quinta-feira, 7 de junho de 2012

Narcóticos Anônimos, Meditação do Dia, quinta-feira, 07 de junho de 2012


Alguém que acredite em mim 

"Só por hoje, vou ter confiança em alguém de NA que acredite em mim e queira ajudar na minha recuperação." 
Texto Básico, p. 111 

Nem todos chegamos a NA largando automaticamente as drogas. Se continuarmos a voltar, encontramos em Narcóticos Anónimos o apoio que precisamos para nossa recuperação. Mantermo-nos limpos é fácil quando temos alguém que acredita em nós, mesmo quando nós não acreditamos em nós próprios. 

Mesmo aquela pessoa que tem constantes recaídas, em NA tem, geralmente, um firme apoiador que está lá sempre, não importa o que aconteça. 

É imperativo que encontremos aquela pessoa, ou aquele grupo de pessoas, que acredite em nós. 

Quando lhes perguntamos se alguma vez iremos ficar limpos, sempre irão responder: "Sim, vai ficar limpo. Volte sempre que funciona." 

Todos precisamos de alguém que acredite em nós, especialmente quando não conseguimos acreditar em nós próprios. Quando recaímos, minamos a nossa já abalada autoconfiança, por vezes de tal forma que começamos a sentirmo-nos totalmente desesperados. Nessas alturas precisamos do apoio dos nossos amigos leais de NA. Dizem-nos que esta poderá ser a nossa última recaída. Sabem por experiência que, se continuarmos a frequentar as reuniões, eventualmente iremos largar as drogas e nos manteremos limpos. É difícil, para muitos, acreditar em si mesmo. Mas quando alguém nos ama incondicionalmente, dando-nos o seu apoio, não importa quantas vezes tenhamos recaído, a recuperação em NA torna-se um pouco mais real para nós. 

Só por hoje: Vou encontrar alguém que acredite em mim. Vou acreditar nessa pessoa.

Setenta e sete anos de Alcoólicos Anônimos dia 10/06!


Abaixo reproduzo texto de e-mail recebido da JUNAAB (Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil), enquanto agradecemos o envio do mesmo:
 
Olá Só Por Hoje!

Certa manhã, a enfermeira do consultorio do Dr. Bob telefonou e disse: "Ele está aqui comigo. Meu marido e eu o recolhemos na estação de trem, às quatro horas da madrugada. Por favor, venham e vejam o que podem fazer".

Trouxemos Bob para casa, o colocamos na cama e logo depois fizemos uma descoberta alarmante. Ele havia programado uma cirurgia que somente ele poderia fazer. Seria para três dias depois: ele simplesmente teria que fazer o trabalho sozinho e aqui estava ele, tremendo como uma folha. Poderiamos conseguir que ele ficasse sóbrio a tempo? Anne e eu nos revezamos, tentando pôr o "menino grande" em forma. Bem cedo, na manhã da cirurgia, ele estava quase sóbrio. Na noite anterior eu tinha dormido no quarto com ele. De minha cama eu via que ele estava acordado, mas ainda tremendo. Nunca me esquecerei da maneira como ele me olhou, quando disse: "Bill, eu vou acabar com isso". Pensei que ele estava se referindo à cirurgia. "Não", ele disse, "quero dizer essa coisa sobre a qual temos conversados".

Anne e eu o conduzimos até o hospital às nove horas. Dei-lhe uma garrafa de cerveja para acalmar seus nervos e poder segurar o bisturi, e assim ele entrou. Voltamos para casa e nos sentamos, a fim de esperar. Depois de um certo tempo, que pareceu interminável, ele telefonou: tudo tinha saído bem, mas depois disso demorou muito para voltar para casa. Apesar da grande tensão em que se encontrava, deixou o hospital, entrou em seu carro e começou a visitar seus credores e outra pessoas a quem ele tinha ofendido com seu comportamento.

Isso aconteceu no dia 10 de junho de 1935 e até a sua morte, quinze anos mais tarde, o Dr. Bob nunca mais tomou uma gota de álcool.

Essa data 10 de junho de 1935 é considerada a data da fundação de Alcoólicos Anônimos.


Este vitral representa a pintura a óleo originalmente chamada de "Viemos a acreditar". Mostra Bill W. e o Dr. Bob abordando o terceito membro de A.A. Bill D., ainda no hospital.

A pintura apareceu pela primeira vez na edição de dezembro de 1955 da The Grapevine. Em 1973,  AAWS publicou um livro intitulado "Viemos a acreditar" e para evitar  a confusão a The Grapevine começou a se referiir à pintura como "o homem na cama."

Este vitral que representa a pintura foi construido em 2001 e fica em Akron, cidade aonde nasceu Alcoólicos Anônimos.

O aplauso estímula o ator a prosseguir desempenhando seu papel. Palavras de incentivo são estimulantes. Uma comida bem temperada estímula o apetite.  Determinados comportamentos podem resultar de estímulos externos. Se soubermos estimular alguém a crescer, a subir, de modo construtivo, obteremos ótimos resultados. Podemos associar à palavra estímulo uma outra muito importante que denominamos como "estima" .  Todos nós precisamos ter nossa auto-estima elevada, posta em um patamar que nos desperte o sentimento de importância que devemos ter por nós mesmo e pelos outros. Temos que cultivar e conferir um dado valor de respeito a nós e ao próximo. Precisamos ter e manter o devido  apreço e consideração por nós e pelos outros. 

Bem motivados podemos melhorar muito nosso interesse sobre muitas coisas. Viver com entusiasmo é salutar. Motivados temos o interesse ativado. O ânimo deve estar em concordância com a vida, mantendo-nos resolutos e encorajados a enfrentar adversidades. O sentimento de vitória deve sempre estar acima do sentimento de derrota, ou de fracasso. Sabemos de tudo isso e muitas vezes somos levados ao oposto, exatamente pelas razões opostas. 

Somos marcados pela incompreensão, pelo preconceito, pela indiferença, pelo desapreço e estas "coisas" não são poucas para nos abater o ânimo, desestimulando-nos e retirando de nós toda força motivacional para vencer e superar obstáculos. Em nossa volta sentimos muito com a descrença, com uma persistente animosidade, muitas vezes mascarada, marcada pelo rancor e má vontade, consciente, ou inconsciente. Aprendemos a usar ferramentas várias, capazes de nos manter a serenidade, com sobriedade, mas nem sempre as ferramentas são usadas de modo quase que automático. Seria preciso, para manter nosso equilibrio, em qualquer espécie de situação desconfortável, um preparo muito grande, o que é muito difícil e complicado. Infelizmente estamos muito mais propensos e próximos do desequílibrio. Ninguém é de ferro e não somos automatos, com um cérebro programado para responder positivamente aos maus estímulos advindos do meio exterior.  Estamos, muitas vezes, indefesos e vulneráveis. 

O juízo que fazem de nós não é dos melhores, de modo que, precisamos de muita dedicação e continuo exércicio do tudo quanto aprendemos com os doze passos. Se tivermos a sorte de encontrarmos inteligências superiores, estaremos bem, mas, em se tratando da adicção, estamos muito mais próximo das inteligências inferiores. Estas são nocivas e prejudiciais ao nosso bem estar espiritual. Aprendemos muito sobre muitas coisas e, com o nosso auto-conhecimento, podemos enxergar muito mais além do que podem imaginar a maioria dos mortais. Sabemos reconhecer no próximo, nossos próprios defeitos e falta de virtudes. Isso incomoda, mas temos que saber levar em conta muitas variáveis e aprender a relevar. Não nascemos super heróis e nem queremos ser super em nada. Queremos ser gente, compreendidos como humanos, de carne e osso, pois temos uma sensibilidade mais aguçada e um limiar de excitabilidade oscilante. Por esta razão é que escrevo este pobre texto, vez que precisamos de equilibrio nas relações inter pessoais e, para que isto aconteça é necessário que este equílibrio seja reciproco.  Mas não podemos esperar nada de ninguém.

Agora deixando o "nós"... (Só posso falar de mim!)

Escrevo estas coisas com o estado de ânimo deplorável. Sinto-me abatido e deprimido. O meu universo não pode ser como quero, como desejo, preciso ser realista. Devo esperar o melhor de mim. Não posso me deixar levar por nada desse mundico. Mas é muito difícil soerguer a estima sozinho, ou com gente despreparada, e o que sinto e vejo é o despreparo ao meu redor. Vem aquela sensação de impotência, vez que só posso modificar a mim mesmo. O que posso fazer é tentar motivar pessoas que se imaginam informadas a melhor se informar sobre drogadição e co-dependência e, de sobra, buscar entender algumas poucas coisas que aprendi. Talvez ajude, se no meu universo houver gente com boa vontade, mente aberta e honestidade. Procedo minha auto-crítica e busco me preservar, mesmo sabendo que o chão é seco e áspero e o tempero azedo, o que me causa muita amargura. Contudo, prossigo em meu caminhar. 

Escrevo estas linhas com muito esforço, como uma maneira de reagir e vencer esta apatia modorrenta que me consome. Como Deus nos ensina: "faça sua parte que lhe ajudarei". Bem, esforcei-me por fazer esta partilha compreensível. Espero que me reconheça quando acordar, ou em outro momento. 

Que nunca falte humanidade em nossas vidas e humildade dentro de mim. 

P.S.: Há vários dias sem postar, sem ler outros blogs, sem responder, ou agradecer comentários, acresço que sou grato a todos e que voltarei, o mais breve possível, a normalidade. 

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