvente e também pó de vidro e medicamentos. É uma droga estimulante do sistema nervoso central (SNC), seus efeitos são de intensa euforia, exaltação da energia e libido, sensação de onipotência.

Há diferentes vias de administração da cocaína e os efeitos e riscos de complicações podem variar, o crack é mais potente do que as outras formas de uso. A administração é realizada através de  cachimbos  onde  o  usuário  inala  a  fumaça  resultante  da  queima  da  pedra  (Figlie,  Bordin  e Laranjeira,  2004)  Segundo  Lambert  e  Kinsley  (2006)  estudos  de  neuroimagem sugerem que  o efeito psicológico da cocaína está associado à velocidade com que a droga afeta o organismo e não a quantidade de droga consumida. A absorção do crack no organismo é instantânea, alcança o pulmão e cai imediatamente na circulação sanguínea cerebral, esse processo leva em torno de 8 a 12 segundos e o efeito da droga perdura de 5 a 10 minutos. Em pouco tempo de uso o individuo passa a sentir a fissura, vontade incontrolável de sentir os efeitos da droga, que no caso do crack é  uma  compulsão  avassaladora,  fazendo  com  que  o  usuário  chegue  a  fumar  de  vinte  a  trinta pedras por dia.Além da euforia e do prazer, esta potente droga causa também insônia, perda da sensação de cansaço e falta de apetite, em menos de um mês a pessoa pode perder de oito a dez quilos e em um tempo menor de uso perde as noções básicas de higiene, ficando em um estado deplorável.  Em  longo  prazo  pode  acarretar  problemas  cardíacos,  pulmonares,  convulsões, distúrbios  neurológicos  como  isquemias  e  desordens  motoras  e  até  transtornos  psiquiátricos induzidos pela substancia, como transtorno psicótico, alucinações e delírios (Kolling et al 2007).

As   substâncias   psicoativas   presentes   no   crack   atuam   diretamente   no   Sistema   de Recompensa  Cerebral  (SRC)  composto  pelo  córtex  pré-frontal,  núcleo  accumbens  e  área tegumentar ventral. O SRC pode ser chamado também de “centro do prazer”, atos como comer, tocar um instrumento musical ou ter relações sexuais nos proporcionam prazer e vamos repeti- los, estes comportamentos são denominados de “recompensas naturais”, a cocaína vai atuar de tal modo  a  possibilitar  um  prazer  “não-natural”  (Figlie,  Bordin  e  Laranjeira,  2004).  O  principal neurotransmissor  atuante  no  circuito  de  recompensa  é  a  dopamina,  com  o  uso  do  crack  o funcionamento  dos  neurônios  vai  alterar  totalmente,  porque  a  cocaína  inibe  a  recaptação  da dopamina,   necessária   durante   a   sinapse.   Esse   excesso   neuroquímico   na   fenda   sináptica proporciona  a  sensação  de  prazer,  por  isso  a  cocaína  causa  uma  recompensa  “não-natural” alterando o SRC (Figlie, Bordin e Laranjeira, 2004).

Com o tempo esse circuito começa a necessitar da droga para poder executar suas funções normalmente,  passando  a  produzir  menos  dopamina  e  gerando  ansiedade,  humor  alterado, anedonia, diminuição da energia e até problemas cognitivos. (Cunha, 2006).


OS DANOS NEUROPSICOLÓGICOS DO CRACK


Há   diversas   complicações   neuropsicológicas   associadas   ao   consumo   de   crack.   A investigação   neuropsicológica   do   uso   de   substâncias   contribui   para   esclarecer   questões diagnósticas  sobre  as  funções  que  se  encontram  prejudicadas  (Andrade  et  al.  2004),  podendo assim  realizar  uma  reabilitação  cognitiva  através  de  atividades  que  visem  á  recuperação  ou amenização dos déficits cognitivos (Allen, Goldstein e Seaton, 1997). Em um estudo Ardila et al. (1991) comprovaram que os usuários de cocaína, com 30 dias de abstinência, tinham prejuízos


Crédito: Camila Louis Oliveira (autora)
Acadêmica do Curso de Psicologia ULBRA/Guaíba (Brasil)
Orientação:
Luciana Schermann Azambuja
Neuropsicóloga. Professora do Curso de Psicologia ULBRA/Guaíba
www.psicologia.pt
Documento produzido em 26-05-2011
[Trabalho de Curso]
Contacto:
lusazambuja@hotmail.com
Palavras-chave: neuropsicológicos, crack, funções cognitivas.
Crédito da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Neuropsicologia

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